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Ética na Administração Pública

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Curso preparatório para a ABIN – Direito Administrativo!! 
Aula 05 – Ética na Administração Púbica 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 
 
1 
 
 
 
Olá! 
Para alguns, trata-se de um alívio. Para outros, significa um momento de 
grande apreensão. Independentemente do sentimento que você esteja sentido, 
informo que chegamos à última aula do curso de Direito Administrativo. 
Neste momento, caso você tenha conseguido estudar todo o material 
disponibilizado, o mais conveniente é fazer uma breve revisão dos principais 
pontos, limitando-se aos resumos, resolução de questões e anotações 
particulares. 
 No mais, espero que o curso tenha lhe fornecido uma excelente base em 
Direito Administrativo para enfrentar as questões de prova. Todo o conteúdo a 
que você teve acesso foi elaborado com bastante cuidado, tentando focar 
somente aquilo que realmente é importante para a prova. 
 A propósito, hoje iremos abordar um tema que não é muito cobrado em 
provas de concursos: Código de Ética do Servidor Público (Decreto 
1.171/94). 
 A principal dica em relação a presente aula é a seguinte: leia e releia, com 
bastante atenção, a integralidade do texto do decreto. É o seu exato conteúdo 
que o CESE tem cobrado em suas provas, exigindo o aluno uma boa interpretação 
do enunciado das questões, é óbvio! 
Acredite em seu potencial e faça a sua parte. Deixe o restante com 
aquele lá de cima! 
 
Bons estudos! 
 
 Fabiano Pereira 
 
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite 
que ele possa ser realizado”.que ele possa ser realizado”.que ele possa ser realizado”.que ele possa ser realizado”. 
Roberto Shinyashiki 
 
 
Aula 05 – ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 Curso preparatório para a ABIN – Direito Administrativo!! 
Aula 05 – Ética na Administração Púbica 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
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2 
 
 
1. O que é Ética?1 
A origem da palavra ética vem do grego ethos, que quer dizer o modo de 
ser, o caráter. Os romanos traduziram o ethos grego, para o latim mos (ou no 
plural mores), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. 
Tanto ethos (caráter) como mos (costume) indicam um tipo de 
comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce 
com ele como se fosse um instinto, mas que é "adquirido ou conquistado por 
hábito" (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, dizem 
respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir 
das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem. 
No nosso dia-a-dia não fazemos distinção entre ética e moral, usamos as 
duas palavras como sinônimas. Mas os estudiosos da questão fazem uma 
distinção entre as duas palavras. Assim, a moral é definida como o conjunto de 
normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento 
do indivíduo no seu grupo social. 
A moral é normativa. Enquanto a ética é definida como a teoria, o 
conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar, 
compreender, justificar e criticar a moral ou as morais de uma sociedade. A ética 
é filosófica e científica. 
"Nenhum homem é uma ilha". Esta famosa frase do filósofo inglês Thomas 
Morus, ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para o ser 
humano viver é preciso conviver. É justamente na convivência, na vida social e 
comunitária, que o ser humano se descobre e se realiza enquanto um ser moral 
e ético. É na relação com o outro que surgem os problemas e as indagações 
morais: o que devo fazer? Como agir em determinada situação? Como 
comportar-me perante o outro? Diante da corrupção e das injustiças, o que fazer? 
Portanto, constantemente no nosso cotidiano encontramos situações que 
nos colocam problemas morais. São problemas práticos e concretos da nossa vida 
em sociedade, ou seja, problemas que dizem respeito às nossas decisões, 
escolhas, ações e comportamentos - os quais exigem uma avaliação, um 
julgamento, um juízo de valor entre o que socialmente é considerado bom ou 
mau, justo ou injusto, certo ou errado, pela moral vigente. 
 
1 Extraído do site http://www.dhnet.org.br/direitos/codetica/textos/oque_e_etica.html. 
 
SUMÁRIO 
 Curso preparatório para a ABIN – Direito Administrativo!! 
Aula 05 – Ética na Administração Púbica 
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O problema é que não costumamos refletir e buscar os "porquês" de nossas 
escolhas, dos comportamentos, dos valores. Agimos por força do hábito, dos 
costumes e da tradição, tendendo a naturalizar a realidade social, política, 
econômica e cultural. Com isto, perdemos nossa capacidade critica diante da 
realidade. Em outras palavras, não costumamos fazer ética, pois não fazemos a 
crítica, nem buscamos compreender e explicitar a nossa realidade moral. 
No Brasil, encontramos vários exemplos para o que afirmamos acima. 
Historicamente marcada pelas injustiças sócio-econômicas, pelo preconceito 
racial e sexual, pela exploração da mão-de-obra ïnfantil, pelo "jeitinho" e a "lei 
de Gerson", etc., a realidade brasileira nos coloca diante de problemas éticos 
bastante sérios. Contudo, já estamos por demais acostumados com nossas 
misérias de toda ordem. 
Naturalizamos a injustiça e consideramos normal conviver lado a lado as 
mansões e os barracos, as crianças e os mendigos nas ruas; achamos inteligente 
e esperto levar vantagem em tudo e tendemos a considerar como sendo otário 
quem procura ser honesto. 
Na vida pública, exemplos é o que não faltam na nossa história recente: 
"anões do orçamento", impeachment de presidente por corrupção, compras de 
parlamentares para a reeleição, os medicamentos, máfia do crime organizado, 
desvio do Fundef etc. 
Não sem motivos fala-se numa crise ética, já que tal realidade não pode 
ser reduzida tão somente ao campo político-econômico. Envolve questões de 
valor, de convivência, de consciência, de justiça. Envolve vidas humanas. Onde 
há vida humana em jogo, impõem-se necessariamente um problema ético. O 
homem, enquanto ser ético, enxerga o seu semelhante, não lhe é indiferente. O 
apelo que o outro me lança é de ser tratado como gente e não como coisa ou 
bicho. Neste sentido, a Ética vem denunciar toda realidade onde o ser humano é 
coisificado e animalizado, ou seja, onde o ser humano concreto é desrespeitado 
na sua condição humana. 
 
