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RESUMO P2 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (1)

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RESUMO P2 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 
Júlio César Furlan 18.1 
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS 
● os métodos anticoncepcionais podem ser subdivididos em 5 categorias distintas: 
métodos comportamentais, métodos de barreira, contracepção hormonal, 
dispositivos intrauterinos e contracepção cirúrgica. 
Métodos Comportamentais: 
● método da tabelinha (Ogino-Knaus) 
● método da temperatura basal 
● método do muco cervical (Billings) 
● método sintotérmico 
● coito interrompido 
Métodos de Barreira 
● condom masculino 
● condom feminino 
● espermicida 
● diafragma 
● esponja 
● capuz cervical 
Contracepção Hormonal 
● oral: ACO (monofásico, bifásico ou trifásico), minipílula e pílula do dia seguinte 
● injetável: mensal e trimestral 
Dispositivos Intrauterinos 
● não-medicados 
● medicados (Diu de Cobre e Diu hormonal) 
Contracepção Cirúrgica 
● mulheres: laqueadura tubária 
● homens: vasectomia 
Eficácia e Efetividade dos Métodos Contraceptivos 
● a eficácia e efetividade dos métodos contraceptivos utilizada pela OMS é avaliada 
pelo Índice de Pearl, o qual avalia a quantidade de falhas a cada 100 mulheres que 
utilizaram o método por um ano, seja quanto ao uso típico ou quanto ao uso perfeito. 
● uso típico: é o uso rotineiro, sujeito a erros, má utilização, diarréias e vômitos em 
caso de AC, medicamentos vencidos, entre outros. 
● uso perfeito: é o uso teórico, sem erros. 
● efetividade: índice de funcionamento do método quando do uso típico. 
● eficácia: índice de funcionamento do método quando do uso perfeito. 
● em geral, os métodos apresentam maior eficácia que efetividade. 
Classificação dos métodos quanto à sua categoria 
● categoria 1: o método pode ser usado sem restrições. 
● categoria 2: o método pode ser usado, porém com restrições, devendo-se ter 
precaução em situações restritas. 
● categoria 3: os riscos costumam superar os benefícios. Porém o método pode ser 
utilizado como última escolha, quando necessário. Nesse caso, deve-se fazer um 
acompanhamento médico rigoroso. 
● categoria 4: o método não deve ser usado pois apresenta risco inaceitável. 
● ou seja, em geral, os métodos que podem ser usados são os métodos das 
categorias 1 e 2, embora alguns métodos da categoria 3 possam ser usados em 
situações extremamente específicas, em que não há outra opção. 
 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS COMPORTAMENTAIS 
● são os chamados métodos de abstinência, em que o casal deve permanecer em 
abstinência durante o período periovulatório do ciclo menstrual (3 a 4 dias antes da 
ovulação e 3 a 4 dias depois). Em mulheres com ciclo menstrual altamente irregular, 
não é recomendado a utilização do método. A taxa de falha no primeiro ano chega a 
20%. 
Método da Tabelinha (Ogino-Knaus) 
● a mulher deve ser orientada a avaliar a duração de seu ciclo menstrual por pelo 
menos 6 meses e, a partir daí, calcular a diferença entre o seu ciclo mais longo e o 
seu ciclo mais curto. Caso a diferença seja superior à 10, o método não deve ser 
utilizado. 
● período de abstinência: o período fértil é calculado a partir da subtração de 11 do 
ciclo mais longo e da subtração de 18 do ciclo mais curto. Fora esse período, o ato 
sexual é permitido. 
● Exemplo: Uma paciente registrou seus ciclos menstruais nos últimos 8 meses. O 
ciclo mais curto apresentou 26 dias, enquanto o ciclo mais longo apresentou 32 dias. 
A diferença entre os ciclos é menor do que 10, o que permite a utilização do método. 
○ Subtrai-se 18 do ciclo mais curto: 26-18= 8 (início do período fértil) 
○ Subtrai-se 11 do ciclo mais longo: 32-11= 21 (fim do período fértil) 
○ Logo, o período de abstinência deve ocorrer entre os dias 8 e 21 do ciclo 
menstrual. 
Método da Temperatura Corporal Basal 
● após a ovulação, ocorre um aumento da progesterona sérica, a qual atua no centro 
termorregulador do hipotálamo, elevando em 0,3 a 0,8 a temperatura corporal (em 
geral 0,3 ºC). Logo, essa elevação de temperatura indica o início do período 
ovulatório. 
