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TRABALHO NOVAÇÃO

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FACULDADE ESTÁCIO UNIJIPA DE JI-PARANÁ
MODALIDADES DE EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM PAGAMENTO: novação
JI-PARANÁ/RO
ABRIL/2021
FERNANDA ANDREOLA DE SOUZA
LEILA ELER DE AGUIAR
LUCAS GABRIEL SILVA RIBEIRO
RAFAEL ANDREOLA DE SOUZA
RENAN DE LIMA SOUZA
SIMONE DE LIMA TRISTÃO
WALQUER JARBAS DOS SANTOS FILHO 
MODALIDADES DE EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM PAGAMENTO: novação
JI-PARANÁ/RO
ABRIL/2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 	.04
1.NOVAÇÃO	05
Conceito 	..05
Requisitos	05
Existência jurídica de obrigação.	.05
Constituição de nova obrigação	05
Intenção de novar	.06
Espécies 	06
Novação objetiva	06
Novação subjetiva	06
Novação subjetiva passiva 	06
Novação subjetiva ativa .............................................................................07
Novação subjetiva mista ............................................................................08
Novação mista ..............................................................................................08
Efeitos ..............................................................................................................09
CONCLUSÃO	.10
REFERÊNCIAS 	.11
 
INTRODUÇÃO
Inicialmente, vale destacar que o objetivo deste trabalho de pesquisa é compreender a respeito de uma das modalidades de extinção sem pagamento, novação. Desse modo, cabe analisar os conceitos, os requisitos, espécies e os efeitos desta modalidade, fundamentada no Código Civil de 2002 do artigo 360 ao 367. 
Observa-se que Pablo Stolze (2019) aduz a palavra novação como sendo originária da expressão latina novatio que significa novo, muito utilizada pelos romanos na transferência de uma dívida antiga para uma nova obrigação. Desta forma, segundo Stolze o direito romano é a fonte mais importante da história da novação. 
Por fim, pode-se apontar que a modalidade de extinção sem pagamento, novação, possui natureza jurídica negocial que no dizer de RUGGIERO (1999, p. 163) “trata-se de um ato de eficácia complexa, que repousa sobre uma vontade destinada a extinguir um crédito pela criação de um novo”.
 
1. NOVAÇÃO
1.1. Conceito 
Novação é o ato jurídico onde se cria uma nova obrigação, tendo o objetivo de substituir outra anterior, extinguindo-a, em outras palavras, e a extinção de uma obrigação pela outra.
Segundo Silvio Rodrigues advogado e professor catedrático de direito civil na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (2002) “diz que há novação quando as partes criam obrigação nova para extinguir uma antiga. Assim, a novação é um modo de extinção de obrigações. Todavia, ao mesmo tempo que por meio dela a primitiva obrigação perece, uma outra surge, tomando o seu lugar” 
Outrossim, para uma nova obrigação ser uma novação, ela deve conter pelo menos um elemento diferente do anterior, se não, ocorrerá a confirmação do negócio precedente.
1.2. Requisitos 
1.2.1. Existência jurídica de obrigação
O primeiro quesito de novação é a existência jurídica de obrigação, extinguir uma relação obrigacional existente, é necessário que esta relação exista; no entanto essa obrigação a ser extinta deve ser válida, uma vez que não se pode validar pela novação obrigações nulas ou extintas (art. 367 CC). 
Um exemplo, a dívida anterior ela tem que existir, porque o negócio existe, ele é válido e eficaz, ele tem que existir necessariamente para que aconteça a novação anterior.
Conclui-se que quando as obrigações nulas não geram algum efeito jurídico, e as extintas porque a novação seria que não causa dano nem benefício. Nestes casos faltaria uma obrigação a ser extinta. 
1.2.2. Constituição de nova obrigação
O segundo quesito é a criação de uma nova obrigação é um requisito diverso do primeiro como a convenção ajustado entre o sujeito da relação obrigacional, no sentido de criarem uma nova obrigação engajada a subtrair e extinguir a anterior. Nesse caso a criação de uma nova é indispensável para a definição da novação. Como exemplo, criação de uma nova relação obrigacional.
