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1 “afecção crônica decorrente dp fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a este, acarretando variável espectro de sintomas e sinais esofágicos e/ou extra-esofágicos associados ou não a lesão tecidual.” O retorno do conteúdo gástrico através do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) é chamado de refluxo gastroesofágico. É uma doença crônica secundária ao refluxo patológico do refluxo gástrico, e vai para o esôfago ou órgãos adjacentes como faringe, laringe e árvore traqueobrônquica. • O refluxo gastroesofágico casual, de curta duração, que geralmente ocorre durante as refeições, é dito fisiológico, sendo tipicamente assintomático. • Já o refluxo interprandial recorrente, de longa duração, costuma originar sintomas (como pirose e regurgitação) que resultam da agressão à mucosa esofágica promovida pelo material refluído. Estes episódios de refluxo são ditos patológicos, e caracterizam a DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE). • A DRGE é o distúrbio mais comum do trato gastrointestinal (75% das esôfagopatias). • Em torno de 20% da população tem o sintoma pirose (queimação retroesternal ascendente) dependente do local e hábitos alimentares. Brasil chega a 40%. • Defeito dos elementos anatômicos no esfíncter inferior do esôfago levam a um relaxamento transitório em hipotensão. Deve-se avaliar a região da cárdia, pois o alargamento da cárdia que permite o refluxo. • No estômago tem-se células colunares e no esôfago tem-se células escamosas. • Obesidade aumenta o risco da DRGE. • Associação da DRGE com CA de laringe e faringe. O esfíncter no interior do esôfago tem função de regular a contenção do suco gástrico do estômago. Desse modo, quando ocorre hipotensão, ou seja, relaxamento transitório desse esfíncter de forma anormal, vai ocorrer o refluxo → Esse relaxamento anormal ocorre em hérnias de hiato ou em situações condizentes com defeito nos elementos anatômicos antirrefluxos que seriam: • Entrada obliqua do esôfago no estomago; • Roseta da mucosa da cárdia; • Pilar direito do diafragma; • Prega de Gubaroff; • Esôfago intra-abdominal; • Elementos de fixação do extômago. A sintomatologia depende das características do material refluído, das condições de parede do esôfago e do nível de sensibilidade individual: 2 • A hipersensibilidade visceral ocorre em alguns casos, por conta da irritabilidade ocasionada pelo muco, causando sintomatologia para o paciente. • A agressividade da natureza do material refluído é muito importante, pois pode ser material ácido ou básico (por exemplo, bile ou suco pancreático). Em casos de gastrectomias ou pacientes com gastropatias pode ocorrer de não fluir o conteúdo pela segunda porção duodenal (lembrando que o suco pancreático é produzido pelo pâncreas e a bile pelo fígado e armazenada na vesícula biliar). • Exemplo de materiais: H+, pepsina, sais biliares e tripsina. O aumento da pressão abdominal pode ser um dos fatores que ocasiona refluxo, pois altera o esvaziamento gástrico. Geralmente ocorre em pacientes obesos. ➔ doença com base multifatorial. Uma forma de mostrar o trauma por conta dessas alterações, seria por meio dessas imagens: 1- Na imagem mais a esquerda, mostra um esfíncter funcional, no qual o conteúdo gástrico não reflui. 