● o registro da temperatura corporal deve ser diário, pela manhã, após um período de 
5 horas de repouso. A temperatura pode ser aferida via oral, retal ou vaginal, com 
termômetro comum. 
● no entanto, a temperatura eleva-se normalmente no dia seguinte à ovulação e 
permanece elevada por 11 a 16 dias após, o que dificulta a contracepção nos dias 
que precedem a ovulação. 
● período de abstinência: inclui a partir do dia da elevação da temperatura até 4 dias 
depois, a fim de garantir a inviabilidade do óvulo. 
Método do Muco Cervical (Billings) 
● o muco produzido pelo colo uterino modifica suas características de acordo com a 
fase do ciclo devido à variação hormonal. 
● no período periovulatório, a maior secreção de estrogênio torna o muco mais 
elástico, filante e comparável à clara de ovo, de modo a mulher passa a perceber 
esse muco. Isso ocorre a fim de facilitar a relação sexual e a penetração dos 
espermatozóides no útero. Após a ovulação, o muco volta a ficar espesso, turvo e 
perde a distensibilidade, a fim de proteger o futuro embrião e o útero de infecções e 
outras condições. 
● período de abstinência: da percepção do muco ou sensação de lubrificação vaginal 
até o quarto dia após a percepção máxima de umidade. 
● esse método apresenta um índice de falha de até 39 em 100 mulheres por ano. 
Método Sintotérmico 
● é a combinação dos métodos de tabelinha, muco cervical e temperatura corporal, a 
fim de aumentar a eficácia e efetividade do método. 
Coito Interrompido 
● consiste na retirada do pênis antes da ejaculação 
● deve ser desaconselhado, haja vista o alto índice de Pearl (>25%), além de que, 
antes da ejaculação, a secreção das glândulas bulbouretrais pode contar 
espermatozóides, aumentando o risco de falha. 
 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DE BARREIRA 
● possuem como mecanismo de ação a interposição de uma barreira física ou química 
à passagem dos espermatozóides no trato genital feminino, impedindo a 
fecundação. 
Condom Masculino 
● definição: consiste num tubo de látex utilizável apenas com o pênis ereto e que deve 
ser colocado no início da relação. 
● vantagens: protege contra IST, não depende de controle médico e é de fácil acesso 
e utilização. 
● desvantagens: requer motivação e manipulação durante o ato sexual, pode ocorrer 
roturas do preservativo, rompimento e reações alérgicas ao látex. 
● apresenta uma boa eficácia e efetividade, com uma taxa de falha de 
aproximadamente 3% 
● Índice de Pearl: 2-15%. 
Condom Feminino 
● definição: consiste num tubo de poliuretano de 17 cm de comprimento por 8 cm de 
diâmetro, com uma extremidade fechada e a outra aberta e dois anéis flexíveis de 
poliuretano nas extremidades. 
● a colocação do preservativo precede o ato sexual e pode ocorrer até 8 horas antes 
do ato e não necessita que seja retirado imediatamente após o coito, como deve ser 
feito com o preservativo masculino. 
● vantagens: inserção fora do intercurso sexual, menos reação alérgica e mais 
resistência. 
● desvantagens: pouco estética, de alto custo, pode provocar desconforto pelo anel 
interno e provocar ruídos durante o ato sexual. 
● Índice de Pearl: 5-21% 
Diafragma 
● definição: corresponde a um dispositivo circular flexível coberto por uma membrana 
de silicone ou látex. A utilização de espermicida (normalmente nonoxinol-9) 
associado ao método incrementa a sua eficácia e facilita a sua colocação. 
● vantagens: pode ser introduzido até 2 horas antes da relação, no entanto o ideal é 
que seja introduzido um pouco antes da relação (cerca de 15 minutos), a fim de 
evitar o acúmulo de secreções. 
● desvantagens: é necessário consulta médica antes da utilização, a fim de orientação 
e adequação do tamanho do dispositivo. Deve ser introduzido previamente e sua 
remoção só deverá ser realizada cerca de 6 a 8 horas após o coito, para garantir 
maior tempo de exposição do espermatozóide ao espermicida. Progete contra 
algumas IST, porém não contraHIV, e, ainda, o diafragma pode aumentar o risco de 
infecções geniturinárias. 
