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Direito Civil

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Direito Civil
Noções introdutórias do direito das coisas
· Direito das coisas: é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente, do mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de domínio.
Somente interessam ao direito coisas suscetíveis de apropriação exclusiva pelo homem, sobre as quais possa existir um vínculo jurídico, que é o domínio. As que existem em abundância no universo, como o ar atmosférico e a água dos oceanos, por exemplo, deixam de ser bens em sentido jurídico.
Resumidamente, direito das coisas é: o conjunto de normas direcionadas às relações jurídicas que envolvem bens passíveis de apropriação pelo homem, ou seja, que são suscetíveis de valor econômico.
Podem ser quaisquer bens que assim se descrevam, materiais ou imateriais.
· O que é coisa? 
Coisa em sentido amplo: é tudo que existe, com exclusão da Pessoa (pessoa é o sujeito de direito). Ex: ar, aguas do oceano.
Coisa em sentido estrito: coisa é tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas. Ex em sentido estrito, não seria considerado coisa, o ar, a luz, as aguas do oceano, pois não são passiveis de serem objetos de relações jurídicas.
Direito das coisas:
Pessoas Coisas 
 (Vinculo J)
· Pessoas: naturais ou jurídicas;
· Coisas: bens corpóreos e incorpóreos.
Ex: 
Pessoa natural Celular (c. corpórea)
 (Propriedade)
O Direito das Coisas no Codigo civil
· A posse (art. 1.1196 a 1.224 do CC/2002);
· Os Direitos reais (art. 1225 a 1.510 do CC/2002).
Teorias da Posse
Destacam-se 2 teorias para explicar o instituto da posse:
· Teoria subjetiva: Savigny;
· Teoria Objetiva: Ihering. 
Teoria Subjetiva:
Para a teoria subjetiva de Savigny a posse caracteriza-se pela união de 2 elementos:
1- Corpus: é o elemento objetivo da teoria, que consiste na detenção física da coisa, ter a coisa em sua disposição, ou seja, possuir fisicamente a coisa.
2- Animus: é o elemento subjetivo da teoria, ele consiste na intenção (vontade) da pessoa em exercer sobre a coisa o direito de propriedade (animus domini).
É em virtude desse elemento que a teoria é denominada subjetiva. 
Ex. da teoria subjetiva = 
Estou segurando, e usando, um celular com a intenção (animus) de ser dono.
Para a teoria subjetiva de Savigny, a pessoa será considerada possuidora quando reunir os 2 elementos da posse:
1- Corpus = deter a coisa fisicamente;
2- Animus = ter a intenção de possuir a coisa como se fosse dono.
Teoria objetiva:
Para a teoria objetiva de Ihering, a posse possui apenas um único elemento: 
1- Corpus: corpus, para Ihering, não seria somente deter a coisa fisicamente como na teoria subjetiva de Savigny.
Para Ihering, o único elemento da posse é o corpus que seria a exteriorização da propriedade, ou seja, para ele não precisa ter o animus domini, basta a pessoa agir (comportar-se) como dono (proprietário) para ser considerado possuidor.
OBS: a teoria objetiva dispensa o elemento animus para a caracterização da posse, sendo assim não precisa investigar se a pessoa tem intenção de ser dono da coisa. Bastando que a pessoa agir (comportar-se) como se fosse dono (proprietário).
Ex. da teoria objetiva:
Eu estou segurando e usando este celular (agindo como proprietário), nesse caso, para Ihering, eu sou possuidor deste aparelho. Neste caso, não é necessário se investigar o animus, porque do momento que começo a usar o celular, eu demostro, eu exteriorizo que eu sou o proprietário. 
Diferenças entre as teorias: 
	Teoria subj. - Savigny
	Teoria objet. Ihering
	Corpus: detenção física da coisa
	corpus: exteriorização da propriedade.
	Animus: intenção de possuir a coisa como se fosse o proprietário
	
Teoria adotada pelo Código Civil:
O código civil de 2002 adotou a teoria de Ihering, ou seja, adotou a Teoria Objetiva.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
OBS: o Código Civil, em uma única oportunidade, adotou a Teoria Subjetiva da Posse. Essa exceção ocorreu na chamada "usucapião". Na usucapião não basta apenas que a pessoa detenha o corpus, mas é indispensável que ela possua o imóvel "como seu", agindo com "animus domini", conforme dispõe o art. 1.238 do CC.
