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OE1: Estudar a anatomofisiologia do sistema digestório (como ocorre a digestão, absorção e excreção) O sistema digestório degrada o alimento em moléculas pequenas, absorvíveis pelas células, que são usadas no desenvolvimento e na manutenção do organismo e nas suas necessidades energéticas. É constituído pela cavidade oral, pela faringe, pelo tubo digestório (esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e canal anal) e seus anexos (pâncreas, fígado e vesícula biliar). A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. Os órgãos digestórios acessórios incluem os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. O trato gastrointestinal (GI) consiste em trato alimentar que se estende da boca até o ânus e de órgãos glandulares acessórios que lançam seu conteúdo na luz desse trato. A função geral do trato GI é a de absorver nutrientes e água, que passam para a circulação, e eliminar produtos residuais. Os principais processos fisiológicos, que ocorrem no trato GI são a motilidade, a secreção, a digestão e a absorção. A maior parte dos nutrientes, na alimentação de mamíferos, é ingerida na forma de partículas sólidas e de macromoléculas que não são transportadas com facilidade, através das membranas das células, até a circulação. Assim, a digestão modifica física e quimicamente os alimentos até que possa ocorrer a absorção dos nutrientes, pelas células do epitélio intestinal. Os processos de digestão e de absorção necessitam da motilidade da parede muscular do trato GI para deslocar o alimento ao longo do trato e misturá-lo às secreções. A contração da camada circular diminui o diâmetro do lúmen e a contração da camada circular longitudinal encurta o tubo. A segunda rede nervosa do sistema nervoso entérico, o plexo miontérico, situa-se entre a camada muscular longitudinal e a circular. Em um indivíduo adulto, o canal alimentar é um tubo musculomembranoso com aproximadamente 9m de comprimento, com abertura nas duas extremidades, boca (abertura inicial) e ânus (abertura terminal). Excreção: O trato GI também é um órgão importante para a excreção de substâncias. Ele armazena e excreta as substâncias residuais que resultam da digestão dos alimentos ingeridos e excreta produtos oriundos do fígado, como colesterol, esteroides e metabólitos de fármacos (todos com uma propriedade em comum: são moléculas lipossolúveis). (Berne & Levi) Mucosa é constituída por Epitélio, Lâmina Própria (de tecido conjuntivo frouxo) e Muscular da Mucosa (músculo liso). O epitélio pode ser estratificado pavimentoso (função protetora) ou simples colunar, (absorção ou a secreção). A lâmina própria pode conter glândulas e tecido linfoide. A muscular da mucosa uma subcamada interna circular e uma externa longitudinal de músculo liso (facilitar o movimento e absorção do alimento). Submucosa é constituída de tecido conjuntivo denso não modelado. Pode ter glândulas e tecido linfoide. Contém o plexo nervoso submucoso (ou de Meissner), com gânglios do sistema nervoso autônomo, cujos neurônios são multipolares e motores. Eles controlam o movimento da muscular da mucosa, a secreção das glândulas e o fluxo sanguíneo. A camada Muscular pode ser de músculo estriado esquelético ou de músculo liso, dependendo do órgão. As células musculares lisas são observadas geralmente em duas subcamadas: a circular (interna) e a longitudinal (externa). Entre as duas subcamadas, há um pouco de tecido conjuntivo com o plexo nervoso mioentérico (ou de Auerbach). Ele tem gânglios do SNA, que coordena o peristaltismo (constrição e encurtamento). O espessamento do músculo circular resulta nos esfíncteres, que impedem a passagem do conteúdo luminal com a sua contração. A camada Serosa ou Adventícia é o revestimento externo. A serosa (peritônio visceral) é formada por tecido conjuntivo frouxo e mesotélio (epitélio simples pavimentoso). A adventícia corresponde ao tecido conjuntivo frouxo comum a outro órgão. • Boca - A boca é a entrada do tubo digestório. A ingestão, a digestão parcial e a lubrificação do alimento, ou bolo alimentar, são as principais funções da boca e de suas glândulas salivares associadas. - A boca ou cavidade oral, inclui os lábios, as