● Índice de Pearl: 6-16% 
Esponja e Capuz Cervical 
● definição: são métodos muito semelhantes ao diafragma, porém não disponíveis no 
Brasil, o que torna difícil seu uso, haja vista o alto custo de importação 
● assim como diafragma, são utilizados associado a espermicidas. 
Geléia Espermicida 
● definição: consiste em substâncias que recobrem a vagina e o colo do útero, 
imobilizando ou destruindo os espermatozóides por meio de lesão na sua membrana 
celular. O produto mais usado tem como base o nonoxinol-9 (mesmo utilizado no 
diafragma). 
● vantagens: são aplicados antes da relação sexual e possuem duração de até 2 
horas 
● desvantagens: a paciente e/ou o parceiro podem apresentar reação alérgica. As 
substâncias podem provocar microfissuras na mucosa vaginal, com aumento do 
risco de transmissão de HIV, sendo considerado um método categoria 4 em 
pacientes com HIV/AIDS ou elevado risco para infecção. 
● Índice de Pearl: 18-29%. 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS 
● são artefatos de polietileno com ou sem adição de substâncias metálicas ou 
hormonais, que exercem efeito anticoncepcional quando colocados dentro da 
cavidade uterina. Representam um dos métodos mais utilizados em todo o mundo. 
● podem ser classificados em duas categorias: 
○ DIUs não medicados (inertes): não contêm ou liberam substâncias ativas. 
São unicamente constituídos de polietileno. 
○ DIUs medicados (ativos): além da matriz de polietileno contêm substâncias 
metais (cobre) ou hormônios, que exercem ação bioquímica local, 
aumentando a eficácia anticonceptiva. 
DIU de Levonorgestrel 
● mecanismo de ação: previne a gravidez através do controle do desenvolvimento 
mensal do endométrio, de modo que este não fique suficientemente espesso para 
implantação embrionária. Além disso, ele promove o espessamento do muco normal 
do canal cervical e afeta o movimento dos espermatozóides. 
DIU de cobre 
● definição: é feito de plástico com filamento de cobre enrolado na sua haste vertical. 
O modelo mais utilizado possui duração de cerca de 10 anos. 
● mecanismo de ação: provoca uma reação inflamatória local no endométrio com 
alterações histológicas e bioquímicas (aumento de leucócitos, prostaglandinas e 
citocinas) que interferem na espermomigração, fertilização do óvulo e implantação 
do blastocisto. Além disso, os íons de cobre interferem na motilidade espermática e 
diminuem a sobrevida do óvulo no trato genital feminino. 
● Índice de Pearl: 0,8%. 
● frequentemente causa sangramento menstrual, como sangramento de escape ou 
aumento do fluxo menstrual e de cólicas. O período ideal para a sua colocação é o 
período menstrual, visto que nesse período o colo uterino encontra-se dilatado e, 
teoricamente, não há gravidez. 
DIU não medicado 
● mecanismo de ação: depende de uma reação inflamatória de corpo estranho local 
para a sua ação contraceptiva. Produz lesão tecidual mínima porém suficiente para 
a sua ação espermicida. 
Benefícios dos DIUs 
● método de longa duração (DIUs inertes nunca precisam ser trocados) 
● uma única decisão leva à anticoncepção eficaz e duradoura 
● muito eficaz 
● não interfere nas relações sexuais 
● não diminui o libido 
● os DIUs com cobre e os inertes não apresentam os efeitos colaterais do uso de 
hormônios 
● são imediatamente reversíveis 
● não interferem na quantidade ou qualidade do leite materno 
● podem ser induzidos imediatamente após o parto ou abortamento induzido 
● pode ser usado até a menopausa 
● não interfere com outras medicações 
DIU de Levonorgestrel (Mirena ® ) 
● definição: consiste em um dispositivo intrauterino em forma de T com 52 mg de 
levonorgestrel, que libera 20 mcg do progestágeno diariamente e vai diminuindo de 
forma gradual (15 mcg do segundo ao quinto ano e 12 mcg do sexto ao sétimo ano). 
● a taxa de falha no primeiro ano de uso é de 0,1%. 
● a duração do efeito contraceptivo dura de 5 a 7 anos. 
