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SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 Sistema Digestório → O sistema digestivo, ou digestório, é um canal que distende da cavidade bucal ao ânus, podendo ser chamado também de trato gastrintestinal. De maneira geral, os órgãos que compõem o sistema digestório podem ser divididos em duas classes quanto ao seu papel na digestão: o TRATO GASTROINTESTINAL e os ÓRGÃOS DIGESTÓRIOS ACESSÓRIOS. O trato gastrointestinal é composto pela: ➢ Boca; ➢ Faringe; ➢ Esôfago; ➢ Estômago; ➢ Intestino delgado; ➢ Intestino grosso. Já os órgãos digestórios acessórios são representados pelos: ➢ Dentes; ➢ Língua; ➢ Glândulas salivares; ➢ Fígado; ➢ Vesícula biliar; ➢ Pâncreas. Esses órgãos acessórios desempenham uma série de ataques físicos e químicos ao alimento ingerido para que este possa ser quebrado em partes menores que podem, depois, ser utilizadas por nossas células. {FUNÇÕES DAS ESTRUTURAS} BOCA: Inicia a trituração dos alimentos pela ação da mastigação, bem como promove a mistura desses alimentos com a saliva. A saliva contém enzimas que ajudam na digestão dos açúcares. BOCA FARINGE E ESÔFAGO: A faringe e o esôfago são parte do tubo que liga a boca ao estômago. FARINGE e ESÔFAGO ESTÔMAGO: Liga o esôfago ao intestino delgado. Em seu interior, o alimento é misturado com enzimas digestivas, que iniciam a quebra das proteínas. Além disso, seus movimentos também promovem a mistura do alimento com as enzimas, facilitando a sua ação. ESTÔMAGO SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 PÂNCREAS: Suas enzimas digerem o amido, o glicogênio, as proteínas, os triglicerídeos e os ácidos nucleicos. O suco pancreático é misturado ao alimento, no início do intestino delgado, em uma porção conhecida como duodeno. PÂNCREAS FÍGADO E VESÍCULA BILIAR: Respectivamente, locais de produção e armazenamento da bile, que é responsável pela emulsificação de triglicerídeos. FÍGADO E VESÍCULA BILIAR INTESTINO DELGADO: É dividido em duodeno, jejuno e íleo, e é altamente adaptado à digestão e absorção de nutrientes, íons e eletrólitos, e água. INTESTINO DELGADO INTESTINO GROSSO: Responsável pela absorção de eletrólitos, água e vitaminas, além de ligar o intestino delgado ao ânus. INTESTINO GROSSO {FUNÇÕES E PROCESSOS DIGESTÓRIOS} A função primária do sistema digestório é levar os nutrientes, a água e os eletrólitos do ambiente externo para o ambiente interno corporal. Para alcançar esse objetivo, o sistema usa quatro processos básicos: 1. Digestão; 2. Absorção; 3. Secreção; 4. Motilidade. A DIGESTÃO é a quebra, ou degradação, química e mecânica dos alimentos em unidades menores que podem ser levadas através do epitélio intestinal para dentro do corpo. A ABSORÇÃO é o movimento de substâncias do lúmen do trato GI para o líquido extracelular. A SECREÇÃO no trato GI possui dois significados. Ela pode significar o movimento de água e íons do LEC para o lúmen do trato digestório (o oposto da absorção), mas pode também significar a liberação de substâncias sintetizadas pelas células epiteliais do GI tanto no lúmen quanto no LEC. A MOTILIDADE é o SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 movimento de material no trato GI como resultado da contração muscular. Embora possa parecer simples digerir e absorver alimentos, o sistema digestório enfrenta três desafios significativos: 1. Evitar a autodigestão; 2. Balanço de massas; 3. Defesa. 1. EVITAR A AUTODIGESTÃO. O alimento que comemos está principalmente sob a forma de macromoléculas, como proteínas e carboidratos complexos, de modo que o nosso sistema digestório precisa secretar enzimas potentes para digerir os alimentos em moléculas que sejam pequenas o suficiente para serem absorvidas pelo corpo. Ao mesmo tempo, entretanto, essas enzimas não devem digerir o próprio trato GI (autodigestão). Se os mecanismos protetores contra a autodigestão falharem, escoriações, conhecidas como úlceras pépticas, desenvolvem-se nas paredes do trato GI. 2. BALANÇO DE MASSA. Outro desafio que o sistema digestório enfrenta diariamente é a manutenção do balanço de massa por meio da combinação da entrada e saída de líquidos. As pessoas ingerem cerca de 2 litros de líquido por dia. Além disso, as glândulas e as células exócrinas secretam aproximadamente 7 litros de enzimas, muco, eletrólitos e água no lúmen do trato GI. Este volume de líquido secretado é o equivalente a um sexto da água corporal total (42 litros), ou mais de duas vezes o volume plasmático de 3 litros. Se o líquido secretado não puder ser absorvido, o corpo desidratará rapidamente. Normalmente, a absorção é muito eficiente, e apenas cerca de 100 mL de líquido é perdido nas fezes. Entretanto, vômito e diarreia (fezes excessivamente aquosas) podem se tornar uma emergência quando as secreções GI são perdidas para o ambiente, em vez de serem reabsorvidas. Em casos graves, esse líquido perdido pode diminuir o volume do líquido extracelular a ponto de o sistema circulatório ser incapaz de manter a pressão sanguínea adequada. 3. DEFESA O desafio final que o sistema digestório enfrenta é proteger o corpo de invasores estranhos. Ao contrário do que se imagina, a maior área de contato entre o meio interno e o mundo exterior está no lúmen do sistema digestório. Como consequência, o trato GI, com sua área de superfície total do tamanho aproximado de uma quadra de tênis, enfrenta diariamente o conflito entre a necessidade de absorver água e nutrientes e a necessidade de evitar que bactérias, vírus e outros patógenos entrem no corpo. Para isso, o epitélio transportador do trato GI é auxiliado por um conjunto de mecanismos fisiológicos de defesa, incluindo muco, enzimas digestórias, ácido e a maior coleção de tecido linfático do corpo, o tecido linfático associado ao intestino (GALT). Estima-se que 80% de todos os linfócitos do corpo são encontrados no intestino delgado. O corpo humano enfrenta esses desafios fisiológicos por vezes conflitantes por meio da coordenação entre motilidade e secreção para maximizar a digestão e a absorção. Processos do alimento O processamento do alimento é tradicionalmente dividido em três fases: 1. Cefálica; 2. Gástrica; 3. Intestinal. Os processos digestórios no corpo iniciam antes que a comida entre na boca. Simplesmente cheirar, ver, ou até mesmo pensar sobre o alimento pode fazer a nossa boca salivar ou nosso estômago roncar. Estes reflexos longos que iniciam no cérebro criam uma resposta antecipatória, conhecida como fase cefálica da digestão. O estímulo antecipatório e o estímulo do Como que os processos de digestão, secreção, absorção, motilidade estão todos ligados eu achei melhor fazer o caminho do alimento e de acordo com cada região que ele passa os processos que ele irá sofrer. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 alimento na cavidade oral ativam neurônios no bulbo. O bulbo, por sua vez, manda sinais eferentes através de neurônios autonômicos para as glândulas salivares, e através do nervo vago para o sistema nervoso entérico. Em resposta a esses sinais, o estômago, o intestino e os órgãos glandulares acessórios iniciam a secreção e aumentam a motilidade em antecipação ao alimento que virá. ANTES DE SEGUIR ADIANTE PRECISAMOS ENTENDER {A DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA INICIA NA BOCA} Quando o alimento inicialmente entra na boca, ele é inundado por uma secreção, a qual chamamos de SALIVA. A saliva tem quatro funções importantes: 1. Amolecer e lubrificar o alimento. A água e o muco na saliva amolecem e lubrificam o alimento para torná-lo mais fácil de deglutir. 2. Digestão do amido. A digestão química inicia com a secreção da amilase salivar. A amilase quebra o amido em maltose depois que a enzima é ativada por Cl na saliva.Se você mastigar uma bolacha sem sal por algum tempo, perceberá a conversão do amido em maltose, a qual é mais doce. 3. Gustação. A saliva dissolve o alimento para que possamos sentir seu gosto. 4. Defesa. A função final da saliva é a defesa. A lisozima é uma enzima salivar antibacteriana, e imunoglobulinas salivares incapacitam bactérias e vírus. Além disso, a saliva ajuda a limpar os dentes e manter a língua livre de partículas alimentares. A digestão mecânica dos alimentos inicia na cavidade oral com a mastigação. Os lábios, a língua e os dentes contribuem para a mastigação do alimento, criando uma massa amolecida e umedecida (bolo) que pode ser facilmente engolida. {A DEGLUTIÇÃO LEVA O BOLO ALIMENTAR DA BOCA PARA O ESTÔMAGO} O ato de engolir, ou deglutição, é uma ação reflexa que empurra o bolo de alimento ou de líquido para o esôfago. O estímulo para a deglutição é a pressão criada quando a língua empurra o bolo contra o palato mole e a parte posterior da boca. A pressão do bolo ativa neurônios sensoriais que levam informações pelo nervo glossofaríngeo (nervo craniano IX) para o centro da deglutição no bulbo. As eferências do centro da deglutição consistem em neurônios motores somáticos que controlam os músculos esqueléticos da faringe e do esôfago superior, bem como neurônios autonômicos que agem nas porções inferiores do esôfago. Quando o reflexo de deglutição inicia, o palato mole eleva-se para fechar a nasofaringe. A contração muscular move a laringe para cima e para a frente, o que ajuda a fechar a traqueia e abrir o esfincter esofágico superior. Enquanto o bolo se move para baixo no esôfago, a epiglote dobra-se para baixo, completando o fechamento das vias aéreas superiores e prevenindo que alimentos ou líquidos entrem nas vias aéreas. Ao mesmo tempo, a respiração é brevemente inibida. Quando o bolo se aproxima do esôfago, o esfincter esofágico superior relaxa. Ondas de contrações peristálticas, então, empurram o bolo em direção ao estômago, auxiliadas pela gravidade. A extremidade inferior do esôfago situa-se logo abaixo do diafragma e é separada do estômago pelo esfincter esofágico inferior. Esta área não é um esfincter verdadeiro, mas uma região de tensão muscular relativamente alta que atua como uma barreira entre o esôfago e o estômago. Quando os alimentos são deglutidos, a tensão relaxa, permitindo a passagem do bolo alimentar para o estômago. Digestão é a transformação dos alimentos em substâncias assimiláveis, realizada no aparelho digestório ou digestivo, por meio de dois tipos de processos: mecânico e químico. DIGESTÃO MECÂNICA É realizada com a mastigação, a deglutição e com os movimentos que acontecem no tubo digestivo, chamados de movimentos peristálticos ou peristaltismo. DIGESTÃO QUÍMICA Os alimentos são decompostos em partículas menores graças a ação das enzimas presentes no suco digestivo, sofrendo alterações em sua composição química. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 Aproximadamente 3,5 litros de comida, bebida e saliva entram no fundo do estômago a cada dia. O estômago possui três funções gerais: 1. ARMAZENAMENTO. O estômago armazena alimento e regula a sua passagem para o intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão e da absorção. 2. DIGESTÃO. O estômago digere a comida, química e mecanicamente, formando a mistura “cremosa” de partículas uniformemente pequenas, chamada de quimo. 3. DEFESA. O estômago protege o corpo por destruir muitas das bactérias e outros patógenos que são deglutidos juntamente com a comida ou aprisionados no muco das vias respiratórias. Ao mesmo tempo, o estômago precisa proteger a si mesmo de ser agredido por suas próprias secreções. Antes da chegada do alimento, a atividade digestória no estômago inicia com um reflexo vagal longo da fase cefálica. Depois, quando o bolo entra no estômago, estímulos no lúmen gástrico iniciam uma série de reflexos curtos, que constituem a fase gástrica da digestão. Nos reflexos da fase gástrica, a distensão do estômago e a presença de peptídeos ou de aminoácidos no lúmen ativam células endócrinas e neurônios entéricos. Hormônios, neurotransmissores e moléculas parácrinas, então, influenciam a motilidade e a secreção. {SECREÇÕES GÁSTRICAS PROTEGEM E DIGEREM} O lúmen do estômago é alinhado com o epitélio produtor de muco, pontuado por aberturas de fovéolas (fossas) gástricas. As fossas levam a glândulas gástricas profundas dentro da camada mucosa. Múltiplos tipos celulares dentro das glândulas produzem ácido gástrico (HCl), enzimas, hormônios e moléculas parácrinas. SECREÇÃO DE GASTRINA As células G, encontradas profundamente nas glândulas gástricas, secretam o hormônio gastrina no sangue. Em reflexos curtos, a liberação de gastrina é estimulada pela presença de aminoácidos e de peptídeos no estômago e por distensão do estômago. O café (mesmo o descafeinado) também estimula a liberação de gastrina – uma razão para que pessoas com síndromes de secreção ácida excessiva evitem a ingestão de café. A liberação de gastrina é também desencadeada por reflexos neurais. Os reflexos curtos são mediados por um neurotransmissor do SNE, chamado de peptídeo liberador de gastrina (GRP). Nos reflexos cefálicos, os neurônios parassimpáticos do nervo vago estimulam as células G para que elas liberem gastrina no sangue. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 A principal ação da gastrina é promover a liberação de ácido. Ela faz isso diretamente por agir nas células parietais e indiretamente por estimular a liberação de histamina. SECREÇÃO ÁCIDA As células parietais profundas nas glândulas gástricas secretam o ácido gástrico (HCl) no lúmen do estômago. A secreção ácida no estômago é, em média, de 1 a 3 litros por dia e pode criar um pH luminal tão baixo quanto 1. O pH citoplasmático das células parietais é de cerca de 7,2, ou seja, as células bombeiam H contra um gradiente que pode ser 1,5 milhão de vezes mais concentrado no lúmen. O ácido gástrico tem múltiplas funções: ➢ O ácido no lúmen do estômago causa a liberação e a ativação da pepsina, uma enzima que digere proteínas. ➢ O ácido desencadeia a liberação de somatostatina pelas células D. ➢ O HCl desnatura proteínas. ➢ O ácido gástrico ajuda a destruir bactérias e outros microrganismos ingeridos. ➢ O ácido inativa a amilase salivar, cessando a digestão de carboidratos que iniciou na boca. SECREÇÃO ENZIMÁTICA O estômago produz duas enzimas: pepsina e uma lipase gástrica. A pepsina realiza a digestão inicial de proteínas. Ela é particularmente efetiva no colágeno e, assim, tem um importante papel na digestão de carne. A pepsina é secretada na forma inativa pepsinogênio pelas células principais das glândulas gástricas. O ácido estimula a liberação de pepsinogênio por meio de um reflexo curto mediado no SNE. Uma vez no lúmen do estômago, o pepsinogênio é clivado à pepsina ativa pela ação do H+, e a digestão proteica inicia. A lipase gástrica é cossecretada com a pepsina. As lipases são enzimas que quebram triacilgliceróis. No entanto, menos de um terço da digestão de gordura ocorre no estômago. SECREÇÕES PARÁCRINAS As secreções parácrinas da mucosa gástrica incluem histamina, somatostatina e fator intrínseco. A histamina é um sinal parácrino secretado pelas células semelhantes às enterocromafins (células ECL) em resposta à estimulação por gastrina ou por acetilcolina. A histamina difunde--se para o seu alvo, as células parietais, estimulando a secreção ácida por se ligar a receptores H2 nas células parietais. Os antagonistas de receptores H2 (p. ex., cimetidina e ranitidina) que bloqueiam a ação da histamina são a segunda classe de fármacos usados para tratar a hipersecreção ácida. O FATOR INTRÍNSECO é uma proteína secretada pelas células parietais, mesmas células gástricasque secretam ácido. No lúmen do estômago e do intestino delgado, o fator intrínseco se complexa com a vitamina B12, um passo que é necessário para a absorção da vitamina no intestino. A SOMATOSTATINA (SS), também conhecida como hormônio inibidor do hormônio do crescimento, é secretada por células D no estômago. A somatostatina é o sinal de retroalimentação negativa primário da secreção na fase gástrica. Ela reduz a secreção ácida direta e indiretamente por diminuir a secreção de gastrina e histamina. A somatostatina também inibe a secreção de pepsinogênio. Uma vez que o quimo passa ao intestino delgado, a fase intestinal da digestão inicia. O quimo que entra no intestino delgado sofreu relativamente pouca digestão química, então sua entrada no duodeno deve ser controlada para evitar sobrecarga ao intestino delgado. A motilidade no intestino delgado também é controlada. Os conteúdos intestinais são lentamente propelidos para a frente por uma combinação de contrações segmentares e peristálticas. Essas ações misturam o quimo com enzimas, e elas expõem os nutrientes digeridos para o epitélio mucoso para absorção. Os movimentos para a frente do quimo ao longo do intestino devem ser suficientemente lentos para permitir que a digestão e a absorção sejam completadas. A inervação parassimpática e os hormônios GI gastrina e CCK promovem a motilidade intestinal; a inervação simpática inibe-a. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 Aproximadamente 5,5 litros de alimentos, líquidos e secreções entram no intestino delgado a cada dia, e cerca de 3,5 litros de secreções hepática, pancreática e intestinal são adicionados, perfazendo uma entrada total de 9 litros no lúmen. Tudo, menos cerca de 1,5 litro deste volume, é absorvido no intestino delgado, a maioria no duodeno e no jejuno. A anatomia do intestino delgado facilita a secreção, a digestão e a absorção por maximizar a área de superfície. No nível macroscópico, a superfície do lúmen é esculpida em vilosidades similares a dedos e criptas profundas. A maior parte da absorção ocorre ao longo das vilosidades, ao passo que a secreção de fluidos e de hormônios e a renovação celular a partir de células- tronco ocorrem nas criptas. Ao nível microscópico, a superfície apical dos enterócitos é modificada em microvilosidades, cujas superfícies são cobertas com enzimas ligadas à membrana e um revestimento de glicocálice. A superfície do epitélio intestinal é chamada de borda em escova devido à aparência de cerdas das microvilosidades. A maioria dos nutrientes absorvidos ao longo do epitélio intestinal vai para capilares nas vilosidades para distribuição através do sistema circulatório. A exceção são as gorduras digeridas, a maioria das quais passa para vasos do sistema linfático. O sangue venoso proveniente do trato digestório não vai diretamente de volta ao coração. Em vez disso, ele passa para o sistema porta- hepático. Essa região especializada da circulação tem dois conjuntos de leitos capilares: um que capta nutrientes absorvidos no intestino, e outro que leva os nutrientes diretamente para o fígado. SISTEMA PORTA HEPÁTICO {AS SECREÇÕES INTESTINAIS PROMOVEM A DIGESTÃO} A cada dia, o fígado, o pâncreas e o intestino produzem mais de 3 litros de secreções, cujos conteúdos são necessários para completar a digestão dos nutrientes ingeridos. As secreções adicionadas incluem enzimas digestórias, bile, bicarbonato, muco e solução isotônica de NaCl. 1. As ENZIMAS DIGESTÓRIAS são produzidas pelo epitélio intestinal e pelo pâncreas exócrino. As enzimas da borda em escova intestinal são ancoradas à membrana luminal das células e não são varridas para fora do intestino conforme o quimo é empurrado para a frente. As vias de controle para a liberação de enzimas variam, mas incluem vários sinais neurais, hormonais e parácrinos. Em geral, a estimulação dos neurônios parassimpáticos do nervo vago aumenta a secreção de enzimas. 2. A BILE produzida no fígado e secretada pela vesícula biliar é uma solução não enzimática que facilita a digestão de gorduras. