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Protozoários Extrainstestinais - parte 2 Dra. Camila Fabbri Leishmaniose 3 Leishmaniose Filo: Sarcomastigophora Família: Trypanosomatidae Espécies: - Leishmania (Vianna) amazonensis - L. (V.) guyanensis - L. (L.) chagasis - L. (L.) brasiliensis 4 Formas evolutivas Amastigota: arredondada ou oval. Possui flagelo curto, não se exteoriza. É intracelular, parasita exclusivo do SFM. Multiplicação binária. 5 Formas evolutivas Promastigota e promastigota metacíclica: forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo. Flagelo livre, é a forma infectante. Presente no vetor 6 Hospedeiros Hospedeiro invertebrado: mosquito Lutzomyia Hospedeiro vertebrado: cães, roedores, animais silvestres Hospedeiro acidental: homem 7 Transmissão Picada do inseto hematófago pertencente ao gênero Lutzomyia. Inoculam no hospedeiro invertebrado as formas promastigota (metacíclica). 8 9 10 Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) Doença muito antiga, encontrada no período pré-inca no novo mundo Brasil: ano de 1855, lesões de pele similares ao botão de oriente Enfermidade de pele e mucosas É classificada de acordo com aspectos: clínicos, patológicos e imunológicos Macrófagos fagocitam as formas promastigotas As formas promastigotas transformam-se em amastigotas dentro dos macrófagos Lesão inicial: infiltrado inflamatório → linfócitos + macrófagos cheios de parasita 11 Patogenia e Evolução Período de incubação: picada do inseto a lesão inicial→duas semanas a três meses 12 Patogenia e Evolução Lesão típica: circular, bordos altos, fundo granuloso, cor vermelha e seropurulenta 13 Patogenia e Evolução Lesão típica: Leishmaniose cutânea (LC) Lesões disseminadas (corrente sanguínea) não ulceradas (LCD) Compromentimento de mucosa e cartilagem (LCM) 14 Leishmaniose cutânea (LC) Principais espécies no Brasil: L. (V.) braziliensis, L.(V.) guyanensis, L. (L.) amazonensis e L. (V.) lainsoni Úlceras únicas ou múltiplas, geralmente típicas, raramente verrucosas ou framboesiformes 15 Leishmaniose cutânea (LC) 16 Leishmaniose cutâneamucosa (LCM) Processo lento, de curso crônico (~ 5 anos). “nariz de tapir ou de anta”. Lesões secundárias: ocorre disseminação hematogênica da lesão primária Etiologia: Lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosa e cartilagem (nariz, boca, faringe, laringe, palato mole). Início: coriza, alergia, traumatismo leve. 17 Leishmaniose cutâneamucosa (LCM) 18 Leishmaniose cutânea difusa (LCD) Lesões difusas, não ulceradas por toda a pele com grande número de formas amastigotas Lesões numerosas papulares ou nodulares – metástases hematogênicas ou por via linfática Está associada a imunodeficiência Doença crônica e progressiva por toda a vida do paciente – não responde a tratamentos convencionais 19 Leishmaniose cutânea difusa (LCD) 20 Diagnóstico Clínico e laboratorial Clínico: através das lesões típicas, mas deve-se perguntar a origem do paciente, aonde mora, aonde trabalha, contato com florestra… Laboratorial: pesquisa do parasito Biópsia da lesão: preferência a lesões recentes, caso sejam múltiplas - esfregaços - cultura (pesquisa) - inoculação em animais (pesquisa) - diagnóstico molecular – PCR (pesquisa) Reação de Montenegro Sorologia 21 Esfregaço 22 Intradermorreação de Montenegro 23 Intradermorreação de Montenegro Positivo: diâmetro maior ou igual a 5mm Pode ser negativo: Início de infecção Leishmaniose visceral Em imundeprimidos Epidemiologia 25 Epidemiologia Epidemiologia 28 Profilaxia Construção de residências e acampamentos 500 m da floresta Uso de repelente Uso de inseticidas 29 Tratamento Antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime) Pentamicina (Amazonas) – L. guyanensis Via de administração: intramuscular, intravenosa ou local Não utilizar em pacientes cardíacos e nem em mulheres grávidas Imunoterapia Toxoplasmose Toxoplasmose Etiologia: Toxoplasma gondii Forma mais grave em crianças recém-nascidas Gatos e felídios: hospedeiros definitivo Homem: hospedeiro intermediário Morfologia Protozoário intracelular, encontrado em vários tecidos, exceto em hemácias Vacúolo parasitóforo: estrutura para o parasita crescer Apicoplasto: organela essencial à sobrevivência intracelular produz aminoácidos e ácidos graxos. Morfologia Taquizoíto: rápida multiplicação, forma aguda da infecção. “Banana ou meia-lua” Localidade: células fagocitárias, células hepáticas, pulmonares, nervosas, submucosas e musculares. Morfologia Bradizoíto: - tecidos – muscular, cardíaco, nervoso, retina. - Fase crônica da infecção. Se multiplicam lentamente - Os bradizoítos estão contidos em cistoítos Morfologia Oocisto: - forma de resistência. - células intestinais dos felinos e eliminados nas fezes. Transmissão Ingestão de carne crua ou mal cozida, especialmente