● mecanismo de ação: torna o muco cervical espesso e hostil aos espermatozóides, 
reduz o crescimento endometrial. Provoca anovulação em aproximadamente 25 a 
50% das mulheres. Cerca de 50% das mulheres entram em amenorréia por atrofia 
endometrial. 
● efeitos colaterais: sangramento irregular nos primeiros 3 a 5 meses (é a principal 
causa de descontinuação do método), cefaleia, náuseas e depressão, acne 
mastalgia e ganho de peso. 
Benefícios do uso de DIU de Levonorgestrel 
● reduz a quantidade e duração do fluxo menstrual 
● reduz a intensidade de dismenorreia 
● previne anemia ferropriva relacionada à perda de sangue menstrual 
● não possui efeitos sistêmicos 
● promove o controle da menorragia (sangramento menstrual abundante) 
● ação contraceptiva imediata 
● fertilidade rapidamente restaurada após a retirada do dispositivo 
CONTRACEPÇÃO HORMONAL 
● os contraceptivos hormonais são constituídos de um estrogênio e uma progesterona 
sintéticos. Podem ser utilizados via oral, vaginal, transdérmica, injetável e na forma 
de implantes. 
● mecanismo de ação geral: agem inibindo o eixo hipotálamo-hipófise por meio da 
inibição da secreção de LH e FSH, o que promove anovulação. À exceção, alguns 
anticoncepcionais progestínicos (mini-pílula) permitem a ovulação e agem por meio 
da atrofia endometrial e aumento do muco cervical. 
Anticoncepcionais Orais (ACO) 
Anticoncepcionais Orais Combinados 
● consistem em uma associação de estrógenos e progestágenos que varia nas 
dosagens hormonais e no tipo de progestágeno 
● existem três tipos de formulações contendo doses variadas de hormônios: 
monofásicas, bifásicas e trifásicas. 
● as mais utilizadas são as monofásicas, que mantém a mesma dose hormonal 
durante todo o ciclo. As bifásicas e as trifásicas apresentam variações na quantidade 
hormonal, tentando mimetizar o ciclo. 
● a primeira caixa deve ser utilizada no primeiro dia da menstruação. Caso se opte por 
iniciar em outra fase do ciclo, deve-se ter certeza da ausência de gravidez e associar 
método de barreira durante 7 dias após seu início. 
● mecanismo de ação: além do efeito sobre as gonadotrofinas, os ACOs promovem 
alterações no muco cervical, tornando-o mais espesso, alterações no endométrio, 
tornando-o atrófico e desfavorável à implantação, e alteração no transporte ovular 
pelas trompas. O estrógeno utilizado atualmente pelos anticoncepcionais é o 
etinilestradiol. Os progestágenos variam em seus efeitos clínicos e podem ser 
derivados da progesterona (17-hidroxiprogesterona), da testosterona (19-
nortestosterona) ou da espironolactona. 
Derivados da 17-hidroxiprogesterona (pregnanos) 
● atividades no organismo: progestogênica, antigonadotrófica, antiestrogênica, 
antiandrogênica (acetato de ciproterona) e atividade glicocorticóide. 
● nos ACOs combinados: acetato de ciproterona ou acetato de clormadinona 
● nos injetáveis ou implantes: acetato de medroxiprogesterona, acetato de megestrol e 
acetofenido de dihidroxiprogesterona. 
Derivados da 19-nortestosterona 
● atividades no organismo: progestogênica, antigonadotrófica, antiestrogênica, 
androgênica, glicocorticóide (gestodeno) e antimineralocorticóide (gestodeno). 
● estranos: noretisterona, acetato de noretisterona, acetato de etinodiol, linestrenol e 
noretinodrel 
● gonanos: levonorgestrel, desogestrel, gestodeno, norgestimato e norgestrel 
Derivados da espironolactona 
● atividades no organismo: progestogênica, antigonadotrófica, antiestrogênica, 
antiandrogênica e antimineralocorticóide. 
