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IOLE – P5 IST – infecções sexualmente transmissíveis 1. SIFILIS · Agente: troponema pallidum · Manifestações locais e sistêmicas · Acomete 10 a 15 % das gestantes · Recente: menos de 1 ano de infecção · Tardia: mais de 1 ano de infecção · Meio de infecção: contato sexual, sangue, transmissão vertical · Pode ser chamada de cranco duro Primaria · 10 a 90 dias de incubação · Feridas na região genital · Cranco duro Ulcerações de fundo limpo, geralmente única, com bordas endurecidas e sobrelevadas, podendo ter linfoadenomegalia satélite, indolor e regride espontaneamente Secundária · De 2 a 6 meses após a primária · Sintomas gerais: Se manifesta com febre, cefaleia, artralgia · Sintomas cutâneas: semelhantes a alergias: · Roséolas sifilíticas · Despapilamento da língua · Alopecia areata · Condiloma plano anogenitais · Sintomas linfáticos: micropolilinfonodopatias (patognomonico: linfonodo epitróclear) – fica no joelho Fase latente · Ausência de manifestações clinicas · Inicia-se após a regressão espontânea da secundaria · Dura de 3 a 20 anos · Pode evoluir para cura em 1/3 dos casos ou para a sífilis terciaria Terciaria · Acomete órgãos vitais · Sistema cardio vascular: aorta (inflamação, aneurisma, insuficiência) · Sistema neurológico: pode ter sintomas na fase primaria ou secundaria, sintomas neurológicos e oftálmicos · Neurosifilis: afasia, alterações comportamentais e motoras, no tegumento aparecimento de nódulos (gomas sifilíticas) Diagnostico · Bacterioscopico, não cresce em cultura · Sorologia: - não troponemica - troponemicas; · Não troponemicas – VDRL - Detectável a partir da 4-6 sem, é mais forte na secundaria e diminui na fase latente e na terciaria. - Baixo custo, fácil execução, alta sensibilidade, baixa especificidade; - Pode dar falso + ( malária, mononucleose, gestação, drogas, hanseníase) e ser - em alguns casos. OBS: se VDRL for reagente se faz o teste troponemico para se ter certeza e descartar falso positivo. · Troponemicos – FTA-ABS - Usa o antígeno do troponema (alta sensibilidade); - Em casos de neurosifilis deve analisar o liquor - Todas a paciente com sífilis a mais de 1 ano e com HIV deve-se analisar o liquor Tratamento · Penicilina*, doxiciclona, tetraciclina - na fase primaria, secundaria e latente recente: penicilina 2.400.000 UI dose única IM - Latente tardia: penicilina 2.400.000 UI/ semana por 3 semanas IM - neurosifilis: 12 a 24 milhões UI/ dia por 14 dias EV. 2. CANDIDIASE VULVOVAGINAL · Agente: fungo gram +, responsável por 20 a 25% dos corrimentos genitais de natureza infecciosa · Candida albicans (maioria dos casos) · Candida glabrata tropicalis (minoria) · Fungo presente na flora vaginal. Sintomas: · Corrimento branco, em placas aderentes, aspecto de leite coalhado, prurido intenso, hiperemia, escoriações na região vulvar, podendo causar disúria e dispareumia. · Não tem odor OBS: os sintomas são decorrentes da reação alérgica proveniente da toxina da levedura e pioram na fase pré menstrual Fatores que facilitam a candidíase · Gravidez · Diabetes · Duchas vaginias · Roupas apretadas por muito tempo · Anticoncepcionais hormonais · Imunodepressores · Antibiótico de largo espectro · Ficar com roupa molhada (biquíni) por muito tempo. · Uso de DIU · Reposição hormonal · Treoidopatias · Obesidade · Contato com substancias alergenas ou irritantes · Não complicada: episódios isolados e manifestações clinicas leves · Complicada: candidíase de repetição (4 ou mais episódios por