2- Na imagem mais central, mostra um esfíncter defeituoso. O estômago possui uma proteção contra o ácido, mas o esôfago não. Então quando o esfíncter fica lesado, o suco gástrico sobre e permite o refluxo, podendo causar injuria e lesões. O conteúdo pode fluir para o esôfago ou para regiões extra esofagianas, como esmalte dentário, faringe, laringe, gera até asma brônquica, otites, sinusites. Pode acontecer caso de HÉRNIA, pelo alargamento da cárdia, permitindo a subida do estomago através do esfíncter esofagiano que está doente/aberto por meio de um hiato. HÉRNIA DE HIATO. Sintomas típicos: pirose e regurgitação (principalmente)- sintomas sensíveis, porém de baixa especificidade. Sintomas atípicos: doenças pulmonares, de ouvido, de laringe e faringe... O comprometimento de cordas vocais pode acometer até 65% dos pacientes. Manifestações extra esofágicas principalmente relacionadas a doenças pulmonares. CLASSIFICAÇÃO DE LOS ANGELES (MUNDIALMENTE ACEITA) tem como objetivo separar as lesões da esofagite erosiva de acordo com a gravidade, para que assim seja decidido o tratamento mais adequado para a lesão. • CLASSIFICAÇÃO A: uma ou mais erosões da mucosa menor de 5mm, que não se estende entre os topos de duas pregas da mucosa. Aqui vemos lesões na região distal do esôfago, por causa do refluxo. • CLASSIFICAÇÃO B: uma ou mais erosões da mucosa com mais de 5mm de comprimento, que não se estende entre os topos das duas pregas da mucosa. A parte pálida representa a não erosão do esôfago, tendo uma esofagite não erosiva. A maioria das esofagites hoje em dia é não erosiva. 3 • CLASSIFICAÇÃO C: uma ou mais erosões da mucosa contínua entre os topos de duas ou mais pregas da mucosa, mas que envolve menos de 75% da circunferência da mucosa. É uma agressividade maior, o esfíncter na imagem está mais alargado, permitindo o refluxo do estômago para o esôfago. • CLASSIFICAÇÃO D: uma ou mais erosões da mucosa que envolve pelo menos 75% da circunferência da mucosa. A parte circulada a direita, mostra como toda a circunferência do esôfago foi afetada pelo refluxo. Quando a inflamação no esôfago ou erosão é muito acentuada e crônica pode causar uma alteração celular, uma metaplasia. Ou seja, uma substituição do tecido esofágico pelo intestinal. Sendo um epitélio anormal, chamado de metaplasia intestinal. (Substituição do epitélio estratificado escamoso que revestia o esôfago distal). A doença se desenvolve como consequência da doença do refluxo gastroesofágico crônico (DRGE) e predispõe ao desenvolvimento do adenocarcinoma de esôfago. É importante a diferenciação, pois quando existe um câncer de esôfago (natural do esôfago) ele é chamado de espinocelular ou escamoso. Quando o tumor vem de uma metaplasia intestinal, lá do esôfago distal, ele é chamado de adenocarcinoma. ▪ Todos os adenocarcinomas do esôfago, são causados por uma metaplasia intestinal. ▪ ESÔFAGO DE BARRET CAUSA ADENOCARCINOMA DE ESÔFAGO. OBS Dr. Deixa bem claro que o esôfago de Barret pode predispor o câncer (adenocarcinoma de esôfago), mas o Barret existe muito nas pessoas e nem todas vão ter câncer. Esse processo de Barret câncer é longo, não é de uma hora para outra. (Isso pode assustar os pacientes, mas como médico tem que falar que esôfago de Barret tem que ser acompanhado se ele tiver alguma indicação como: inflamação, que evolui para uma displasia leve a uma displasia acentuada há possibilidade do paciente ter um câncer ESÔFAGO DE BARRET NÃO É SINÔNIMO DE CÂNCER DE ESÔFAGO • CLASSIFICAÇÃO ▪ A gente classifica o esôfago de Barret de acordo com: classificação de Praga, que dá a altura máxima e a circunferência que a metaplasia atinge. ▪ M de mesure (altura) e C de circunference. ▪ No laudo vai estar assim, por exemplo: Esôfago de Barret M1 C1 (1 cm de circunferência por 1 cm de altura). Nessa imagem, por exemplo, a circunferência tem 2 cm e a altura 3 cm, então: C2 M3, segundo a classificação de Praga. Nesse caso não é mais refluxo (DRGE), mas sim a transformação para Barret. 