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LARA FERNANDA - ODONTOLOGIA - 6P ERUPÇÃO DENTÁRIA E DESENVOLVIMENTO DA OCLUSÃO DECÍDUA DESENVOLVIMENTO DOS DENTES DECÍDUOS Final da 5 semana de vida intrauterina → Formação da lâmina dentária → 4 mês de gestação: início da calcificação dentária. ERUPÇÃO DENTÁRIA Compreende o período em que o dente em formação se movimenta no interior do osso alveolar em sentido oclusal, atinge a posição funcional em oclusão com seu antagonista e continua até a esfoliação. FASES DO PROCESSO DE ERUPÇÃO DENTÁRIA 1. PRÉ- ERUPTIVA: Inicia com o rompimento do pedículo e diferenciação do germe até a formação da coroa dentária (fase intra-óssea). 2. ERUPTIVA (PRÉ-FUNCIONAL): O dente encontra- se intra-ósseo e move- se em direção ao plano oclusal. 3. PÓS- ERUPTIVA (FUNCIONAL): Compreende o período em que o dente atinge oclusão funcional até a esfoliação. PROCESSO DE ERUPÇÃO DENTÁRIA Gengiva e sulco gengival migram no sentido apical → exposição da coroa dentária na cavidade bucal. Ligamento periodontal desenvolve- se a partir do início da formação radicular e remodela- se durante a erupção dos dentes decíduos. → TEORIAS SOBRE ERUPÇÃO DENTÁRIA 1. Formação e crescimento radicular: Processo de rizogênese impulsiona a coroa em direção oclusal. 2. Pressão hidrostática: Maior pressão nos tecidos periapicais faz com que o dente se movimente em direção oclusal, de menor pressão. 3. Remodelamento ósseo: O folículo dentário controla a erupção por meio da regulação e coordenação da reabsorção e formação óssea. 4. Ligamento periodontal: Células e fibras impulsionam o dente em direção oclusal. A erupção dos primeiros dentes decíduos é um marco significativo no processo de crescimento e desenvolvimento da criança. SINAIS E SINTOMAS DA ERUPÇÃO DENTÁRIA Prurido gengival; Salivação excessiva; Irritabilidade e estado febril. Alteração na dieta, contato com objetos contaminados, amadurecimento de glândulas salivares e aumento da produção de saliva. A liberação de mediadores na mucosa bucal presentes no folículo pericoronário na submucosa. Histamina, leucotrienos, prostaglandinas, proteases, citocinas e fatores de crescimento, contribuem para a compreensão dos sinais e sintomas atribuídos à erupção dentária. Orientações → Bebê começa a engatinhar, o chão deve estar sempre limpo e sem objetos que possam ser levados à boca. Sinais e sintomas no PPGB Salivação excessiva, coriza, diarreia, erupção cutânea, inapetência (ausência de apetite), vômito, irritação, sono agitado. Orientações Massagear os rodetes gengivais com fralda umedecida em água gelada ou utilizar mordedores. OBS: Não existem evidências científicas quanto ao tratamento para a sintomatologia relacionada a erupção, no entanto é contraindicada a utilização de medicamentos, em especial, os conteúdos anestésicos locais. Ações de educação em saúde baseada em evidências → evitar propagação de conceitos errôneos e crendices populares sobre esses sinais e sintomas. ALTERAÇÕES ● Cistos ou hematomas de erupção Acúmulo de fluido no espaço do folículo dentário que envolve a coroa do dente em erupção. ● Fibrose gengival Processo inflamatório ou traumático. ● DIAGNÓSTICO CLÍNICO Cisto: coloração semelhante à da mucosa adjacente. Hematoma: Coloração azul/ arroxeada - Diagnóstico diferencial: hemangioma, cisto mucoso do recém nascido e granuloma piogênico. - Lesões assintomáticas. - Desconforto: pressionar a gengiva contra o dente, com o dedo envolvido em fralda limpa e umedecida em água gelada. - Dor, irritabilidade e/ou dificuldade de alimentação → indica- se a ulectomia