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Coronavírus - SARS-CoV - Morfofisiologia e Infecção - Estudo Auto Dirigido

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‘Coronavírus’
1-Estudar a morfofisiologia do coronavírus.
Os coronavírus receberam o seu nome em virtude da aparência semelhante à uma coroa solar.
Em 2002, um surto da síndrome respiratória aguda grave (SARS, severe acute respiratory syndrome) na província de Guangdong, sul da China, espalhou-se para Hong Kong e depois para todo o mundo. Foi demonstrado que a doença era provocada por um coronavírus (SARS-CoV).
Os coronavírus são virions envelopados com o genoma de ácido ribonucleico (RNA) positivo (+) mais longo. 
Os virions medem de 80 a 160 nm de diâmetro. As glicoproteínas na superfície do envelope aparecem como projeções em forma de uma (coroa) em torno do vírus. 
Ao contrário da maioria dos vírus envelopados, a “coroa” formada pelas glicoproteínas permite que o vírus tolere as condições no trato gastrointestinal e seja disseminado por via fecal-oral.
O grande genoma RNA de fita positiva (de 27.000 a 30.000 pares de bases) associa-se com a proteína N para formar um nucleocapsídeo helicoidal. 
A síntese da proteína ocorre em duas fases. Na infecção, o genoma é traduzido de forma a gerar uma poliproteína que é clivada para produzir uma RNA polimerase RNA-dependente. 
A polimerase gera um modelo RNA de sentido (polaridade) negativo. A proteína L então utiliza o modelo RNA para replicar novos genomas, assim consegue produzir de cinco a sete ácidos ribonucleicos mensageiros individuais (RNAm) para as proteínas virais individuais. 
A geração dos mRNA individuais pode também promover eventos de recombinação entre os genomas virais para promover diversidade genética
 
Mecanismo de ação
Os coronavírus inoculados no trato respiratório de humanos infectam e interferem no funcionamento das células epiteliais ciliadas. 
A infecção permanece localizada no trato respiratório superior, porque a temperatura ótima para o crescimento viral é de 33 a 35 °C.
O vírus é provavelmente transmitido por aerossóis e em grandes gotículas (p. ex., espirros). A maior parte dos coronavírus humanos provoca infecção no trato respiratório superior semelhante às gripes, mas com período de incubação maior (média de 3 dias). 
A infecção pode agravar doença pulmonar crônica preexistente, tais como asma ou bronquite e, em casos raros e pneumonia.
A SARS é uma forma de pneumonia atípica caracterizada por febre alta (> 38 °C), calafrios, rigidez, dor de cabeça, tonturas, mal-estar, mialgia, tosse ou dificuldade de respiração, acarretando síndrome da angústia respiratória aguda. 
O vírus infecta e mata o epitélio alveolar. Até 20% dos pacientes podem também desenvolver diarreia. Os indivíduos com SARS, provavelmente, foram expostos ao vírus dentro dos 10 dias anteriores ao aparecimento dos primeiros sintomas. 
A mortalidade é de pelo menos 10% das pessoas com suspeita de infecção por SARS. Embora o SARS-CoV seja mais comumente transmitido por gotículas respiratórias, ele também está no suor, na urina e nas fezes.
Proteínas e clonagem
O receptor do coronavírus humano 229E é a aminopeptidase N, enquanto o receptor funcional do vírus da SARS é a enzima conversora da angiotensina 2. 
A partícula é internalizada provavelmente por endocitose absortiva. A glicoproteína S pode causar a fusão do envelope virai com a membrana celular. O primeiro evento após o desnudamento consiste na tradução do RNA do genoma viral para produzir uma RNA-polimerase dependente do RNA e específica do vírus. 
A polimerase viral transcreve todo o comprimento do RNA complementar (fita negativa) que serve como modelo para um conjunto de 5 a 7 RNAm subgenômicos. 
As cópias de comprimento total do RNA genômico também são transcritas a partir do RNA complementar. 
Como cada RNAm subgenômico é traduzido em um único polipeptídeo, os precursores poliproteicos não são comuns nas infecções por coronavírus, embora o RNA genômico codifique uma grande poliproteína, processada para produzir a RNA-polimerase viral. 
As moléculas do RNA genômico recém-sintetizadas interagem no citoplasma com a proteína do nucleocapsídeo para formar nucleocapsídeos helicoidais. 
