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Posse e detenção

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Posse 
 Só existe direito real se criado pela lei, pois as partes não podem criar direitos reais, e as partes podem criar 
direitos obrigacionais, e criar contratos (art. 425, CC), mas não podem criar direitos reais porque os direitos reais são 
mais poderosos, são juridicamente mais fortes, mais seguros, por isso SÓ A LEI PODE CRIÁ-LOS. 
➢ CONCEITO: 
 Propriedade é sinônimo de domínio, mas é muito diferente de posse. E o que é posse? Bem, posse não é direito, 
pois não está relacionado como tal pelo art.1225. O legislador inclusive trata a posse em título anterior ao título dos 
direitos reais. 
“Art. 1.225. São direitos reais: 
 I — a propriedade; ... 
 Alguns juristas entendem que a posse é direito, outros preferem á corrente que considera a posse um fato, e não 
um direito, ou seja, ela não é algo abstrato, ela é algo concreto. 
 A posse existe no mundo antes da propriedade, afinal a posse é um fato que está na natureza, enquanto a 
propriedade é um direito criado pela sociedade; os homens primitivos tinham a posse dos seus bens, a propriedade 
só surgiu com a organização da sociedade e desenvolvimento do direito. 
 A posse é a exteriorização da propriedade, que é o principal direito real; existe uma presunção de que o possuidor 
é o proprietário da coisa. A propriedade só surgiu com o desenvolvimento do direito. 
 A posse é protegida para evitar a violência e assegurar a paz social, bem como porque a situação de fato aparenta 
ser uma situação de direito. É, assim, uma situação de fato protegida pelo legislador. 
 A posse não é propriedade, não se trata de um direito real. Posse está inserida nos direitos das coisas. 
 Defere-se a posse quem tiver a propriedade e defere-se a propriedade quem estiver a posse, pois normalmente 
elas estão interligadas, salvo prova em contrário. 
Conceito legal: 
 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à 
propriedade. 
Poderes da propriedade: Uso ou gozo, e uso e gozo da coisa. 
➢ CARACTERÍSTICAS 
1. Posse é um reflexo da defesa da paz social. 
2. É o poder material que o sujeito de se exercer sobre a coisa. 
3. “Possessio”: posse + sedere (poder material). 
4. Conceito: poder exercido pelo homem sobre alguma coisa. (Uso ou gozo, e uso e gozo da coisa). 
5. É a exteriorização do direito de propriedade. 
6. Direito à posse (“jus possidendi”). Faculdade de possuir a coisa que decorre de um direito sobre ela. 
“Ius possession's é o direito fundado no fato da posse; ius possidendi é o direito fundado na propriedade". 
7. Propriedade tem direito à posse do bem adquirido. 
8. Como a posse não é direito expresso, a propriedade é mais forte do que a posse. Dizemos que a posse é 
uma relação de fato transitória, enquanto a propriedade é uma relação de direito 
permanente, e que a propriedade prevalece sobre a pose. 
 Súmula 487 do STF: Será deferida a posse a quem evidentemente tiver o domínio, se com base neste for 
disputada. 
 Será deferida a posse a quem tiver a propriedade. 
A posse é deferida a quem tem o domínio. 
Detenção 
 Posse é menos do que propriedade, e DETENÇÃO é menos do que posse, em uma suposição hierárquica, pois sim 
existe um estado de fato inferior à posse que é a detenção. 
 
 PROPRIEDADE 
POSSE 
DETENÇÃO 
 
 CONCEITO: Estado de fato que não corresponde a nenhum direito, ou seja, não possui proteção jurídica. 
 Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em 
nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
 Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra 
pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 
Diferença entre posse e detenção 
 A posse apesar de ser considerada uma forma de conduta que se assemelha à de dono, não é possuidor o servo na 
posse, aquele que a conserva em nome de outrem ou em cumprimento de ordens ou instruções daquele em cuja 
dependência se encontre. 
POSSUIDOR Exerce o poder de fato 
em razão de um 
interesse próprio. 
DETENTOR Exerce um interesse de 
outrem 
 