Quem é o possuidor?
Exemplo de atos que eu posso praticar para que fique caracterizado a minha posse:
· Eu limpo e conservo uma casa;
· Eu moro na casa = 
· Eu sou possuidor da casa. 
· Eu cerquei um terro baldio;
· Eu passei a limpar o terreno;
· Eu passei a plantar no terreno =
· Eu sou possuidor do terreno.
O código civil dispõe que se considera possuidor todo aquele que tem de fato exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
E quais são os poderes da propriedade?
O art. 1228 do Código Civil diz quais são os poderes do proprietário:
· Usar;
· Gozar;
· Dispor;
· Reaver a coisa de quem injustamente a possua ou a detenha.
1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Exemplo:
- Usar (moro na casa);
- Gozar/usufruir/exploro economicamente (alugo a casa);
- Dispor (vendo, posso demolir);
- Reaver (tenho o direito de pedir a devolução da casa de quem injustamente a estiver ocupando).
Conclusão: 
Considera-se possuidor todo aquele (pessoa natural ou pessoa jurídica) que tem de fato o exercício (comporta-se como dono; exterioriza a propriedade; da uma aparência de proprietário), pelo ou não, de algum dos poderes inerentes a propriedade (usar; gozar; dispor da coisa e reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha).
A autonomia da posse em relação à propriedade
Relembrando que possuidor é aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes da propriedade.
Então na posse existe apenas uma relação fática entre a pessoa (possuidor) e a coisa.
O proprietário é a pessoa que possui o direito real de propriedade sobre uma coisa, com os atributos de: usar; gozar; dispor e reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha. 
A contrário da posse, que é uma relação fática, a propriedade é um direito real (art. 1225, I) que vincula uma pessoa a uma coisa.
Art. 1.225. São direitos reais:
I - A propriedade;
Por ser uma situação fática (apenas um acontecimento), a posse poderá se consolidar independentemente e qualquer título de propriedade, razão pela qual se pode afirmar que a posse possui uma autonomia em relação a propriedade.
A posse existe independente de um título, ela decorre de uma situação fática.
Assim, a posse não pode ser confundida com a propriedade, embora o possuidor exerça sobre a coisa alguns dos poderes da propriedade (art. 1.196), nem todo o possuidor é proprietário, assim como nem todo proprietário é possuidor. 
O instituto da posse protege:
1- A posse do proprietário;
2- A posse do não proprietário.
Exemplo: 
João mora nesta casa:
João pode ser o proprietário possuidor da casa; ou João pode ser somente o possuidor da casa.
Agora vamos imaginas que alguém invadiu (esbulhou a posse) a casa de João. O que João pode fazer?
Nesse caso joãos poderá proteger a sua posse em razão da sua qualidade de possuidor, pouco importando se ele é ou não o proprietário. 
Em virtude de a posse se consolidar independente da propriedade, o art. 557, parag. Único, do CPC, e o art.1210, § 2°, do CC, afirmam que a alegação de propriedade não obsta a reintegração ou manutenção de posse do possuidor ao dispor que:
- Não obsta a manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Conclusão: posse não pode ser confundida com propriedade, a posse constitui direito autônomo em relação a propriedade. 
Aquisição da posse
A posse não é um direito, mas sim o exercício fático de uns poderes inerentes a propriedade.
A posse tem início quando o exercício fático do uso, da fruição, da disposição ou da perseguição da coisa se torna possível:Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Esse artigo trata da ideia do traspasse do direito de posse do falecido para seus beneficiários (herdeiros e legatários), em relação aos bens do acero hereditário, na condição de titulares legítimos desse exercício fático. 
Ele traz a noção, ainda de que a posse mantém seu caráter inalterado durante o exercício de seu titular, assim prosseguindo quando da sua morte. Dessa forma, ocorrendo a transmissão hereditária, o sucessor universal herdara a posse com os mesmos caracteres que vigorava anteriormente; se possuía vícios, assim será mantida.
Destaca-se que a posse pode ser adquirida:
· Pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante, ou
· Por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
É interessante notar que não se adquire a posse enquanto houver violência ou clandestinidade:
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Descrevem-se como atos de permissão aqueles em que o possuidor consentiu expressamente para que terceiros viessem a praticar determinados atos ou a utilizar o bem, sem que extraia qualquer benefício, para si, desta situação. Ex: permito que você e sua família passem o final de semana em minha casa de praia.