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 3. A secreção de BICARBONATO para dentro do intestino delgado neutraliza o quimo extremamente ácido que vem do estômago. A maior parte do bicarbonato vem do pâncreas e é liberado em resposta a estímulos neurais e à secretina. 4. O MUCO das células caliciformes intestinais protege o epitélio e lubrifica o conteúdo intestinal. 5. Uma solução ISOTÔNICA DE NACL mistura-se com o muco para ajudar a lubrificar o conteúdo do intestino. As células das criptas do intestino delgado e do colo secretam uma solução isotônica de NaCl em um processo similar ao passo inicial da salivação. {O PÂNCREAS SECRETA ENZIMAS DIGESTÓRIAS E BICARBONATO} O pâncreas é um órgão que contém ambos os tipos de epitélio secretor: endócrino e exócrino. A secreção endócrina é proveniente de agrupamentos de células, chamadas de ilhotas, e inclui os hormônios insulina e glucagon. As secreções exócrinas incluem enzimas digestórias e uma solução aquosa de bicarbonato de sódio, NaHCO3. A porção exócrina do pâncreas consiste em lóbulos, chamados de ácinos, similares àqueles das glândulas salivares. Os ductos dos ácinos esvaziam no duodeno. As células acinares secretam enzimas digestórias, e as células do ducto secretam solução de NaHCO3 SECREÇÃO DE ENZIMAS A maior parte das enzimas pancreáticas são secretadas como zimogênios, que devem ser ativados no momento de chegada no intestino. Este processo de ativação é uma cascata que inicia quando a enteropeptidase da borda em escova (previamente chamada de enterocinase) converte o tripsinogênio inativo em tripsina. A tripsina, então, converte os outros zimogênios pancreáticos em suas formas ativas. Os sinais para a liberação das enzimas pancreáticas incluem distensão do intestino delgado, presença de alimento no intestino, sinais neurais e hormônio CCK. SECREÇÃO DE BICARBONATO A secreção de bicarbonato para o duodeno neutraliza o ácido proveniente do estômago. Uma pequena quantidade de bicarbonato é secretada por células duodenais, mas a maior parte vem do pâncreas. {O FÍGADO SECRETA A BILE} A bile é uma solução não enzimática secretada pelos hepatócitos, ou células do fígado. Os componentes- chave da bile são (1) sais biliares, que facilitam a digestão enzimática de gorduras, (2) pigmentos biliares, como a bilirrubina, que são os produtos residuais da degradação da hemoglobina, e (3) colesterol, que é excretado nas fezes. Os sais biliares, que agem como detergentes para tornar as gorduras solúveis durante a digestão, são produzidos a partir dos ácidos biliares esteroides combinados com aminoácidos e ionizados. {A MAIOR PARTE DA DIGESTÃO OCORRE NO INTESTINO DELGADO} A secreção intestinal, pancreática e hepática de enzimas e de bile é essencial para a função digestória normal. Embora uma quantidade significativa de digestão mecânica ocorra na boca e no estômago, a digestão química do alimento é limitada a uma pequena quantidade de quebra de amido e digestão incompleta de proteínas no estômago. Quando o quimo entra no intestino delgado, a digestão de proteínas cessa quando a pepsina é inativada no pH intestinal alto. As enzimas pancreáticas e da borda em escova, então, finalizam a digestão de peptídeos, carboidratos e gorduras em moléculas menores que podem ser absorvidas. {O INTESTINO GROSSO CONCENTRA OS RESÍDUOS} No final do íleo, resta apenas cerca de 1,5 litro de quimo não absorvido. O colo absorve a maior parte desse volume, de modo que, em geral, apenas cerca de 0,1 litro de água é perdido diariamente na fezes. {RESUMINDO TUDO} SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 INTEGRAÇÃO, COORDENAÇÃO E REGULAÇÃO DAS FUNÇÕES DIGESTIVAS CÉLULAS SECRETORAS DA MUCOSA {REFERÊNCIAS} https://beduka.com/blog/materias/biologia/fisiologia-do-sistema-digestivo/ https://edisciplinas.usp.br/mod/book/view.php?id=243322 3&chapterid=19346#:~:text=O%20trato%20gastrointest inal%20%C3%A9%20composto,ves%C3%ADcula%20b iliar%20e%20o%20p%C3%A2ncreas. Unglaub, Silverthorn, D. Fisiologia Humana. Grupo A. [Minha Biblioteca]. https://www.ufjf.br/laura_leite/files/2019/06/Sistema- gastrintestinal-I1.pdf O nosso cérebro está intimamente conectado com o intestino graças ao sistema nervoso entérico O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO AUTÔNOMO pode ser subdividido em três subsistemas: simpático, parassimpático e sistema entérico, com base na anatomia e funções. De fato, durante muito tempo o sistema nervoso entérico foi considerado como a porção pós-ganglionar da divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo (SNA). Atualmente, é reconhecido como divisão própria do sistema nervoso autônomo, juntamente com os sistemas nervosos simpático e parassimpático. O SNE é encontrado ao longo de todo trato gastrointestinal, e se estende do esôfago ao reto, além estar presente no pâncreas e na vesícula biliar. O controle neural da função gastrointestinal é predominantemente regido pelos neurônios intrínsecos do sistema nervoso entérico, embora possa haver modulação por parte de neurônios extrínsecos provenientes do sistema nervoso simpático, parassimpático e neurônios sensoriais. A magnitude e complexidade do sistema nervoso entérico é imensa e contém tantos neurônios como a medula espinal. Os principais componentes do sistema nervoso entérico são duas redes ou plexos de neurônios; ➢ O plexo mientérico; ➢ O plexo submucoso. O que é o sistema nervoso entérico: o segundo cérebro O sistema nervoso exerce uma profunda influência em todos os processos digestivos, como a motilidade, o transporte de íons associado à secreção e à absorção, e o fluxo sanguíneo gastrointestinal. Parte desse controlo é produzido pelas conexões existentes entre o sistema digestivo e o sistema nervoso central, mas o sistema digestivo também está dotado do seu próprio sistema nervoso local, denominado sistema nervoso entérico. {INTESTINO: SEGUNDO CÉREBRO} Por vezes, quando estressamos, sentimos dores gástricas, assim como dores intestinais. Isso se deve a que o nosso trato gastrointestinal contém muitos nervos (especificamente 200 - 600 milhões de neurônios) que vão desde o esófago até ao ânus. Esse sistema se chama sistema nervoso entérico e é a razão pela qual o nosso intestino também é chamado de segundo cérebro. Este segundo cérebro é sensível às emoções que ameaçam a nossa vida, ou seja, a resposta de combate ou fuga e os sinais que captam serão enviadas à outra rede nervosa do nosso intestino, o sistema nervoso central, para executar a resposta, como a ativação dos centros de defecação (o que se traduz em ir mais vezes ao banheiro) ou a alteração da produção de suco gástrico através de sinais enviados ao estômago. Além disso, para reagir às emoções, necessitamos este sistema nervoso entérico, já que garante um bom SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 fluxo sanguíneo em direção ao intestino e uma digestão adequada dos alimentos. {FISIOLOGIA E COMPONENTES} O sistema nervoso entérico está formado principalmente por dois plexos, os quais estão incrustados na parede do trato digestivo e se estendem desde o esófago até ao ânus: O PLEXO MIENTÉRICO está situado entre as capas do músculo da túnica muscular e, de forma adequada, exerce um controle sobre a motilidade do trato digestivo. O PLEXO SUBMUCOSO que, como o seu nome indica, está enterrado na submucosa. A sua função principal é detectar o ambiente dentro do lúmen, regular o fluxo sanguíneo gastrointestinal e controlar a função das células epiteliais. Em regiões onde estas funções são mínimas, como o esófago, o plexo submucoso é escasso e pode faltar em secções. Além dos plexos nervosos entéricos maiores, existem plexos menores embaixo da serosa, dentro do músculo liso circular e na mucosa. PLEXO MIENTÉRICO E PLEXO SUBMUCOSO Dentro dos plexos entéricos existem três tipos de neurônios a maioria das quais são multipolares: ➢ NEURÔNIOS SENSORIAIS ➢ NEURÔNIOS MOTORES ➢ NEURÔNIOS INTERNOS Os NEURÔNIOS SENSORIAIS recebem informação dos receptores sensoriais na mucosa e no músculo. Foram identificados pelo menos cinco receptores sensoriais diferentes na mucosa, que respondem a estímulos mecânicos, térmicos, osmóticos e químicos. Foram encontrados quimiorreceptores sensíveis aos ácidos, à glucosa e aminoácidos que, em suma, permitem a "degustação" dos conteúdos lumínicos. Os receptores sensoriais no músculo respondem ao alongamento e à tensão. Coletivamente, os neurônios sensoriais entéricos apresentam um grupo completo de informações sobre o conteúdo intestinal e o estado da parede gastrointestinal. Os NEURÔNIOS MOTORES dentro do plexo entérico controlam a motilidade e secreção gastrointestinal, e possivelmente a absorção. No desempenho dessas funções, os neurônios motores atuam diretamente sobre um grande número de células efetoras, incluindo o músculo liso, as células secretoras (principais, parietais, mucosas, enterocitárias, exócrinas pancreáticas) Os NEURÔNIOS INTERNOS são, em grande medida, responsáveis por integrar a informação dos neurônios sensoriais e de proporcioná-la aos neurônios motores entéricos. ("programadores"). {ANATÔMICA E FUNCIONALMENTE, O SNE COMPARTILHA MUITAS CARACTERÍSTICAS COM O SNC:} 1. NEURÔNIOS INTRÍNSECOS. Os neurônios intrínsecos dos dois plexos nervosos do trato digestório são aqueles que se situam completamente dentro da parede do trato GI, exatamente como os interneurônios estão contidos inteiramente no SNC. Os neurônios autonômicos que levam sinais do SNC para o sistema digestório são denominados neurônios extrínsecos. 