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A Leishmaniose tegumentar é causada por diferentes espécies do gênero Leishmania Ross, pertencentes aos subgêneros Viannia e Leishmania. Também conhecida como Úlcera de Bauru. Leishmania (Viannia) braziliensis Leishmania (Viannia) guyanensis Leishmania (Viannia) lainsoni Leishmania (Viannia) shawi Leishmania (Viannia) naifii Leishmania (Leishmania) amazonenses MECANISMO DE TRANSMISSÃO Picada do mosquito fêmea do gênero Lutzomya CICLO BIOLÓGICO De início, o mosquito precisa se alimentar de um hospedeiro vertebrado infectado para que possa adquirir a Leishmania. Durante o repasto sanguíneo, o inseto vetor alimenta-se desse hospedeiro infectado ingerindo sangue junto com macrófagos, obtendo de amastigotas livre ou intramacrofágicos. As formas intracelulares são liberadas no trato digestivo do inseto, que se diferenciam para formas promastigota, multiplicando-se por divisão binária, transformando-se em paramastigotas. Estas se diferenciam novamente para formas promastigota metacíclicas, essa forma sendo infectante para o animal vertebrado. Este ciclo pode durar 21 dias, podendo ser abreviado esse tempo em função das condições climáticas. PATOGENIA No início da infecção, as formas promastigotas são inoculadas na derme durante o repasto sanguíneo do flebotomíneo. As células destruídas pela probóscida do inseto e a saliva inoculada atraem para a área as células fagocitárias mononucleares, os macrófagos e outras células da série leucocitária. O papel importante é desempenhado pelo macrófago, célula especializada em identificar e destruir corpos estranhos, incluindo parasitas. Certos macrófagos são capazes de destruir os parasitas diretamente, enquanto outros necessitam ser estimulados. Somente macrófagos fixos (histiócitos) não estimulados são hábeis para o estabelecimento da infecção. Quando fagocitadas, as promastigotas se transformam em amastigotas e iniciam sua reprodução por divisões binárias sucessivas; mais macrófagos são atraídos ao sítio, onde se fixam e são infectados. A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e de macrófagos na derme, estando estes últimos abarrotados de parasitos. PERÍODO DE INCUBAÇÃO Este período corresponde ao tempo decorrido entre a picada do inseto e o aparecimento da lesão inicial. 2 semanas a 3 meses Evolução Nódulo dérmico – Histiocitoma – localiza- se no sítio da picada leishmaniose tegumentar e visceral AULA 4 – PARASITOLOGIA CLÍNICA leishmaniose tegumentar Lesão é caracterizada pela hiperplasia do estrato córneo e da papila com acúmulo de histiócitos (múltiplos parasitas) Necrose com lesão ulcerocrostosa Perde a crosta – pequena úlcera com bordas salientes e fundo granuloso, vermelho intestino, recoberta por exsudato Área cicatricial despigmentada, fibrose da epiderme e leve depressão da pele A leishmaniose pode se apresentar em três formas clínicas: Leishmaniose cutânea Leishmaniose Cutaneomucosa (LCM) Leishmaniose Cutânea Difusa LEISHMANIOSE CUTÂNEA Úlceras únicas ou múltiplas confinadas na derme, com epiderme ulcerada Podem evoluir para formas verrucosas ou framboesiformes Pacientes imunossuprimidos (AIDS) – evoluem (LCD) LEISHMANIOSE CUTANEOMUCOSA (LCM) L. BRASILIENSIS Meses ou anos após a lesão inicial primária, lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens Processo lento, de curso crônico Regiões mais afetadas: nariz, faringe, boca e laringe Primeiro sinal de comprometimento mucoso manifesta-se por eritema e discreto infiltrado inflamatório no septo nasal, resultando em coriza constante e em um processo ulcerativo posteriormente. LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA L. AMAZONENSIS Multiplicidade de lesões devido metástase do parasito de um sítio para outro – vasos linfáticos ou macrófagos parasitados. Lesões múltiplas nodulares Associada a uma deficiência imunológica do paciente deixando-o incapaz de montar uma resposta inflamatória eficaz contra o parasito, em que a resposta imune celular está deprimida com relação a antígenos de Leishmania forma clínica O diagnóstico clínico da LTA pode ser feito com base na característica da lesão que o paciente apresenta, associado a anamnese, na qual os dados epidemiológicos são de grande importância. Pesquisa de Parasito exame direto de esfregaços corados: biópsia ou escarificação nos bordos da lesão. exame histopatológico: fragmento de pele obtido pela biópsia. Cultura: fragmentos do tecido ou de aspirados dos bordos da lesão e de linfonodos infartados de área próximas a esta. PCR: pesquisa do DNA do parasito. Teste de Montenegro (0,1 mL de Ag – via intradérmica – face interna do braço) Formação de nódulo ou pápula (48 – 72h) Positivo (nódulo ≥ 5mm no local) A leishmaniose visceral é uma doença crônica, grave, de alta letalidade se não trada, e apresenta aspectos clínicos e epidemiológicos diversos. MECANISMO DE TRANSMISSÃO O parasito L. chagasi é transmitido pela picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas, em especial, das espécies Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi. Também conhecidos como ‘mosquito-palha’, os insetos são pequenos e apresentam coloração amarelada. CICLO BIOLÓGICO No hospedeiro vertebrado, as formas amastigotas de L. chagasi são encontradas parasitando células do sistema mononuclear fagocitário, principalmente macrófagos. Os principais órgãos parasitados são os linfoides como a medula óssea, baço, linfonodos e o fígado (e outros órgãos como rins, intestino, pulmões e pele). As amastigotas também podem ser encontrados no sangue, no interior de monócitos, nos neutrófilos, nas íris, na placenta e no timo. PATOGENIA A disseminação de Leishmania ocorre pelas vias hematogênica e linfática. A patogenia da doença é determinada por múltiplos fatores que envolvem os hospedeiros e o parasito, entre outros são conhecidos os genéticos, determinantes e a suscetibilidade para a infecção e para a cura, e o estado imunológico e nutricional do indivíduo. Alterações esplênicas: esplenomegalia (aumento do baço) é o achado mais importante e frequente no calazar. Alterações hepáticas hepatomegalia: aumento do fígado. Tecido hematopoiético a medula óssea é em geral encontrada com hiperplasia e densamente parasitada. a anemia, normalmente normocítica e normocrômica, representa uma contagem grave e importante nos indivíduos doentes. ausência de eosinófilos e basófilos, e uma redução da presença de neutrófilos. as plaquetas estão diminuídas nos quadros graves e letais, facilitando a gênese de hemorragias. Renais albuminúria: perda de albumina na urina hematúria: presença de sangue na urina Alterações nos linfonodos diagnóstico leishmaniose visceral linfonodos aumentados Pulmonares tosse seca pneumonia intersticial associada a infecções secundárias Aparelho digestivo amastigotas – alteração da arquitetura da mucosa e vasos linfáticos Cutâneas descamação e queda de cabelo FORMAS CLÍNICAS A doença pode ter desenvolvimento abrupto ou gradual. FORMAS ASSINTOMÁTICA Os indivíduos podem desenvolver sintomatologias, que se manifestam por: Febre baixa recorrente Tosse seca Diarreia Sudorese Prostração: sente seu corpo mole e uma imensa dificuldade de fazer suas atividades cotidianas. Pode ocorrer a cura espontânea ou manter-se sem evolução clínica FORMA AGUDA Corresponde ao período inicial da doença. Febre alta Palidez de mucosa Hepatoesplenomegalia discreta Evolução – 2 meses Pode apresentar tosse e diarreia confundida com outras parasitosesO parasitismo é mais frequente no baço, no fígado e, menos intenso, na medula óssea. SINTOMÁTICA CRÔNICA OU CALAZAR CLÁSSICO Forma de evolução prolongada, também chamada período de estado, caracterizada por; Febre irregular e agravamento dos sintomas Emagrecimento progressivo que conduz o paciente para desnutrição proteico-calórica Caquexia – apetite preservado Hepatoesplenomegalia Ascite Alterações digestivas, dispneia, cefaleia, edema generalizado, epistaxes e alterações digestivas Doenças oportunistas DIAGNÓSTICO A rotina do diagnóstico da leishmaniose visceral baseia-se nos sinais clínicos e sintomas, em parâmetros epidemiológicos, achados bioquímicos e hematológicos, e na detecção de anticorpos anti - Leishmania. DIAGNÓSTICO CLÍNICO Sinais clínicos Sintomas apresentados pelo paciente História da residência em áreas endêmicas DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Pesquisa do Parasito aspirado de medula óssea, linfonodo, baço e fígado MÉTODOS IMUNOLÓGICOS Testes imunológicos Rifi ELISA Teste rápido imunocromatográfico TRATAMENTO O antimoniato de metilflucamina é especialmente eficaz no tratamento de leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral. Devido às baixas dosagens e tratamentos descontínuos, começaram a ocorre falhas na terapia e consequente aumento das formas resistentes de parasitas. A Organização Mundial de Saúde preconiza que as doses de antimoniais não devem ultrapassar 20 mg/kg/dia, não se ultrapassando o limite de 850 mg de antimônio, devido à sua elevada toxicidade. Além dos antimoniais, outras drogas tem sido empregadas no tratamento das diversas formas da leishmaniose, entre as quais se destacam a pentamidina, anfotericina B.
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