bochechas, os dentes, a gengiva, a língua e o palato. Com exceção dos dentes, a boca é revestida pelo epitélio pavimentoso estratificado, com uma submucosa presente em certas regiões são as principais funções da boca e de suas glândulas salivares associadas. - A boca ou cavidade oral, inclui os lábios, as bochechas, os dentes, a gengiva, a língua e o palato. Com exceção dos dentes, a boca é revestida pelo epitélio pavimentoso estratificado, com uma submucosa presente em certas regiões. • Língua - As células precursoras gustativas têm um tempo médio de vida de 10 a 14 dias. Elas dão origem às células de sustentação (ou células gustativas imaturas), que por sua vez, se tornam células receptoras gustativas maduras. - A porção basal de uma célula receptora gustativa está em contato com uma terminação nervosa aferente derivada de neurônios em gânglios sensitivos dos nervos, facial, glossofaríngeo e vago. - Doce, azedo, amargo e salgado são as quatro sensações clássicas do sentido do paladar. Uma sensação específica de um sabor é gerada por uma célula receptora gustativa específica. O nervo facial transmite todos os sabores; o nervo glossofaríngeo transmite as sensações de sabores doce e amargo. O estômago é constituído por uma membrana mucosa que contém milhares de glândulas gástricas microscópicas. Essas glândulas secretam ácido clorídrico, enzimas e muco, substâncias que vão compor o que se chama de suco gástrico. Ao cair no estômago, o bolo alimentar é banhado pelo suco gástrico. Este é um ácido tão forte que queimaria o interior do órgão, não fosse a camada de muco, de cerca de 2 milímetros que o reveste. A digestão das proteínas começa no estômago, onde duas enzimas- renina e pepsina – decompõe as grandes moléculas em componentes mais simples. Mais tarde, a digestão das proteínas prossegue, sob a ação de outras enzimas – a tripsina no suco pancreático e a peptidase no suco intestinal. A principal função do esôfago é conduzir o alimento da faringe para o esôfago. Normalmente isso acontece através de 2 movimentos peristálticos, primário e secundário. O primeiro é simplesmente a continuação da onda peristáltica que se inicia na faringe e se propaga para o esôfago. As ondas peristálticas secundárias são resultantes da distensão do esôfago que duram até que o alimento tenha passado todo para o estômago; Na porção inferior do esôfago, o músculo circular esofágico funciona como esfíncter esofágico inferior. Quando uma onda peristáltica de deglutição se propaga pelo esôfago, relaxa o esfíncter esofágico inferior permitindo fácil passagem do alimento para o estômago. Funções motoras do estomago: consiste em (1) armazenamento de grande quantidade de alimento, até que ele possa ser processado no estomago, no duodeno e nas demais partes do intestino delgado; (2) misturar esse alimento com secreções gástricas, até formar o quimo; (3) esvaziar lentamente o quimo do estomago para o intestino delgado. Existem também as contrações de fome, que ocorrem quando o estômago permanece vazio por muitas horas. Dessa forma, essas contrações são um importante meio pelo qual o trato digestório intensifica desejo de comer. O fígado secreta a bile, que emulsifica as gorduras, ajudando na sua digestão e absorção. O pâncreas libera o suco pancreático, que contém enzimas que digerem os macronutrientes, principalmente. São elas a α- amilase (que digere os carboidratos), a lipase pancreática (que digere as gorduras ou lipídeos) e as proteases, responsáveis pela digestão de proteínas. Assecreções que chegam no duodeno incluem o suco pancreático que contém enzimas pancreáticas e íons bicarbonato, e a bile proveniente do fígado, que age emulsificando a gordura ingerida. A maior parte da digestão acontece no intestino delgado, o qual também se divide em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo. A digestão é realizada por enzimas intestinais, auxiliadas por secreções exócrinas de 2 órgãos glandulares acessórios: o pâncreas e o fígado. A secreção destes 2 órgãos entra na porção inicial do duodeno por ductos (papila maior da ampola). Esses produtos incluem substâncias que regulam a função ou a secreção (ou ambos) de outros produtos pancreáticos, bem como água e íons bicarbonato. Este