ano); manifestaloes clinicas severas; diabetes, gestantes e imunossuprimidos. Diagnostico O diagnóstico é feito de acordo com o quadro clinico · Prurido vulvovaginal · Queimação · Disúria e dispareumia · Corrimento branco grumoso e inodor · Hiperemia, escoriações, fissuras Exame microscópico: avalia PH vaginal entre 3,5/4,5, presença de hifas e/ou esporos Tratamento Modificar hábitos: · Vestimentas, higiene, identificar o fator causador, alcalinizar o meio (bicarbonato de sódio), embrocaçao vaginal com violeta genciana 1% Especifico · Não complicada: · Fluconazol (dose única, um para a paciente e outro pro parceiro) · Itraconazol · Cetoconazol · Complicado · Tratamento tópico: nistatina por 14 noites + bicarbonato · Sistêmico: corticoesteroides · Em casos recorrentes: fluconazol (1 comprimido por semana dentro de 4 semanas ou 150mg/dia nos dias 1, 3 e 7) além de tratar o parceiro; 3. HERPES · Doença incurável e recorrente · HSV 1 e HSV 2 (maioria das infecções vaginais) · Período de incubação de 2 a 7 dias Sintomas: · Geralmente vesículas agrupadas e dolorosas, após 2 dias do surgimento elas se rompem e surgem lesões ulceradas rasas e dolorosas com fundo limpo, limites irregulares, após 2, 3 semanas as lesões cicatrizam Transmissão · Sexual, evitar relações enquanto lesões estiverem ativas · Não está esclarecido por quanto tempo o vírus permanece transmissível após a cura das lesões Doenças causadas pelo HSV: · Infecções das mucosas · Meningites · Postatites · Ceratoconjuntivites · Infecçoes neonatal · Meningites assépticas* · Lesões dermatológicas extragenitais Diagnostico · Cultura e estudo histopatológico são mais sensíveis,, sobretudo na fase de vesículas · Citologia, sorologia, imunofluorescencia direta O vírus do herpes fica encubado e é reativado em algumas situações: · Febre · Exposição solar · Trauma · Mesntruaçao · Estresse · Antibiótico · Imunodeficiência Tratamento · Amenizar os sintomas nas crises · AINES · Lavar lesões com agua boricada · Antivirais: aciclovir, famciclovir e valaciclovir (sistêmicas) · Apresentações tópicas não são eficazes e podem levar a resistência secundaria. · Primaria: aciclovir 400 mg 3x ao dia por 7-10 dias. – famciclovir 250mg 3x ao dia 7-10 dias · Secundaria: aciclovir 400 mg 3x ao dia por 5 dias – famciclovir 125mg 2x ao dia 7-10 dia · Recorrente: aciclovir 400 mg 2x ao dia – famciclovir 250 mg 2x por dia 4. CRANCO MOLE OU CRANCOIDE · Agente: haemophilus cucrey Sintomas: · Lesões papulosas no local da inoculação, evoluem para pústulas e depois ulceras (derme e epiderme) · Evolução de 3 a 7 dias Tratemento: · AINES · Antibioticos: azitromicina, ceftriaxona, ciprofloxacina, eritromicina. 5. LINFOGRANULOMA VENÉREO · Baixa incidência · Agente: chlamydia trachomatis (bactéria), sorotipos L1, L2, L3 · Incubação de 3 a 21 dias · Linfoadenomegalias Sequelas: · Estenose e fibrose da vagina e do reto, elefantíase genital Diagnóstico: · PCR · Elisa Tratamento: · Doxicilina · Azitromicina 6. DANOVANOSE · Menor incidência · Agente: klebsiella granulomatis (parece permanecer a flora intestinal) · Incuçaçao de 30 dias a 6 meses Transmissão: · Relação sexual, contato direto e infecções verticais Sintomas: · Lesões ulcerosas, indolores, evolução lenta hipervascularizadas, facilmente sangrantes, zzusencia de acometimento linfonodos. · Ulceras “bife vermelho” – aspecto desagradável e indolor; Diagnostico: · Identificação dos corpúsculos de donovan em pesfregaço ou histopatológico Tratamento: · Doxiciclina, azitromicina, ciprofloxacina 7. VAGINOSE