Os atos de mera tolerância são aqueles que importam em uma autorização tácita por parte do possuidor, sem qualquer manifestação por escrito, com os mesmos objetivos e finalidades já referidas, como admitir que alguém possa retirar água de seu poço, ou cortar caminho por área de seu domínio. Ex: você e sua família chegam em minha casa da praia e dizem que vão ficar por lá durante uma semana, e eu não me oponho.
Tanto na permissão como na tolerância o que se verifica é a deflagração de uma política de convivência social entre as partes, típico de uma saudável conduta de boa vizinhança, com relações de amizade, caracterizados pela transitoriedade e passividade. 
No que tange as consequências destes atos, é forçoso dizer que eles não constituem atos possessórios, não gerando, pois, os resultados que estão presentes no exercício da posse. Com efeito, aquele que exerce atos originados por permissão ou tolerância não é considerado possuidor, dado o caráter da temporariedade.
Não se verifica, nestes casos, qualquer direito protestativo. Assim, a sujeição da outra parte – a qual devera suportar o exercício de um direito alheio, exercido pelo outro titular (direito protestativo) – não se verifica nos atos de permissão ou tolerância. 
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem
No que concerne à aquisição da posse, há de se destacar que a posse do bem imóvel pressupõe a posse também de seus bens móveis, mas tal presunção é relativa! Isso significa que a situação admite prova em contrário. Veja o art. 1.209, do Código Civil:
Obs.: bens públicos são insuscetíveis de posse.
Princípios fundamentais dos direitos reais
Princípio da aderência: ao se analisar a estrutura interna do direito real, mais especificamente, o modo de exercício deste direito, destaca que a característica básica do direito real é o fato de o titular sempre exercê-lo diretamente sem a necessidade de socorrer-se de qualquer intermediário, ao passo que, no direito pessoal, isso não ocorre, já que o seu titular sempre depende de outra pessoa (no caso, o devedor) para exercitar o seu direito.
Ex: Dono do automóvel, não preciso pedir autorização a ninguém para utilizá-lo. Eu simplesmente me apodero dele e o utilizo porque este direito é um direito real típico. Já no caso do direito pessoal isso não ocorre. O credor precisa necessariamente da cooperação de outra pessoa (no caso, o devedor) para exercer seu direito. Nesse sentido, se alugo uma casa, não posso simplesmente ir já me apoderando da mesma, a utilizando. Após firmar o contrato, devo obter autorização do locador (entrega das chaves, a chamada tradição simbólica) para poder usufruir da coisa.
Princípio do absolutismo: 
Os direitos reais se exercem erga omnes, ou seja, contra todos, fazendo, novamente surgir o direito de sequela, bem como o direito de preferência.
Princípio da publicidade:
Percebe-se que, em relação a imóveis, os direitos reais só são adquiridos após a transcrição no competente Cartório de Registro de Imóveis. No tocante a móveis, somente a efetiva tradição do bem. Já que podem ser arguidos contra qualquer um – vide princípio acima – todos devem ter conhecimento da existência do direito real, e a publicidade vem para tal fim.
Princípio da taxatividade:
O Princípio da taxatividade faz com que os direitos reais existentes sejam somente os enumerados na lei. No Brasil, tal ocorre no artigo 1225 do Código Civil em vigor.
Princípio da tipicidade:
O Princípio da Tipicidade impõe que o direito real, para ser invocado, deve estar previsto em lei. Não há direito real sem lei anterior que o defina. Utiliza-se, no Brasil, a técnica do numerus clausus, ou seja, há uma enumeração taxativa na lei sobre o que é considerado direito real.
Princípio da perpetuidade:
O Princípio da perpetuidade prega que a propriedade é perpetua não se perdendo pelo não uso. Ou seja, a propriedade não prescreve nem decai. Somente é perdida pelas formas legalmente previstas, como usucapião, compra e venda, desapropriação etc.
Princípio da exclusividade:
Quer dizer que duas pessoas não ocupam o mesmo espaço jurídico. Não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa. No caso do usufruto, por exemplo: O usufrutuário tem direito aos frutos, enquanto o nu-proprietário conserva o direito à substância da coisa.
Princípio do desmembramento:
Prevê que, sobre uma mesma coisa, podem ser exercidos vários direitos reais, por sujeitos diferentes. Por exemplo, um pode ter a propriedade, outro pode ter o usufruto e outro direito de servidão.
