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Quadro comparativo - modelos de atenção a saúde (sanitarista, médico-assistencial privatista e modelos contra-hegemônicos)

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Quadro comparativo – Modelos de Atenção à saúde 
 
 
Modelos Hegemônicos Origem/princípios Principais características do 
modelo (Fundamentos, foco 
de intervenção, forma de 
organização...) 
Modelo Sanitarista 
 
 
 
 
Instituído no início da República, 
foi influenciado por interesses 
agroexportadores no início do 
século XX para combater 
epidemias (febre amarela, 
varíola e peste). Ilustra a saúde 
pública biomédica de forte 
influência americana. 
Tem seus princípios em 
demandas que buscam atender 
necessidades que nem sempre 
se expressam em demanda; 
Baseia-se em uma tecnologia 
sanitarista (educação em saúde, 
controle de vetores, 
imunizações, entre outros) 
 
Sua forma de organização foi 
baseada em campanhas 
sanitárias, programas 
especiais, sistema de vigilância 
epidemiológica e sanitária. Tem 
como exemplos de sua 
atividade: vacinação, controle 
de epidemias e erradicação de 
endemias. 
Campanhas e ações têm 
caráter temporário e são 
caracterizadas pela 
centralidade no planejamento 
das ações, além de exigirem 
altos investimentos 
financeiros. 
Ação militarista na organização 
e intervenção proposta e, 
geralmente, provocam 
transtornos nos serviços locais, 
na medida em que se exige uma 
mobilização importante dos 
serviços e recursos humanos na 
implementação de ações de 
caráter coletivo. 
Ao se falar de programas 
especiais de saúde pública 
(saúde da criança, mulher, 
tuberculose, hanseníase), 
normalmente há administração 
única e central, de caráter 
individual e fragmentado. 
Modelo Médico-
assistencial privatista 
Fundamentado na medicina 
flexneriana, reforma médica 
operada nos Estados Unidos, a 
partir do Relatório Flexner, em 
1911. Modelo presente na 
assistência filantrópica e na 
medicina liberal e fortaleceu-se 
com a expansão da previdência 
social e consolidou-se com a 
capitalização da medicina nas 
últimas décadas do século XX, 
através do Inamps. (PAIM, 2008) 
 
 
Tem como principais 
características: a organização 
da assistência médica em 
especialidades, valorização do 
ambiente hospitalar, ênfase na 
atenção médica individual, 
secundarizando a promoção da 
saúde e a prevenção das 
doenças. 
É centrado na clínica, voltado 
para o atendimento da 
demanda espontânea e 
baseado em procedimentos e 
serviços especializados. 
Seu objeto tem sido 
identificado como a doença ou 
o doente; seu agente, o 
médico, sobretudo o 
especialista; e as formas de 
organização são as redes de 
serviço, com destaque para os 
hospitais. (TEIXEIRA, 2002) 
Não é exclusivo do setor 
privado, reproduzindo-se no 
setor público. 
 
Propostas 
Alternativas/Modelos 
Contra-hegemônicos 
Surgem nos anos 70 como 
modelos que buscam 
contemplar falhas nos modelos 
biomédicos, sendo o modelo de 
atenção primária à saúde ou 
medicina comunitária mais 
difundida. 
Buscam concretizar princípios e 
diretrizes (universalidade, 
integralidade e igualdade – 
regionalização, hierarquização, 
descentralização e participação 
popular) do SUS que ganharam 
forma de lei na Constituição de 
1988 e na Lei Orgânica da Saúde. 
Com sugestões de atender 
demandas da população e 
fomentar a integralidade da 
atenção, através de propostas 
como: Oferta organizada, 
Distritalização, Ações 
Programáticas de Saúde, 
Vigilância de Saúde e Estratégia 
Ênfase na racionalização do uso 
das tecnologias na atenção 
médica e no gerenciamento 
eficiente. 
Considera uma hierarquia de 
níveis dos níveis do sistema de 
serviços de saúde, tendo em 
vista o cuidado progressivo ao 
paciente. 
Adição de ideias como 
participação da comunidade e 
regionalização. 
Tem como sujeito: a equipe de 
saúde e a população; como 
objetos: os danos, riscos, 
necessidades e determinantes 
do modo de vida e saúde 
(condições de vida e trabalho); 
como meio de trabalho: 
tecnologias de comunicação 
social, planejamento local 
situacional; e forma de 
organização através de 
de Saúde da Família (ESF), por 
exemplo. 
 
 
políticas públicas, ações 
intersetoriais, intervenções 
específicas (promoção, 
prevenção e recuperação) e 
operações sobre problemas e 
grupos operacionais. (TEIXEIRA, 
1998) 
 
Após a construção do quadro, comente a seguinte questão: 
Se as necessidades de saúde não se restringirem às necessidades de serviços de saúde (doenças, 
agravos, carências e sofrimento capazes de serem resolvidos pelos serviços de saúde), mas 
contemplarem a ideia de qualidade de vida (vinculada a uma concepção ampla de saúde e dos 
seus determinantes ambientais e socioculturais), como pensar modelos de atenção ou modos 
de intervenção em saúde nessa perspectiva? 
R: Seguindo uma perspectiva que leva em consideração a saúde como algo além da mera 
ausência de doença e como algo inteiramente ligado a qualidade de vida, é necessário que os 
modelos de atenção à saúde apresentem características que abordem não só aspectos 
biomédicos, que também são importantes para diagnóstico e entendimento da doença, mas 
também os que propiciem um cuidado amplo do indivíduo, através de medidas de promoção, 
proteção e recuperação. É necessário a busca por uma intersecção entre ambos os modelos 
atuantes no Brasil, bem como uma forma de melhor relacioná-los no cuidado com ações 
específicas e temporárias ao tratar do coletivo, sem deixar de lado os serviços de demanda 
espontânea. Entretanto, ainda é indispensável a transparência do domínio de cuidados que 
envolvam a população, ao conhecer aquilo que aflige a comunidade, como seus riscos e suas 
experiências de vida, de modo a estabelecer um cuidado biopsicossocial que busca, de fato, 
atrelar escuta qualificada e alternativas compatíveis para seus problemas que promovam 
qualidade de vida e, consequentemente, saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Paim, J. S. (2008). Modelos de atenção à saúde no Brasil. In Política e sistema de saúde no 
Brasil (pp. 547-573). 
SILVA JUNIOR, Aluisio Gomes da et al. Modelos Assistenciais em Saúde: desafios e 
perspectivas. Modelos de atenção e a saúde da família. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007. 
240p, 2007. 
TEIXEIRA, Carmem Fontes; PAIM, Jairnilson Silva; VILASBOAS, Ana Luiza. SUS, modelos 
assistenciais e vigilância da saúde. Inf. Epidemiol. Sus, Brasília, v. 7, n. 2, p. 7-28, jun. 1998. 
TEIXEIRA, C.F. (Org.) Promoção e Vigilância da Saúde. Salvador: Ceps-ISC, 2002.

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