2. NEUROTRANSMISSORES E NEUROMODULADORES. Os neurônios do SNE liberam mais de 30 neurotransmissores e neuromoduladores, a maioria dos quais são idênticos a moléculas encontradas no encéfalo. Esses neurotransmissores são algumas vezes chamados de não adrenérgicos, não colinérgicos para os distinguir dos neurotransmissores autonômicos tradicionais, noradrenalina e acetilcolina. Entre os neurotransmissores e neuromoduladores mais SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 conhecidos estão a serotonina, o peptídeo intestinal vasoativo e o óxido nítrico. 3. CÉLULAS GLIAIS DE SUSTENTAÇÃO. As células gliais de sustentação dos neurônios dentro do SNE são mais similares à astroglia do encéfalo do que às células de Schwann do sistema nervoso periférico. 4. BARREIRA DE DIFUSÃO. Os capilares que circundam os gânglios no SNE não são muito permeáveis e criam uma barreira de difusão que é similar à barreira hematencefálica dos vasos sanguíneos encefálicos. 5. CENTROS INTEGRADORES. Como observado anteriormente, reflexos que se originam no trato GI podem ser integrados e atuar sem que os sinais neurais deixem o SNE. Assim, a rede de neurônios do SNE é o seu próprio centro integrador, assim como o encéfalo e a medula espinal. {RELAÇÃO ENTRE SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO E EMOÇÕES} Outro exemplo de estilo de vida para ilustrar esta relação intestino-cérebro seria o papel da serotonina e como os níveis de serotonina no nosso corpo podem afetar o nosso estado de ânimo e sono. A serotonina é um neurotransmissor produzido pelo nosso cérebro e pelo trato gastrointestinal, sendo este último o maior produtor de serotonina. A relação entre neurotransmissores e emoções é muito estreita, pelo que, nesse caso, podemos observar uma relação direta entre as emoções e o sistema nervoso entérico. Foram encontrados níveis baixos de serotonina em pessoas com depressão, e não é de estranhar que a serotonina tenha sido chamada de "hormônio da felicidade". Além disso, o nosso cérebro usa serotonina para produzir melatonina, um hormônio da fundamental para ajudar-nosa dormir. Logo, a quantidade de serotonina que o corpo produz teria um impacto direto na qualidade e quantidade do seu sono. {O MICROBIOTA INTESTINAL E A NOSSA SAÚDE EMOCIONAL E MENTAL} Poucas pessoas sabem disso, mas a população da bactéria intestinal tem um impacto na saúde emocional e mental, assim como na nossa capacidade para dormir durante a noite. Um estudo que contou com 40 mulheres saudáveis concluiu que as mulheres com um porcentagem mais alta da espécie de bactérias Prevotella nas suas fezes apresentaram uma maior propensão a experienciar emoções negativas depois de verem imagens negativas em comparação com as mulheres com uma porcentagem mais alta da espécie de bactérias Bacteroides nas suas fezes. Da mesma forma, os indivíduos com autismo parecem ser mais susceptíveis a problemas gastrointestinais como a doença intestinal inflamatória e o intestino permeável, e isso pode se dever à alteração da composição microbiana do intestino. Contudo, quando este grupo de indivíduos recebei uma determinada cepa probiótica, notaram uma melhoria na integridade da barreira intestinal, assim como uma redução nas condutas relacionadas caracteristicamente com o autismo. {REFERÊNCIAS} https://br.psicologia-online.com/sistema-nervoso-enterico- e-sua-fisiologia-153.html file:///C:/Users/usuario/Downloads/OpenAccess- Frauches-9788580391893-13.pdf Unglaub, Silverthorn, D. Fisiologia Humana. Grupo A. [Minha Biblioteca]. Regulação da função gastrintestinal Dos quatro processos GI, a motilidade e a secreção são as principais funções reguladas. Se o alimento se move através do sistema muito rapidamente, não haverá tempo suficiente para que tudo no lúmen seja digerido e absorvido. A secreção é regulada para que as enzimas digestórias apropriadas possam quebrar o alimento em formas que possam ser absorvidas. A digestão, por sua vez, depende da motilidade e da secreção. Os cientistas acreditavam que a absorção dos nutrientes não é regulada, e que “você absorve o que você come”. Agora, entretanto, evidências indicam que a absorção de alguns nutrientes pode ser alterada em resposta a mudanças ambientais de longo prazo. Aproximadamente, 80-90% da serotonina do nosso corpo é produzida no nosso trato gastrointestinal. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 {O SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO PODE ATUAR DE MODO INDEPENDENTE} O sistema nervoso entérico (SNE) foi inicialmente reconhecido há mais de um século, quando os cientistas notaram que seções isoladas do intestino removidas do corpo criavam uma onda reflexa de contrações peristálticas quando a pressão do lúmen aumentava. O que eles observaram foi a habilidade do SNE de realizar um reflexo independentemente do controle exercido pelo sistema nervoso central (SNC). A este respeito, o SNE é muito similar às redes nervosas de águas-vivas e de anêmonas-do-mar. Você pode ter visto anêmonas-do-mar sendo alimentadas em um aquário. Quando um pedaço de camarão ou de peixe flutua perto dos seus tentáculos, elas começam a ondular, captando “odores químicos” através da água. Uma vez que o alimento toca o tentáculo, ele é levado à boca, passando de um tentáculo para o outro até desaparecer dentro da cavidade digestória. Este reflexo é realizado sem um encéfalo, olhos ou um nariz. O sistema nervoso da anêmona consiste em uma rede nervosa com neurônios sensoriais, interneurônios e neurônios eferentes que controlam os músculos e as células secretoras do seu corpo. Os neurônios da rede são ligados de modo que possam integrar a informação e agir sobre ela. Da mesma forma que uma anêmona captura seu alimento, o SNE recebe estímulos e atua sobre eles. O sistema nervoso entérico controla a motilidade, a secreção e o crescimento do trato digestório. REFLEXOS CURTOS INTEGRADOS NO SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO Os plexos nervosos entéricos na parede intestinal agem como um “pequeno cérebro”, permitindo que reflexos locais sejam iniciados, integrados e finalizados completamente no trato GI.. Os reflexos que se originam dentro do sistema nervoso entérico (SNE) e são integrados por ele sem sinais externos são denominados reflexos curtos. O plexo submucoso contém neurônios sensoriais que recebem sinais do lúmen do trato GI. A rede do SNE integra está informação sensorial e, então, inicia a resposta. O plexo submucoso controla a secreção pelas células epiteliais GI. Os neurônios do plexo mioentérico na camada muscular externa influenciam a motilidade. REFLEXOS LONGOS SÃO INTEGRADOS NO SNC Embora o SNE possa funcionar isoladamente, ele também envia informações sensoriais para o SNC e recebe aferências dele através dos neurônios autonômicos. Um reflexo neural clássico inicia com um estímulo transmitido por um neurônio sensorial para o SNC, onde o estímulo é integrado e atua. No sistema digestório, alguns reflexos clássicos são originados nos receptores sensoriais no trato GI, mas outros são originados fora do sistema digestório (Fig. 21.5, setas cinza). Não importa onde eles se originam, os reflexos digestórios integrados no SNC são chamados de reflexos longos. Os reflexos longos que se originam completamente fora do sistema digestório incluem reflexos antecipatórios e reflexos emocionais. Esses reflexos são chamados de reflexos cefálicos, uma vez que eles se originam no encéfalo. Os reflexos antecipatórios iniciam com estímulos – como visão, cheiro, som ou pensamento no alimento – que preparam o sistema digestório para a refeição que o encéfalo está antecipando. Por exemplo, se você está com fome e sente o cheiro do jantar sendo preparado, você fica com água na boca e seu estômago ronca. Os reflexos emocionais e a sua influência no trato GI ilustram outra ligação entre o cérebro e o sistema digestório. As respostas GI às emoções variam da constipação do viajante a “borboletas no estômago” para vômitos e diarreia induzidos psicologicamente. Nos reflexos longos, o músculo liso e as glândulas do trato GI estão sob controle autonômico. Em geraI, fala-se que a divisão parassimpática é excitatória e realça as funções GI, levando ao seu apelido de “descansar e digerir”. A maioria dos neurônios parassimpáticos para o trato GI são encontrados no nervo vago. Os neurônios simpáticos normalmente inibem as funções GI. {OS PEPTÍDEOS GASTRINTESTINAIS INCLUEM HORMÔNIOS, NEUROPEPTÍDEOS E CITOCINAS} Os peptídeos secretados pelas células do trato GI podem atuar como hormônios ou como sinais parácrinos. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 No sistema digestório, os peptídeos GI excitam ou inibem a motilidade e a secreção. Alguns peptídeos parácrinos são secretados para o lúmen, onde eles se ligam a receptores na membrana apical para desencadear uma resposta. Outros são secretados no líquido extracelular, onde eles difundem curtas distâncias para agir em células vizinhas. Os peptídeos GI também atuam fora do trato GI, e algumas de suas mais importantes ações envolvem o cérebro. Por exemplo, em estudos experimentais, o hormônio GI colecistocinina (CCK) melhora a saciedade, dando a sensação de que a fome foi saciada. No entanto, a CCK também é produzida por neurônios e funciona como um neurotransmissor no cérebro, assim é difícil determinar quanto da resposta normal de saciedade é devida à CCK proveniente do intestino. Outro peptídeo GI, a grelina, é secretado pelo estômago e age no cérebro para aumentar a ingestão alimentar. Os pesquisadores têm agora sequenciados mais de 30 peptídeos provenientes da mucosa GI, porém somente alguns deles são amplamente aceitos como hormônios. Alguns peptídeos têm efeitos parácrinos bem definidos, mas a maioria entra em uma longa lista de candidatos a hormônios. Além disso, conhecemos moléculas reguladoras não peptídicas, como a histamina, que funcionam como sinais parácrinos {REFERÊNCIAS} Unglaub, Silverthorn, D. Fisiologia Humana. Grupo A. [MinhaBiblioteca]. No processo de digestão, nosso alimento move- se pelo sistema digestório e sofre modificações que garantem o aproveitamento dos nutrientes necessários para nosso organismo. Essa movimentação ocorre de maneira involuntária e sem que nós percebamos que ela está ocorrendo. O movimento que permite que o alimento transite pelo nosso tubo digestório é denominado de peristáltico. Os movimentos peristálticos são fundamentais para que o processo de digestão ocorra de maneira adequada. Eles ocorrem graças à movimentação de músculos lisos encontrados em porções do esôfago, estômago e intestino que garantem que o bolo alimentar chegue ao estômago e que o bolo fecal seja eliminado do corpo. Os músculos lisos encontrados no sistema digestório possuem nervos do sistema nervoso autônomo (a parte do sistema nervoso relacionada com a comunicação interna do organismo). O sistema nervoso autônomo pode ser dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Enquanto o sistema parassimpático garante o aumento do peristaltismo, o simpático diminui esse processo. Movimentos no esôfago No esôfago, os movimentos peristálticos atuam como movimentos ondulados e de contração que fazem com que o bolo alimentar seja levado lentamente em direção ao estômago. Além de garantir que o alimento siga em direção ao estômago, o peristaltismo permite que o bolo alimentar seja misturado com os sucos digestivos. Movimentos no estômago No estômago, movimentos peristálticos também estão presentes e garantem que o bolo alimentar se misture com o suco gástrico produzido por esse órgão. A mistura formada deixa de ser chamada de bolo alimentar e passa a ser chamada de quimo. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 Movimentos do intestino delgado Os movimentos do intestino delgado, como os de outros locais do trato gastrointestinal, podem ser divididos em: ➢ Contrações de mistura; ➢ Contrações propulsivas. Em termos gerais, essa distinção é artificial, porque essencialmente todos os movimentos do intestino delgado causam pelo menos algum grau de mistura e de propulsão. A classificação desses processos é descrita nas seguintes seções. {CONTRAÇÕES DE MISTURA (CONTRAÇÕES DE SEGMENTAÇÃO)} Quando a porção do intestino delgado é distendida pelo quimo, o estiramento da parede intestinal provoca -contrações concêntricas localizadas, espaçadas ao longo do intestino e com duração de fração de minuto. As contrações causam “segmentação” do intestino delgado, como mostrado na Figura. Isto é, elas dividem o intestino em segmentos, o que lhe dá aparência de um grupo de salsichas. Quando uma série de contrações de segmentação se relaxa, outra se inicia, mas as contrações ocorrem em outros pontos entre os anteriores contraídos. Assim, as contrações de segmentação “dividem” o quimo duas a três vezes por minuto, promovendo por esse meio a mistura do alimento com as secreções do intestino delgado. A frequência máxima das contrações de segmentação no intestino delgado é determinada pela frequência das ondas elétricas lentas na parede intestinal, que é o ritmo elétrico básico. Como a frequência dessas ondas não ultrapassa 12 por minuto no duodeno e no jejuno proximal, a frequência máxima das contrações de segmentação nessas áreas é também de cerca de 12 por minuto; entretanto, essa frequência máxima ocorre apenas sob condições extremas de estimulação. No íleo terminal, a frequência máxima normalmente é de 8 a 9 contrações por minuto. As contrações de segmentação ficam extremamente fracas, quando a atividade excitatória do sistema nervoso entérico é bloqueada pelo fármaco atropina. Assim, muito embora sejam as ondas lentas, no próprio músculo liso, que causam as contrações de segmentação, essas contrações não são efetivas sem a excitação de fundo do plexo nervoso mioentérico. {MOVIMENTOS PROPULSIVOS} PERISTALSE NO INTESTINO DELGADO. O quimo é impulsionado pelo intestino delgado por ondas peristálticas. Elas ocorrem em qualquer parte do intestino delgado e movem-se na direção do ânus com velocidade de 0,5 a 2,0 cm/s, mais rápidas no intestino proximal e mais lentas no intestino terminal. Normalmente, elas são muito fracas e cessam depois de percorrer em 3 a 5 centímetros. É muito raro que as ondas atinjam mais de 10 centímetros, de maneira que o movimento para adiante do quimo venha a ser muito lento. De fato, o movimento resultante, ao longo do intestino delgado, é de, em média, apenas 1 cm/min. Essa velocidade de deslocamento significa que são necessárias 3 a 5 horas para a passagem do quimo do piloro até a válvula ileocecal. CONTROLE DO PERISTALTISMO POR SINAIS NERVOSOS E HORMONAIS. A atividade peristáltica do intestino delgado é bastante intensa após refeição. Esse aumento da atividade deve-se, em parte, à entrada do quimo no duodeno, -causando distensão de sua parede. A atividade peristáltica também é aumentada pelo chamado reflexo gastroentérico, provocado pela distensão do estômago e conduzido, pelo plexo miontérico da parede do estômago, até o intestino delgado. Além dos sinais nervosos que podem afetar o peristaltismo do intestino delgado, diversos hormônios afetam o peristaltismo, incluindo a gastrina, a CCK, a insulina, a motilina e a serotonina, que intensificam a motilidade intestinal e que são secretados em diversas fases do processamento alimentar. Por outro lado, a secretina e o glucagon inibem a motilidade do intestino delgado. A importância fisiológica de cada um desses fatores hormonais no controle da motilidade ainda é questionável. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 A função das ondas peristálticas no intestino delgado não é apenas a de causar a progressão do quimo para a válvula ileocecal, mas também a de distribuir o quimo ao longo da mucosa intestinal. À medida que o quimo entra no intestino e provoca o peristaltismo, que imediatamente distribui o quimo ao longo do intestino, esse processo se intensifica com a entrada de mais quimo no duodeno. Ao chegar à válvula ileocecal, o quimo por vezes fica aí retido por várias horas, até que a pessoa faça outra refeição; nesse momento, o reflexo gastroileal intensifica o peristaltismo no íleo e força o quimo remanescente a passar pela válvula ileocecal para o ceco do intestino grosso. EFEITO PROPULSIVO DOS MOVIMENTOS DE SEGMENTAÇÃO. Os movimentos de segmentação, embora individualmente durem apenas alguns segundos, em geral percorrem mais ou menos 1 centímetro na direção anal e contribuem para impulsionar o alimento ao longo intestino. A diferença entre os movimentos de segmentação e os peristálticos não é tão grande quanto se esperaria dessas duas classificações. SURTO PERISTÁLTICO. Embora o peristaltismo no intestino delgado seja normalmente fraco, a irritação intensa da mucosa intestinal, como ocorre em casos graves de diarreia infecciosa, pode causar peristalse intensa e rápida chamada de surto peristáltico. Esse fenômeno é desencadeado, em parte, por reflexos nervosos que envolvem o sistema nervoso autônomo e o tronco cerebral e, em parte, pela intensificação intrínseca de reflexos no plexo mioentérico da parede do trato intestinal. As intensas contrações peristálticas percorrem longas distâncias no intestino delgado em questão de minutos, varrendo os conteúdos do intestino para o cólon e, assim, aliviando o intestino delgado do quimo irritativo e da distensão excessiva. Movimentos do cólon As principais funções do cólon são (1) absorção de água e de eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas; (2) armazenamento de material fecal, até que possa ser expelido. A metade proximal do cólon, mostrada na Figura 64-5, está envolvida principalmente na absorção, e a metade distal, no armazenamento. Já que movimentos intensos da parede do cólon não são necessários para essas funções, os movimentos do cólon são normalmentemuito lentos. Embora lentos, os movimentos ainda têm características semelhantes às do intestino delgado e podem ser divididos, mais uma vez, em movimentos de mistura e movimentos propulsivos. {MOVIMENTOS DE MISTURA — “HAUSTRAÇÕES”} Da mesma maneira que os movimentos de segmentação ocorrem no intestino delgado, grandes constrições circulares ocorrem no intestino grosso. A cada uma dessas constrições, extensão de cerca de 2,5 centímetros de músculo circular se contrai, às vezes constringindo o lúmen do cólon até quase oclusão. Ao mesmo tempo, o músculo longitudinal do cólon, que se reúne em três faixas longitudinais, denominadas tênias cólicas, se contrai. Essas contrações combinadas de faixas circulares e longitudinais de músculos fazem com que a porção não estimulada do intestino grosso se infle em sacos denominados haustrações. Cada haustração normalmente atinge a intensidade máxima em cerca de 30 segundos e desaparece nos próximos 60 segundos. Às vezes, elas ainda se movem lentamente na direção do ânus, durante a contração, em especial no ceco e no cólon ascendente e, assim, contribuem com alguma propulsão do conteúdo colônico para adiante. Após poucos minutos, novas contrações haustrais ocorrem em áreas próximas. Assim, o material fecal no intestino grosso é lentamente revolvido, de forma que todo o material fecal é gradualmente exposto à superfície mucosa do intestino grosso, para que os líquidos e as substâncias dissolvidas SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 sejam de maneira progressiva absorvidos. Apenas 80 a 200 mililitros de fezes são expelidos a cada dia. {MOVIMENTOS PROPULSIVOS — “MOVIMENTOS DE MASSA”} Grande parte da propulsão no ceco e no cólon ascendente resulta de contrações haustrais lentas, mas persistentes; o quimo leva de 8 a 15 horas para se mover da válvula ileocecal pelo cólon, passando a ser fecal em qualidade ao se transformar de material semilíquido em material semissólido. Do