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Biossegurança 1 prova

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Rayssa Camurça Página | 1
BIOSSEGURANÇA PROF: FABIANA
1ª PROVA (2018.2)
CONCEITOS, PRINCÍPIOS E LEGISLAÇÃO DE BIOSSEGURANÇA
•Globalização X Saúde:
 Com o advento da globalização, o intenso e crescente fluxo de pessoas, informações, conhecimentos, tecnologias e agentes químicos, biológicos e patogênicos entre as diversas partes do globo já não se limitam as fronteiras dos estados-nação. 
O desenvolvimento de estratégias e instrumentos para lidar com áreas especificas, como a biossegurança, a fim de conhecer e minimizar os impactos a saúde da população mundial. Isso é influenciado por:ANVISA: no Brasil, exerce o controle sanitário de todos os produtos e serviços (medicamentos, alimentos, cosméticos, derivados do tabaco, produtos médicos, sangue, hemoderivados e serviços. 
- Vigilância global;Doenças
 globalizadas
- Fatores demográficos;
-Alterações ambientais;
- Movimentos migratórios; 
• Doenças globalizadas: 
Alto poder de disseminação devido ao alto fluxo migratório e mudanças ambientais. Sendo influenciada por:
- Relações determinantes da saúde (as relações sociais e ambientais);
- Infecções hospitalares multirresistente resistência dos vetores a pesticidas;
- Imprescindível considerar a Biossegurança relacionada a todos os ambientes e riscos – além de proteção contra microrganismos;
- Brasil - extensão da pobreza nas grandes cidades, a deterioração ambiental, pela destruição de ecossistemas, a intensificação da mobilidade espacial e ocupacional através das migrações, a dificuldade de acesso das populações à informação e a precariedade dos sistemas de saúde;
- A responsabilidade do governo (políticas de impacto, voltadas à prevenção, ao controle e à definição de políticas de Biossegurança).
- DNA recombinante em laboratórios (arma biológica);
- Biossegurança, Vigilância epidemiológica e ambiental (ex. detecção precoce de surtos);
- Laboratório de Nível de Biossegurança 4 (contenção máxima: trabalha envolvendo agentes infecciosos extremamente perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de um potencial elevado de transmissão)
- Detecção e notificação;
- Comunicação internacional;
- Capacidade em matéria de laboratórios (realizar diagnóstico prematuro);
• Brasil: Biossegurança
- Centros de pesquisas: Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Evandro Chagas, o Instituto Adolfo Lutz, o Instituto Butantã, o Instituto Nacional do Câncer;
- Programas de Biossegurança, de Qualidade e de Educação continuada, em mais de 50% dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN);
• Biossegurança:
“Ciência que tem como objetivo o controle de riscos advindos das práticas de diversas tecnologias, no sentido de proteger a saúde humana, animal e o meio ambiente”. Suas ações envolvem a educação, treinamento, motivação e engajamento de todas as pessoas (profissionais de saúde). O complexo estudo da Biossegurança é de natureza multifacetada e multidimensional. 
• Conceitos: 
-Perigo: Concretização de um dano indesejado, de um evento prejudicial a integridade física, psíquica ou ao patrimônio. 
NR 10: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle. 
- Risco: probabilidade de ocorrer algo, incerteza em relação a um evento futuro, podendo ser definido com a probabilidade de ocorrer, de concretizar-se esse evento indesejado (perigo)
NR 10: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas. 
- Endemia: qualquer doença localizada em um espaço limitado, se manifesta apenas numa determinada região, de causa local, não atingindo e nem se espalhando para outros locais.
- Epidemia: doença infecciosa e transmissível que ocorre numa comunidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de outras regiões, originando um surto epidêmico.
- Pandemia: é uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras.
- Biossegurança: Teixeira e Valle (2013) definem biossegurança como um conjunto de atitudes inclinadas a prever, reduzir ou erradicar riscos inter-relacionados a atividades de pesquisa, produções, ensino, desenvolvimentos tecnológicos e dispensação de serviços com enfoque na saúde do homem, dos animais, do meio ambiente e da qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
• Histórico: mundo
- 2.000 a.C - quéchuas, exímios engenheiros sanitários, ergueram cidades drenadas e com suprimento de água;
- Século XIV - Alemanha e Itália, problemas sanitários da vida urbana como crescimento das cidades, a procedência da água, à comercialização de alimentos e à proliferação de doenças – originaram as primeiras regulamentações a respeito da saúde coletiva (rota da seda: ratos, peste bubônica)
- Século XVII até a segunda metade do século XVIII – medidas sanitárias preventivas;
- Século XVIII até ao século XIX – saber científico;
- Século XX: surgimento dos Conselhos sanitários, Conferência Sanitária Internacional.