último está envolvido na neutralização do ácido gástrico, de modo que o lúmen do intestino delgado tenha pH próximo de 7,0. Isso é importante porque as enzimas pancreáticas são inativadas por altos níveis de acidez e, também, porque a neutralização do ácido gástrico reduz a probabilidade de que a mucosa do intestino delgado seja lesada por tais ácidos, agindo em combinação com a pepsina. Muitas das enzimas digestivas produzidas pelo pâncreas, particularmente as enzimas proteolíticas, são produzidas na forma de precursores inativos. O armazenamento, nessas formas inativas, parece ser criticamente importante na prevenção da digestão do próprio pâncreas. Essas bactérias podem metabolizar componentes da refeição que não são digeridos pelas enzimas do hospedeiro e tornam seus produtos disponíveis para o corpo, via processo conhecido como fermentação. As bactérias colônicas também metabolizam outras substâncias endógenas como ácidos biliares e bilirrubina, influenciando, dessa forma, sua disposição. Existem novas evidências de que a flora colônica está, criticamente, envolvida na promoção do desenvolvimento do epitélio colônico normal e em estimular suas funções diferenciadas. Responsável pela absorção de água e sais, também é o local onde ocorre a síntese de algumas vitaminas por ação de bactérias intestinais. O intestino grosso pode ser dividido em ceco, cólon e reto. Aproximadamente, 80% da água ingerida é absorvida no cólon. O intestino grosso é a parte terminal do canal alimentar. As funções globais do intestino grosso são concluir a absorção de água, íons e vitaminas; produzir determinadas vitaminas (B e K); formar fezes e expulsar as fezes do corpo. Possui aproximadamente 1,5 m de comprimento e 6,5 cm de diâmetro em seres humanos. Estruturalmente, as quatro principais regiões do intestino grosso são o ceco, o colo, o reto e o canal anal. Além desta região, a pele do ânus é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado e a derme contém glândulas sudoríparas e sebáceas (glândulas circunanais) O esfíncter anal externo, formado por músculo esquelético está presente. A principal característica da fase cefálica é a ativação do trato GI em prontidão para a refeição. Os estímulos envolvidos são cognitivos e incluem a antecipação e o pensamento sobre o consumo da comida, o estímulo olfatório, o estímulo visual (ver e cheirar uma comida apetitosa, quando se está com fome) e estímulos auditivos. Todos esses estímulos resultam em aumento do fluxo parassimpático excitatório neural para o intestino. Quando se estuda a fisiologia do trato GI, é importante ter em mente que esse trato é formado por um tubo longo, que está em contato com o ambiente externo ao corpo. Como tal, é vulnerável a micro-organismos infecciosos, que podem entrar no corpo junto com o alimento e a água. Para se proteger, o trato GI tem um sistema de defesa complexo constituído por células do sistema imunológico e de outros mecanismos de defesa inespecíficos. Na verdade, o trato GI corresponde ao maior órgão imune do corpo. Este capítulo apresenta ampla visão da anatomia funcional e dos princípios gerais de regulação do sistema GI. OE2: Entender como os diferentes tipos de alimento (consistência, quantidade, composição) influenciam na liberação hormonal e na parte neural do sistema digestório A estimulação parassimpática aumenta a atividade do sistema nervoso entérico. A estimulação simpática, em geral, inibe a atividade do trato gastrointestinal. • O plexo mientérico, ou plexo de Auerbach, é um plexo externo situado entre as camadas da musculatura lisa. A estimulação causa (1) aumento do “tônus” da parede intestinal; (2) aumento da intensidade das contrações rítmicas; (3) aumento da frequência de contrações; e (4) aumento da velocidade de condução. - O plexo mientérico também é útil para inibir o esfíncter pilórico (que controla o esvaziamento gástrico), o esfíncter da válvula ileocecal (que controla o esvaziamento do intestino delgado para o ceco) e o esfíncter esofágico inferior (que permite que o alimento entre no estômago). • O plexo submucoso, ou plexo de Meissner, é um plexo interno localizado na mucosa. Ao contrário do plexo mientérico, ele está principalmente relacionado ao