 
Posse, detenção e tença
É importante não confundir possuidor com detentor, ou seja, não devemos confundir Posse com Detenção.
O art. 1.196 do CC apresenta o conceito de possuidor ao dizer que possuidor é todo aquele que tem de fato os exercícios, pleno ou não de algum dos poderes inerentes a propriedade.
E quando o possuidor adquire a posse?
Art. 1204. Adquire a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes a propriedade.
O possuidor possui a coisa em nome próprio, e a lei garante-lhe alguns direitos tais como:
· Direito de proteger a sua pose mediante os interditos possessórios (ações possessórias);
· Direito aos frutos da coisa;
· Direito a indenização das benfeitorias e o direito de retenção da coisa;
· Direito a usucapião (direito de adquirir a propriedade do bem).
(O detentor não tem esses direitos)
Já o detentor é aquele que detém a coisa (tem a coisa fisicamente), porem em nome de outra pessoa conforme dispões o art. 1.198 do CC
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Clássico exemplo de detentor é a figura do caseiro. Há que se destacar que o detentor não tem posse e por isso não tem os seus direitos inerentes como direito aos frutos, às benfeitorias e às ações possessórias. 
Exemplo: 
Caseiro:
O caseiro (empregado) possui a coisa (sitio) em nome de outro (em nome do empregador);
Existe uma relação de dependência entre o caseiro (empregado) e o seu empregador;
O caseiro (empregado) cumpre ordens e instruções de seu empregador.
Detentor ocupante de áreas públicas:
 
A pessoa que ocupar área pública irregularmente será considerada detentora e não lhe será assegurado qualquer direito. Não lhe será devido indenização por benfeitorias.Enunciado 301 – art. 1.198. c/c art. 1.204.
É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos possessórios 
Exemplo: 
O caseiro após alguns anos morando no sitio ajuizou ação de usucapião do sitio, ou seja, o caseiro pretende pós alguns anos ser declarado o proprietário do sitio.
Para obter êxito na ação de usucapião, o caseiro pretende alegar que a sua relação inicial com o dono do sitio (empregador) terminou poucos meses após a sua contratação, e ele deixou de ser caseiro (detentor) e passou a possuir a coisa em nome próprio (possuidor). 
Nesse caso, o caseiro terá que provar que sua relação inicial (detentor) alterou para possuidor, pois segundo o art. 1.198, parag. Único, do CC, a relação inicial de detentor permanece juris tantum, ou seja, a relação inicial de detentor permanece até prova em contrário.
Tença:
Existe, ainda, outra categoria análoga à posse: a tença. Trata-se de uma situação de mero contato físico com a coisa, e não possui proteção jurídica alguma. É o caso da flanelinha que estaciona o automóvel. 
Modalidades de posse
Classificação de acordo com os vícios: 
Posse injusta: que for obtida por violência, clandestinidade e precariedade. Ex: violência - quebra de cadeado, fechadura. Clandestinidade - feita às escondidas. Precária:  quando o agente se nega a devolver a coisa findo o contrato.
Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
· Posse violenta: é aquela havida com violência, podendo ser violência física ou moral (mediante atos de coerção, ameaça.);
· Posse clandestina: posse obtida às escuras; na surdina, nas escondidas (ex: ocupação feita de madrugada);
· Posse precária: a posse precária é aquela obtida por meio do abuso de confiança em uma relação obrigacional ou contratual. Essa relação pode ser um contrato que gera a situação possessória por um certo período, mas que é encerrada ao final do que foi acordado. O abuso de confiança ocorre quando, mesmo ao final do período, o sujeito mantém a posse para si - ainda que devesse encerrá-la. 
Posse justa:
Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
A posse justa é aquela que não tem vícios objetivos, sendo obtida de acordo com as previsões legais e sem nenhuma complicação jurídica. 
 A posse justa é adquirida de forma mansa e pacífica. Quem tem posse justa tem benefícios - usucapião
Desmembramento da Posse: Direta e Indireta
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Basicamente, trata-se de considerar a existência de dois sujeitos que podem exercer o direito de posse sobre o mesmo bem. Um deles é o possuidor direto, que tem o domínio fático e próximo sobre a coisa, como um locatário de um imóvel. Já o segundo, é o possuidor indireto, porque ainda tem o direito de defender a sua posse apesar de não ter aquela relação jurídica próxima ou imediata com o bem (como o locador).