- 1970: surgimento do termo “Biossegurança” (EUA): surgiu devido discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade; marco no contexto ético da pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiu fatores de proteção aos pesquisadores que realizam projeto de pesquisa (evento: reunião de Asilomar).
• Histórico: Brasil
- 1980: iniciou o processo de institucionalização, quando o país participou do programa de treinamento internacional em biossegurança proposto pela OMS;
- 1985: Primeiro curso de biossegurança promovido pela FIOCRUZ com enfoque na saúde;
- 1995: surgimento da Lei 8.974 de biossegurança: estabeleceu normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados;
- 2005: revoga a Lei 9.794 pela Lei 11.105: estende sua aplicabilidade a uma série de atividades não contempladas, tais como: regulamenta pesquisa de organismos (sementes) geneticamente modificados e seus derivados; proíbe experiências genéticas para clonagem humana.
- 2005: surge a Portaria 485 que aprova a Norma Regulamentadora (NR32) a respeito da segurança e saúde no trabalho e em estabelecimentos de saúde;
OBS: A Lei de biossegurança no Brasil (Lei 11.105/05) apresenta duas ABAS: 
ABA I: dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança e que cria a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, tratando em seu artigo 1º:
“Normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados (OGM); proteção a vida e a saúde humana, animal e vegetal. 
ABA II: trata das questões que são comuns em instituições de saúde acerca de riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais (riscos ocupacionais);
RISCOS OCUPACIONAIS E MAPA DE RISCO
• Riscos ocupacionais: 
São todas as situações e consequências que acometem o trabalhador em seu ambiente de trabalho, comprometendo seu estado físico, mental e social. Os acidentes ocupacionais são definidos como danos ocorridos devido ao desenvolvimento das atividades no local de trabalho, causando alteração funcional e/ou lesão corporais ao trabalhador. Geralmente, esses danos resultam em interrupção das atividades trabalhistas, um evento que pode ser traumático para vítima e seus colegas, os quais estão frequentemente sujeitos aos mesmos riscos (SILVA et al., 2010).
• Risco X Perigo (importante diferenciar) 
- Risco (exposição a fonte): probabilidade de ocorrer algo. 
NR 10: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas. 
- Perigo (fonte geradora): Concretização de um dano indesejado, de um evento prejudicial a integridade física, psíquica ou ao patrimônio. 
NR 10: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danosà saúde das pessoas por ausência de medidas de controle. 
• Tipos de riscos ambientais:
1) Riscos físicos (verde): Está relacionado às diversas formas de energia, como pressões anormais, temperaturas extremas, ruído (mais comum), vibrações, radiações ionizantes (Raio X, gama, beta), ultrassom, radiações não ionizantes (luz Infravermelha, luz Ultravioleta, laser, micro-ondas), a que podem estar expostos os trabalhadores. 
- NR 15: nível máximo de ruído 85dB (prevenção da Perda Auditiva Induzida por Ruído PAIR);
- Consequências da radiação ionizante: podem ser agudos ou crônicos, somáticos ou genéticos;
2) Riscos químicos (vermelho): Refere-se à exposição a agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa (mais comum – gases/fumaça) ou como partículas e poeiras minerais e vegetais, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, que possam penetrar no organismo pela via respiratória (mais grave), ou possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
3) Riscos biológicos (marrom): Está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados com agentes biológicos que possuam a capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente.
- Microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons (NR-32).
- Acidentes mais comuns: punção venosa, nebulização, exame de liquor, biópsia, processamento dos exames laboratoriais, aspiração, troca de cânula de traqueostomia, sondas, contato com pacientes com o HIV e Hepatite B/C, EPI insuficientes, esterilização de materiais cirúrgicos e instrumentos om o risco que eles apresentam;
- Doenças profissionais:
a) Brucelose: é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Brucella que causa sintomas como febre alta, dor de cabeça e dores musculares. Esta doença geralmente é transmitida de animais para humanos através da ingestão de carne contaminada mal cozida, alimentos lácteos caseiros não pasteurizados, como leite ou queijo, por exemplo, através da inalação da bactéria ou pelo contato direto com secreções de um animal infectado.