2. Quadro distintivo entre a ética e a moral 
 
 Apesar de a maioria das questões de prova versar sobre o texto literal do 
Decreto 1.171/1994 (principalmente se levarmos em conta que a banca fez 
referência ao dispositivo), é importante que você conheça as principais diferenças 
existentes entre moral e ética, pois, no mundo dos concursos públicos, é melhor 
sobrar do que faltar conhecimento. 
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 Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que as 
expressões “ética” e “moral” possuem conteúdo distinto, portanto, não podem 
ser estudadas como se fossem sinônimas. 
 
ÉTICA MORAL 
. Caracteriza-se como uma reflexão 
filosófica sobre a moral (caráter 
teórico); 
. Possui caráter prático (apresentando-
se com força normativa); 
. Possui um caráter permanente, pois 
é universal; 
. Possui um caráter temporário, pois 
é cultural; 
. É princípio; . São aspectos de condutas 
específicas; 
. É a “ciência” que estuda a moral 
(diretamente relacionada à política). 
. Está relacionada com os costumes 
de determinadosgrupos sociais. 
 
3. Exposição de motivos para a criação do Código de Ética profissional do 
servidor civil do Poder Executivo Federal 
 
 Em maio de 1994, o professor Romildo Canhim, Ministro de Estado Chefe 
da Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, encaminhou 
ao Presidente da República a “exposição dos motivos” que ensejavam a criação 
de um Código de Ética profissional no âmbito da Administração Federal. 
 Por se tratar de um documento extremamente objetivo, que justifica a 
criação do Código de Ética, é importante que você conheça o seu conteúdo, pois 
se trata de uma excelente fonte para elaboração de questões de concursos. 
 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
 