controle da função da parede interna do intestino. Por exemplo, muitos sinais sensoriais se originam no epitélio gastrointestinal e são integrados ao plexo submucoso para ajudar a controlar a secreção intestinal local, a absorção local e a contração local da musculatura da submucosa (lâmina muscular da mucosa). Ao contrário dos sistemas cardiovascular e respiratório, o trato GI passa por períodos de quiescência relativa (o período entre as refeições) e por períodos de intensa atividade, após a ingestão de alimentos (período pós-prandial). Como consequência, o trato GI precisa detectar se houve ingestão de alimentos e responder a isso de modo apropriado. Além disso, a quantidade de macronutrientes pode variar, consideravelmente, de uma refeição para outra, e é preciso que existam mecanismos capazes de detectar essa variação e de preparar as respostas fisiológicas adequadas. Por isso, o trato GI precisa se comunicar com os órgãos associados, como o pâncreas. Por fim, como o trato GI é, na prática, um longo tubo, é preciso que existam mecanismos por meio dos quais os eventos que ocorrem em sua porção proximal sejam sinalizados para as partes mais distais e vice-versa. Há três mecanismos de controle principais envolvidos na regulação do funcionamento GI: o endócrino, o parácrino e o neural. Endócrina: TGI possui células sensoras, células enteroendócrinas (CEE) responde a um estímulo secretando um peptídio ou hormônio regulador que viaja pela corrente sanguínea até células-alvo situadas em um local distante de onde ocorreu a secreção. As células que respondem a hormônio GI expressam receptores específicos para esse hormônio. Os hormônios liberados pelo trato GI têm efeitos sobre células localizadas em outras regiões desse trato e também sobre estruturas glandulares associadas, como o pâncreas. Além disso, os hormônios GI têm efeitos sobre outros tecidos que não têm papel direto na digestão e na absorção, como células endócrinas do fígado e do cérebro. As CEEs estão repletas de grânulos de secreção, cujos produtos são secretados pelas células em resposta a estímulos químicos e mecânicos que atingem a parede do trato GI. CEE’s podem ser estimulados por estímulos neurais ou por outros fatores não associados à refeição (Ex: estímulo do cheiro, visão, etc.) Regulação Parácrina: A regulação parácrina é o processo por meio do qual um mensageiro químico ou peptídio regulador é liberado por célula sensora, com frequência uma CEE da a parede do intestino. No estômago, ela é armazenada e liberada pelas células CSCEC, localizadas nas glândulas gástricas. A histamina se difunde pelo espaço intersticial da lâmina própria até as células parietais vizinhas e estimula a produção de ácido. A serotonina (5-hidroxitriptamina [5-HT]), liberada pelos neurônios entéricos, pelos mastócitos da mucosa e por CEEs especializadas,denominadas células enterocromafins, regula o funcionamento do músculo liso e a absorção de água, através da parede intestinal. Existem outros mediadores parácrinos na parede do intestino, entre eles prostaglandinas, a adenosina e o óxido nítrico (NO). As funções desses mediadores não são bem-conhecidas, mas são capazes de produzir alterações no funcionamento do trato GI. Muitas substâncias podem agir como reguladores tanto parácrinos quanto endócrinos do funcionamento GI. Por exemplo, a colecistocinina, que é liberada pelo duodeno em resposta a proteínas e lipídios da ingesta alimentar, age de modo parácrino sobre as terminações nervosas locais e também tem influência sobre o pâncreas. Regulação Neural do Funcionamento Gastrointestinal: Os nervos e os neurotransmissores desempenham papel importante na regulação do funcionamento do trato GI. Na sua forma mais simples, a regulação neural ocorre quando um neurotransmissor é liberado por terminação nervosa, localizada no trato GI, e age sobre a célula inervada por esse neurônio. Entretanto, em alguns casos, não existem sinapses entre os nervos motores e as células efetoras do trato GI. A regulação neural do funcionamento do trato GI tem importância muito grande dentro dos órgãos, bem como entre partes distantes desse trato. A regulação neural é COMPLEXA. Inervado por 2 conjuntos de nervos: os sistemas nervosos