BACTERIANA · Principal causa de corrimento vaginal · Infecção polimicrobiana (gardinerella e anaeróbios) e diminuição dos lactobacilos. Sintomas: · Corrimento abundante, homogeneso, brnaco acinzentado , odor fétido, compequenas bolhas, odor piora pos coito ou durante a menstruaçao (ph vaginal aumenta) · Desuria, dispareumia, colpite discreta, ardência, desconforto. Diagnostico (3 dos 4 critérios) 1- Corrimento branco acinzentadio 2- Ph vaginal maior que 4,5 3- Teste da aminas + (KOH: odor de peixe podre) 4- Exame microscópico: clue cells e diminuição de lactobacilos · Mucorreia: secreção vaginal acima do normal · Exame especular, ausência de inflamação vaginal, mucosa vaginal e coloração rosa pálido e a presença de, muco claro e límpido Tratamento: · Abstinência sexual · Acidificação do meio vaginal · Duchas vaginais com peroxido de hidrogênio 1,5% · Medicamentos:metronidazol, tinidazol, secnidazol, clotrimazol. · Cura superior a 90 % · Interação com álcool · Gestante: contra indicado 8. TRICOMONÍASE · 10 a 15% dos corrimentos · Agente: trichomonas vaginalis · Transmissão: Sexual Sintomas: · Corrimento profuso amarelo ou amarelo esverdeado, bolhoso, fétido, com prurido, disúria e dispareunia, sintomas pioram no período pre menstrual. · Colpite focal: colo em framboesa, aspecto trigroide (schiller) Diagnostico: · Clinico · Microscópico: Ph entre 5 e 7, teste de aminas fracamente positivo, exame microscópico fracamente positivo, exame a fresco é o melhor motilidade do agente, numerosos polimorfonucleares, poucos lactobacilos. Tratamento: · Nitroimidazolico vo ( urtra e bexiga ) · Gestação: clotrimazol tópico · Acidificação do meio vaginal e embrocaçao com mercúrio cromo na fase aguda e gravidez. · 2,0 G, dose única, casal. 9. GONOCOCCIA · Gonorreia · Agente: neisseria gonorrhoeae · Incubação: 2 – 4 dias · Transmissão sexual · Predileção por epitélio ciclindrico e ph alcalino · Propaga-se no trato genital feminino de forma ascendente e superficial, atinge endocervice, endométrio, tuba uterina, e evolução: pelviperitonite e perihepatite Quadro clinico: · Pouco expressivo nas mulheres · Endocervicite: quando típica, secreção espessa e purulenta, pode cometer glândulas uretrais e vestibular maior (skene e bartholin) Diagnostico: · Exame bacteriológico de material colhido preferencialmente de endocervice: evidencia-se diplococos gram -, agrupados aos pares no interior dos leucócitos. Tratamento: · Penicilina G procaína, 2.400.000 UI IM em cada nadega (ingerir 1g de probenecide 30 minutos antes pois inibe a secreção renal da penicilina · Alternativas: doxiciclina 100 mg 12/12 h por 7 dias, tetraciclina 500mg 6/6 h por 4 dias, ampicilina 3,5g ou tianfenicol 2,5g · Resistência: espectinomicina 1g IM. 10. CLAMIDIA · Chalamydia trachomatis · Parasita intracelular gram – · Semelhante a gonococcia · Sorotipos D a K: infecções genitourinarias · Sorotipos L1, L2, L3: linfogranuloma venéreo. Quadro clinico: · Na mulher geralmente é assintomática · Endocervicite mucopurulenta · Formas altas: sequelas – esterilidade, gravidez extopica, algia pélvica crônica Diagnostico · Imunofluorescencia direta (elisa): alta sensibilidade e especificidade Tratamento: · tetraciclina ou derivados: doxiciclina, azitromicina · tem que tratar o parceiro 11. VAGINITE INFLAMATÓRIA RECORRENTE · Etiologia desconhecida · Semelhante a tricomoniase (não se encontra protozoário) · Tratamento difícil, porem pode-se conseguir bons resultados com metronidazol oral e creme vaginal de clindamicina. 