ULECTOMIA (passo a passo) 1. HEMATOMA DE ERUPÇÃO 2. Remoção do capuz mucoso e drenagem do conteúdo cístico 3. Bebê amamentado no seio materno (hemostasia) 4. Aspecto final: bordos irregulares (para evitar coaptação) e exposição da coroa dentária CRONOLOGIA E SEQUÊNCIA DE ERUPÇÃO SEQUÊNCIA DE ERUPÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS – Incisivos Centrais Inferiores – Incisivos Centrais Superiores – Incisivos Laterais Superiores – Incisivos Laterais Inferiores – 1ºs Molares Superiores – 1ºs Molares Inferiores – Caninos Superiores – Caninos Inferiores – 2ºs Molares Inferiores – 2ºs Molares Superiores É importante para a realização de diagnóstico precoce de possíveis alterações de desenvolvimento dentário e orientações de pais e/ou responsáveis. DESENVOLVIMENTO DA OCLUSÃO DENTÁRIA Movimentos mandibulares reduzidos → desenvolvimento incipiente da cabeça da mandíbula e da fossa articular do osso temporal → rasa ou quase plana. Cabeça da mandíbula posiciona- se na altura do rodete gengival superior e os movimentos mandibulares ocorrem no sentido anteroposterior. Apenas incisivos erupcionados → sobremordida acentuada Estabilidade oclusal não está definida → os incisivos inferiores posicionaram- se anteriormente aos superiores → criança pode ranger os dentes. Após erupção dos primeiros molares decíduos → 1 elevação da dimensão vertical e os incisivos posicionam- se em topo. Erupção dos segundos molares → dimensão vertical é estabilizada. OCLUSÃO NORMAL A relação de caninos é referência para o diagnóstico do posicionamento ântero posterior maxilomandibular na dentição decídua. ● Curvas de spee (sentido anteroposterior) e de wilson (sentido vestibulo-lingual) não são observadas e sobremordida e sobressaliência são reduzidas. CLASSIFICAÇÃO DOS ARCOS ARCO TIPO I: Com espaços interdentais ARCO TIPO II: Sem espaços interdentais Pesquisa realizada no PPGB concluiu que a maioria das crianças apresentam arco tipo II, espaços primatas superiores e plano terminal reto. CARACTERÍSTICAS DA DENTIÇÃO DECÍDUA TIPOS DE ARCO TIPO I: Com diastemas na região anterior TIPO II: Sem diastemas na região anterior DIASTEMAS PRIMATAS ARCO SUPERIOR: Entre incisivo lateral e canino. ARCO INFERIOR: Entre canino e primeiro molar. RELAÇÃO TERMINAL DOS SEGUNDOS MOLARES Plano terminal reto Degrau mesial Degrau distal MALOCLUSÕES FREQUENTES MALOCLUSÃO: Relação anormal entre os dentes e/ou maxilares, que pode ocasionar alterações na mastigação, fonação e estética. PREVALÊNCIA: Maloclusão é variável; Teresina-PI: 52,1% (Machado et al, 2020) ETIOLOGIA: Multifatorial → influência genética e ambiental (hábitos de sucção não nutritiva, respiração bucal e perda precoce de dentes decíduos). Perdas dentárias precoces e lesões cariosas que promovam diminuição do perímetro do arco podem favorecer o desenvolvimento de maloclusão. MORDIDA ABERTA ANTERIOR MORDIDA ABERTA POSTERIOR BRUXISMO ● Atividade repetitiva de músculos mastigatórios que pode ocorrer durante o sono ou durante a vigilia. Prevalência: 3,5% e 40,6% em crianças (Manfredini et al, 2013) Etiologia: fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Consequências: desgastes oclusais e/ou incisais e fraturas de cúspides. Na infância o ruído intenso e repetitivo produzido pela criança durante o ranger dos dentes preocupa os pais e/ou responsáveis, motivo frequente da procura por atendimento odontológico. Crianças bruxistas que apresentam outros sintomas associados → profissional competente → ponto de vista odontológico não existe tratamento.
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