intrínseco e extrínseco. O sistema nervoso extrínseco consiste nos nervos que inervam o intestino, mas que têm seus corpos celulares do lado de fora da parede do intestino. Esses nervos extrínsecos fazem parte do sistema nervoso autônomo (SNA). O sistema nervoso intrínseco, também chamado sistema nervoso entérico, é composto por neurônios BOCA: NEURAL: A maioria dos músculos envolvidos na mastigação é inervada pelo ramo motor do quinto nervo craniano. Esse processo é estimulado com a presença do bolo alimentar na boca, com isso áreas reticulares específicas nos centros do paladar do tronco cerebral ou de áreas no hipotálamo, na amígdala e no córtex cerebral próximas às áreas sensoriais do paladar e do olfato são estimuladas, o que irá desencadear a mastigação. A mastigação é controlada por núcleos no tronco encefálico, pelo reflexo de mastigação. A presença do bolo alimentar na boca desencadeia a inibição reflexa dos músculos, permitindo que a mandíbula abaixe. Isso inicia o reflexo de estiramento dos músculos, levando-os à contração reflexa, que automaticamente eleva a mandíbula, causando o cerramento dos dentes e a compressão do bolo alimentar contra as paredes da cavidade bucal. A Salivação pode ser controlada tanto pelo sistema nervoso simpático quanto pelo parassimpático, porém o que tem maior efeito sobre ela é o parassimpático. REFLEXOS GASTROINTESTINAIS: Três Tipos de Reflexos são essenciais para o Controle Gastrointestinal • Os reflexos que ocorrem inteiramente no sistema nervoso entérico controlam a secreção gastrointestinal, o peristaltismo, as contrações de mistura e os efeitos inibitórios locais. • Os reflexos do intestino para os gânglios parassimpáticos e de volta para o intestino transmitem sinais a longa distância. -Os sinais do estômago causam a evacuação do cólon (reflexo gastrocólico), - Os sinais do cólon e do intestino delgado inibem a mobilidade e as secreções do estômago (reflexos enterogástricos) e os reflexos do cólon inibem o esvaziamento do conteúdo ileal para o cólon (reflexo coloileal). • Os reflexos do intestino para a medula espinal ou para o tronco cerebral e que retornam para o intestino incluem, em particular, (1) os reflexos do estômago e do duodeno para o tronco cerebral e que retornam para o estômago − através dos nervos vagos − que controlam a atividade gástrica motora e secretora; (2) os reflexos de dor, que causam a inibição geral de todo o trato gastrointestinal; e (3) os reflexos de defecação enviados para a medula espinal e que retornam para produzir as fortes contrações colônicas, retais e abdominais necessárias para a defecação. Sistema Nervoso Extrínseco: composta pelas duas principais subdivisões do SNA, a simpática e a parassimpática. A inervação parassimpática que chega ao intestino é composta pelos nervos vago e pélvicos. O nervo vago, o 10o nervo craniano, inerva o esôfago, o estômago, a vesícula biliar, o pâncreas, a primeira parte do intestino, o ceco e a parte proximal do cólon. Os nervos pélvicos inervam a parte distal do cólon e a região anorretal, além de outros órgãos pélvicos que não fazem parte do trato GI. Parassimpático: ativa processos fisiológicos da parede do intestino, embora existam exceções. Simpático: inibição (ativado em situações patológicas). No geral, a ativação do sistema simpático inibe a função da musculatura lisa, mas existe exceção: a ativação da inervação simpática dos esfíncteres GI tende a provocar a contração da musculatura lisa dessas estruturas. Além disso, o sistema nervoso simpático é, especialmente, importante para a regulação do fluxo sanguíneo do trato GI. OE3: Entender os mecanismos gástricos (quando o alimento deixa o intestino para ser excretado, esvaziamento gástrico, como é o controle do movimento peristáltico – mecanismo neural e hormonal) Ocorrem dois tipos de movimentos no trato gastrointestinal: movimentos propulsores e movimentos de mistura. - O Peristaltismo é o Movimento Propulsor Básico do Trato Gastrointestinal - A distensão do trato gastrointestinal origina o aparecimento de um anel contrátil em torno do intestino que se move na direção do ânus por alguns centímetros antes de parar. -Ao mesmo tempo, o intestino relaxa alguns centímetros na direção do ânus, o