Posse de boa-fé e posse de má-fé 
Essa modalidade considera o estado subjetivo do possuidor (vício subjetivo). Desta feita, no âmbito da posse de boa-fé, o possuidor ignora o obstáculo à aquisição, ou seja, ainda que haja algum impedimento legal à sua posse do bem, ele não sabe de nada e, portanto, não tem dolo. Já na posse de má-fé, o possuidor tem ciência do obstáculo à aquisição e mesmo assim toma a posse dolosamente. Aqui há grau de culpabilidade.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Posse Ad Usucapionem 
 
É a posse exigida para fins de usucapião. Com relação a essa modalidade de posse, os seguintes elementos a comporão, quais sejam: posse mansa, posse pacífica, posse pública, posse contínua/ininterrupta e animus domini.
· Posse mansa - A posse é considerada mansa quando ela não sofre, no prazo legal de exercício, oposição de quem tenha interesse.
· Posse pacífica – Para a posse enquadrar-se como pacifica, ela deve ser exercida com tranquilidade, ou seja, uma posse sem vícios, sem a violência, sem clandestinidade, sem precariedade. Dessa forma, se a posse for violenta, clandestina ou precária ela não é apta a gerar usucapião.
· Posse pública – A posse pública, para ser caracterizada como tal, deverá ser exercida com o conhecimento do legítimo possuidor e / ou de terceiros juridicamente interessados, não vislumbrado como uma posse oculta / clandestina. Visto isso, nota-se que uma posse caracterizada pública, não pode ser exercida de forma sorrateira.
· Posse contínua – As expressões contínua e ininterrupta são tidas como sinônimos por alguns doutrinadores, enquanto outros preferem entender não o serem. Posse contínua ou Ininterrupta é a posse exercida pelo "usucapiendi" dentro do prazo legal exigido, sem que haja intervalos / solução de continuidade (intervalos de não exercício possessório).
· Animus domini – A posse exercida com animus domini significa que o "usucapiendi" apreende-o a coisa como se ela a pertencesse, fosse seu ou na qualidade de proprietário. Nada mais é do que o animus domini presente na Teoria Subjetiva de Savigny, ainda que adotemos a Teoria Objetiva de Ihering.
Posse Ad Interdicta 
A posse ad Interdicta é aquela que pode ser defendida pelos interditos através das ações possessórias bastando a posse ser justa, mas que não conduzem a usucapião. (Ex: um caseiro trabalha para mim há 20 anos, ele não pode entrar com ação de usucapião, pois a posse dele é ad Interdicta. Assim ele só pode se valer das ações possessórias para a defesa da posse e não para tê-la para si. – Se valer das ações possessórias para defender a posse de alguém que está turbando-a. outro exemplo é o a posse do locatário.) 
Posse nova e posse velha
Trata-se de uma classificação baseada no período em que determinado sujeito exerce a posse de fato sobre o bem, possuindo efeitos em matéria processual.
A posse nova é aquela que existe há menos de ano e dia, autorizando decisão liminar para o reingresso na posse, ainda que não estejam comprovados aqueles requisitos de tutela de urgência ou evidência (fumus boni iuris e o periculum in mora). Deve o autor provar:
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I- A sua posse;
II- A turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III- A data da turbação ou do esbulho;
IV- A continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
O contrário acontece com a posse velha, que demanda a indicação dos requisitos dos arts. 300 e seguintes do CPC para que o reingresso na posse seja efetivado.
Justo titulo 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Justo título é o instrumento que conduz um possuidor a iludir-se por acreditar que ele lhe outorga a condição de proprietário. Trata-se de um título que, em tese, apresenta-se como instrumento formalmente idôneo a transferir a propriedade, malgrado apresente algum defeito que impeça a sua aquisição.
Posse paralela, posse exclusiva e composse
· Posse paralela: ocorre quando existirem posses de natureza diversa sobre a mesma coisa. Ex: o desdobramento da posse em posse direta e posse indireta, na forma do art. 1.197 do Código Civil. 
João (locador) alugou a sua casa para Pedro (locatário). Existe uma posse paralela entre João (possuidor indireto) e Pedro (possuidor direto).· Posse exclusiva: é aquela posse que é exercida por uma única pessoa. Ela ocorrera quando uma pessoa natural, ou uma pessoa jurídica, exercer a posse direta ou indireta (art.1.197) de forma exclusiva, ou seja, a posse é exercida por uma única pessoa.