 b) Escabiose: o nome técnico que se dá à sarna, uma doença de pele que produz pápulas avermelhadas na pele e muito prurido. Esta infestação é causada pelo ácaro Sarcoptes Scabiei que é facilmente transmitido de pessoa para pessoa, através do contato físico, e raramente por roupas ou outros objetos compartilhados. O ácaro fêmea cava túneis sob a camada superior da pele e deposita seus ovos que, após poucos dias, eclodem em larvas, provocando prurido intenso.
 c) Tuberculose: A tuberculose é uma doença causada pela bactéria Bacilo de Koch (BK) que, geralmente, afeta os pulmões, mas que pode afetar qualquer outra área do corpo, como os ossos, intestino ou bexiga. No geral, esta doença causa sintomas como cansaço, falta de apetite, suores ou febre, mas de acordo com o órgão afetado, pode ainda causar outros sintomas específicos como tosse com sangue ou perda de sangue. A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. 
- Critérios para risco biológico: virulência, infectividade, patogenicidade, modos de transmissão, estabilidade, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz.
- Classificação dos riscos dos agentes infecciosos:
Grupo 1: microorganismos que provavelmente não provocam doenças em homens e animais;
Grupo 2: agentes patogênicos capazes de causar doenças, porém não causam perigo (risco individual moderado e baixo para a comunidade);
Grupo 3: agentes patogênicos que provocam doenças graves (alto risco individual e baixo para a comunidade)
Grupo 4: agentes patogênicos que provocam doenças graves com facilidade de transmissão de forma direta ou indireta; na maioria não se conhece TTO eficaz e as medidas profiláticas não estão bem estabelecidas.
- Classificação para risco biológico:
C1: Baixo risco individual e coletivo (E. Coli; Lactobascillus sp)
C2: Moderado risco individual e risco coletivo limitado (S. aureus; Febre amarela) 
C3: Elevado risco individual e risco coletivo moderado (HIV; M. tuberculosis)
C4: Alto risco individual e para a coletividade: risco cruzado (Ebola)
- Risco de transmissão para HIV, VHB E VHC: todos que já sabemos.
OBS: Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva são líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional.
- Sequência de cuidados mediatos pós-acidente: 
1. dirigir-se ao hospital Clementino Fraga; 
2. estabelecer a conduta profilática para HIV, VHB, VHC
OBS: VHC: não há vacina ou quimioprofilaxia disponíveis. A conduta diante de acidente com fonte positiva para VHC é o seguimento sorológico do acidentado.
4) Riscos ergonômicos (amarelo): É qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde (trabalho físico pesado, estresse (mais comum) posturas incorretas, treinamento inadequado/inexistente, ritmo excessivo, iluminação e ventilação inadequada, etc).
- Síndrome de Burnout: é uma consequência do acúmulo excessivo de estresse em trabalhadores que têm uma profissão muito competitiva ou com muita responsabilidade, tornando o dia de trabalho em um sacrifício que envolve nervosismo, sofrimento psicológico e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo ou tonturas, por exemplo.
- Ergonomia: ciência que estuda a adaptação do ser humano ao trabalho. 
5) Riscos mecânicos/acidentes (azul): É qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem-estar físico e moral (máquinas sem proteção, eletricidade, probabilidade de incêndio, animais peçonhentos, etc.).
• Programa de Prevenção a Riscos Ocupacionais – PPRA
- NR 9 - Programa de higiene ocupacional que deve ser implementado nas empresas articulado com um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Objetiva a prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais, isto é, a prevenção e o controle dos riscos químicos, físicos e biológicos presentes nos locais de trabalho. Sua abrangência e profundidade dependem das características dos riscos existentes no local de trabalho e das respectivas necessidades de controle.
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO:
- Coordenado por um médico;
- NR 7 - Programa médico de caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados com o trabalho; • Reconhecimento dos riscos ocupacionais existentes no local, por intermédio de visitas aos locais de trabalho, baseando-se nas informações contidas no PPRA.
- Conjunto de exames clínicos e complementares específicos para cada grupo de trabalhadores da empresa, utilizando-se de conhecimentos científicos atualizados e em conformidade com a boa prática médica.
• Mapa de risco:
 É uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.