Conforme é do conhecimento de Vossa Excelência, em sua 2ª Reunião 
Ordinária, realizada em 4 de março de 1994, decidiu a Comissão Especial criada 
pelo Decreto Nº 1.001, de 6 de dezembro de 1993, constituir um grupo de 
trabalho com o fim específico de elaborar proposta de um Código de Ética 
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Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, tendo sido designado 
para sua coordenação o Professor Modesto Carvalhosa, Membro da Comissão 
Especial e Presidente do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Secção de São Paulo. 
Ato contínuo, contando com a inestimável colaboração do Jurista Robison 
Baroni, também Membro do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Secção de São Paulo, e do Doutor Brasilino Pereira dos Santos, Assessor da 
Comissão Especial, seguiu-se a elaboração do anexo Código de Ética Profissional 
do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, aprovado, por unanimidade, em 
Sessão Plenária de 6 de abril de 1994. 
Na mesma Sessão, a Comissão Especial deliberou submeter à superior 
consideração de Vossa Excelência a anexa minuta de Decreto que aprova o 
Código de Ética Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal. O 
referido Código de Ética Profissional contempla essencialmente duas partes, 
sendo a primeira de ordem substancial, sobre os princípios morais e éticos a 
serem observados pelo servidor e a segunda de ordem formal, dispondo sobre a 
criação e funcionamento de Comissões de Ética. 
A primeira parte, que constitui o Capítulo I, abrange as regras 
deontológicas (Seção I), os principais deveres do servidor público (Seção II), bem 
como as vedações (Seção III), e a segunda, que constitui o Capítulo II, trata da 
criação e do funcionamento das Comissões de Ética em todos os órgãos do Poder 
Executivo Federal. 
Entende a Comissão Especial que um Código de Ética Profissional desse 
jaez se faz imprescindível, máxime num momento em que os atos de corrupção 
generalizada são estimulados sobretudo pelo mau exemplo decorrente da 
impunidade, também resultante, quase sempre, da ausência de valores éticos e 
morais. 
Por isso, o referido Código de Ética, ainda no entendimento da Comissão 
Especial, deverá integrar o compromisso de posse de todo e qualquer candidato 
a servidor público, sendo-lhe entregue, no momento de sua posse, vinculando-
se à sua observância durante todo o tempo do exercício funcional. 
A Escola Nacional de Administração Pública e a imprensa terão papel de 
especial relevância na divulgação do assunto e na colheita de sugestões, junto à 
cidadania, no sentido de adaptar o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil a todos os setores do Poder Executivo Federal. 
Enfim, o objetivo mais nobre da elaboração do Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal foi proporcionar uma ampla 
discussão sobre este assunto, fazendo com que o maior número possível de 
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pessoas adote-o para reflexão e, posteriormente, tome-o como guia de conduta 
profissional e pessoal. 
Para se aferir a conveniência e a oportunidade de um Código de Ética, 
bastaria lembrar a recomendação, inscrita no Preâmbulo da Constituição, no 
sentido de que incumbe ao Estado assegurar o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na 
ordem internacional, com a solução pacífica das controvérsias", bem assim em 
seu artigo 1º, assegurando que a República Federativa do Brasil "constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania, a cidadania 
e a dignidade da pessoa humana". 
E ainda como corolário dessa posição assumida pelo Poder Constituinte, 
mais adiante, ao lado dos princípios doutrinários da legalidade, da impessoalidade 
e da publicidade, a Constituição, no artigo 37, prestigia o princípio da 
moralidade administrativa atribuindo-lhe foros jurídicos e, por via de 
conseqüência, determinando sua imprescindível observância na prática de 
qualquer ato pela Administração Pública. 
Logo, por força da própria Constituição, a ética passou a integrar o próprio 
cerne de qualquer ato estatal como elemento indispensável à sua validade e 
eficácia. 
Isto implica dizer que, sobretudo em respeito à Constituição de 1988, que 
expressamente recomenda a obediência aos cânones da lealdade e da boa fé, a 
Administração Pública, através de seus servidores, deverá proceder, em relação 
aos administrados, sempre com sinceridade e lhaneza, sendo-lhe interdito 
qualquer comportamento astucioso, eivado de malícia ou produzido de maneira 
a confundir dificultar ou minimizar o exercício de direitos (MELLO, Celso Antonio 
Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo, 2ª edição, São Paulo, Editora 
Revista dos Tribunais, 1990, p. 71). 
Como reforço desse entendimento, a Constituição de 1988 também inovou 
no artigo 5ª, inciso LXXIII, ao incluir a moralidade administrativa entre os valores 
básicos da República a serem protegidos por meio de ação popular. Segundo esta 
norma constitucional, mesmo que não haja efetivo prejuízo de ordem material ao 
patrimônio público, se o ato da Administração for lesivo à moralidade 
administrativa deverá ser invalidado judicialmente, via ação popular ou mesmo, 
antes, revisto administrativamente, conforme o artigo 115 da Lei nº 8. 112, de 
11 de dezembro de 1990, que consagra posicionamento tradicional da 
jurisprudência (Súmula nº 473 do Supremo Tribunal Federal). 
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A propósito, deve ainda ser lembrado que o legislador ordinário, 
normatizando sobre o assunto, através da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 
1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos, no artigo 116, 
inciso IX, também determina a obediência obrigatória ao princípio da moralidade 
administrativa, ao incluí-lo entre os deveres funcionais dos servidores públicos. 
Por fim, é ainda a própria Lei Maior que dispõe, conforme o parágrafo 4º 
de seu artigo 37, que os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível". 
Cumprindo a norma inscrita nesse dispositivo constitucional, o legislador 
ordinário, através da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, cuidou de 
regulamentar minuciosamente as hipóteses de suspensão dos direitos políticos, 
perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário em 
decorrência da prática de atos de improbidadeadministrativa, que abrange todos 
os atos imorais, improbos ou aéticos. 
Isso implica, no entendimento da Comissão Especial, a adoção da 
tradicional doutrina segundo a qual "o agente administrativo, como ser humano 
dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, 
o honesto do desonesto, não podendo desprezar o elemento ético de sua conduta. 
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, 
o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre 
o honesto e o desonesto". (MAURICE HAURIOU, "Précis Élémentares de Droit 
Administratif", Paris, 1926, pp. 197 e ss., "apud" MEIRELLES, Hely Lopes. Direito 
Administrativo Brasileiro, 18ª edição, atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, 
Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, São Paulo, Malheiros 
Editores, 1993, p. 84). 
Toda a sociedade, conforme o evidenciam a Constituição, as leis 
emergentes e a tradicional doutrina do Direito Administrativo, vem se 
convencendo de que somente se a conduta de seus agentes for pautada por 
princípios rigorosamente conformes à moralidade administrativa e ética, a 
Administração poderá estabelecer a solidariedade social, como forma de 
fortalecimento do Estado de Direito. 
Daí a necessidade de se proporcionar os meios necessários para que 
qualquer setor do poder, em vez do exemplo da falta de solidariedade social e do 
descaso pelo ser humano, inspire confiança e respeito. 
Esta necessidade se torna ainda mais premente devido á constatação, a 
cada momento, da forma humilhante com que, em geral, é tratado o ser humano, 
sobretudo aqueles mais necessitados de assistência por parte do Estado, como é 
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o caso dos injustiçados em geral, dos menores de idade, dos idosos e, sobretudo, 
dos enfermos, estes nas longas filas dos hospitais públicos, sem as mínimas 
condições materiais e humanas para a prestação de um serviço, se não 
adequado, ao menos razoável. 
Com efeito, os atos de desrespeito ao ser humano às vezes chegam a 
requintes de perversidade, havendo casos em que o próprio servidor público 