ovino e suíno, contendo cistos Ingestão de oocistos encontrados em caixa de areia presentes em jardins, parques, creches. Os oocistos podem ser veiculados através de mosca, minhocas, vento… Congênita ou transplacentária – gestante na fase aguda da doença. Contaminação do feto por taquizoíto Ingestão de taquizoítos por leite cru – leite de cabra Saliva de animais, mediante lambedura Ciclo Heteroxênico – desenvolve-se em duas fases distintas Fase assexuada: linfonodos e tecidos de vários hospedeiros Fase sexuada ou coccidiana: células epiteliais do trato intestinal de felídeos jovens, não imunes Homem: somente a fase assexuada! Ciclo Fase assexuada Ingestão de oocistos, taquizoítos, bradizoítos Formas penetram na mucosa oral ou mucosa intestinal Após 8 horas, as formas já estão interiorizadas, dentro do vacúolo parasitóforo Produção de taquizoítos rápida – fase aguda da doença (5 a 15 dias) Sistema imune: desaparecimento dos taquizoítos (sangue, linfa e órgão viscerais), formação dos cistoítos – fase crônica Ciclo Fase coccidiana ou sexuada Ingestão de cistozoítos, taquizoítos e oocistos por felinos através de roedores Penetram na célula intestinal e sofrerão endodiogenia e merogonia Produção de esquizonte – conjunto de merozoítos Merozoítos penetram em outras células epiteliais - gametócitos Gametócito feminino e masculino – oocisto (rompe a células epitelial) Oocisto nas fezes do felino (3 a 20 dias) Imunidade Imunidade humoral: - Aumento de, principalmente, anticorpos IgG e IgM Imunidade celular: Produção de interleucina IL-12 Ativação de NK Interferon - gama Interferon gama + TNF Produção NO Morte do parasito Patogenia Fatores importantes: cepa, imunidade, modo de infecção Transmissão congênita: é a mais grave devido as grandes consequências para o feto Divisão da patogenia: toxoplasmose pré-natal e pós-natal Patogenia Pré-natal Também denominada congênita Só ocorre transmissão congênita se a mãe estiver na fase aguda, primoinfecção ou reagudização da doença A transmissão ocorre com a passagem de taquizoítos via placenta para o feto Patogenia Pré-natal 1° trimestre de gestação: aborto (estatisticamente) 2° trimestre de gestação: aborto ou nascimento pré-maturo. Pode apresentar anomalias graves – tétrade de sabin 3° trimestre de gestação: a criança pode nascer normal e apresentar evidências da doença alguns dias, semanas ou meses após o parto. Patogenia Pré-natal Manifestações clínicas: hepatoesplenomegalia, icterícia, linfadenopatia, erupções cutâneas, edemas musculares, miocardite, pneumonite, hidrocefalia, micro ou macrocefalia, calcificações cerebrais, retardamento mental Patogenia Pré-natal Tétrade de Sabin: - Coriorretinite - Calcificações cerebrais - Pertubações neurológicas - Alterações no volume craniano Patogenia Pós-natal Pacientes imunocompetentes: na maioria das vezes a infecção passa despercebida (80-90%),ou uma febre discreta com infartamento ganglionar, são os casos subclínicos. Ganglionar ou febril aguda (10-20%): forma mais frequente. É de curso crônico e benigno (geralmente). Pode ocorrer disseminação dos taquizoítos pelos órgãos (raramente) ou ainda complicações oculares. Patogenia Pós-natal Ocular: pode desenvolver-se a partir de uma infecção aguda. Presença de taquizoítos e bradizoítos na retina e coróide. Embaçamento, foco coagulativo necrótico, perda da visão Forma meningocefálica: mais comum em imunodeficientes. Meningoencefalite difusa, encefalite, mielite, podendo evoluir para um estado crônico, até morte. Forma cutânea: rara, lesões generalizadas na pele. Em imunodeficientes: toxoplasmose multiforme, gravíssima ou fatal. AIDS: doença oportunista. Diagnóstico Clínico: Difícil de ser realizado. Tétrade de Sabim O exame clínico é importante para encaminhar os exames laboratoriais Laboratorial: Fase aguda é mais fácil – taquizoítos n0 líquor, saliva, escarro, leite, placenta… Cultivo em célula Testes imunológicos: é o mais utilizado – RIFI e ELISA – Pesquisa de anticorpos específicos – IgM e IgG Diagnóstico IgM – FASE AGUDA DA DOENÇA IgG – FASE CRÔNICA DA DOENÇA Epidemiologia Infecção muito difundida no mundo Gatos: eliminam milhares de oocistos por dia Oocistos: permanecem infectantes no solo por muito tempo Alguns surtos que ocorreram no Brasil: Paraná: água contaminada por oocistos Pará: pessoas contaminadas por gatos Goiás: Carne contaminada – quibe cru Profilaxia Evitar ingestão de carne mal cozida Brincar em caixas de areia (crianças e gatos) Controlar a população de gatos Combater ratos e camundongos Grávidas: pré-natal Tratamento eficaz apenas na fase aguda Medicamentos de escolha: sulfadiazina e pirimetamina Esquemas de tratamento para grávidas: Tratamento Espiramicina - 1º trimestre SD+P+AF – 2º trimestre
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