Os nucleocapsídeos derivam através da membrana do retículo endoplasmático rugoso e do aparelho de Golgi, em áreas que contêm as glicoproteínas virais. Em seguida, os virions maduros podem ser transportados em vesículas até a periferia celular para abandonar a célula, ou podem aguardar até que a célula morra para serem liberados. 
Os coronavírus exibem alta frequência de mutação durante cada ciclo de replicação, incluindo a produção de alta incidência de mutações por deleção. Também, sofrem alta frequência de recombinação, durante a replicação, o que é incomum para um vírus de RNA com genoma não segmentado, e podem contribuir para a evolução de novas cepas virais.
Patogenese
Os coronavírus tendem a ser altamente espécie-específicos. 
O coronavírus SARS, também, infecta as células epiteliais que revestem os duetos das glândulas salivares. 
As infecções pelos coronavírus podem ser disseminadas, como a hepatite murina, ou ser localizada. Em seres humanos, as infecções, em geral, se mantêm no trato respiratório superior. 
Porém o vírus também pode ser detectado em outros órgãos, inclusive rins, fígado e intestino delgado, e nas fezes. 
O vírus da SARS provavelmente originou-se de um hospedeiro não humano, mais provavelmente morcegos, e foi transmitido para o homem. 
Os morcegos chineses são os reservatórios naturais de coronavírus semelhantes ao vírus da SARS. Nas regiões rurais do sudeste da China, onde o surto se iniciou, pessoas, porcos e aves domésticas viviam em condições muito próximas e tinham o hábito de usar espécies selvagens na alimentação e na medicina tradicional
Manifestações clínicas
Os coronavírus humanos provocam "resfriados" em geral afebris em adultos. Os sintomas assemelham-se aos causados pelos rinovírus, incluindo secreção nasal e mal-estar. O período de incubação estende-se por 2 a 5 dias, e em geral os sintomas duram cerca de 1 semana. 
É raro haver comprometimento das vias respiratórias inferiores, embora a pneumonia em recrutas militares tenha sido atribuída à infecção por coronavírus. 
As crianças asmáticas podem sofrer crises de sibilos, e a doença pulmonar crônica em adultos pode exacerbar os sintomas respiratórios. 
Os coronavírus da SARS causam doença respiratória grave. O período médio de incubação é de cerca de 6 dias. Os sintomas iniciais comuns consistem em febre, mal-estar, tremor, cefaleia, fraqueza, tosse e dor de garganta, seguidos, poucos dias depois, de dificuldade de respirar. 
Muitos pacientes apresentam radiografias de pulmão alteradas. Alguns casos progridem rapidamente para sofrimento respiratório agudo, necessitando de suporte ventilatório. 
A morte por falência respiratória progressiva ocorre em quase 10% dos casos, com taxas mais altas entre idosos. O SARS induz intensa síntese e liberação de diferentes citocinas e quimiocinas, pelas células do sistema imunológico na circulação periférica, por cerca de duas semanas. 
Imunidade 
A exemplo de outros vírus respiratórios, ocorre imunidade, embora não seja absoluta. 
A imunidade contra o antígeno existente na projeção superficial do vírus é provavelmente mais importante para a proteção. A resistência à reinfecção pode durar alguns anos, mas é comum a ocorrência de reinfecções por cepas semelhantes. 
Diagnóstico
Detecção dos antígenos e ácidos nucleicos: Os antígenos dos coronavírus em células de secreções respiratórias poderão ser detectados por meio do teste Elisa se houver disponibilidade de antissoro de boa qualidade. 
Os coronavírus entéricos podem ser detectados pelo exame de amostras de fezes à microscopia eletrônica. 
Os testes de reação em cadeia da polimerase (PCR) são úteis para detecção do ácido nucleico de coronavírus em secreções respiratórias e amostras de fezes. O RNA dos vírus da SARS é detectável no plasma pela PCR, sendo a viremia mais facilmente detectável entre o quarto e o oitavo dias de infecção. 
Isolamento e identificação do vírus: O isolamento dos coronavírus em cultura de células tem sidodifícil. Entretanto, o vírus da SARS foi isolado de amostras de orofaringe por meio de cultura de células Vero de rins de macaco. 