4 Aqui são exemplos de Barret nas imagens superiores, de pacientes que já cicatrizaram as erosões, provavelmente são pacientes que já tomaram inibidores de bomba → previne mais erosões/ esofagites. Nas imagens inferiores, a gente usa um dispositivo chamado Narrow Band Imaging (NBI), que é um dispositivo eletrônico que encurta as ondas básicas (vermelho e azul) e que dessa formaressalta a vascularização e essa pode indicar metaplasia de grau inflamatório grave – já com displasia/ câncer. É um dispositivo para analisar, podem ser usados outros corantes como ácido acético ou azul de metileno. Nesse caso de esôfago de Barret, a biópsia pode acontecer no local suspeito – não é uma biópsia as cegas. COMO SE DÁ A EVOLUÇÃO PARA CÂNCER NO BARRET? É a ativação da proto oncogênese inativando os genes de supressão do tumor (que são os genes que inibem a produção de células alteradas – são os killers). Essa mudança ocorre de forma lenta, por isso tem que acompanhar o paciente. Aqui é uma amostragem de um paciente pelo método NBI. A primeira fileira é o fundo do estomago e tem uma alteração (pontos brancos na segunda imagem da primeira linha) que são fovéolas típicas do antro- gástrico → seguindo começa a ter alterações vasculares (primeira imagem da segunda linha) → virando uma metaplasia (terceira e quarta imagem da segunda fileira) → o tecido vai ficando mais fino e os vasos vão aparecendo mais (terceira linha, aonde está escrito Barret). Na quarta linha são células com lesões inflamatórias, mostrando que esse Barret pode evoluir para um câncer. Na 5 terceira imagem da quarta linha, essa alteração do esôfago dois anos depois evoluiu para a quarta imagem da quarta fileira que já é um câncer. Esse é um paciente que foi feito uma análise do antes e do depois: as duas primeiras linhas são lesões iniciais, mas a partir da terceira linha, tem células já alteradas para Barret e na quarta linha é a inflamação com alteração para câncer. Essas alterações podem levar a outros problemas, como: disfagia (dificuldade para deglutir) e/ou odinofagia (dor ao deglutir)- (são sintomas de pacientes com alteração no esôfago distal) Essas são situações que podem causar disfagia → tem que fazer o diagnóstico diferencial com DRGE. 50% dos pacientes apresentaram disfagia em algum momento da DRGE. As Síndromes Esofagianas podem ser sintomáticas ou com lesões esofagianas. - Sintomáticas → síndrome típica, com pirose, regurgitação e dor torácica (dor causada pelo refluxo ou por outros problemas). Então os sintomas típicos principais da doença do refluxo são: pirose persistente na região supra epigástrica, regurgitação, refluxo e a dor torácica. A pessoa pode falar que quando se abaixa vem um líquido até a boca. - Com lesão esofagiana → esofagite, evoluindo para estenose, o Barret o e adenocarcinoma. As Síndromes extra-esofagianas - Associação estabelecida → também chamados de atípicos. Tosse crônica causada pela doença do refluxo, laringite, asma e erosão dentária. A tosse pode existir em 10% das pessoas acometidas pela doença do refluxo. A asma brônquica está associada à 50% dos casos. - Associação proposta → faringite, sinusite, otite média. Ter sintomas atípicos e não os típicos é pouco frequente, é mais comum o paciente ter sintomas típicos e depois os atípicos. Sintomas dominantes da doença do refluxo → sintomas típicos, extra esofágicos, dor torácica não cardíaca e disfagia. Dor torácica não cardíaca As causas mais frequentes de dor torácica são músculo esqueléticas, psiquiátricas, cardíacas e esofagianas. A não cardíaca é a dor torácica recorrente, indistinguível da dor cardíaca isquêmica, após razoável investigação para exclusão de causas cardíacas. Se você já afastou problema cardiológico, mas ainda tem dúvidas se é dor esofagiana, na segunda etapa pode ser feita a pesquisa do refluxo – pHmetria prolongada. É um cateter que fica pelo nariz até o esôfago por 24 hs, é monitorizado através de um fluxograma o tanto que o ácido atinge os canais e mede o refluxo de 24 hs, que pode ser um refluxo distal, mas também há um marcador proximal na região do esôfago superior. 