assume a postura de inimigo ou de adversário frente ao usuário, não lhe 
prestando sequer uma informação de que necessita, dando-lhe as costas como 
resposta. 
Isto, infelizmente, é verdade. Esta é a maneira como são, de regra, 
operados muitos dos serviços públicos no Brasil, num retrato, sem paralelo nos 
Países industrializados, da opressão social, da humilhação, da disfunção social, 
do dano moral. 
E as pessoas - de tanto sofrerem danos morais, de tanto contemplarem a 
esperteza alheia, de tanto serem maltratadas no aguardo da solução de seus 
problemas, uma doença, um processo à espera do atendimento de um direito seu 
pela Administração Pública, às vezes aguardando apenas um carimbo ou uma 
rubrica de um servidor público, o que, muitas vezes, somente acontece depois 
da morte - por tudo isso, vão perdendo sua fé nas instituições; as pessoas, 
mesmo aquelas mais cultas, quase sempre não têm consciência de seus direitos 
e até supõem serem normais os maus tratos recebidos da parte de certos setores 
do serviço, pensando que os servidores lotados ali estejam no exercício regular 
de um direito de não serem incomodados pelos problemas que supõem alheios, 
o que, de resto, conduz a um verdadeiro estado que poderíamos denominar de 
alienação social ou de inconsciência coletiva. 
Por isso, a Comissão Especial, constatada a triste realidade indicativa de 
que o arcabouço jurídico vem se mostrando cada vez mais ineficiente para corrigir 
certas anomalias de condutas de que padecem diversos setores do serviço 
público, decidiu elaborar um Código de Ética Profissional do Servidor Civil do 
Poder Executivo Federal, tendo por fundamentos básicos a probidade, decoro no 
exercício da função pública e os direitos da cidadania de não sofrer dano moral 
enquanto usuária desses mesmos serviços. Com este Código pretende-se, numa 
primeira fase de sua implementação, instalar, na Administração Pública, a 
consciência ética na conduta do servidor público, com o restaurar da sua 
dignidade e da sua honorabilidade, criando assim incentivos à prática da 
solidariedade social. 
Isso significa, igualmente, a adesão do Estado ao entendimento doutrinário 
de que sua conduta conforme à Ética consolida efetivamente o Poder, criando em 
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torno da autoridade a colaboração espontânea da cidadania, em decorrência da 
conseqüente obtenção de serviços públicos mais satisfatórios. 
A consciência ética do servidor público, nesse particular, além de restaurar 
a cidadania corrige a disfunção pública no Brasil, que decorre não só da falta de 
recursos materiais, mas, principalmente, da conduta muitas vezes perversa no 
atendimento aos usuários dos serviços públicos, atentatória aos direitos humanos 
universalmente declarados. 
Um Código de Ética como o ora submetido a Vossa Excelência, Senhor 
Presidente, reflete a constatação de que há muito, na sociedade brasileira, existe 
uma demanda difusa não atendida, pelo resgate da ética no serviço público. 
Infelizmente, os serviços públicos continuam cada vez mais tão distantes, 
tão indiferentes, tão isolados em relação à população, como se o Estado não 
tivesse nada a ver com os problemas das pessoas, apenando-as com a cruel 
prática que já se tornou costume, da protelação e do maltrato nas relações entre 
os servidores e os destinatários dos serviços. 
Enfim, Senhor Presidente, a Comissão Especial, no cumprimento de uma 
das missões com as quais entende haver sido criada, busca com o Código de 
Ética ora submetido à superior apreciação de Vossa Excelência, a criação de 
meios que estimulem em cada servidor público o sentimento ético no exercício 
da vida pública. 
O que pretende, enfim, a Comissão Especial é, de qualquer forma contribuir 
para impedir a continuidade da repetida prática do desprezo e da humilhação 
com que são, em muitos setores da Administração, tratados os usuários dos 
serviços públicos, principalmente aqueles mais desprotegidos e que por isso 
mesmo deles mais necessitam. 
Se este Código de Ética tiver o condão de contribuir para o esclarecimento 
às pessoas sobre seus direitos de serem tratadas com dignidade e respeito por 
todos os agentes do serviço público já terá alcançado em grande parte seu 
objetivo. 
Por outro lado, deve ser esclarecido que a efetividade do cumprimento do 
Código de Ética ora apresentado a Vossa Excelência não se baseia no arcabouço 
das leis administrativas e nem com estas se confunde, mas se apóia no 
sentimento de adesão moral e de convicção íntima de cada servidor público. 
Reprisa-se que, absolutamente, não se trata de mais uma lei, como se 
poderia pensar à primeira vista, mas de um Código de Ética, que deverá ser 
cumprido não tanto por sua condição de ato estatal, aprovado por um Decreto do 
Senhor Presidente da República, na qualidade de titular da "direção superior da 
administração federal" (Constituição, artigo 84, inciso II), mas principalmente em 
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virtude da adesão de cada servidor, em seu foro íntimo, levando, com isso, o 
Estado a assumir o papel que sempre lhe foi incumbido pela Sociedade, 
notadamente nas áreas mais carentes, como é o caso da prestação dos serviços 
de saúde, segurança, transporte e educação. 
Portanto, conforme o entendimento da Comissão Especial, expresso neste 
Código de Ética, o princípio da obrigatoriedade do procedimento éticoe moral no 
exercício da função pública não tem por fundamento a coercibilidade jurídica. 
Aliás, até mesmo a coercibilidade jurídica deve buscar seu fundamento na Ética, 
pois esta, a rigor, não se impõe por lei. Ao contrário, está acima da lei, a ditar as 
diretrizes desta, fazendo-se aceitar mais pelo senso social, pela educação, pela 
vontade íntima do próprio agente moral, acolhida com liberdade, em decorrência 
de sua conscientização e de sua convicção interior. 
Enfim, o Código de Ética ora apresentado a Vossa Excelência não se 
confunde com o regime disciplinar do servidor público previsto nas leis 
administrativas. Antes de tudo, fornece o suporte moral para a sua correta 
aplicação e cumprimento por todos os servidores. 
Para melhor se compreender a total separação entre o Código de Ética e a 
lei que institui o regime disciplinar dos servidores públicos, basta a evidência de 
que o servidor adere à lei por uma simples conformidade exterior, impessoal, 
coercitiva, imposta pelo Estado, pois a lei se impõe por si só, sem qualquer 
consulta prévia a cada destinatário, enquanto que, no atinente ao Código de 
Ética, a obrigatoriedade moral inclui a liberdade de escolha e de ação do próprio 
sujeito, até para discordar das normas que porventura entenda injustas e lutar 
por sua adequação aos princípios da Justiça. Sua finalidade maior é produzir na 
pessoa do servidor público a consciência de sua adesão às normas preexistentes 
através de um espírito crítico, o que certamente facilitará a prática do 
cumprimento dos deveres legais por parte de cada um e, em conseqüência, o 
resgate do respeito aos serviços públicos e à dignidade social de cada servidor. 
Por último, o Código de Ética prevê que o julgamento do servidor em falta 
será feito por uma Comissão de Ética, formada por três servidores indicados 
conforme seus antecedentes funcionais, passado sem máculas, integral 
dedicação ao serviço público, boa formação ética e moral. 
As Comissões de Ética pretendem ser um elo de ligação entre o usuário e 
o serviço público, encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética na 
Administração Pública, sobretudo no tratamento das pessoas e na proteção do 
patrimônio moral e material do serviço público. 
Caberá às Comissões de Ética instaurar processo sobre ato, fato ou 
conduta passível de infringência a princípio ou norma ética, de ofício ou mediante 
consulta, denúncia ou representação, formulada por qualquer pessoa que se 
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identifique ou entidade associativa de classe regularmente constituída, contra 
servidor público ou contra o setor ou a repartição pública em que haja ocorrido a 
falta. A pena será a censura, devendo a decisão ser registrada nos assentamentos 
funcionais do servidor. 
Com base no exposto, Senhor Presidente, valho-me da presente para 
submeter, em nome da Comissão Especial, à elevada consideração de Vossa 
Excelência a anexa proposta de Decreto que aprova o Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. 
Respeitosamente, 
ROMILDO CANHIM 
 