1.2.3. Intenção de novar
O terceiro quesito é a intenção de novar é um requisito primordial para a existência da novação. Exige-se, pois, que o credor tenha a intenção de novar, já que essa forma de extinção da obrigação requer do credor a renúncia ao crédito antigo e aos direitos acessórios que o acompanham. Não acontecendo impulso de novar, expresso ao tácito, desde que claro a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira (Art. 360 CC.), animus novandi, por existirem duas dividas que, no entanto; se excluem, pode o credor exigir uma ou outra, mas se cumprida uma extingue-se a outra. Um exemplo, é a intenção que existe entre as partes de criar uma relação obrigacional que substitua a originária, (ter uma nova obrigação).
1.3. Espécies 
1.3.1. Novação objetiva
A novação objetiva, é quando as partes acordam algo, que muda o acordo anterior, mas, não muda o devedor. Então é a transformação de uma obrigação em outra. Como relata o artigo abaixo:
“Art. 360. Dá-se a novação:
I — quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior”
A novação objetiva ocorrerá quando for realizado um novo acordo, acabando o acordo anterior. A novação objetiva abrange tanto casos de substituição do objeto como os de mudança de causa jurídica.
1.3.2. Novação subjetiva 
A novação subjetiva, subdivide em três espécie, que são elas; passiva, ativa e mista. 
1.3.2.1. Novação subjetiva passiva
ocorre quando surge um novo devedor, substituindo o antigo, ou seja, ficando com esse o compromisso com o credor. Esse está bem elucidado no Art. 360 II do CC que diz o seguinte: - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
Nessa modalidade, não há necessidade de alteração de objeto da obrigação, apenas de sujeito, de forma passiva, extingue a obrigação primária do então antigo devedor, passando agora essa obrigação junto ao credor para o novo sujeito passivo.
A novação subjetiva passiva, ainda se subdivide em duas partes, podendo ser por expromissão e por delegação. Expromissão é ato pelo qual quem não é devedor se apresenta ao credor como substituto do devedor, passando a ocupar o lugar deste. Delegação é a transmissão, transferência de poder, por meio da qual um indivíduo concede a outro a tarefa de representá-lo e agir em seu nome; procuração, mandato.
O Art. 362 do CC, prevê esse primeiro caso (expromissão), que é por exemplo o filho assumir uma dívida do pai perante o credor, sem a conscientização do mesmo. Sendo aceito, exclui a obrigação do pai nesse caso, e a partir desse momento, fica o filho com o dever da quitação da dívida, junto ao credor.
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.
No caso da novação subjetiva passiva por delegação, funciona da seguinte forma; o devedor chamado de delegante, delega uma terceira pessoa para assumir o seu lugar, chamado esse de delegado, e o credor no caso será chamado de delegatário. Assim feito, exclui a obrigação do antigo devedor, e passara total responsabilidade para o atual devedor chamado esse de delegado.
Segundo ROBERT JOSEPH POTHIER, para se fazer a delegação, é necessário:
· “o concurso do delegante, ou seja, do antigo devedor, que dá ao credor outro devedor em seu lugar”;
· “a pessoa do delegado, que se obriga para com o credor em lugar do antigo devedor, ou para com a pessoa indicada por ele”;
· “o credor, que em consequência da obrigação do delegado, contratada para com ele, ou para com a pessoa que ele indicou, desobriga o delegante, ou seja, o devedor”;
Na novação subjetiva, se o devedor for insolvente, não tem o credor que o aceitou, nos termos do art. 363 do CC/2002, ação regressiva contra o primeiro devedor, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
1.3.2.2. Novação subjetiva ativa
É a parte de mudança de credor, onde um novo credor recebe todos os benefícios do antigo, fazendo assim o credor quitar comele todas as dívidas de negócios de objetos em andamento.
Art. 360 Dá-se a novação:
III — quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este;
Desta forma, o devedor, não tem mais obrigação nem uma com o antigo credor, a partir de agora, sua obrigação é apena com o novo credor.
1.3.2.3. Novação subjetiva mista
Essa modalidade pode ter alteração em ambas as partes, tanto no credor/devedor, quanto no objeto e conteúdo do negócio. E essa novação é uma espécie de junção da passiva e ativa, muito raro de ocorrer.