que é denominado relaxamento receptivo, permitindo que o alimento seja impulsionado para o ânus com maior facilidade. - Esse padrão complexo não ocorre na ausência do plexo mientérico; portanto, o complexo é denominado reflexo mientérico ou reflexo peristáltico. - O Peristaltismo e As Contrações Constritivas Locais Causam a Mistura no Trato Alimentar Em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas causam a maior parte da mistura. - Isso é especialmente verdadeiro quando a progressão do conteúdo intestinal é bloqueada por um esfíncter; como resultado, uma onda peristáltica pode apenas misturar o quimo intestinal em vez de impulsioná-lo para frente. O plexo mioentério é uma subdivisão do sistema nervoso entérico, um sistema nervoso próprio do trato gastrointestinal. O plexo mioentérico controla quase todos os movimentos gastrointestinais; O plexo mioentérico consiste, em sua maior parte, na cadeia linear de muitos neurônios interconectados que se estende por todo o comprimento do trato gastrointestinal. Por estar localizado entre as camadas longitudinal e circular do músculo liso intestinal, ele participa, principalmente, no controle da atividade muscular por todo o intestino. Quando esse plexo é estimulado, seus principais efeitos são aumento da contração tônica, ou tônus da parede intestinal; aumento da intensidade das contrações rítmicas; ligeiro aumento no ritmo da contração; e aumento da velocidade de condução das ondas excitatórias, ao longo da parede do intestino, causando o movimento mais rápido das ondas peristálticas intestinais; O estímulo usual do peristaltismo intestinal é a distensão do trato gastrointestinal. Isto é, se grande quantidade de alimento se acumula em qualquer ponto do intestino, a distensão da parede estimula o sistema nervoso entérico a provocar a contração da parede 2 a 3 centímetros atrás desse ponto, o que faz surgir um anel contrátil que inicia o movimento peristáltico; Movimentos de mistura - Fragmenta o quimo (2 a 3 vezes/min). - Mistura o quimo. - Coloca o quimo em contato com a superfície de absorção. - Frequência determinada pela frequência das ondas lentas. - Diminui quandoa atividade do SN entérico é bloqueada por atropina. - Mantêm os conteúdos intestinais bem misturados todo o tempo. - Os movimentos de mistura diferem nas várias partes do trato alimentar. - Os esfíncteres são bloqueados para que a onda peristáltica possa, então, apenas agitar os conteúdos intestinais, em vez de impulsioná-los para frente. O esvaziamento do estômago é controlado apenas em grau moderado por fatores como o grau de enchimento e o efeito excitatório da gastrina (hormônio peptídeo). O principal controle inibitório do esvaziamento gástrico é mediado por um reflexo enterogástrico (mecanismo neural) e uma enterogastrona (mecanismo endócrino), os quais consistem primariamente em reflexos simpáticos e hormônio colecistocinina (CCK). Os receptores para CCK respondem à gordura no duodeno e jejuno e receptores no duodeno para o reflexo simpático monitoram a composição química da digesta deixando o estômago. Esses dois mecanismos inibem o esvaziamento quando o conteúdo no duodeno está hipertônico, ácido ou irritante. Importante lembrar que a mucosa do duodeno é muito mais permeável do que a mucosa gástrica e não possui função poderosa como barreira. Assim o conteúdo hipertônico pode fazer com que grandes quantidades de fluido sejam desviadas do plasma para o lúmen do TGI. • Sinais hormonais. A gastrina, a colecistocinina e a insulina são liberadas após uma refeição e podem aumentar a motilidade intestinal. A secretina e o glucagon inibem a motilidade do intestino delgado. Entretanto, a importância quantitativa desses hormônios na motilidade gastrointestinal é incerta. A Válvula Ileocecal Evita o Fluxo Reverso de Conteúdo Fecal do Cólon para o Intestino Delgado Fatores inibitórios do esvaziamento gástrico 1.Distensão do duodeno. 2. Presença de qualquer irritação da mucosa duodenal. 3. Acidez do quimo duodenal. 4. Osmolalidade do quimo. 