4. Código de Ética e princípio da legalidade 
 
Antes de conhecermos os seus dispositivos, é importante destacar que o 
Código de Ética não foi criado através de lei, mas através de Decreto editado 
pelo Presidente da República. 
Como o princípio da legalidade impõe que somente a lei pode criar 
condutas obrigatórias aos órgãos e agentes no âmbito da Administração Pública 
brasileira, o Código de Ética nada mais é do que um “código de adesão”. Isso 
porque a sua transgressão não implicará, necessariamente, em violação à lei, 
mas tão somente descumprimento do compromisso pessoal e moral assumido 
pelo administrador público. Por isso a penalidade nele prevista é apenas a 
de censura. 
 
(CESPE/Especialista – DEPEN/2015) De acordo com o decreto 1.171/94, a 
remoção é uma das penalidades aplicáveis ao servidor por comissões de ética. 
Assertiva considerada incorreta pela banca. 
 
De qualquer modo, o Código de Ética serve para incentivar e estimular o 
comportamento ético no setor público, sendo necessário que as regras 
deontológicas e as que fazem referência a deveres e vedações sejam 
devidamente levadas ao conhecimento de todos os agentes públicos, garantindo-
se, assim, máxima efetividade. 
 
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5. Abrangência das regras do Código de Ética 
 
Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor 
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que 
sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a 
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as 
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, 
ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 
 
(CESPE/Técnico Judiciário – TRE GO/2015) Mauro, estudante de direito que 
cumpre estágio em um TRE, foi flagrado pelo presidente do tribunal quando 
acessava sítios eletrônicos impróprios em um dos computadores do órgão. Nessa 
situação, não há que se falar em desobediência ao Código de Ética dos Servidores 
Públicos, uma vez que Mauro não é servidor público. Assertiva considerada 
incorreta pela banca. 
 
6. Comissões de Ética 
 
Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, 
indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça 
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de 
Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, 
no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe 
conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de 
censura. 
 À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da 
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta 
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
 
6.1. Servidor que não é ocupante de cargo efetivo da entidade ou 
órgão pode ser membro ou secretário-executivo de Comissão de Ética de 
que trata o Decreto 1171/94? 
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Segundo a Lei 3780/60, o quadro de pessoal é constituído de uma parte 
permanente, integrada pelos cargos efetivos e em comissão, e pela parte 
suplementar, integrada pelos cargos extintos. Assim, tanto o membro de 
Comissão de Ética, quanto o secretário-executivo de Comissão pode ser ocupante 
de cargo em comissão, ainda que não ocupante de cargo efetivo da entidade ou 
órgão. 
 
6.2. Como deve ser indicado o presidente da Comissão de Ética e 
quem deve substituí-lo em suas ausências? 
O presidente da Comissão de Ética Pública será escolhido pelos próprios 
integrantes da Comissão, de acordo com o inciso VI do art. 4º do Decreto 
6029/07. Já para a escolha do presidente de Comissão de Ética de que trata o 
Decreto 1171/94, na ausência de norma expressa, recomenda-se que seja 
seguida a mesma sistemática estabelecida para a CEP, ainda que essa escolha 
possa ser feita pela própria autoridade no ato de designação de seus membros. 
É recomendável que o presidente da Comissão seja substituído em suas 
ausências pelo membro mais antigo. 
 
6.3. O Código de Ética do Servidor Civil se aplica às sociedades de 
economia mista? 
Sim, de acordo com o inciso XXIV do Código de Ética Profissional doServidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 
1171/94. 
 
6.4. Diretores e Conselheiros de Empresas Públicas sujeitam-se ao 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, aprovado pelo 
Decreto 1171/94? 
Sim, de acordo com o inciso XXIV do Capítulo II do Código de Ética do 
Servidor Civil, aprovado pelo Decreto 1171/94, para fins de apuração do 
comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por 
força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza 
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, 
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como 
as autarquias, as fundações pública, as entidades paraestatais, as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde 
prevaleça o interesse do Estado 
 
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7. Penalidade que pode ser aplicada pela Comissão de Ética 
A única penalidade aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é 
a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por 
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. 
 
 Na sequência, apresento os dispositivos do Decreto 1.171/1994 
que devem ser assimilados para garantir a integralidade das questões de 
prova: 
CAPÍTULO I 
Seção I 
Das Regras Deontológicas 
 
 I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no 
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
 Para responder às questões de prova, deve ficar claro que a consciência 
dos princípios morais deve direcionar as condutas do servidor público no âmbito 
da Administração Pública e também fora dela, em suas atividades privadas que 
possam repercutir no exercício de suas funções públicas. 
 
 II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua 
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o 
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas 
no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
O art. 37, § 4º, da Constituição Federal, dispõe que “os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma 
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 
 
 III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre 
o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem 
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor 
público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
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 Conforme preceitua Hely Lopes Meirelles, a conduta administrativa “não 
terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria 
instituição, porque nem tudo que é legal é honesto”. 
 
 IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos 
direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, 
como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como 
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como 
conseqüência, em fator de legalidade. 
 A remuneração dos servidores públicos não pode ser paga diretamente por 
particulares, ainda que a título de doação, por exemplo, pois, nesse caso, a 
imparcialidade e impessoalidade do exercício das funções públicas estariam 
comprometidas. 
 
 V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade 
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como 
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado 
como seu maior patrimônio. 
 Se o servidor está exercendo atividades em prol do interesse público, 
certamente será um dos beneficiados com a eficiência e eficácia de seus atos, já 
que também é membro da coletividade. 
 
 VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, 
se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e 
atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer 
ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
 As condutas praticadas por servidor público, em sua vida particular, podem 
repercutir diretamente em sua vida profissional. Assim, se o servidor público 
colaborada com entidades não governamentais em seus momentos de folga, 
apoia eventos comunitários, incentiva boas práticas e condutas sociais, entre 
outros bons exemplos, certamente será visto com “bons olhos” pela 
Administração Pública. De outro lado, se o servidor público tem o hábito de 
praticar condutas ilegais ou, no mínimo, de credibilidade duvidosa, o seu “bom 
conceito” pode ser diminuído, comprometendo, em situações extremas, até 
mesmo a continuidade do exercício da função pública ocupada. 
 
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 VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou 
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados 
em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade 
de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, 
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável 
a quem a negar. 
 Para responder às questões de prova, é importante destacar que a 
publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição 
de sua validade, mas sim condição de eficácia e moralidade. Somente a 
partir da publicação é que o ato começará a produzir os seus efeitos jurídicos, 
mesmo que há muito tempo já esteja validamente editado, aguardando apenas 
a sua divulgação. 
 
 VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou 
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa 
interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou 
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da 
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a 
de uma Nação. 
 Ainda que a informação divulgada pelo servidor público, caso seja 
verdadeira, cause prejuízos morais ou materiais à Administração Pública, deverá 
sempre prevalecer. 
 
 IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço 
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da 
mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa 
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa 
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus 
esforços para construí-los. 
 Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que eventuais 
ações judiciais com o objetivo de pleitear reparação pelos danos morais 
eventualmente sofridos devem ser propostas contra o Estado e não em face do 
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 X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que 
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de 
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, 
não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas 
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. 
 O servidor público deve questionar os procedimentos determinados por sua 
chefia que importem atrasos no atendimento ao cidadão, propondo soluções. Na 
hipótese de o chefe direto recusar-se a adotar novos procedimentos, o servidor 
deverá procurar autoridade imediatamente superior à sua chefia, a fim de que o 
problema seja solucionado. 
 
 XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a 
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios 
tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência 
no desempenho da função pública. 
 É dever fundamental do servidor respeitar a hierarquia, porém, sem 
nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da 
estrutura em que se funda o poder estatal. 
 
 XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é 
fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à 
desordem nas relações humanas. 
 Perceba que o Código de Ética não proíbe a ausência do servidor público 
de seu local de trabalho. Entretanto, é imprescindível que, antes de se ausentar, 
o servidor realize prévia comunicação à chefia imediata, aguardando a respectiva 
autorização. 
 
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, 
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber 
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o 
crescimento e o engrandecimento da Nação. 
 
Seção II 
Dos Principais Deveres do Servidor Público 
 
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 XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
 a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego 
público de que seja titular; 
 b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim 
ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, 
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na 
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de 
evitar dano moral ao usuário; 
 c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu 
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor 
e a mais vantajosa para o bem comum; 
 d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial 
da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; 
 e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo 
de comunicação e contato com o público; 
 f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que 
se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; 
 g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a 
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço 
público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, 
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, 
dessa forma, de causar-lhes dano moral; 
 h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar 
contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder 
Estatal; 
 
 i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, 
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens 
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; 
 j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da 
defesa da vida e da segurança coletiva; 
 l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência 
provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o 
sistema; 
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 m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou 
fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 
 n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os 
métodos mais adequados à sua organização e distribuição; 
 o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria 
do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; 
 p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício 
da função (em dias normais, não ir trabalhar de chinelo, por exemplo); 
 q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a 
legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
 r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, 
as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança 
e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. 
 s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; 
 t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe 
sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses 
dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; 
 u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou 
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que 
observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação 
expressa à lei; 
 v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a 
existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 
Seção III 
Das Vedações ao Servidor Público 
 XV - É vedado ao servidor público; 
 a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e 
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
 b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de 
cidadãos que deles dependam; 
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 c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro 
ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
 d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de 
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
 e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou 
do seu conhecimento para atendimento do seu mister; 
 f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou 
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os 
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou 
inferiores; 
 g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda 
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer 
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua 
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
 h) alterar ou deturpar o teor dedocumentos que deva encaminhar para 
providências; 
 i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento 
em serviços públicos; 
 j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
 l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, 
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 
 m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de 
seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
 n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
 o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a 
honestidade ou a dignidade da pessoa humana; 
 p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a 
empreendimentos de cunho duvidoso. 
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8. Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007. 
 
 O Decreto 6.029/2007, basicamente, tem por objetivo regulamentar a 
criação e o funcionamento das Comissões de Ética, contribuindo para a 
divulgação e promoção da ética nas entidades e órgãos que integram o Poder 
Executivo Federal, fazendo com que o respeito à ética ocorra em todo o 
funcionalismo público. 
 Para fins de concursos públicos, é suficiente que você conheça os seguintes 
dispositivos: 
 
Art. 1º. Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo 
Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a conduta 
ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe: 
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; 
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência 
e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de 
gestão da ética pública; 
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e 
interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética 
pública; 
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de 
incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética pública 
do Estado brasileiro. 
 
Art. 2º. Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal: 
I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio 
de 1999; 
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 
1994; e 
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do 
Poder Executivo Federal. 
Art. 3º. A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os requisitos 
de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração 
pública, designados pelo Presidente da República, para mandatos de três 
anos, não coincidentes, permitida uma única recondução. 
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22 
§ 1º. A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para 
seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de 
relevante serviço público. 
§ 2º. O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações da Comissão. 
§ 3º. Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, 
estabelecidos no decreto de designação. 
 
POSICIONAMENTO DA CEP NA ESTRUTURA DA PRESIDÊNCIA
 
Art. 4º. À CEP compete: 
I - atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de 
Estado em matéria de ética pública; 
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II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração 
Federal, devendo: 
a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento; 
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando 
sobre casos omissos; 
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as 
normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas; 
III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o 
Decreto no 1.171, de 1994; 
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do 
Poder Executivo Federal; 
V - aprovar o seu regimento interno; e 
VI - escolher o seu Presidente. 
Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à 
Casa Civil da Presidência da República, à qual competirá prestar o apoio 
técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão. 
Art. 5º. Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171, de 1994, será 
integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhidos entre 
servidores e empregados do seu quadro permanente, e designados pelo 
dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos não 
coincidentes de três anos. 
Art. 6º. É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública Federal, 
direta e indireta: 
I - assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Ética cumpram 
suas funções, inclusive para que do exercício das atribuições de seus integrantes 
não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano; 
II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme processo 
coordenado pela Comissão de Ética Pública. 
 
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24 
Art. 7º. Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 
2º.: 
I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito de seu 
respectivo órgão ou entidade; 
II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo: 
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu aperfeiçoamento; 
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar sobre 
casos omissos; 
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas 
éticas pertinentes; e 
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade a que 
estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, 
capacitação e treinamento sobre as normas de ética e disciplina; 
III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder 
Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e 
IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração 
Federal e comunicar à CEP situações que possam configurar descumprimento de 
suas normas. 
§ 1º. Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, 
vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, para 
cumprir plano de trabalho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material 
necessário ao cumprimento das suas atribuições. 
§ 2º. As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão chefiadas por 
servidor ou empregado do quadro permanente da entidade ou órgão, 
ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura, alocado sem 
aumento de despesas. 
Art. 8º. Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder 
Executivo Federal, abrangendo a administração direta e indireta: 
I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina; 
II - constituir Comissão de Ética; 
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25 
III - garantir os recursos humanos, materiaise financeiros para que a Comissão 
cumpra com suas atribuições; e 
IV - atender com prioridade às solicitações da CEP. 
 