· Composse: a posse exclusiva se contrapõe a composse, que está prevista no Art. 1.199. Do C.C:
Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Para que exista uma composse é preciso:
1- Que duas ou mais pessoas exerçam a posse simultaneamente sobre um bem;
2- Que cada compossuidor possua uma fração ideal do bem.
Ex: João e Maria são casados no regime de comunhão universal de bens e exercem a posse sobre uma casa.
João e maria exercem a posse sobre casa simultaneamente (ao mesmo tempo), portanto entre eles existe uma composse.
João e maria são compossuidores de uma mesma casa, neste caso maria terá o direito de morar (usar) na casa, sem excluir o direito de João também morar (usar) na casa. 
Existindo a composse, qualquer um dos compossuidores poderá defender a sua posse isoladamente (sozinho) sem depender do outro compossuidor.
O art. 1.199 do código civil determina que o compossuidor, para defender a sua posse, poderá ajuizar qualquer um dos interditos possessórios (ação de reintegração de posse; ação de manutenção de posse e interdito proibitório) isoladamente (sozinho) sem depender da anuência do outro compossuidor.
Porém essa regra não se aplica se os compossuidores forem cônjuges, conforme dispões o art. 73, 2°, CPC
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
Posse natural 
· 1196 - Decorre o fato do exercício pleno ou não da posse.
Posse civil ou jurídica:
· Aquela que se adquire por força de lei. (Possuidor transfere ou adquire por título).
Composse Pro Diviso e Composse Pro Indiviso.
· A composse é a comunhão da posse, ocorre quando duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa.
A composse pro diviso é quando se tem uma divisão de fato. Já a composse pro indiviso é quando se tem um estado de indivisão.
Por exemplo: A, B e C são compossuidores de uma área de 1.500 m2, adquirida para lazer. Se eles frequentarem o local, utilizando-o indistintamente, sem que ocupem área certa e determinada, estarão exercendo composse pro indiviso. No entanto, se resolverem individualizar a área que ocupam, conferindo a cada um, parte especifica, particularizada, de 500m2, por exemplo, a posse será considerada pro diviso.
 Aquisição da posse
A aquisição pode ser classificada em originária ou derivada:
· Originaria: estado de fato da pessoa em relação à coisa, oriundo de assenhoreamento autônomo, sem a participação de um ato de vontade de outro possuidor antecedente. Se dá sem qualquer interferência do anterior titular. Não há transmissão de um direito. Não se exige que o bem jurídico seja “virgem” de sujeição do homem. Ex: avulsão (art. 1.2512).
· Adquire-se o direito em sua plenitude. Assim, para a análise de sua validade investiga-se somente o fato da aquisição, sem se cogitar de fato anterior.
· Derivada: forma de aquisição da coisa que pressupõe a existência de uma posse anterior e, consequentemente, a transmissão desta posse ao adquirente
· A validade e eficácia do direito do novo titular dependem, em regra, da validade e da eficácia do direito do precedente titular, pois ninguém transfere mais direito do que tem.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Distinção modos de aquisição da posse = originários (não há relação de causalidade entre a posse atual e a anterior, você não assume a posse de outra pessoa, você próprio adquire). Derivados (decorre da aquisição originária no possuidor anterior, ex por herdeiro. Você adquire a posse de outra pessoa).
Efeitos da posse
Efeitos da posse (art. 1.210 a 1.222).
· Desforço imediato: É a legítima defesa da posse. Frisa-se que a autotutela deve ser proporcional à violência e, por conseguinte, o excesso pode configurar crime previsto no art. 345, do Código Penal.
Posse de boa-fé:
· Percepção dos frutos: O possuidor de boa-fé tem o direito de colher os frutos. Já o possuidor de má-fé não detém direito à percepção de frutos, de modo que, responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé.
· Despesas com a produção dos frutos: os gastos que eu tiver com a produção de determinado fruto eu devo ser ressarcido.
· Direito de retenção e indenização: 
Art.1. 219.O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
O possuidor de boa-fé deve ser indenizado por benfeitorias necessárias e úteis. Ele também tem o direito de ser indenizado pelas benfeitorias voluptuárias, caso e não seja indenizado, o possuidor de boa-fé ainda poderá levantar a benfeitoria feita (ex: coloquei uma hidro no imóvel, o possuidor legitimo está requerendo o imóvel e não quer me indenizar por essa benfeitoria voluptuária. Eu, como possuidor de boa-fé, posso retirar a hidro sem causar prejuízos ao imóvel e leva-la comigo). 