- NR – 09 (Riscos à saúde em ambiente laboral): Atribuições: identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores…
- CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; 
- Identificação – Avaliação – Organização - Diagnóstico;
INFECÇÕES RELACIONADAS A ASSISTÊNCIA A SAÚDE (IrAS)
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
• IrAS: são definidas como infecções adquiridas durante o processo de cuidado em um hospital ou outra unidade prestadora de assistência à saúde, que não estavam presentes ou em incubação na admissão do paciente. Sua origem se dá a partir da interação com os profissionais de saúde, como internação, cirurgias, procedimentos feitos em ambulatório, cuidados domiciliares, podendo manifestar-se inclusive após a alta. Além disso, incluem as infecções ocupacionais adquiridas pelos profissionais de saúde. A maioria destas infecções costumam ser tratadas com certa facilidade. Entretanto,quanto afetam pacientes vulneráveis podem acometer seriamente sua saúde.
- Origem – Hospitais (325 d.c.); 
- Prática caritativa: cuidava dos doentes por caridade; 
- Sem separação quanto à nosologia (infectados e não infectados juntos);
- Prevalência de cólera ou febre tifóide;
- Condições sanitárias (péssimas);
- A partir do séc. XIX na Inglaterra teve início ao isolamento de pacientes; 
- 1847: Ignaz P. Semmel Weis: médico obstetra foi o pioneiro no controle de infecções hospitalares. Na década de 1840, este médico observou diferença de número de casos de infecções puerperais (pós-parto) em duas clínicas do hospital de Viena. Na primeira, as gestantes eram examinadas por estudantes de medicina que circulavam livremente entre a sala de autópsia e enfermaria. Na segunda clínica, os atendimentos eram realizados por parteiras e o número de infecções era menor. Em maio de 1847 ele tornou obrigatório para todos os médicos, estudantes de medicina e pessoal da enfermagem a lavagem das mãos com uma solução clorada, reduzindo consideravelmente a mortalidade pela infecção.
- 1863 - Florence Nightingale (vigilância epidemiológica): Ela assumiu um papel importantíssimo na prevenção das infecções, por tornar as demais pessoas conscientes da importância de uma vigilância sanitária, que só intervindo podemos tomar as atitudes adequadas, em que, ainda, hoje temos grandes preocupações referentes a esta categoria. Ela utilizava a informação estatística para educar, aludir e impulsionar o governo e a sociedade, que vissem a necessidade de uma mudança. Ao longo de sua incrível perseverança, conseguiu persuadir vários oficiais do governo que as taxas de mortalidade poderiam ser reduzidas no exército e na população civil, com a introdução de medidas de higiene e saneamento básico.
- Século XX - uso de luvas, capote, gorro, máscara e material cirúrgico estéril. 
- Década de 1940 - introdução dos antimicrobianos; 
- Década de 1950 (EUA) - pandemia de estafilococos cada vez mais resistentes aos antimicrobianos disponíveis; 
- Década de 1960 - sistemas de vigilância em hospitais; 
- Década de 1970 - Primeira Conferência Internacional sobre IH e vigilância epidemiológica;
- Década de 1990 - Terceira Conferência Internacional - bactérias multirresistentes (Enterococcus e S. aureus vancomicinaresistentes) e qualidade da assistência médica.
•IrAS: Brasil
- 1983: Portaria 196 do MS - comissões de controle de IH (CCIHs); 
- 1987: Comissão Nacional de Controle de IH; 
- 1990 - Divisão Nacional de Controle de IH de dos estados; 
- 1994 – Estudo do MS em hospitais terciários do SUS - prevalência de IH de 13,0%; 
- 1998 - Portaria 2.616 do MS - Programa de controle de IH a ser executado pelas CCIHs;
- Atualmente: Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina e a Sociedade Brasileira de Infectologia - recomendações para prevenção de infecção hospitalar. 
•IrAS:
- Infecções relacionadas à assistência à saúde (IrAS): relacionam-se aos subgrupos de riscos biológicos R1, R2, R3, e R4 e com a adesão às medidas de biossegurança; 
- A cada três minutos, mais de dois brasileiros morrem em um hospital (público ou privado), decorrente de erros e outros eventos adverso, relacionado à assistência profissional (OMS, 2017).
- Fatores: co-morbidades; imperícia; resistência antimicrobiana; Estado clínico e/ou suscetibilidade aos agentes (doenças, procedimentos, tempo de internação, medicações, entre outros), infraestrutura mais fluxo de indivíduos; Bloco cirúrgico (equipe mais instrumentais); UTI; Automedicação;
- Lei federal 9.431/97: Portaria 2.616: Programa de controle de IrAS (ética + economia + processos judiciais);
- Artigo 129 do código penal: ofensa a integridade física é crime; 
- Artigo 159 do código civil – imprudência, negligência e imperícia;
* imprudência: pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada (falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência acerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu). 