6 Endoscopia digestiva → mostra a imagem da inflamação. Manometria esofágica → quando indicamos alguma cirurgia ou um procedimento mais importante, pode ser pedido a manometria esofágica. Ela vai nos dar a tonicidade do esôfago em situações de megaesôfago, alterações do colágeno, ondas terciárias, nas quais o paciente tem esofagite por alterações da parte motora do esôfago. Não se opera nenhum paciente (p. exemplo, pra colocar uma válvula antirefluxo) sem esse exame, pois se o paciente tiver alterações manométricas o problema não será resolvido somente com a manobra realizada na cirurgia. pHmetria esofágica simples – duplo canal → utilizada muito pouco. Para saber se tem uma esofagite com refluxo e comprometimento extra esofágico. Mede o refluxo na parte inferior e superior do esôfago. Além de pedir a phmetria, vai medir também se o refluxo é ácido, básico (por bile ou substância pancreáticas), por água ou ar. É o exame mais completo para se avaliar o esôfago quando se indica uma cirurgia, ou para quando o diagnóstico não está muito claro. RX contrastado → mostra a anatomia do esôfago, às vezes não é necessário, mostra tamanho da hérnia, se existe esôfago dilatado. Também muito importante para avaliação do esôfago. • Tem como base alívio dos sintomas, cicatrização de lesões da mucosa que vimos na classificação de Los Angeles, prevenção de recidiva e prevenção de complicações, como estenose, Barret, câncer. • Pode ser clínico, endoscópico ou cirúrgico. • Clínico: Grande maioria dos pacientes se beneficia com o tratamento clínico com a supressão do ácido, na maioria dos refluxos o causador é ácido gastroesofágico que reflui. 1.Tratamento medicamentoso: - O tratamento de manutenção é necessário na grande maioria dos pacientes com refluxo. Na hora que você diagnostica muitas vezes você não consegue retirar o medicamento do paciente, ele tem que ficar tomando o medicamento pra DRGE para sempre. Podemos fazer um tratamento com dose plena, por alguns meses, depois, com orientação de algumas vezes por semana, depois, ao final da 2ª etapa com o paciente assintomático, pode evoluir com um tratamento por demanda, ele toma um inibidor bomba somente em situações que o refluxo está acontecendo, ou de repente antes como prevenção ou depois de um jantar com alimentação copiosa. - Então começa com tto inicial de 2-3 meses pleno, depois 2-3 meses também, mas algumas vezes por semana e então somente por demanda. Isso é de cada caso, tem casos que tem que ir para cirurgia, outros casos o tto clínico inicial já ajuda, depois com cuidados vai ficando assintomático, mas a maioria precisa de tto de manutenção. - O tto de manutenção impede aparecimento de complicações e tem impacto positivo na qualidade de vida do paciente. - O tto varia de somente medidas comportamentais, em casos mais leves, até terapia contínua com doses ajustadas em casos mais graves. - A dose é individualizada, depende de peso e outras coisas, existem fatores preditivos que orientam qual a melhor opção para determinados casos. - O resultado do tto clínico é igual ao cirúrgico, essa é uma afirmação muito importante, porque o paciente pode ficar assintomático com medicação ou cirurgia, a questão é: qual a idade do paciente, quanto tempo vai tomar o remédio, quanto de sintomas ele tem, frequência e gravidade. 7 - Aqui damos a dose plena inicialmente com alguns medicamentos, e também dose de manutenção, essa dose de manutenção o pH gástrico deve ser mantido acima de 4 por pelo menos 16 horas, a duração do medicamento inibir a produção de ácido na manutenção é de pelo menos 16 horas. Inibidores bomba: Aqui é mostrado os inibidores bomba, sendo o esomeprazol o mais eficiente, quase 60% de eficiência, variando de 40-60%. A eficiência do omeprazol não muito boa, do pantoprazol, rabeprazol e lansoprazol não foram boas também, esse último foi o de menor eficiência. A raretidina não está sendo