Retenção: É um direito pessoal com função de garantia que permite a manutenção na posse até que o possuidor seja indenizado. Tal direito não autoriza o uso da coisa.
Posse de má-fé:
· Ressarcimento pelas despesas com a produção dos frutos:  deve ser ressarcido pelos custos coma produção e o custeio.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
· Benfeitorias necessárias:  possuidor de má-fé deve ser indenizado somente pelas benfeitorias necessárias. Assim, não há direito quanto às benfeitorias úteis e voluptuárias.
O possuidor de má-fé não tem direito de retenção.
· Status quo ante: O possuidor de má-fé pode ser compelido a tornar a coisa ao estado que ele a encontrou.
· Pode responder por perdas e danos, lucros cessantes e danos emergentes: ressalva – caso fortuito ou força maior.
Instrumentos possessórios
(ler do art.554 a 567 CPC)
Observações 
As ações possessórias possuem natureza pessoal. Portanto, não são ações reais. O objetivo é a proteção do possuidor, e tem-se como fundamento o direito de posse.
Importante frisar que direito de posse não se confunde com direito à posse! O direito de posse é a consequência da situação de posse, o direito de manter-se na condição de possuidor. Já o direito à posse é a prerrogativa dos titulares de um direito real, que é a propriedade. Como já vimos, a posse é um estado de fato, e não um direito. É considerada a exteriorização da propriedade.
Existe uma presunção de que o possuidor de algo é o proprietário da coisa. Ora, quando se vê uma moça usando uma blusa X, imagina-se que a blusa seja propriedade dela. A aparência, afinal, é a de que a possuidora é a dona, embora possa não ser.
Força nova e força velha:
São modalidades das ações possessórias.
A ação de força nova é ajuizada dentro de um ano e um dia, e tem como rito o procedimento especial.
Já a ação de força velha é aquela que é ajuizada após um ano e um dia, e o seu rito é o procedimento comum.
Características específicas
No direito brasileiro, admitem-se três modalidades de ações possessórias:
· Ação de manutenção;
· Ação de reintegração e
· Ação de proibição ou interdito proibitório.
---------------------//-----------------------------------Instrumentos possessórios são medidas/ações que tem por objetivo a defesa do possuidor.
· Fungibilidade dos instrumentos possessórios: 
Art. 554 CPC. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
As ações possessórias, em face da dinâmica dos fatos, gozam de fungibilidade. O princípio da fungibilidade indica que uma ação proposta de forma inadequada, pode ser considerada válida, permitindo que o magistrado receba e processe a demanda equivocada, quando caso o reclamava o ajuizamento de outra espécie possessória. 
Ações de tutela da posse:
· Interdito proibitório ou ação de proibição:
“A ação de proibição tem como pressuposto fático a ameaça. Trata-se de ato de ofensa à posse sem intromissão no exercício de poder. A tutela concedida é a inibitória. A tutela inibitória é a que pretende prevenir fatos futuros e antijurídicos de virem a ferir a esfera de direito de alguém”.
 É sempre utilizado quando houver uma ameaça atual ou iminente do possuidor ser turbado ou esbulhado da posse. O interdito proibitório é um mecanismo de prevenção, pois está fundado em uma ameaça, então eu me utilizo dele para evitar que eu seja turbada ou esbulhada.
Existe previsão legal de cominação de multa pecuniária:
Art. 567 CPC. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
· Ação de manutenção da posse: 
“A ação de manutenção tem como pressuposto fático a turbação. Trata-se da interferência na relação do possuidor com a coisa. Pode pensar em perturbação mesmo. O possuidor não perde a posse, apenas sofre incômodo”.
Nessa ação o possuidor é turbado (atrapalhado) no exercício da posse. Ex: eu tenho um rio em minha propriedade, e assim percebo que o gado do vizinho vem todos os dias tomar agua no meu rio.
Outro exemplo: jogar detritos em imóvel alheio caracteriza turbação
Pode haver cumulação de pedidos dessa ação com reparação de danos e indenização dos frutos.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - Condenação em perdas e danos;
II - Indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - Evitar nova turbação ou esbulho;
II - Cumprir-se a tutela provisória ou final.