ceco ao sigmoide, movimentos de massa podem, por vários minutos a cada surto, assumir o papel propulsivo. Esses movimentos normalmente ocorrem apenas uma a três vezes por dia, e em muitas pessoas particularmente por cerca de 15 minutos, durante a primeira hora seguinte ao desjejum. O movimento de massa é tipo modificado de peristaltismo caracterizado pela seguinte sequência de eventos: primeiro, um anel constritivo ocorre em resposta à distensão ou irritação em um ponto no cólon, o que costuma ser no cólon transverso. Então, rapidamente nos 20 centímetros ou mais do cólon distal ao anel constritivo, as haustrações desaparecem e o segmento passa a se contrair como unidade, impulsionando o material fecal em massa para regiões mais adiante no cólon. A contração se desenvolve progressivamente por volta de 30 segundos, e o relaxamento ocorre nos próximos 2 a 3 minutos. Em seguida, ocorrem outros movimentos de massa, algumas vezes mais adiante no cólon. A série de movimentos de massa normalmente se mantém por 10 a 30 minutos. Cessam para retornar mais ou menos meio dia depois. Quando tiverem forçado a massa de fezes para o reto, surge a vontade de defecar. {INICIAÇÃO DE MOVIMENTOS DE MASSA POR REFLEXOS GASTROCÓLICOS E DUODENOCÓLICOS} O aparecimento dos movimentos de massa depois das refeições é facilitado por reflexos gastrocólicos e duodenocólicos. Esses reflexos resultam da distensão do estômago e do duodeno. Podem não ocorrer ou só ocorrer raramente, quando os nervos autônomos extrínsecos ao cólon tiverem sido removidos; portanto, os reflexos quase certamente são transmitidos por meio do sistema nervoso autônomo. A irritação do cólon também pode iniciar intensos movimentos de massa. Por exemplo, a pessoa acometida por condição ulcerativa da mucosa do cólon (colite ulcerativa), com frequência, tem movimentos de massa que persistem quase todo o tempo. Fatores que alteram a motilidade ➢ Emocional ➢ Alimentação {EMOCIONAL} O aparelho digestivo, que vai da boca ao ânus, é o que mais sofre interferência da parte emocional. Isso ocorre porque há uma conexão entre o sistema nervoso central e o entérico (localizado no intestino). Esse órgão também produz uma rede imensa de neurônios, que se encarregam das funções digestivas. Apesar de independentes, os dois mecanismos trocam figurinhas. Quando estamos sob o efeito de emoções negativas, os neurotransmissores interferem nas ondas peristálticas (movimento do intestino), podendo torná-la mais lenta, o que causa a constipação, ou até diarreia. Dada a proximidade da interação entre o Curiosidade CONTRAÇÕES DE FOME. Além das contrações peristálticas que ocorrem quando o alimento está no estômago, outro tipo de contração intensa, denominada contração de fome, em geral, ocorre quando o estômago fica vazio por várias horas. São contrações peristálticas rítmicas no corpo do estômago. Quando as contrações sucessivas ficam extremamente fortes nas condições normais, elas se fundem em contração tetânica que, às vezes, dura por 2 a 3 minutos. As contrações de fome são mais intensas em indi-víduos jovens, sadios, com tônus gastrointestinal elevado, sendo também aumentadas, quando a pessoa apresenta níveis sanguíneos de açúcar abaixo do normal. Quando ocorrem contrações da fome no estômago, a pessoa por vezes sente branda dor epigástrica, denominada pontadas de fome. As pontadas de fome, em geral, não são obser-vadas até 12 a 24 horas após a última ingestão de alimento. As pessoas que se encontram em um estado de jejum extremo atingem sua maior intensidade em 3 a 4 dias e, então, gradativamente declinam nos dias subsequentes. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 intestino e o cérebro, é mais fácil perceber porque é que podemos sentir náuseas antes de fazer uma apresentação ou sentir uma “dor de barriga” durante períodos de estresse. No entanto, isto não significa que as doenças gastrointestinais são “fruto da sua imaginação”. Os fatores psicossociais influenciam a fisiologia real do intestino, bem como os sintomas. Por outras palavras, o estresse (ou depressão ou ainda outros fatores psicológicos) podem afetar o movimento e as contrações do trato gastrointestinal, causando inflamação ou torná-lo mais suscetível à infecção. {ALIMENTAÇÃO} AUMENTAM O PERISTALTISMO As fibras naturais são constituídas por macromoléculas que não são digeridas pelas enzimas digestivas. Isso porque elas não são hidrolisadas pelos sucos e enzimas gástricas, intestinais e pancreáticas. As fibras naturais são classificadas em solúveis e insolúveis. FIBRAS SOLÚVEIS: Incorporam água rapidamente e são facilmente decompostas no intestino grosso. Entre 70% e 90% da quantidade ingerida é decomposta pelas bactérias do cólon. Por carregarem água, amolecem o bolo fecal, facilitando o seu deslizamento. São encontradas nas frutas (laranjas, maçãs, etc.), vegetais (cenouras), nos folículos das cascas e na cevada. FIBRAS INSOLÚVEIS: As fibras insolúveis têm menor capacidade para incorporar água e são difíceis de serem degradadas pelas bactérias do cólon. Por isso, são eliminadas praticamente intactas nas fezes. Têm a função de induzir o peristaltismo intestinal por meio de um estímulo fisiológico. Além disso, podem ser utilizadas continuamente, mesmo na presença de mucosa alterada, como nas enfermidades inflamatórias intestinais. Fontes de fibra insolúvel: grãos (feijão, soja, lentilha), cereais integrais (arroz, centeio, trigo e farelos), vegetais e talos de vegetais (brócolis, couve-flor), verduras folhosas, cascas e bagaços de frutas. {REFERÊNCIAS} https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia- animal/movimentos-peristalticos-sua-importancia-para- digestao.htm#:~:text=Os%20movimentos%20perist%C 3%A1lticos%20s%C3%A3o%20fundamentais,fecal%20s eja%20eliminado%20do%20corpo. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/movimentos- peristalticos.htm John E. Hall. Guyton& Hall Tratado de Fisiologia Médica. Grupo GEN, 2017. [Minha Biblioteca]. https://gastro.com.br/geral/emocoes-e-estresse-podem- afetar-o-funcionamento-aparelho-digestivo/ https://www.essentialnutrition.com.br/conteudos/poder- das- fibras/#:~:text=As%20fibras%20insol%C3%BAveis%20 t%C3%AAm%20menor,meio%20de%20um%20est%C 3%ADmulo%20fisiol%C3%B3gico. https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/3094 8-alimentos-ricos-em-fibras-beneficios-e- recomendacoes#:~:text=As%20fibras%20insol%C3%B Aveis%20n%C3%A3o%20s%C3%A3o,cascas%20e%2 0baga%C3%A7os%20de%20frutas. O omeprazol trata-se de um medicamento que faz parte do grupo dos inibidores da bomba de prótons cuja ação é reduzir a produção de ácido no estômago. {PARA QUE SERVE OMEPRAZOL} Indicado para tratar certas condições em que ocorra muita produção de ácido no estômago. É usado para tratar úlceras gástricas (estômago) e duodenais (intestino) e refluxo gastroesofágico (quando o suco gástrico do estômago volta para o esôfago). Muitas vezes o omeprazol é usado também na combinação com outros antibióticos para tratar as úlceras associadas às infecções causadas pela bactéria Helycobacter pylori. O omeprazol também pode ser usado para tratar a doença de Zollinger-Ellison, que ocorre quando o estômago passa a produzir ácido em excesso. Também é utilizado para tratar dispepsia, condição que causa acidez, azia, arrotos ou indigestão. Pode ser usado também para evitar sangramento do trato gastrintestinal superior em pacientes seriamente doentes. {INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE} CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS Características químicas: O omeprazol é um inibidor da secreção gástrica pertencente à família dos benzimidazois. PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS O omeprazol reduz a secreção ácida gástrica através de mecanismo de ação altamente seletivo. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 Produz inibição específica da enzima H+ K+ ATPase ("bomba de prótons") nas células parietais. Esta ação farmacológica dose-dependente inibe a etapa final da formação de ácido no estômago, proporcionando, assim, uma inibição altamente efetiva tanto da secreção ácida basal quanto da estimulada (independentemente do estímulo). Atua de forma específica exclusivamente nas células parietais, não possuindo ação sobre receptores de acetilcolina ou histamina. O Helicobacter pylori está associado à doença cloridropéptica incluindo úlceras duodenal e gástrica nas quais cerca de 95% e 70% dos pacientes, respectivamente, estão infectados com esta bactéria. O H. pylori é o principal fator no desenvolvimento da gastrite. O ácido gástrico e o H. pylori agem conjuntamente como principais fatores no desenvolvimento da úlcera péptica. A erradicação do H. pylori com omeprazol e antimicrobianos está associada a um rápido alívio nos sintomas, altos índices de cicatrização das lesões mucosas e remissão a longo prazo da doença ulcerosa péptica PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS Absorção: Após administração oral, a absorção ocorre no intestino delgado e é geralmente completada entre 3 e 6 horas. A ingestão concomitante com alimentos não influi na sua biodisponibilidade. O início de ação do omeprazol é rápido e o controle reversível da secreção ácida é obtido com uma única administração diária. Dose diária única de omeprazol oferece uma rápida e efetiva inibição da secreção ácida gástrica com efeito máximo atingido dentro dos primeiros 4 dias de tratamento. Distribuição: A taxa de ligação proteica é de aproximadamente 95%. O omeprazol distribui-se pelos tecidos, principalmente nas células gástricas parietais. Metabolismo: O omeprazol é completamente metabolizado, principalmente no fígado, no sistema citocromo P, sendo seus metabólitos desprovidos de ação significante na secreção ácida. Apresenta