* negligência: alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.
* imperícia: é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.
- BRASIL – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) escassez de estudos epidemiológicos – de 6.392 hospitais credenciados pelo SUS, apenas 1.570 possuem CCIH;
- CCIH + PROFISSONAIS = redução de IRAs + Qualidade da assistência. 
- Desafios: formação e capacitação profissional (higienização das mãos; uso de EPIs). 
	Infecção comunitária
	Infecção hospitalar (nosocomial)
	Aquela que é constatada ou em incubação no momento da admissão, desde que não seja relacionada com uma internação anterior;
	Qualquer processo infeccioso adquirido no âmbito hospitalar, podendo ser diagnosticado principalmente no período da internação ou após a alta hospitalar, estando relacionada com a internação; • O intervalo entre a data da admissão e a das manifestações clínicas deve ser maior do que o tempo de incubação do agente;
 
- Pacientes com maior risco: 
Recém-nascidos: 9 e 40%; 
Acidentados: 3,4 e 30%; 
Pacientes com neoplasia maligna: 6 e 10%; 
Diabéticos: 1,5 vezes maior; 
Pessoas idosas;
• IrAS (ITU e respiratórias): 
Endógena
Exógena
Cruzada: é a que se transmite de paciente para paciente, geralmente pelas mãos da equipe de saúde. 
Inter hospitalar: é um conceito que foi criado para definir as infecções relacionadas à assistência à saúde que são levadas de um hospital para outro com a alta e subsequente internação do mesmo paciente em diferentes hospitais.
• Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções relacionadas à Assistência à Saúde – PNPCIRAS (2016-2020)
Quatro pilares estratégicos de ações: 
1) promover a adesão a práticas baseadas em evidência, educando, implementando e realizando investimentos; 
2) aumentar a sustentabilidade por meio de alinhamento de incentivos financeiros e reinvestimento em estratégias que demonstrarem sucesso; 
3) preencher as lacunas de conhecimento para responder a ameaças emergentes por meio de pesquisas básicas, epidemiológicas; 
4) coletar dados para direcionar esforços de prevenção e mensurar os progressos 
 
• Infecção do trato urinário – ITU
Uma das doenças mais frequentes na população adulta e a segunda em pediatria. No âmbito hospitalar, as ITU acometem 2% dos pacientes internados, sendo responsáveis por 35% a 45% das infecções hospitalares. Geralmente está associada ao uso de SVD (80%). 
Sintomas: Disúria, desconforto abdominal, urgência miccional, alteração na característica da urina e febre. (Classificação: complicada). E. coli é o principal agente isolado das bacteriúrias hospitalares. Outras bactérias como Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Enterococcus sp). Nas últimas décadas, espécies de Candida vêm emergindo também. A ITU hospitalar contribui para o aumento na permanência do doente no hospital (em média, 2 dias), levando a um custo adicional de 600 dólares. É causa direta de morte em 0,1% dos pacientes com infecção hospitalar (IH) e causa indireta em 0,7%.
• Infecção do Trato Respiratório – ITR 
Acomete de 0,5% a 1% dos pacientes internados em um hospital. Pneumonia associada e VM - PAV (3 a 21 vezes maior). Esta é a principal causa de morte por infecção adquirida no hospital e infelizmente, é uma das infecções hospitalares de difícil prevenção e sua incidência vem aumentando progressivamente. 
Mecanismos associados: aspirações repetidas de pequenos volumes de secreção das vias aéreas superiores; broncoaspiração maciça de conteúdogástrico; contaminação devida à instrumentação respiratória; 48 a 55% das ITR inferior apresentam-se após intubação oro ou nasotraqueal, com ou sem respirador mecânico, podendo chegar a 82% em pacientes cirúrgicos. 
• PAV (pneumonia associada a ventilação): FATORES DE RISCO
- PACIENTES VENTILADOS: Doença pulmonar crônica; gravidade da doença; cirurgia torácica ou abdominal superior; pacientes acima de 60 anos; aspiração de grande volume do conteúdo gástrico; sonda nasoentérica e antibioticoterapia.
