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Aquisição da posse

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Aquisição da posse 
 Para adquirir a posse de um bem, basta usar, fruir (gozar) 
ou dispor desse bem. Pode ter apenas um, dois ou os três 
poderes inerentes à propriedade que será possuidor da 
coisa (1204: “em nome próprio” para diferenciar a posse da 
detenção do 1.198). 
 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de 
fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes 
inerentes à propriedade ao domínio. 
 Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e 
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem 
quer que injustamente a possua ou detenha. 
✓ Usar (servir-se da coisa); 
✓ Fruir (gozar é retirar frutos e utilizar os produtos da 
coisa); 
✓ dispor de um bem (poder de se desfazer, consumir 
ou gravar a coisa). 
 Quando adquire a posse? 
 Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que 
se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer 
dos poderes inerentes à propriedade. 
 Exemplos de aquisição da posse: 
 Através da ocupação ou apreensão (pescar um 
peixe, pegar uma concha na praia, pegar um sofá 
abandonado na calçada). 
 Através de alguns contratos (compra e venda, 
doação, troca, mútuo – vão transferir posse e 
propriedade; já na locação, comodato e depósito 
só se adquire posse). 
 Através dos direitos reais (usufruto, superfície, 
habitação, alienação fiduciária), 
 Através do direito sucessório (1784). 
 Na hipótese de ocupação (ou apreensão) se diz que a 
aquisição da posse é originária, pois não existe vínculo com 
o possuidor anterior. Nos demais casos, a aquisição da 
posse é derivada de alguém, ou seja, a coisa passa de uma 
pessoa para outra, com os eventuais vícios. 
 A aquisição da posse pode se dar pela própria pessoa, por 
seu representante (legal ou convencional) ou por terceiro, 
sem procuração ou mandato, desde que haja ratificação 
posterior (CC, art. 1.205). Tal aquisição poderá ser 
originária ou derivada: 
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu 
representante; 
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
 
a. Aquisição originária dar-se-á independentemente 
de translatividade ou vontade do possuidor 
originário. Decorrerá, em regra, de ato unilateral, a 
exemplo da apropriação (apreensão) de coisas 
abandonadas, pela usucapião. 
b. Aquisição derivada demanda a existência de posse 
anterior, transmitida com a anuência do possuidor 
primitivo, sendo, em regra, bilateral. Exemplifica-se 
com a tradição da posse. 
 Obs.: na modalidade de aquisição derivada, a coisa passa 
com eventuais vícios, todos os vícios quem estão com o 
bem, passam para o nome possuidor, mas no caso da 
aquisição originaria, não passa. Exemplo: comprar coisa de 
um ladrão não gera posse, mas sim detenção violenta, salvo 
vindo a detenção a convalescer, virando posse e depois 
propriedade pela usucapião; 1208 e 1261). 
 A posse, uma vez adquirida, pode ser transmitida com os 
mesmos caracteres da sua aquisição (CC, arts. 1.203 e 
1.206). 
 Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou 
legatários do possuidor com os mesmos caracteres. 
 A isto se denomina de princípio da continuidade da posse, 
a qual se consubstancia na chamada acessão da posse ou 
acessio poessessionis. 
 Para Maria Helena Diniz, tecnicamente, deve-se utilizar a 
palavra sucessão para a acessão da posse causa mortis e 
união para a acessão inter vivos. A doutrina majoritária, 
porém, vem tratando as expressões como sinônimas, 
usando tanto para a continuidade mortis causa, como inter 
vivos, o termo acessão da posse. 
 (Ano: 2016 - Banca: CESPE - Órgão: Tj/DFT - Prova: Juiz de 
Direito Substituto) Verificou-se como correta a alternativa: 
"A posse pode ser adquirida por terceiro, sem mandato do 
pretendente, caso em que a aquisição depende de 
ratificação". 
 Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TJ-SC Prova: Juiz Substituto: 
A posse de um imóvel foi considerada incorreta a seguinte 
assertiva: só pode ser adquirida pela própria pessoa que a 
pretende, mas não por representante ou terceiro sem 
mandato, sendo vedada a ratificação posterior.

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