12. HPV Uma das mais frequentes infecções sexuais Diagnostico: · Citologia, colposcopia e histopatológico · Relação direta com a gênese do câncer de colo uterino (porém é necessária a conjunção de fatores de risco e dos cofatores de promoção) - NIC I: neoplasia intraepitelial. (Lesão) de baixo grau - NIC II e NIC III: neoplasia intraepitelial de alto grau · Citologia: alterações citoplasmáticas e nucleares · Colposcopia: localiza a lesão no colo do útero, parede vaginal ou vulva · Histopatológico: diagnostica e conduta posterior (na dúvida repetir biopsia e retirada do fragmento) * exame padrão outro Colposcopia: · Área acetorreagente · Alterações vasculares · Teste de shiller · Localiza a área e direciona a biopsia (pinça saca bocado, caf ou bisturi) LESAO DE BAIXO GRAU O tratamento tem finalidade de: · Prevenir a progressão · Reduxir o risco de transmissibilidade · Tratamento cosmético (verrugas) · Possível o tratamento expectante pois a remissão espontânea ocorre em alta % · Progressão espontânea: 57 % · Persistência: 32% · Progessao para CA in situ: 11% · Invasão: 1% Infelizmente os métodos diagnósticos atualmente disponíveis não predizem o potencial biológico da lesão; faltam métodos confiáveis para identificar o regressivo e o progressivo O médico deve fazer o acompanhamento, pequena % evolui para alto grau, a regressão espontânea, baixo risco de evolução para carcinoma. Devemos tratar pois: · Tratamento ambulatorial (90% de cura e pouca complicação) · Seguimento pós tratamento menos oneroso · Risco de não retorno da paciente · Tratar a zona de transformação estabiliza a regiap · Lesão de baixo grau é DST – risco parceiro · Ansiedade da paciente. Acompanhamento: · Citologia · colposcopia · Histopatológico · 3 em 3 meses no primeiro ano · 6 em 6 meses no segundo ano Obs: · Lesões com área maior que 2/3 do colo: 19 vezes maior o risco de persistência · Tratar lesões papilares sobrelevadas na vulva (reservatórios de hpv) · Pacientes com sistema imunológico deprimido: tratar, pois o risco de evolução para lesão de alto grau é maior; · Tratamento deve ser individualizado Fatores relevantes para escolha do método de tratamento: · Orgãos acometidos · Grau de neoplasia (baixo ou alto grau) · Idade da paciente · Desejo reprodutivo · Imunossupressão · Ginecopatias associadas · Gestação · Tabagismo · Anticoncepcional hormonal Tratamento: · Podofilina 25% ou podofilotoxina 0,5% · 5 fluorouracil 5% + acetato de clostebol · Ata 70- 80% · Crio, eletrocauterio, vaporização a laser obs: o vírus não é tratável; apenas se age na lesão que o vírus produziu; LESAO DE ALTO GRAU · Deve ser tratadas: prevenir a possibilidade de progressão para CA invasor e reduzir o risco de transmissão do vírus para o parceiro · Maioria das pacientes com lesões pre invasoras estão em idade reprodutiva · 22% progride de NIC II para NIC III · 5% progride de NIC II para invasão · 12% progride de NIC III para invasão Tratamento: · Método destrutivos locais (contra indicados para lesões endocervicais) · Físico: crio, eletrocauterio e laser · Químicos: podofilina, ATA, podofilotoxina, 5 fluorouracil · Método excisionais (fornece material para histopatológico) · Conizaçao (bisturi frio, laser co2, CAF) – se material der + para CA, fazer análise das bordas de onde foi feito a conizaçao para avaliar se ainda tem células cancerígenas, se não tiver, paciente curado, se tiver, fazer cirurgia de histerectomia total com retirada de peritoneo, linfonodos, anexos ...
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