1.3.3. Novação mista 
A novação mista trata-se da mistura das duas espécies, novação objetiva (alteração do objeto) e subjetiva (alteração do devedor ou credor), formando assim uma nova espécie.
Para que ocorra a novação mista, é necessário que tenha alterações das partes, ativa e/ou passiva e do objeto da relação obrigacional, ou seja, significa uma alteração no valor ou nas condições do pagamento e também em um dos sujeitos do contrato. Assim originando uma nova obrigação que extingui a anterior.
Neste modo, por ser uma forma mista (junção da novação objetiva e subjetiva), a novação subjetiva mista traz as características das duas espécies de novação. Configurando uma cessão de crédito ou uma assunção de dívida. Esta opção não está diretamente prevista em lei, por se tratar de expressão doutrinaria.
Segundo Maria Helena Diniz, há Novação Mista, quando se altera o credor, ou o devedor, e também o conteúdo ou o objeto da obrigação. Ter-se-á, então uma Novação sui generis pela fusão das duas modalidades de Novação: a subjetiva e a objetiva.
Glagliano diz que, trata-se, pois, de um tertium genus, formado pela fusão das duas espécies de novação anteriormente estudadas (objetiva e subjetiva). É lógico que, por ser uma forma mista, guarda as características das duas outras. Exemplo encontrado na doutrina, o pai assume dívida em dinheiro do filho (mudança do devedor), mas com a condição de pagá-la mediante a prestação de determinado serviço (mudança do objeto).
1.4. Efeitos 
Efeito é aquilo que é produzido por uma causa, consequência ou resultado. Aplicando-se ao tema da novação, seu principal efeito é liberatório, ou seja, a extinção da primitiva obrigação, por meio de outra, criada para substituí-la.
O art. 364 do CC, aduz que:
 A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.
Em regra, realizada a novação, extinguem-se os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário (art. 364, primeira parte, do CC/2002).
Da mesma forma, a ressalva de uma garantia real (penhor) que tenha por objeto bem de terceiro (garantidor da dívida) só valerá com a anuência expressa deste (art. 364, segunda parte, do CC/2002).
Assim, ocorrida a novação entre o credor e um dos devedores solidários, o ato só será eficaz em face do devedor que novou, recaindo sobre o seu patrimônio as garantias do crédito novado (art. 365 do CC/2002). Segundo VENOSA (2019) “em se tratando de solidariedade ativa, uma vez a novação, extingue-se a dívida”.
CONCLUSÃO
Conforme pesquisa realizada, observa-se que a novação é uma das modalidades da extinção da obrigação sem pagamento que possui natureza jurídica negocial com o objetivo de substituir outra anterior.
Assim, verificou-se através do conceito de Silvio Rodrigues que “há novação quando as partes criam obrigação nova para extinguir uma antiga”, devendo conter pelo menos um elemento diferente da anterior.
Por conseguinte, analisou-se que são necessários três requisitos para uma novação, primeiro há existência jurídica de uma obrigação, segundo que seja constituída uma nova obrigação, e por último, é a intenção de novar por parte do credor.
Observou-se também a respeito das espécies da novação, ao total são três espécies: novação objetiva- ocorre quando é realizado um novo acordo, acabando o acordo anterior, muda o objeto, mas não muda o credor; a novação subjetiva- subdivide em três espécie, subjetiva passiva, ativa e mista, na passiva surge um novo devedor substituindo o antigo, ficando este quite com o credor, na ativa há mudança de credor, onde o novo credor recebe todos os benefícios do antigo, ficando o devedor quite com este e na mista é a junção da ativa com a passiva, podendo ter alteração tanto no credor e devedor, quanto no objeto e conteúdo do negócio, não menos importante a novação mista, é a junção da novação objetiva e subjetiva, 
Por fim, conclui-se que os efeitos da novação são constituídos por causa, consequência ou resultado, sendo que seu principal efeito é liberatório, onde a extinção da primeira obrigação, por meio de outra, criada para substituí-la.
REFERÊNCIAS
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume 2 : obrigações / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho. – 20. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.1. Direito civil - Legislação - Brasil I. Pamplona Filho, Rodolfo. II. Título.

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