Requisitos: 
1. Ter a posse do bem;
2. A minha posse deve estar sendo turbada;
3. E essa turbação deve ser atual, concreta e efetiva.
· Ação de reintegração de posse:
“A ação de reintegração tem como pressuposto fático o esbulho. Trata-se da perda injusta da posse. Pode ser perda com ou sem violência, de maneira ostensiva ou oculta. Quanto à propositura da ação, o legitimado ativo é quem afirma ser possuidor. Já o legitimado passivo é aquele que teria infringido a posse alheia.
Tem-se uma questão delicada no polo passivo: o envolvimento de uma multidão de pessoas no esbulho. Neste tipo de conflito coletivo pela posse, a citação pessoal é feita apenas a quem se encontrar no imóvel, e o restante das pessoas será citado por edital. Por fim, é necessário registrar que o Ministério Público e a Defensoria Pública serão intimados”.
É a ação utilizada quando há esbulho (perda da posse por ato de violência, clandestino e precário – posse injusta).
Art. 560.CPC O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Obs.:
· Existe perda do contato físico e imediato do bem – perdi a posse direta do bem, mas eu mantenho a posse indireta;
· Diferença entre ocupação e invasão: a ocupação é modo de aquisição de propriedade enquanto que a invasão é elemento para que se obtenha a ação de reintegração de posse.
Autotutela da posse e aspectos processuais relevantes
Tendo em vista que a posse é uma situação fática protegida pelo Direito, foram criados alguns mecanismos de autotutela para que a posse seja garantida nas situações em que a intervenção judicial não seja útil ou efetiva:
· Art. 1.2010.CC parag. 1°:
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Portanto, o possuidor tem a prerrogativa de defender a sua posse de quem queira tomá-la injustamente, seja por esbulho ou por turbação. O desforço imediato é aquela reação cabível no momento do esbulho em que o possuidor utiliza da força nos limites da proporcionalidade para recuperar o seu bem. Já a legítima defesa da posse é cabível nos casos de turbação, onde o possuidor busca acabar com a atividade que atrapalha os eu exercício da posse.
É uma conduta legitima e excepcional do possuidor (do detentor também, em alguns casos) que se vê turbado ou esbulhado da posse de assegurar sua relação direta com o bem. “Meio extrajudicial de defesa da posse que é a autotutela da posse”
Enunciado 495 CJF
No desforço possessório, a expressão "contanto que o faça logo" deve ser entendida restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses.
Outra distinção essencial é a realizada entre o juízo possessório e o juízo petitório. Em ambos, o pedido é sempre o mesmo: a posse. No entanto, a causa de pedir difere, veja: no juízo possessório a causa de pedir é puramente a posse, já no juízo petitório a causa de pedir é o direito real, ou seja, a propriedade. Melhor dizendo, o juízo petitório é aquele destinado à tutela do direito de posse fundado na propriedade, ou seja, direito de posse daquele que é também proprietário.
Por último, destaca-se que, no juízo possessório, não se pode alegar exceção de domínio, o qual determina que não se pode invocar o domínio de uma coisa para impedir sua posse.
Obs.: Não se pode alegar propriedade nas ações possessórias.
Natureza dúplice das ações possessórias
Tanto o polo passivo, quando o polo ativo no tramite do processo podem alegar a posse. Independente do polo que se tenha admitido inicialmente, as partes são igualmente elegíveis para pleitear a posse do bem.
Independentemente do polo que tenham assumido inicialmente, ativo ou passivo, as partes são igualmente elegíveis para pleitear a posse do bem. Por isso, na contestação, o réu pode fazer pedido de reintegração ou manutenção de posse em seu próprio favor, conforme art. 556 do Novo CPC. Esta era também a previsão do CPC/1973, em seu art. 922. A essa característica chama-se de caráter dúplice.
Obs.: a natureza dúplice das ações possessórias não abrange o interesse do réu ilimitadamente. É necessário que o pedido esteja relacionado à proteção da posse ou à indenização por perdas e danos resultados da ação. Caso deseje consequência jurídica diversa, deverá ingressar com ação declaratória incidental.
Perda da posse
Hipóteses de perda da posse:
Art. 1.223.CC. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Perde-se a posse quando se perdem os poderes fáticos sobre a coisa. A perda pode ser voluntária (abandono) ou involuntária (esbulho). Nesse último caso, é necessário observarem-se as regras específicas do art. 1.224, do Código Civil:
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.

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