Sorologia: Devido à dificuldade de isolamento do vírus, o diagnóstico sorológico com base no exame de amostras de soro das fases aguda e convalescente constitui a única maneira prática de se confirmar infecção por coronavírus. Pode-se utilizar testes de Elisa, imunofluorescência indireta e hemaglutinação. 
O diagnóstico sorológico das infecções pela cepa 229E é possível mediante um teste de hemaglutinação passiva, em que os eritrócitos recobertos com antígeno de coronavírus são aglutinados por soros que contêm anticorpos.
Fatores de risco
Considerando as características gerais da infecção, as manifestações clínicas e as possíveis complicações, e com o objetivo de orientar a conduta terapêutica adequada a cada caso, foram elaborados, pelo Ministério da Saúde, documentos técnicos contendo orientações quando ao manejo clínico e tratamento de pacientes com covid-19.
Estas orientações estão sujeitas a ajustes decorrentes da sua utilização prática e das modificações do cenário epidemiológico da covid-19.
Condições e fatores de risco a serem considerados para possíveis complicações da covid-19:
· Idade igual ou superior a 60 anos;
· Tabagismo;
· Obesidade;
· Miocardiopatias de diferentes etiologias (insuficiência cardíaca, miocardiopatia isquêmica etc.);
· Hipertensão arterial;
· Doença cerebrovascular;
· Pneumopatias graves ou descompensadas (asma moderada/grave, DPOC);
· Imunodepressão e imunossupressão;
· Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5);
· Diabetes melito, conforme juízo clínico;
· Doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica;
· Neoplasia maligna (exceto câncer não melanótico de pele);
· Cirrose hepática;
· Algumas doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme e talassemia);
· Gestação.
Transmissão
De acordo com as evidências mais atuais, o SARS-CoV-2, da mesma forma que outros vírus respiratórios, é transmitido principalmente por três modos: contato, gotículas ou por aerossol.
· A transmissão por contato é a transmissão da infecção por meio do contato direto com uma pessoa infectada (por exemplo, durante um aperto de mão seguido do toque nos olhos, nariz ou boca), ou com objetos e superfícies contaminados (fômites).
· A transmissão por gotículas é a transmissão da infecção por meio da exposição a gotículas respiratórias expelidas, contendo vírus, por uma pessoa infectada quando ela tosse ou espirra, principalmente quando ela se encontra a menos de 1 metro de distância da outra.
· A transmissão por aerossol é a transmissão da infecção por meio de gotículas respiratórias menores (aerossóis) contendo vírus e que podem permanecer suspensas no ar, serem levadas por distâncias maiores que 1 metro e por períodos mais longos (geralmente horas).
A epidemiologia do SARS-CoV-2 indica que a maioria das infecções se espalha por contato próximo (menos de 1 metro), principalmente por meio de gotículas respiratórias. Não há evidência de transmissão eficiente para pessoas em distâncias maiores ou que entram em um espaço horas depois que uma pessoa infectada esteve lá.
A transmissão por gotículas menores contendo o SARS-CoV-2 suspensas no ar na comunidade são incomuns, entretanto pode ocorrer em circunstâncias especiais quando uma pessoa infectada produz gotículas respiratórias por um período prolongado (maior que 30 minutos a várias horas) em um espaço fechado. Nessas situações, uma quantidade suficiente de vírus pode permanecer presente no espaço de forma a causar infecções em pessoas que estiverem a mais de 1 metro de distância ou que passaram por aquele espaço logo após a saída da pessoa infectada.
· Estas circunstâncias incluem:
· Espaços fechados dentro dos quais várias pessoas podem ter sido expostas a uma pessoa infectada ao mesmo tempo, ou logo após a saída da pessoa infectada deste espaço.
· Exposição prolongada a partículas respiratórias, muitas vezes geradas por esforço respiratório (gritar, cantar, fazer exercícios) que aumentam a concentração de gotículas respiratórias em suspensão.
Ventilação ou tratamento de ar inadequados que permitiram o acúmulo de pequenas gotículas e partículas respiratórias em suspensão. Alguns procedimentos médicos em vias aéreas também podem produzir aerossóis que são capazes de permanecer suspensas no ar por períodos mais longos. Quando tais procedimentos são realizados em pessoas com covid-19 em unidades de saúde, esses aerossóis podem conter o vírus, que poderão ser inalados por outras pessoas que não estejam utilizando equipamento de proteção individual (EPI) apropriado.
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