- PACIENTES NÃO VENTILADOS: Duração da cirurgia; estado nutricional deficiente; terapia imunossupressora; queda do nível de consciência; depressão dos reflexos das vias aéreas; doença neuromuscular; sexo masculino; colonização da orofaringe com bacilos Gram negativos; esofagite de refluxo e pneumonia prévia. 
- Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus oxacilina sensível.
- Microrganismos resistentes, principalmente o S. aureus oxacilina resistente, as enterobactérias e os bacilos Gram negativos não fermentadores, destacando-se a Pseudomonas aeruginosa e o Acinetobacter spp.
- DIAGNÓSTICO: Critérios clínicos e radiológicos: Febre, escarro purulento, sinais de consolidação pulmonar e um infiltrado novo ou progressivo ao raio X. Adicionalmente, são habitualmente incluídos dispnéia, tosse e a dor pleural; Culturas de escarro ou secreção traqueal não apresenta boa especificidade e não pode ser considerado o agente responsável pelo quadro pulmonar.
- PREVENÇÃO: Manter os pacientes com a cabeceira elevada entre 30 e 45°; Avaliar diariamente a sedação e diminuir sempre que possível para possível extubação; Traqueostomia; Aspiração da secreção acima do balonete (subglótica); Higiene oral com antissépticos (clorexidina veículo oral).
• Infecção do Sítio Cirúrgico – ISC
Ocorre em 14 e 16%, em um tempo de hospitalização médio de 8 dias. Ocorre na incisão cirúrgica ou em tecidos manipulados durante o procedimento cirúrgico, podendo ser diagnosticada até 30 dias após realização do procedimento, ou, no caso de implante de próteses, até um ano. 
Ocorre geralmente em três condições: contaminação microbiana local, presença de nutrientes microbianos na lesão (sangue coagulado, secreções, pus ou tecidos necrosados) e resistência antiinfecciosa local e sistêmica do paciente. Provocada pela microbiota endógena: Staphylococcus aureus, com surgimento de sinais característicos (eritema, edema, dor, deiscência, exsudato purulento). 
- Fatores de risco associado ao paciente: idade, obesidade, desnutrição, tabagismo, uso de esteroides, antibioticoterapia.
• Infecção da Corrente Sanguínea – ICS
Acomete 5% da população, sendo mais incidente em países em desenvolvimento. Provocada por dispositivo intravascular e aumenta o período de internação em média em 7 dias. 
Pode ser classificada em primárias (sem foco infeccioso conhecido ou quando o foco é o próprio sistema vascular) e secundárias (quando um outro foco infeccioso é identificado) e suas diferenças são fundamentais para a notificação e a abordagem preventiva.
- Fatores relacionados aos pacientes: idade inferior a 1 ano ou superior a 60 anos, doenças que resultam na perda da integridade epitelial, granulocitopenia, quimioterapia imunossupressora; presença de foco infeccioso à distância; gravidade da doença de base, alterações da microflora cutânea na região peri-orificial como resultado da pressão seletiva exercida pelo uso de antimicrobianos, tempo de hospitalização prévia, contato com cepas epidêmicas de microorganismos veiculadas pelas mãos da equipe hospitalar.
- Fatores relacionados ao procedimento: duração da cateterização, habilidade técnica de quem introduz o cateter, local de inserção do cateter (risco maior com cateteres inseridos em membros inferiores), forma de inserção (risco maior com flebotomias), periodicidade da troca de cateteres periféricos, material, comprimento, calibre e número de lumens do cateter, curativo: avaliar o tipo, periodicidade de troca, anti-séptico utilizado, utilização do cateter para coleta de sangue, infusão de lipídeos ou soluções de nutrição parenteral, características do líquido infundido: pH ácido, alta velocidade de infusão, altas concentrações de cloreto de potássio.
- Diagnóstico: presença de drenagem purulenta no sítio vascular envolvido ou a existência de um ou mais dos sinais flogísticos locais (dor, calor ou eritema), associado à cultura da ponta distal do cateter; febre, cuja persistência, a despeito de tratamento antimicrobiano adequado contra o agente isolado, é um indício de sua ocorrência; febre, calafrios, hipotensão, choque, falência respiratória, hiperventilação, dor abdominal, vômitos, diarréia, confusão mental ou convulsões. A infecção pode estar associada à contaminação do cateter, do canhão ou do infundido. A comprovação da fonte de infecção requer o isolamento de um mesmo agente infeccioso em hemoculturas e um desses locais (cateter, canhão ou infundido), ao mesmo tempo que a exclusão de outro foco infeccioso.

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