usadaporque foi proibida. Bloqueadores de ácido potássio: Vonoprazana (Inzelm) foi lançado faz 1 semana, promete ser o mais efetivo e potente inibidor do ácido, não necessita de conversão dependente de pH ácido para ser absorvido, porque o omeprazol deve ser tomado em jejum, já o pantoprazol mais evoluído não precisa de jejum para ser absorvido. Esse remédio promove supressão ácida rápida, diminui acidez aumentando o pH, comparado aos IBP normais. Esse inzelm é o melhor dos medicamentos atuais, tem uma hepatotoxicidade leve, mas está descrita. Protetores da mucosa: Também podem ser usados, desloca a bolsa ácida, protege mucosa por proteção prolongada por bioaderência, melhora sintomas e induz cicatrização da mucosa. São eles: sucralfato (1h antes das refeições), alginato (isolado ou combinado a antiácidos), ácido hialurônico + sulfato de condroitina (boa palatabilidade, bons resultados, bem seguros). Esses medicamentos não são tão comumente usados, mas atualmente em função do inibidor bomba causar diminuição da acidez gástrica, levando a proteção da microbiota e ao fluxo maior de bactérias para o intestino, bactérias não desejáveis, podendo ocasionar hiperproliferação bacteriana, esses protetores de mucosa são aceitos atualmente. Procinéticos: Ajudam no esvaziamento gástrico por meio da contração da mucosa, alguns deles têm eficiência, mas no geral tem baixa eficácia, que são: domperinoda e bromoprida, eficácia não é tão boa, risco de dano neurológico e cardiovascular pode ocorrer, são raros, e a prucaloprina (Resolor), também é agonista 5-HT4, acelera esvaziamento gástrico e reduz exposição esofágica distal, então se a gente fazer com que o estômago esvazie logo, menos tempo esse ácido vai agir no esôfago. PERGUNTA: Sobre a bromoprida, uma vez um médico do primo contraindicou porque está relacionada a maior agitação, ansiedade, mas até hoje nunca achei nada que comprove isso. R: Ela tem uma ação procinética até boa, eu particularmente não uso porque dá sonolência, é perigoso no adulto ao dirigir causar acidente, então eu não indico. Esse é a principal motivo, mas pode ser utilizado em muitos casos, clínicos e pediatras. Mas a domperidona é bem fácil, são medicamentos bons, não tem eficácia tão grande, mas ajudam se você receitar ao paciente para tomar antes do jantar, porque ele vai ter esse volume de alimento sendo enviado para baixo para não refluir. E o resolor também tem função melhor que domperidona e bromoprida. 2.Tratamento mudança comportamental: - Evitar muita gordura, porque estimula a produção de colecistoquinina no intestino delgado, a pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI) diminui, digamos que ele afrouxa, isso é péssimo porque vai promover refluxo, e essa lubrificação pela gordura também ajuda a ter mais refluxo. 8 - Evitar alimentos que apresentam cafeína, que estimulam a secreção ácida. - O chocolate também tem cafeína e teobromina, que diminui a pressão do esfíncter esofágico inferior. - Tabagismo também diminui a pressão do EEI. - Evitar o uso de condimentos em excesso como por exemplo: canela, pimenta, hortelã que estão associados a produção ácida no estômago (geram sintomas maiores) - Elevação da porção anterior do leito ao deitar-se (levantar a cabeceira da cama e usar o travesseiro antirefluxo), irá diminuir a compressão do EEI. - Evitar ingestão de líquidos a noite (2h antes de dormir) e refeição copiosa. Mas principalmente evitar o liquido (reflui e provoca uma esofagite) - Perder peso 3. Tratamento endoscópico/ablasivo Não existe ainda um tratamento endoscópico que seja o melhor, o laser KTP e o laser de argônio são utilizados em alguns casos. O laser ou argônio produzem uma queimação do esfíncter inferior do esôfago da mucosa fazendo uma cicatriz/ uma constrição e ele fecha o esfíncter, porém, não é tão efetivo, é mais