5. Presença de determinados produtos de degradação química no quimo, especialmente de degradação química das proteínas e, talvez em menor escala, das gorduras. Surto Peristáltico: apesar dos movimentos peristálticos acontecerem vagarosamente, quando ocorre da mucosa intestinal estão intensamente irritadas, pode causar a peristalse intensa e rápida, que é o surto. Esses movimentos percorrem longas distâncias do intestino, varrendo todo o seu conteúdo para o cólon, aliviando o Intestino do quimo irritativo e da distensão excessiva. OE4: Como o sistema digestório influencia no equilíbrio ácido-base Uma propriedade importante do sangue é o seu grau de acidez ou de alcalinidade. A acidez ou alcalinidade de qualquer solução, inclusive do sangue, é indicada pela escala de pH. A escala de pH varia entre 0 (fortemente ácido) e 14 (fortemente básico ou alcalino). O pH de 7,0, no centro desta escala, é o neutro. O sangue normalmente é levemente básico, com pH normal na faixa de cerca de 7,35 a 7,45. Normalmente, o corpo mantém o pH sanguíneo próximo de 7,40. O médico avalia o equilíbrio ácido-base da pessoa, medindo o pH e os níveis de dióxido de carbono (um ácido) e bicarbonato (uma base) no sangue. A acidez do sangue aumenta quando • O nível de compostos ácidos no corpo aumenta (por meio do aumento da ingestão ou produção, ou da diminuição da eliminação) • O nível de compostos básicos (alcalinos) no corpo diminui (por meio da diminuição da ingestão ou produção, ou do aumento da eliminação) A alcalinidade do sangue aumenta quando os níveis de ácido no corpo diminuem ou quando os níveis de base aumentam. A hiperventilação aguda resultante de exercício físico ou ansiedade reduz a PCO2 e, como consequência, aumenta o pH (alcalose respiratória). De modo inverso, quando a PCO2 aumenta em resposta à hipoventilação causada por dose excessiva de depressor respiratório o pH diminui (acidose respiratória). As perturbações do balanceamento ácido-básico também são causadas por distúrbios metabólicos, como a acidose metabólica (p. ex., acidose láctica, cetoacidose e insuficiência renal) e a alcalose metabólica (p. ex., hipocalemia, hipocloremia, vômitos, altas doses de esteroides). A diarreia altera o equilíbrio ácido-base. Normalmente há a reabsorção dos íons bicarbonato que são secretados no lumen intestinal, mas quando há a diarreia, essa reabsorção não ocorre por conta da maior velocidade do quimo. Assim, com a perda dos íons bicarbonato ocorre a queda do ph sanguíneo. Essas glândulas liberam suas secreções no lúmen do intestino (p. ex., as glândulas de Brunner do duodeno, que secretam quantidades abundantes de HCO3–). Vinte a trinta gramas de sódio são secretados nas secreções intestinais a cada dia. Além disso, a pessoa ingere, em média, 5 a 8 gramas de sódio por dia. Portanto, para prevenir a perda efetiva de sódio nas fezes, os intestinos precisam absorver 25 a 35 gramas de sódio por dia, o que é igual a cerca de um sétimo de todo o sódio presente no organismo; OE5: Como funciona o mecanismo do vômito O vômito é o meio pelo qual o trato gastrointestinal superior se livra do seu conteúdo, quando qualquer parte do trato superior é excessivamente irritada, hiper distendida ou hiper excitada. A distensão excessiva ou a irritação do duodeno é estímulo especialmente forte para o vômito. Os sinais sensoriais que iniciam o vômito se originam, principalmente, da faringe, do esôfago, do estômago e das partes superiores do intestino delgado. Impulsos motores que causam vômitos são transmitidos pelos quinto, sétimo, nono, décimo e décimo segundo nervos cranianos, para o trato gastrointestinal superior, pelos nervos vagais e simpáticos para regiões mais distais do trato, e pelos nervos espinhais para o diafragma e músculos abdominais. Antiperistaltismo, o Prelúdio do Vômito. Nos primeiros estágios da irritação gastrointestinal excessiva ou da hiper distensão, o antiperistaltismo começa a ocorrer minutos antes de aparecerem os vômitos. Antiperistaltismo significa peristaltismo para cima, no trato digestório, e não para baixo. Ele pode se iniciar no íleo, e a onda antiperistáltica viaja em direção oral, velocidade de 2 a 3 cm/s; esse processo pode empurrar grande parte do conteúdo do intestino delgado inferior de volta ao duodeno e ao estômago, em 3 a 5 minutos. Depois, à medida que essas partes superiores do trato gastrointestinal, especialmente o duodeno, são hiper distendidas, a