 
Art. 9º. Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Federal, integrada 
pelos representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos I, II e III 
do art. 2o, com o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação em 
gestão da ética. 
Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a coordenação 
da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma vez por ano, em fórum 
específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na 
administração pública. 
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser 
desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios: 
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; 
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, 
se este assim o desejar; e 
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, 
com as garantias asseguradas neste Decreto. 
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, 
associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de 
Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente 
público, órgão ou setor específico de ente estatal. 
Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins deste Decreto, todo 
aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de 
natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem 
retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública federal, 
direta e indireta. 
Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado 
no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será instaurado, 
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de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando-se, sempre, 
as garantias do contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública 
ou Comissões de Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme o 
caso, que notificará o investigado para manifestar-se, por escrito, no prazo de 
dez dias. 
§ 1º. O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua defesa. 
§ 2º. As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos que 
entenderem necessários à instrução probatória e, também, promover diligências 
e solicitar parecer de especialista. 
§ 3º. Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação, após a 
manifestação referida no caput deste artigo, novos elementos de prova, o 
investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de dez dias. 
§ 4º. Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferirão decisão 
conclusiva e fundamentada. 
§ 5º. Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências 
previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, as 
Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber: 
I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança 
à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, 
conforme o caso; 
II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da União ou 
unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que 
trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais 
transgressões disciplinares; e 
III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a gravidade 
da conduta assim o exigir. 
Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja 
concluído, qualquer procedimento instaurado para apuração de prática em 
desrespeito às normas éticas. 
§ 1º. Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da Comissão de 
Ética do órgão ou entidade, os autos do procedimento deixarão de ser reservados. 
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§ 2º. Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado 
por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento somente será permitido a 
quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade originariamente 
encarregado da sua guarda. § 3º. Para resguardar o sigilo de documentos que 
assim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de concluído o processo 
de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam desentranhados 
dos autos, lacrados e acautelados. 
Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o direito 
de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de 
ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não 
tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório. 
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter cópia dos 
autos e de certidão do seu teor. 
 
Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de 
contrato de trabalho, dos agentes públicos referidos no parágrafo único do art. 
11, deverá ser acompanhado da prestação de compromisso solene de 
acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta da 
Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade, 
conforme o caso. 
Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública que submeta a autoridade 
às normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal deve ser 
precedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética Pública, acerca de 
situação que possa suscitar conflito de interesses. 
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir decisão 
sobre matéria de sua competência alegando omissão do Código de Conduta 
da Alta Administração Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão ou entidade, que, 
se existente, será suprida pela analogia e invocação aos princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
§ 1º. Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética competente 
deverá ouvir previamente a área jurídica do órgão ou entidade. 
§ 2º. Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe forem 
dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pelos órgãos e entidades que 
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integram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham 
a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo Código de Conduta 
da Alta Administração Federal. 
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível ocorrência 
de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, 
encaminharão cópia dos autos às autoridades competentes para apuração 
de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência. 
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato ou ato 
submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa 
e, com a omissão dos nomes dos investigados, divulgadas no sítio do próprio 
órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública. 
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III 
do art. 2º são considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições 
próprias doscargos dos seus membros, quando estes não atuarem com 
exclusividade na Comissão. 
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão 
tratamento prioritário às solicitações de documentos necessários à instrução dos 
procedimentos de investigação instaurados pelas Comissões de Ética . 
§ 1º. Na hipótese de haver inobservância do dever funcional previsto no caput, a 
Comissão de Ética adotará as providências previstas no inciso III do § 5o do art. 
12. 
§ 2º. As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de 
prestar informação solicitada pelas Comissões de Ética. 
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro de Comissão de Ética 
de que tratam os incisos II e III do art. 2o será apurada pela Comissão de Ética 
Pública. 
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de sanções 
aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o e 
de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da 
administração pública federal, em casos de nomeação para cargo em comissão 
ou de alta relevância pública. 
Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo engloba as sanções 
aplicadas a qualquer dos agentes públicos mencionados no parágrafo único do 
art. 11 deste Decreto. 
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Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos II e 
III do art. 2o atuarão como elementos de ligação com a CEP, que disporá em 
Resolução própria sobre as atividades que deverão desenvolver para o 
cumprimento desse mister. 
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal 
e do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se, no que couber, às 
autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de 
licença. 
Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do Código 
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, 
aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2o e 3o do 
Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os 
Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre 
a Comissão de Ética Pública. 
Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação. 
 
Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186o da Independência e 119o da 
República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Dilma Rousseff 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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01. (ESAF/ATA – MF/2014) O anexo do Decreto n. 1.171, de 22 de junho 
de 1994, dispõe sobre o Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal. O referido ato normativo traz várias 
disposições relacionadas com tal matéria. Diante do exposto, assinale a 
opção incorreta, no tocante aos principais deveres do servidor público ali 
abordados. 
a) O servidor público deve comunicar imediatamente a seus superiores 
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as 
providências cabíveis. 
b) O servidor público deve manter-se atualizado com as instruções, as 
normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas 
funções. 
c) O servidor público deve apresentar-se ao trabalho com vestimentas 
adequadas ao exercício da função. 
d) O servidor público deve ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza 
de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo 
negativamente em todo o sistema. 
e) O servidor público deve ser probo, reto, leal e justo, demonstrando 
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver 
diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o interessado 
 
Comentários 
 Dentre as alternativas apresentadas, somente a letra “e” apresenta texto 
que não está em consonância com o conteúdo do Decreto 1.171/94. Para ser 
mais exato, apenas o finalzinho do dispositivo é que apresenta erro. 
 Isso porque o Decreto dispõe, em seu item XV, c, que são deveres 
fundamentais do servidor público: “ser probo, reto, leal e justo, demonstrando 
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de 
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum”. 
Gabarito: Letra e. 
 
02. (ESAF/Analista Administrativo ANA/2009) De acordo com o Decreto 
n. 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do 
Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público: 
QUESTÕES COMENTADAS 
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I. aceitar ajuda financeira, para si ou para familiares, fornecida pela 
parte interessada, para fins de praticar ato regular e lícito, inserido em 
sua esfera de atribuições; 
II. fazer uso de informação privilegiada obtida no âmbito interno do seu 
serviço, salvo quando a informação afetar interesse do próprio servidor; 
III. utilizar, para fins particulares, os serviços de servidor público 
subordinado; 
IV. utilizar-se da influência do cargo para obter emprego para um 
parente próximo; 
V. procrastinar a decisão a ser proferida em processo de sua competência 
porque tem antipatia pela parte interessada. 
Estão corretas: 
a) as afirmativas I, II, III, IV e V. 
b) apenas as afirmativas I, II, III e IV. 
c) apenas as afirmativas I, II, III e V. 
d) apenas as afirmativas I, III, IV e V. 
e) apenas as afirmativas III, IV e V. 
 
