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DIREITO DAS COISAS (PART. 2) - CLASSIFICAÇÃO E AQUISIÇÃO DA POSSE

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DIREITO DAS COISAS PART. 2 - CLASSIFICAÇÃO E AQUISIÇÃO DA POSSE 
 
7 - CLASSIFICAÇÃO DA POSSE: 
 7.1 - POSSE DIRETA E INDIRETA 
A posse será direta quando o possuidor exercer sobre a coisa poder físico, imediato. Não existe 
entre possuidor e coisa possuída qualquer tipo de obstáculo. Ao revés, será indireta a posse 
quando entre o possuidor e a coisa houver algum tipo de obstáculo que impeça qualquer 
contato físico entre eles. 
7.2 - POSSE JUSTA E INJUSTA 
Segundo o art. 1.200 do Código Civil, é justa a posse que não for violenta, clandestina ou 
precária. 
* Posse violenta é a obtida por força injusta. 
* Posse clandestina é a que se constitui às escondidas. 
* Posse precária é a posse daquele que, tendo recebido a coisa das mãos do proprietário por 
título que o obrigue a restituí-la, recusa-se injustamente a fazer a restituição e passa a possuir 
em seu próprio nome. 
7.3 - POSSE DE BOA-FÉ E DE MÁ-FÉ 
Para se determinar se a posse é de boa-fé ou de má-fé, há de ser feita pesquisa na convicção 
interna, subjetiva do possuidor. 
Terá posse de má-fé aquele que tenha ciência dos defeitos que a maculam. 
Terá posse de boa-fé aquele que não tiver ciência desses defeitos, que podem realmente 
existir. 
7.4 - POSSE COM JUSTO TÍTULO 
 Justo título é a causa hábil para constituir a posse, como o contrato de locação, de comodato, 
de depósito, de compra e venda, de doação etc. 
É também justo título a causa que seria hábil para constituir a posse, não contivesse defeito 
que a tornasse inábil. 
• Justo título é o instrumento que conduz um possuidor a iludir-se por acreditar que ele lhe 
outorga a condição de proprietário. 
• Trata-se de um título que, em tese, apresenta-se como instrumento formalmente idôneo 
a transferir a propriedade, malgrado apresente algum defeito que impeça a sua aquisição. 
• Em outras palavras, é o ato translativo inapto a transferir a propriedade por padecer de 
um vício de natureza formal ou substancial 
Em nosso ordenamento civil, o justo título recebe duplo significado: 
 (a) no art. 1.201 do Código Civil, a expressão colhe acepção ampla, significando qualquer 
causa que justifique uma posse; 
(b) no art. 1.242, o justo título é interpretado restritivamente como um título apto em tese 
para transferir propriedade e outros direitos reais usucapíveis. 
O sentido amplo do justo título para fins de posse é extraído ainda do Enunciado nº 303 do 
Conselho de Justiça Federal: “Considera-se justo título para presunção relativa da boa-fé do 
possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não 
materializado em instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função 
social da posse”. 
7.5 POSSE AD INTERDICTA 
É a posse protegida pelos interditos possessórios. 
A seu respeito dissertaremos mais detidamente em momento e lugar apropriados. 
7.6 - POSSE AD USUCAPIONE 
A posse será ad usucapionem quando o possuidor puder adquirir a propriedade do bem 
possuído por usucapião. 
USUCAPIÃO: Aquisição de um bem pelo seu uso durante um certo tempo. 
7.7 - IUS POSSIDENDI E IUS POSSESSIONIS 
* O ius possidendi é o exercício da posse sobre determinada coisa por ser titular de uma 
situação jurídica. 
* O ius possessionis é a posse sem título de direito que o justifique. 
7.8 – COMPOSSE E POSSE PARALELA 
* COMPOSSE: Art. 1.199 do CC: 
“Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos 
possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores”. 
Na composse duas ou mais pessoas têm a posse sobre a mesma coisa, no mesmo grau, ou no 
mesmo plano jurídico 
• POSSE PARALELA 
Não se confunde com o desdobramento da posse em direta ou indireta, porque aqui um dos 
possuidores não se pode utilizar diretamente da coisa, ao contrário da composse, em que a 
utilização é imediata por parte de todos, sem que haja exclusão. 
8 – AQUISIÇÃO DA POSSE: 
8.1 – GENERALIDADES 
Dispõe no art. 1.204 que se adquire a posse "desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.“ 
 A obtenção desse exercício em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à 
propriedade, se faz segundo espécies de aquisição, que se distingue em originária e derivada. 
8.2 – AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA 
A posse se constitui de modo originário quando não for transmitida de um possuidor a outro. 
 * Apreensão da Coisa: 
Ocorre apreensão quando o bem se integra à esfera volitiva do possuidor, que passa a agir 
com aparência e vontade de dono. 
 A apreensão pressupõe sempre ato físico? 
* Exercício do direito A posse se constitui de forma originária também pelo exercício do 
direito, quando este for seu objeto. 
8.3 – AQUISIÇÃO DERIVADA 
A constituição da posse será derivada quando se operar pela transmissão da situação 
possessória de uma pessoa a outra. 
Haverá sempre antigo e novo possuidor. A constituição será derivada quando houver posse 
anterior transmitida ao novo possuidor. 
8.3.1 – TRADIÇÃO: 
Tradição é a entrega da coisa de uma pessoa a outra. Pode ser real, simbólica e, ainda, fictícia. 
* Será real quando a coisa, de fato, passar de mão a mão. 
* Será simbólica quando representada por um ato. 
 * Será fictícia se ocorrer apenas abstratamente. 
O Direito Romano falava em traditio longa manu e traditio breve manu. 
Dava-se tradição longa manu quando a coisa era posta à disposição do adquirente, por ser 
impossível a entrega manual. 
A tradição brevi manu ocorria quando o adquirente já fosse possuidor do bem. 
 8.3.2 – CONSTITUTO POSSESSÓRIO 
Constituto possessório é o ato pelo qual aquele que possuía em seu nome passa a possuir em 
nome de outrem. 
 A cláusula constituti pode estar presente em qualquer contrato de alienação, como a troca e a 
doação, tendo como objeto bens móveis ou imóveis. 
Por fim, a cláusula constituti vale qualquer que seja sua forma, desde que expressamente 
pactuada, ou desde que resulte de estipulação que a pressuponha, como a locação, o usufruto, 
o comodato etc 
8.3.3 – SUCESSÃO 
O terceiro modo derivado de constituição da posse é a sucessão. Haverá sucessão quando uma 
pessoa substituir a outra em relação ou situação jurídica. 
 * Espécies: 
Quanto à causa, a sucessão será inter vivos ou causa mortis. 
Quanto ao objeto, a sucessão será a título singular ou a título universal 
 