distensão é o fator excitatório que inicia o ato do vômito. Ato do vômito. Uma vez que o centro do vômito tenha sido suficientemente estimulado e instituído o ato do vômito, os primeiros efeitos são: 1. Respiração profunda; 2. Elevação do osso hioide e da laringe para a abertura do esfíncter esofágico superior; 3. Fechamento da glote para impedir o fluxo de vômito para os pulmões 4. Elevação do palato mole para fechar as narinas superiores Em seguida, ocorre forte contração do diafragma e contração simultânea dos músculos da parede abdominal. Isso comprime o estômago entre o diafragma e os músculos abdominais, elevando a pressão intragástrica a alto nível. Finalmente, o esfíncter esofágico inferior se relaxa completamente, permitindo a expulsão do conteúdo gástrico para o esôfago. Os vômitos ou êmese são a expulsão forçada do conteúdo da parte alta do canal alimentar (estômago e, às vezes, duodeno) pela boca. Os estímulos mais fortes para os vômitos são a irritação e a distensão do estômago; outros estímulos incluem imagens desagradáveis, anestesia geral, tontura e determinados fármacos, como a morͅna e derivados de digitálicos. Os impulsos nervosos são transmitidos para o centro do vômito na medula espinal, e os impulsos que retornam se propagam para a parte alta do canal alimentar, o diafragma e os músculos do abdome. Os vômitos envolvem espremer o estômago entre o diafragma e os músculos abdominais e expelir o conteúdo através dos esfíncteres esofágicosabertos. O vômito prolongado, especialmente em crianças e idosos, pode ser grave, porque a perda do suco gástrico ácido pode levar a alcalose (pH do sangue maior do que o normal), desidratação e danos ao esôfago e dentes. Zona de disparo dos quimiorreceptores no bulbo para início do vomito por fármacos e cinetose: Além dos vômitos iniciados por estímulos irritativos do próprio trato gastrointestinal, os vômitos também podem ser causados por sinais nervosos que se originam em áreas do cérebro. Isso é de modo particular verdade, para pequena área localizada bilateralmente, no assoalho do quarto ventrículo, chamada de zona de disparo de quimiorreceptores para o vômito. A estimulação elétrica dessa área pode iniciar os vômitos; porém, mais importante, a administração de certos fármacos, incluindo a apomorfina, a morfina e alguns derivados de digitálicos, pode estimular, diretamente, essa zona de disparo de quimiorreceptores e iniciar o vômito. A destruição dessa área bloqueia esse tipo de vômitos, mas não bloqueia os decorrentes de estímulos irritativos, no próprio trato gastrointestinal. Também, sabe-se que mudanças rápidas na direção ou no ritmo dos movimentos corporais podem fazer com que certas pessoas vomitem. O mecanismo é o seguinte: o movimento estimula receptores, no labirinto vestibular do ouvido interno, e daí os impulsos são transmitidos, principalmente, por via dos núcleos vestibulares do tronco cerebral para o cerebelo e desse, para a zona de disparo dos quimiorreceptores e, por fim, para o centro do vômito, causando o vômito. Náuseas: Desconforto caracterizado por perda do apetite e sensação de vômito iminente. Suas causas incluem irritação local do canal alimentar, doença sistêmica, doença ou lesão cerebral, esforço excessivo ou efeitos de medicamentos ou dosagem excessiva de fármacos. A defecação e o vômito também expulsam microrganismos. Por exemplo, em resposta a algumas toxinas microbianas, a musculatura lisa da parte baixa do sistema digestório se contrai vigorosamente; a diarreia resultante expele rapidamente muitos dos microrganismos. A defecação e o vômito também expulsam microrganismos. Por exemplo, em resposta a algumas toxinas microbianas, a musculatura lisa da parte baixa do sistema digestório se contrai vigorosamente; a diarreia resultante expele rapidamente muitos dos microrganismos. (Tortora) A composição iônica do suco gástrico depende da intensidade da secreção. Quanto maior a intensidade secretória, maior a concentração de íons H+. Nas menores intensidades secretórias, a [H+] diminui e a [Na+] aumenta. A [K+] é sempre maior no suco gástrico que no plasma. Consequentemente, vômitos prolongados podem levar à hipocalemia.
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