utilizado em pacientes que não possui uma boa condição cirúrgica e que não podem utilizar alguns tipos de medicamentos. Nd: YAG laser com eletrocoagulação multipolar ou com coagulação de argônio, terapia fotodinâmica e radiofrequência são as possibilidades associadas ao laser, essas ferramentas acabam fazendo um enrijecimento do esôfago inferior na região do esfíncter evitando o refluxo. Além disso, a utilização da radiofrequência é utilizada em DRGE e principalmente em pacientes de cirurgia bariátrica que já não possui mais condição de fazer uma correção por válvula-refluxo porque já não tem mais estômago, logo, realiza-se a radiofrequência para fechar o esfíncter do esôfago. Esôfago de Barret (CA precoce do esôfago): Na extremidade do endoscópico tem o keeper (n sei se é assim que escreve) e dentro desse tem uma alça de arame. Essa alça abraça a lesão e é “sugada” para dentro do keeper, o que faz cauterizar a lesão e posteriormente essa lesão foi cortada por um bisturi elétrico 4. Tratamento cirúrgico fundoplicatura 1) A cirurgia é uma opção terapêutica para aqueles pacientes que fazem uso crônico de IBP- nibidor de bomba prótons (paciente 28 anos, há 4/5 anos usa IBP, possui uma hérnia grande, possuía esofagite, porém, com tanto uso de IBP já possui uma reepitelização ali. Porém, ele apresenta sintomas no dia que não toma o comprimido... Imagina esse paciente ficando tomando IBP até 80 anos? Causaria uma mudança drástica na flora intestinal, proliferação bacteriana, etc) 2) A cirurgia em geral não é recomendada a paciente que não respondem ao IBP (é preciso investigar o porquê que ele tem sintomas e pode ser que a cirurgia nesse caso não resolva) 3) pHmetria ou impedância-pHmetria é obrigatória em pacientes sem evidência endoscópica de DRGE. Então, aqueles pacientes que não possuem a classificação de Los Angeles de lesões nesse caso têm que se fazer a pHmetria porque o paciente não tem uma evidencia de esofagite e refluxo pelas lesões. Todos os pacientes devem ser submetidos à manometria esofágica para excluir aperistalse e doenças específicas. 9 4) O tratamento cirúrgico é tão efetivo como IBP quando realizada por cirurgiões experientes. A operação tem uma validade de 10 a 15 anos e se o paciente engordar ela acaba perdendo essa validade porque vai causar refluxo do mesmo jeito. Logo, o que vai fazer com que o paciente tenha um bom resultado é uma válvula bem adequada e quando o paciente realmente responde ao inibidor de bombas aos sintomas 5) Os pacientes obesos devem ser avaliados para uma cirurgia bariátrica, preferencialmente “by- pass”. Não é indicado em pacientes obesos a correção cirúrgica de hérnia de hiato porque eles terão recidiva. 6)Atualmente o uso do tratamento endoscópico não está recomendado em substituição ao tratamento clínico ou cirúrgico quando este é adequado Assim como mostra a imagem ao lado, a hérnia é quando o alargamento do esfíncter permite que o estômago suba para região do tórax. Na 1ª imagem demonstra que o estomago+ junção esofagogástrica sobem através do hiato e essa é chamada de hérnia hiatal por deslizamento (é a mais comum) Na 2ª imagem tem a hérnia hiatal paraesofágica, ela passa paralelamente ao orifício (não por deslizamento) Na 3ª imagem tem a hérnia hiatal mixta que é uma parte por deslizamento e outra paraesofagiana. Na imagem ao lado, na parte superior esquerda, é possível ver um paciente com esofagite tipo C/D de Los Angeles e um alargamento da cárdia na superior. Na parte inferior da imagem, já houve cicatrização da lesão formando um esôfago de Barret (C1-M2 -> circunferência 1cm e 2 altura pela classificação de praga) Na inferior direita com uma válvula realizada e esse é o aspecto de uma fundoplicatura, ou seja, o fundo gástrico é costurado ao redor do esôfago
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