Comentários 
 Item I – Correto. O item XI, “g”, do Decreto 1.171/1994, dispõe ser 
vedado ao agente público “pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber 
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou 
vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o 
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo 
fim”. 
 Item II – Errado. O servidor não pode fazer uso de informação 
privilegiada obtida no âmbito da Administração Pública, ainda que afete seu 
próprio interesse. 
 Item III – Correto. O Código de Ética veda expressamente o desvio de 
servidor público para atendimento a interesse particular. 
Item IV – Correto. O Código de Ética proíbe que o agente público utilize 
o cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter 
qualquer favorecimento, para si ou para outrem. 
Item V – Correto. O servidor púbico não pode permitir que perseguições, 
simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal 
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interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com 
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores. 
GABARITO: LETRA D. 
 
03. (ESAF/Analista de Finanças e Controle CGU/2012) Estão 
subordinados ao Código de Conduta Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n. 1.171, 
de 22.6.1994: 
I. os empregados das empresas públicas federais. 
II. os empregados das empresas privadas que prestam serviços aos 
órgãos e entidades do Poder Executivo Federal mediante contrato de 
prestação de serviços (serviços terceirizados, tais como segurança, 
limpeza, etc.). 
III. os que prestam serviço de natureza temporária na Administração 
Pública federal direta, sem remuneração. 
IV. os servidores do Poder Legislativo. 
V. os servidoresdo Poder Judiciário. 
Estão corretas 
a) as afirmativas I, II, III, IV e V. 
b) apenas as afirmativas I, IV e V. 
c) apenas as afirmativas I e III. 
d) apenas as afirmativas I, II e III. 
e) nenhuma das afirmativas está correta. 
 
Comentários 
 De início, destaca-se que item XXIV do Decreto 1.171/1994 preceitua que 
“para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor 
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que 
sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer 
órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades 
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em 
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado”. 
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 Entretanto, é importante esclarecer que as suas normas somente alcançam 
os agentes públicos vinculados ao Poder Executivo Federal, inclusive suas 
autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia 
mista. 
 Como as afirmativas IV e V referem-se aos servidores do Poder Legislativo 
e Judiciário, não podem ser consideradas corretas. 
GABARITO: LETRA D. 
 
(Perito Médico Previdenciário/INSS 2012/CESPE) No que se refere à 
ética no serviço público, julgue os itens a seguir. 
04. Uma perseguição sofrida por um servidor por parte de seu chefe 
imediato é motivo justo para a alteração no trato desse servidor com o 
público e com seus colegas de trabalho. 
 O texto da assertiva está incorreto, pois é vedado ao servidor público 
permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses 
de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados 
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores. 
 
05. É dever do servidor público comunicar imediatamente a seus 
superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, 
exigindo as providências cabíveis. 
 Esse realmente é um dos deveres impostos ao servidor público federal e 
que consta expressamente na alínea “m”, inc. XIV, Seção II, do Decreto nº 
1.171/1994. Assertiva correta. 
 
(Nível Superior/INCA 2010/CESPE) De acordo com o Código de Ética 
Profissional do Servidor Público, julgue os itens a seguir. 
06. A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos 
direta ou indiretamente por todos, e por isso se exige, como 
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no direito, 
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade. 
 Perceba que o texto da assertiva simplesmente reproduz o teor do inc. IV, 
do capítulo I, do Decreto nº 1.171/1994, portanto, assertiva correta. 
 
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07. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade 
não deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar. 
 O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve 
ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu 
maior patrimônio. Assertiva incorreta. 
 
(Nível Médio/INCA 2010/CESPE) Considerando o Código de Ética do 
Servidor Público, julgue os itens a seguir. 
08. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja 
no exercício do cargo ou função, seja fora dele. 
 O texto da assertiva está correto, pois tais primados refletirão o exercício 
da vocação do próprio poder estatal. Assim, os atos, comportamentos e atitudes 
do servidor devem ser direcionados para a preservação da honra e da tradição 
dos serviços públicos. 
 
09. A função pública deve ser tida como exercício profissional; portanto, 
integra-se na vida particular de cada servidor público. 
 A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou 
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. Assertiva correta. 
 
10. Toda pessoa tem direito à verdade. No entanto, o servidor pode 
omiti-la para atender aos interesses da administração pública. 
 Toda pessoa tem direito à verdade, portanto, nenhum servidor pode omiti-
la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada 
ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre 
o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre 
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. 
Assertiva incorreta. 
 
 
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11. (Agente Administrativo/DPU 2010/CESPE) Ao tomar ciência de que 
um subordinado seu praticou ato que contraria o Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, a 
despeito de não se tratar de uma ilegalidade propriamente dita, o 
servidor deverá 
A) instaurar um inquérito administrativo visando apurar o desvio ético. 
B) encaminhar as informações ao MP, que poderá oferecer, ou não, a 
denúncia ao Poder Judiciário. 
C) deverá, em função do espírito de solidariedade, chamar esse 
subordinado para conversar e dar-lhe uma nova oportunidade. 
D) encaminhar a situação para o comitê de ética, que apreciará o caso 
concreto. 
E) retirar o servidor da função que exerce e, a partir desse momento, 
acompanhá-lo, evitando que exerça qualquer outra função. 
 
Por não se tratar de uma ilegalidade propriamente dita, hipótese na qual a 
autoridade competente estaria obrigada a promover a sua apuração imediata, 
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao 
acusado ampla defesa, impõe-se apenas o encaminhamento da situação para o 
comitê de ética, que apreciará o caso concreto. 
 Assim, não restam dúvidas de que somente a letra “d” responde 
corretamente à questão. 
 
(Agente Administrativo/DPU 2010/CESPE - adaptada) Julgue os itens 
seguintes acerca da comissão de ética prevista no Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. 
12. As ações de ética não devem guardar correlação com outros 
procedimentos administrativos da organização, como, por exemplo, a 
promoção de servidores. 
 À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da 
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta 
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os 
demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. Assertiva 
incorreta. 
 
13. Para fins de apuração de comprometimento ético entende-se como 
servidor apenas o concursado, mesmo que ainda não estável. 
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 Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor 
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que 
sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer 
órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades 
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de

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