SUCESSÃO CAUSA MORTIS: 
A posse se transmite do defunto aos sucessores (herdeiros e legatários), com todos os seus 
defeitos e vantagens. 
 É de se acrescentar que a transmissão da posse do morto a seus sucessores opera-se tão logo 
ocorra a morte. 
SUCESSÃO INTER VIVOS: 
A sucessão inter vivos não é modo de constituição da posse. 
Na verdade, quando ocorre sucessão inter vivos, a posse se constitui para o sucessor ou pela 
apreensão, ou pela tradição, ou pelo constituto possessório 
8.4 - QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE 
O art. 1.205 do Código Civil estatui que a posse pode ser adquirida: 
1) pela própria pessoa, que a pretende; 
2) ou por seu representante; 
3) por terceiro sem mandato, dependendo da ratificação. 
Aquisição pela própria pessoa, que a pretende. Reclama-se apenas a capacidade de fato. 
Aquisição por representante. Contempla-se, aqui, aquelas situações em que a pretensão é 
exercida pelo representante ou procurador. 
Aquisição por terceiro, sem mandato. Cristaliza-se a gestão de negócios, impondo-se a 
ratificação. 
8.5 – CONSEQÜÊNCIAS DE SER ORIGINÁRIA OU DERIVADA A POSSE. 
O art. 1.203 do CC estabelece a regra de que salvo prova em contrário entende-se que a posse 
mantém o mesmo caráter com que foi adquirida: 
“Art. 1203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi 
adquirida”. 
Na hipótese de sucessão causa mortis: 
Art. 1206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres. 
Na hipótese de sucessão intervivos: 
“Art. 1207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor 
singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais”.

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