Exemplo: 
1. Caseiros que zelam por propriedade em nome do dono; 
2. Saldado em relação às armas; 
3. O motorista de ônibus; 
4. Motorista particular; 
5. O bibliotecário em relação aos livros; 
6. Os domésticos quanto às coisas do empregador. 
Obs.: O Direito lhe dispensa proteção possessória. 
 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PGM - João Pessoa - PB Prova: CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do 
Município Leonardo, proprietário de uma chácara, contratou Tadeu para trabalhar como caseiro, oferecendo-lhe moradia na 
propriedade onde o serviço deverá ser prestado. 
 Nessa situação hipotética, caso ocorra o esbulho da posse da chácara durante uma viagem de férias de Leonardo, Tadeu 
 Gabarito: não terá legitimidade para ingressar com ação possessória, uma vez que a sua posse é mera detenção. 
Como presumir? Com a subordinação / cumprimento de ordem. 
HIPÓTESES DE DETENÇÃO: 
I. A primeira encontra-se no art. 1.198, CC. 
 Detenção dependente que decorre de uma subordinação. 
 Os servidores da posse, são aquelas pessoas vinculadas por um elo de subordinação - seja de direito privado, seja 
de direito público - oneroso, ou gratuito, ao verdadeiro possuidor. Esta qualidade de detentor pode ser alterada no 
plano dos fatos jurídicos. 
 Algumas pessoas não possuem posse, mas mera detenção por isso jamais poderá adquirir a propriedade por 
usucapião dos bens que ocupam, pois só a posse prolongada enseja usucapião a detenção prolongada não enseja 
nenhum direito. 
 O detentor pode tornar-se possuidor? Sim, depende do caso concreto. Exemplifica-se com o caseiro que, depois 
de despedido, continua residindo na casa de veraneio, com conhecimento do proprietário, sendo, nesse contexto, 
possuidor injusto e contando-se o lapso temporal para usucapião. 
 Aliás, esta é a orientação do Enunciado 301 da III Jornada de Direito Civil: "É possível a conversão da detenção em 
posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios". 
II. A segunda encontra no art. 1.208, CC. 
 Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição 
os atos violentos, ou clandestinos, se não depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
 Permissão: autorização prévia, induvidosa e expressa. Quando alguém previamente autoriza a outrem utilizar 
determinado bem, sem, contudo, abrir mão da própria posse, a isto se denomina permissão. 
 Tolerância: autorização posterior e tácita. Quando a pessoa tacitamente autoriza que outrem utilize 0 bem, sem 
renunciar a posse. 
 (MPE)Foi considerada correta a questão: NÃO INDUZEM POSSE OS ATOS DE MERA PERMISSÃO OU TOLERÂNCIA. 
 Exemplo: um grande amigo seu que, vindo do interior para a sua capital, em busca de emprego, pede para passar 
um período em sua casa, o que você autoriza. Neste lapso temporal, em que seu amigo está em sua casa, não há 
posse, mas mera detenção, haja vista a sua autorização. 
 Obs.: É possível a usucapião de bem móvel proveniente de crime após cessada a clandestinidade ou a violência. 
III. Terceira hipótese 
Art. 1.208. (...) assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, ... 
 Violenta é aquela posse adquirida por meio de violência ou grave ameaça à pessoa, aqui é possível ser realizada 
uma analogia ao roubo. 
 Clandestina é aquela posse adquirida por destreza, sendo viável a analogia ao furto. 
 Exemplo: Caso invadam a posse de João, mediante violência ou grave ameaça, durante a referida invasão (na luta 
pela terra), não há posse ao invasor, mas mera detenção, pois a violência, ainda, não cessou. 
 Obs.: “(..)se não depois de cessar a violência ou a clandestinidade.” 
 Quando cessada a referidaviolência, o invasor passará a ter posse, injusta. Quando o ladrão obtém o poder material da coisa 
ele é detentor, mas quando cessar a violência ou a clandestinidade, e ele utilizar a coisa, para si como se fosse dono, e o 
proprietário deixar de exercer o direito de sequela, o ladrão pode sair da figura de detentor para virar possuidor e até mesmo 
vira possuidor. 
IV. Quarta hipótese 
Diz respeito aos bens públicos, que não podem ser usucapidos.

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