uma meia vida de 30 minutos à 1 hora em pacientes com função hepática normal, e em torno de 3 horas em pacientes com insuficiência hepática crônica. Excreção: Aproximadamente 80% da dose administrada é excretada como metabólitos na urina e o restante é encontrado nas fezes. {CONTRAINDICAÇÕES} Contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a qualquer outro componente da fórmula. Visto que não há estudos sobre o uso de omeprazol nos períodos de gravidez e lactação, seu uso não é recomendado. {MODO DE USAR} A dose oral usual deve ser administrada uma vez ao dia, antes do café da manhã. Mantenha o frasco bem fechado após a utilização do produto {EFEITOS COLATERAIS} O omeprazol é um fármaco bastante seguro, com baixíssima taxa de efeitos colaterais graves. Entre os efeitos adversos mais comuns destacam- se a dor de cabeça (7%), dor abdominal (5%), diarreia (4%), enjoos (4%), flatulência (3%), vômitos (3%), tontura (2%), reações alérgicas da pele (2%), prisão de ventre (2%), dor lombar (1%), tosse (1%), pneumonia (1%). Entre os efeitos adversos mais graves (e também mais raros – menos de 0,1% dos pacientes), podemos destacar: ➢ Nefrite intersticial. ➢ Insuficiência renal crônica. ➢ Osteoporose. ➢ Diarreia pela bactéria Clostridium difficile. ➢ Gastrite atrófica. ➢ Hipomagnesemia (baixa de magnésio no sangue). ➢ Toxicidade hepática. Apesar de raros, os efeitos colaterais listados acima têm sido registados, pois o omeprazol é um medicamento atualmente utilizado por milhões de pessoas. O uso prolongado, isto é, por anos a fio, aumenta o risco da ocorrência de efeitos colaterais mais raros. {REFERÊNCIAS} https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/0 7/07/omeprazol-eficaz-no-controle-da-acidez-estomacal- ele-pode-levar-a-anemia.htm O omeprazol deve ser tomado, de preferência, em jejum, pois é neste momento que as células parietais apresentam o maior número de bombas de prótons em repouso, aptas para serem inibidas. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 https://www.minhavida.com.br/saude/bulas/13-omeprazol https://www.farmadelivery.com.br/media/upload/pdf/BUL AS/TEUTO/omeprazol-capsulas-teuto.pdf https://www.mdsaude.com/bulas/omeprazol/#:~:text=Uni prazol.- ,Como%20tomar%20%E2%80%93%20Posologia,a%20 qual%20se%20pretende%20tratar. A Síndrome do Intestino Irritável (SII), segundo Consenso de ROMA III, é um distúrbio gastrointestinal funcional, caracterizado por dor, mudança no hábito intestinal, distensão abdominal e constipação e/ou diarreia1. A maior prevalência é observada na faixa etária entre 30 e 50 anos, com idade média de 40 anos. Apesar de ser tradicionalmente relacionada ao sexo feminino, estudos recentes apontaram para aumento da incidência desta síndrome entre os homens No Brasil, a SII afeta, aproximadamente, 10% a 15% da população, com redução dessa proporção após 60 anos. A apresentação clínica mais prevalente é a constipação A causa é desconhecida, e a fisiopatologia não é completamente compreendida. O diagnóstico é clínico. O tratamento é sintomático, consistindo em manejo dietético e tratamento farmacológico, incluindo anticolinérgicos e agentes que atuam nos receptores de serotonina. Etiologia A causa da SII é desconhecida. Não foi encontrada uma causa anatômica em exames laboratoriais, radiográficos e biópsias. Fatores emocionais, dietéticos, farmacológicos ou hormonais podem precipitar ou agravar os sintomas gastrointestinais. Historicamente, o transtorno foi considerado muitas vezes como puramente psicossomático. Embora fatores psicossociais estejam envolvidos, a SII é mais bem compreendida como uma combinação de fatores PSICOSSOCIAIS e FISIOLÓGICOS. {FATORES PSICOSSOCIAIS} A angústia psicológica é comum em pacientes com SII, especialmente naqueles que procuram atendimento médico. Alguns pacientes têm distúrbios de ansiedade, depressão ou um transtorno de somatização. Também coexistem distúrbios do sono. Entretanto, estresse e conflitos emocionais nem sempre coincidem com o início e recorrênciados sintomas. Alguns pacientes com SII parecem ter doença com comportamento aberrante adquirido (i.e., expressam o conflito emocional como uma queixa gastrointestinal, geralmente a dor abdominal). O médico que avalia pacientes com SII, particularmente aqueles com sintomas refratários, deve investigar por questões psicológicas não resolvidas, incluindo a possibilidade de abuso sexual ou físico. Os fatores psicossociais também afetam o desfecho na SII. {FATORES FISIOLÓGICOS} Diversos fatores fisiológicos parecem estar envolvidos nos sintomas da SII. Esses fatores incluem motilidade alterada, maior sensibilidade intestinal (hiperalgesia visceral) e vários fatores genéticos e ambientais. A hiperalgesia visceral refere-se à hipersensibilidade a quantidades normais de distensão intraluminal e percepção elevada da dor na presença de quantidades normais de gases intestinais, que pode resultar da remodelação das vias neurais no eixo encéfalo-intestino. Alguns pacientes (talvez 1 em 7) relataram que seus sintomas de SII começaram após um episódio de gastroenterite aguda (denominada SII pós- infecciosa). Um subgrupo de pacientes com SII tem disfunções autonômicas. Entretanto, muitos pacientes não têm anormalidades fisiológicas demonstráveis e, naqueles que têm, essas anormalidades podem não se correlacionar aos sintomas. A constipação pode ser explicada pelo trânsito mais lento do cólon e a diarreia pelo trânsito rápido no cólon. Alguns pacientes com obstipação têm menos propagação de contrações colônicas de alta amplitude, que impulsionam o conteúdo do cólon por diversos segmentos. Por outro lado, a atividade motora excessiva do sigmoide pode atrasar o trânsito na constipação funcional. O desconforto abdominal pós-prandial pode ser atribuído a um reflexo gastrocólico exagerado (a resposta contrátil do cólon a uma refeição), à presença de propagação de contrações colônicas de alta amplitude, hiperalgesia visceral ou uma combinação desses fatores. A ingestão de gordura pode aumentar a permeabilidade intestinal e exagerar a hipersensibilidade. A ingestão de alimentos ricos em oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis (denominados coletivamente FODMAPs) é fracamente SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 absorvida no intestino delgado e pode aumentar a motilidade e secreção colônicas. As flutuações hormonais afetam a função intestinal em mulheres. A sensibilidade retal está aumentada durante a menstruação, mas não durante outras fases do ciclo menstrual. Os efeitos dos esteroides sexuais sobre o trânsito digestivo são sutis. O papel do supercrescimento bacteriano do intestino delgado na SII é controverso. {SINAIS E SINTOMAS} A SII tende a começar na adolescência e em torno dos 20 anos, exacerbando os sintomas que recorrem em períodos irregulares. O início na vida adulta tardia é menos comum. Os sintomas de SII raramente despertam o paciente que dorme. Os sintomas são frequentemente desencadeados por alimentos ou por estresse. Os pacientes têm desconforto abdominal que varia consideravelmente, mas em geral está localizado no abdômen inferior, é de natureza constante ou em cólicas e está relacionado com a defecação. Além disso, o desconforto abdominal é temporalmente associado a alterações na frequência (aumento na SII com predomínio de diarreia e diminuição na SII com predomínio de constipação) e consistência das evacuações (i.e., solta ou irregular e dura). Dor ou desconforto relacionado com a defecação é suscetível de ser de origem intestinal; dor ou desconforto associados a exercícios, movimento, micção ou menstruação geralmente tem uma causa diferente. Embora os padrões intestinais sejam relativamente consistentes na maioria dos pacientes, não é incomum que os pacientes alternem entre constipação e diarreia. Os pacientes também podem ter sintomas de alteração da passagem das fezes (esforço, urgência ou sensação de evacuação incompleta), eliminação de muco ou queixar-se de meteorismo ou distensão abdominal. Muitos pacientes também apresentam sintomas de dispepsia. Sintomas extraintestinais (p. ex., fadiga, fibromialgia, distúrbios do sono, cefaleia crônica) são comuns. {TRATAMENTO} ➢ Apoio e compreensão ➢ Dieta normal, evitando alimentos produtores de gases e diarreia ➢ Aumento da ingestão de fibras para constipação ➢ O tratamento farmacológico é direcionado aos sintomas principais. Doenças comuns que podem ser confundidas com a SII incluem a intolerância à lactose, diarreia induzida por fármacos, diarreia pós- colecistectomia, abuso de laxantes, doenças parasitárias, gastrite ou enterite eosinofílica, colite microscópica e supercrescimento bacteriano do intestino delgado, doença celíaca e doença inflamatória intestinal na fase inicial. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 {REFERÊNCIAS} https://www.msdmanuals.com/pt- pt/profissional/dist%C3%BArbios- gastrointestinais/s%C3%ADndrome-do-intestino- irrit%C3%A1vel-sii/s%C3%ADndrome-do-intestino- irrit%C3%A1vel-sii http://sbhepatologia.org.br/pdf/2015_edicao1_artigo6.pdf Distúrbios do Intestino Grosso ➢ Diarreia ➢ Constipação {DIARREIA} A diarreia resulta do movimento rápido de material fecal pelo intestino grosso. Várias causas de diarreia com importantes sequelas fisiológicas são as seguintes. ENTERITE — INFLAMAÇÃO DO TRATO INTESTINAL. Enterite significa inflamação, em geral, ocasionada por vírus ou por bactérias do trato intestinal. Na diarreia infecciosa comum, a infecção é mais extensa, no intestino grosso e na parte distal do íleo. Em todos os lugares em que a infecção esteja presente, ocorre irritação da mucosa, cuja secreção aumenta muito. Ademais, a motilidade da parede intestinal costuma ficar muito aumentada. Como resultado, existe no lúmen grande quantidade de líquido para a remoção do agente infeccioso e, ao mesmo tempo, fortes movimentos propulsores impelem esse líquido na direção do ânus. Esse mecanismo é importante para livrar o trato intestinal de infecção debilitante. De especial interesse é a diarreia causada pelo cólera (e menos frequentemente por outras bactérias, como os bacilos patogênicos do cólon). A toxina do cólera estimula diretamente a secreção excessiva de eletrólitos e líquido pelas criptas de Lieberkühn no íleo distal e no cólon. A quantidade pode ser de 10 a 12 litros por dia, e o cólon em geral reabsorve o máximo de 6 a 8 litros por dia. PORTANTO, A PERDA DE LÍQUIDO E DE ELETRÓLITOS POR MUITOS DIAS PODE SER FATAL. A base fisiológica mais importante da terapia no cólera é repor com rapidez o líquido e os eletrólitos, à medida que são perdidos principalmente por via intravenosa. Com reposição apropriada de líquido e com o uso de antibióticos, quase nenhuma pessoa morre do cólera; mas sem terapia, a mortalidade é de até 50% dos pacientes. DIARREIA PSICOGÊNICA. Quase todos estão familiarizados com a diarreia que acompanha períodos de tensão nervosa, como durante provas ou quando um soldado está para entrar na batalha. Esse tipo de diarreia, chamada diarreia emocional psicogênica, é causado por estimulação excessiva do sistema nervoso parassimpático, que excita intensamente (1) a motilidade; e (2) o excesso de secreção de muco no cólon distal. Esses dois efeitos somados podem causar diarreia acentuada. {CONSTIPAÇÃO} Constipação significa movimento lento das fezes pelo intestino grosso. Frequentemente, está associada à grande quantidade de fezes ressecadas e endurecidas no cólon descendente, que se acumulam devido à absorção excessiva ou insuficiente ingestão de líquido. Qualquer patologia dos intestinos que obstrua o movimento do conteúdo intestinal, como tumores, aderências que causem constrição ou úlceras, pode causar constipação. Lactentes raramente são constipados, porém parte de seu treinamento,nos primeiros anos de vida, exige que eles aprendam a controlar a defecação; esse controle é efetuado por inibição dos reflexos naturais da defecação. A experiência clínica mostra que se não houver defecação, quando os reflexos são excitados ou caso haja o uso excessivo de laxativos, no lugar da função natural do intestino, os reflexos ficam progressivamente menos fortes com o passar de meses ou anos, e o cólon se torna atônico. Por essa razão, se a pessoa estabelecer hábitos intestinais regulares cedo na vida, geralmente defecando pela manhã, depois do café da manhã, quando os reflexos gastrocólico e duodenocólico causam movimentos de massa no A longa duração da diarreia pode causar desidratação, anemia, perda de peso e imunodeficiência. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 intestino grosso, o desenvolvimento de constipação, mais tarde na vida, será muito menos provável. A constipação pode também resultar de espasmo de pequeno segmento do cólon sigmoide. A motilidade normalmente é fraca no intestino grosso, de modo que mesmo um espasmo discreto pode provocar constipação séria. Se a constipação perdura por vários dias e fezes se acumulam acima do cólon sigmoide espástico, secreções colônicas excessivas frequentemente levam a um dia ou mais de diarreia. Depois disso, o ciclo começa novamente com alternância entre constipação e diarreia. Distúrbios Gerais do Trato Gastrointestinal {VÔMITO} O vômito é o meio pelo qual o trato gastrointestinal superior se livra do seu conteúdo, quando qualquer parte do trato superior é excessivamente irritada, hiperdistendida ou hiperexcitada. A distensão excessiva ou a irritação do duodeno é estímulo especialmente forte para o vômito. Os sinais sensoriais que iniciam o vômito se originam principalmente da faringe, do esôfago, do estômago e das partes superiores do intestino delgado. Os impulsos nervosos são transmitidos, como se vê na Figura, por fibras nervosas aferentes vagais e simpáticas para múltiplos núcleos distribuídos no tronco cerebral, especialmente a área postrema na área chamada “centro do vômito”. Desse centro, os impulsos motores que causam vômitos são transmitidos pelo quinto, sétimo, nono, décimo e décimo segundo nervos cranianos para o trato gastrointestinal superior, pelos nervos vagais e simpáticos para regiões mais distais do trato, e pelos nervos espinais para o diafragma e músculos abdominais. https://cuidadospelavida.com.br/cuidados-e-bem- estar/problemas-digestivos/riscos-diarreia-nao- tratada#:~:text=A%20longa%20dura%C3%A7%C3%A 3o%20da%20diarreia,perda%20de%20peso%20e%20i munodefici%C3%AAncia. ANTIPERISTALTISMO, O PRELÚDIO DO VÔMITO. Nos primeiros estágios da irritação gastrointestinal excessiva ou da hiperdistensão, o antiperistaltismo começa a ocorrer minutos antes de aparecerem os vômitos. Antiperistaltismo significa peristaltismo para cima, no trato digestório, e não para baixo. Ele pode se iniciar no íleo, e a onda antiperistáltica viaja em direção oral, velocidade de 2 a 3 cm/s; esse processo pode empurrar grande parte do conteúdo do intestino delgado inferior de volta ao duodeno e ao estômago em 3 a 5 minutos. Depois, à medida que essas partes superiores do trato gastrointestinal, especialmente o duodeno, são hiperdistendidas, a distensão é o fator excitatório que inicia o ato do vômito. No início do vômito, ocorrem fortes contrações no duodeno e no estômago e relaxamento parcial do esfíncter esofagogástrico, o que permite o movimento do vômito do estômago para o esôfago. Então, o ato específico de vomitar, envolvendo os músculos abdominais, ocorre e expele o vômito para o exterior, conforme explicado no parágrafo a seguir. ATO DO VÔMITO. Uma vez que o centro do vômito tenha sido suficientemente estimulado e instituído o ato do vômito, os primeiros efeitos são: (1) respiração profunda; (2) elevação do osso hioide e da laringe para a abertura do esfíncter esofágico superior; (3) fechamento da glote para impedir o fluxo de vômito para os pulmões; (4) elevação do palato mole para fechar as narinas posteriores. Além de dificuldades na vida diária e o desconforto, a condição de constipação pode aumentar as chances de desenvolvimento de outras patologias e até mesmo câncer colorretal. SISTEMA DIGESTÓRIO – UCT4 – SP5 Em seguida, ocorre forte contração do diafragma e contração simultânea dos músculos da parede abdominal. Isso comprime o estômago entre o diafragma e os músculos abdominais, elevando a pressão intragástrica a alto nível. Finalmente, o esfíncter esofágico inferior se relaxa completamente, permitindo a expulsão do conteúdo gástrico para o esôfago. Portanto, o ato de vomitar decorre de ação de compressão dos músculos do abdome, associada à contração simultânea da parede gástrica e abertura dos esfíncteres esofágicos, com expulsão do conteúdo gástrico. “ZONA DE DISPARO DOS QUIMIORRECEPTORES” NO BULBO PARA INÍCIO DOS VÔMITOS POR FÁRMACOS OU POR CINETOSE. Além dos vômitos iniciados por estímulos irritativos do próprio trato gastrointestinal, os vômitos também podem ser causados por sinais nervosos que se originam em áreas do cérebro. Isso é, de modo particular, verdade, para pequena área chamada zona de disparo de quimiorreceptores, que se localiza na área postrema das paredes laterais do quarto ventrículo. A estimulação elétrica dessa área pode iniciar os vômitos; porém, mais importante, a administração de certos fármacos, incluindo a apomorfina, a morfina e alguns derivados de digitálicos, pode estimular diretamente essa zona de disparo de quimiorreceptores e iniciar o vômito. A destruição dessa área bloqueia esse tipo de vômitos, mas não bloqueia os decorrentes de estímulos irritativos, no próprio trato gastrointestinal. Sabe-se também que mudanças rápidas na direção ou no ritmo dos movimentos corporais podem fazer com que certas pessoas vomitem. O mecanismo desse fenômeno é o seguinte: o movimento estimula receptores, no labirinto vestibular do ouvido interno, e daí os impulsos são transmitidos, principalmente por via dos núcleos vestibulares do tronco cerebral para o cerebelo e desse para a zona de disparo dos quimiorreceptores e, por fim, para o centro do vômito, causando o vômito. {NÁUSEA} A sensação de náusea costuma ser um pródromo do vômito. A náusea é o reconhecimento consciente da excitação subconsciente na área do bulbo estreitamente associada ao centro do vômito ou que faz parte dele e pode ser causada por (1) impulsos que venham do trato gastrointestinal, causados por irritação; (2) impulsos que se originem no mesencéfalo, associados à cinetose; (3) impulsos do córtex cerebral, para iniciar os vômitos. Os vômitos, ocasionalmente, ocorrem sem a sensação de náusea, indicando que apenas certas partes do centro do vômito se associam à sensação de náusea. {REFERÊNCIAS} John E. Hall. Guyton & Hall Tratado de Fisiologia Médica. Grupo GEN, 2017. [Minha Biblioteca]. https://www.megalabsbrasil.com.br/blog/constipacao- intestinal-causas-consequencias-e-como-evita- la/#:~:text=Al%C3%A9m%20de%20dificuldades%20na %20vida,e%20at%C3%A9%20mesmo%20c%C3%A2n cer%20colorretal. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios -digestivos/sintomas-de-dist%C3%BArbios- digestivos/n%C3%A1usea-e-v%C3%B4mito-em- Além de ser desconfortável, o vomito pode causar complicações: ➢ Inalação de vômito; ➢ Laceração do esôfago ➢ Desidratação e alteração eletrolíticas ➢ Desnutrição e perda de peso Pessoas que estão inconscientes ou apenas parcialmente conscientes podem inalar seu vômito. Os conteúdos ácidos do vômito podem irritar gravemente os pulmões. O vômito aumenta intensamente a pressão dentro do esôfago e o vômito grave pode provocar uma ruptura no revestimento do esôfago (Laceração esofágica). Uma pequena
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