Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lívi� Coelh� Redação Modelo ENEM Tema: Caminhos para combater o consumo de álcool entre os jovens no Brasil Nota: 1000 No contexto da Indústria Cultural, conceito estudado por Adorno e Horkheimer, a produção em massa de imagens e de comportamentos padronizados resulta na transformação da cultura em mercadoria. Nesse sentido, vendem-se objetos, condutas e substâncias a serem adquiridos, assimilados e reproduzidos, cujo consumo se vincula à elevação do status social e à inclusão em meio à coletividade. No Brasil, uma das decorrências desse processo é a glamourização da bebida alcoólica, frequentemente associada ao prazer e à sensualidade pelos anúncios publicitários, o que promove a normatização do consumo de álcool na sociedade até mesmo entre os jovens. Tal cenário de banalização, que desconsidera o caráter entorpecente do álcool devido à sua licitude, propicia o fortalecimento do alcoolismo entre os brasileiros e o declínio da qualidade de vida tanto na juventude como na idade adulta. No âmbito familiar brasileiro, o vínculo entre sentimentos e álcool é um ensinamento transmitido desde cedo. Crianças veem seus responsáveis celebrarem vitórias e lamentarem derrotas acompanhados de bebidas alcoólicas, que detêm o “poder” de potencializar a euforia e de apaziguar a tristeza. Quando adolescentes, são apresentados a tal substância “mágica” ainda dentro de casa, por pais que julgam o álcool como pouco danoso, um mal menor em relação às drogas ilícitas. Nesse contexto, como enunciou o filósofo moderno Erasmo de Roterdã, “o hábito torna aceitável o pior dos absurdos e os mais perigosos males são aqueles que não são percebidos”, uma vez que a ausência de conhecimento, por parte das famílias, acerca dos malefícios ocasionados pelo consumo precoce de bebidas alcoólicas associada à cultura de valorização do álcool favorece a transmissão do vício entre as gerações. Como consequência desse processo, os jovens, cujo desenvolvimento físico e psíquico ainda não se concretizou, passam a conviver gradativamente com as bebidas alcoólicas e se tornam mais suscetíveis a apresentar sequelas neuroquímicas e emocionais e a reduzir o rendimento escolar, enfrentando dificuldades em assimilar os conteúdos. Além disso, devido ao caráter depressor do álcool, que afeta o sistema nervoso central, tendem a exibir comportamentos de risco, como a prática sexual sem proteção - que pode resultar tanto em gravidez precoce como em exposição a doenças sexualmente transmissíveis - e o envolvimento em acidentes de trânsito, bem como o contato com outras drogas que prometam as mesmas sensações. Assim, é inegável que o enaltecimento da imagem atraente da bebida alcoólica, que se torna objeto de desejo entre os jovens, oculta os resultados nocivos vinculados à ingestão frequente e oportuniza a permanência da droga no cotidiano desse grupo. Desconstruir a ideia de normalidade associada ao consumo de álcool entre os jovens, portanto, é imperativo. Cabe às secretarias municipais de saúde, em parceria com as lideranças comunitárias, a promoção de eventos frequentes nos bairros, que visem orientar, por meio de palestras com profissionais de saúde e com educadores, a conduta das famílias quanto à exposição de crianças e adolescentes ao consumo de álcool, a fim de preservá-los do contato precoce com a droga. Além disso, é essencial que os pais aprendam a conversar com os filhos sobre o tema, alertando-os acerca dos riscos.
Compartilhar