● drospirenona: é o único exemplo da classe 
*ANDROGENICIDADE* 
● em geral, a androgenicidade pode ser resumida da seguinte forma: 
○ derivados da 19-nortestosterona: efeito androgênico 
○ derivados da espironolactona e 17-hidroxiprogesterona: efeito 
antiandrogênico (exceção do acetato de medroxiprogesterona que possui 
efeito androgênico) 
○ efeito antimineralocorticóide: gestodeno e drospirenona 
Classificaçãodos ACOs combinados de acordo com a dose 
● alta: > 50 mcg de etinilestradiol (em desuso) 
● média: 50 mcg de etinilestradiol 
● baixa: 30-35 mcg de etinilestradiol 
● muito baixa: 15-20 mcg de etinilestradiol 
● obs: dosagem de estrogênio maior que 35 mcg está relacionado com um aumento 
importante do risco de tromboembolia, enquanto dosagens muito baixas associam-
se a maiores riscos de atrofia endometrial (ausência de estímulo trófico) e 
sangramentos de escape. 
Modo de uso dos ACOs combinados 
● os mais comuns são os ACOs combinados compostos de 21 comprimidos, os quais 
devem ser iniciados no primeiro dia da menstruação. Após 21 dias de uso, deve-se 
fazer uma pausa de 7 dias, reiniciando uma nova cartela no oitavo dia. O ideal é 
tomar a pílula sempre no mesmo horário. Existem, ainda, pílulas de 22, 24 (pausa de 
4 dias) e 28 (uso ininterrupto). 
● se usada corretamente, oferece proteção já no primeiro ciclo de uso. 
Contraindicações para ACOs combinados (categorias 3 e 4 da OMS)
● mutações trombogênicas 
● amamentação com menos de 6 
semanas de parto 
● tabagismo 
● HAS, TEP, TVP, DCV, AVE, DM, 
DAC e LES 
● imobilização prolongada 
● enxaqueca sem aura (3) 
● enxaqueca com aura (4) 
● CA mamário 
● cirrose, hepatite, TU hepático, 
doença biliar 
● uso de rifampicina ou de alguns 
anticonvulsivantes
Efeitos Colaterais do ACOs combinados 
● estrógenos: cefaleia, tonteira, vômito, náusea, edema, irritabilidade e cloasma 
● progestágenos: depressão, cansaço, alterações da libido, amenorreia, acne e ganho 
de peso. 
Anticoncepcionais de Progestágeno (minipílula) 
● é composta por uma dose de progestogênio de metade a 1/10 dos ACOs 
combinados. É mais apropriada para a lactação, visto que sua eficácia menor pode 
ser compensada pelo método da amenorréia. 
● a minipílula também pode ser utilizada por mulheres que não amamentam, 
principalmente em situações específicas, como proximidade com a menopausa. 
● mecanismo de ação: promove espessamento do muco cervical e decidualização do 
endométrio. A anovulação não é um efeito esperado, visto que inibe apenas LH. 
● composição: 
○ noretisterona 0,35 mg (estranho, derivado de 19-nortestosterona) 
○ levonorgestrel 0,030 mg (estrano, derivado de 19-nortestosterona) 
○ linestrenol 0,5 mg (gonano, derivado de 19-nortestosterona) 
● modo de uso: deve ser utilizada continuamente, diariamente, sempre no mesmo 
horário. Atrasos maiores que 3 horas já provocam uma taxa maior de falha. 
Efeitos Colaterais da Minipílula 
● sangramento de escape 
● amenorréia persistente 
● fluxo abundante ou prolongado 
● pode ocorrer cefaleia e sensibilidade mamária 
Indicações 
● a maior indicação é na amamentação, de modo que pode ser iniciada em qualquer 
momento após o parto, mesmo que a paciente esteja amamentando, pois não 
prejudica a produção de leite e não há efeitos adversos ao RN. 
● pode ser usada também quando ACOs combinados são contraindicados, como em 
caso de HAS, doenças mamárias benignas, coagulopatias e DCV e em mulheres 
tabagistas. 
Contraindicações 
● TVP, TEP, DAC, DCV, AVE, LES 
● cirrose e TU hepático 
● CA mamário 
● uso de rifampicina e alguns anticonvulsivantes 
 
Anticoncepcionais Injetáveis 
Trimestral 
● entre as formulações injetáveis, a Depomedroxiprogesterona (acetato de 
medroxiprogesterona) é a mais utilizada. Uma dose trimestral de 150 mg IM suprime 
a ovulação por geralmente 14 semanas. 
● a ação do método consiste em inibir os picos de estradiol e, consequentemente, os 
de LH, evitando, com isso, a ovulação, além de provocar espessamento do muco 
cervical, o que dificulta a passagem dos espermatozóides pelo canal cervical, e 
atrofia do endométrio. 
● deve ser administrado até o 5º dia do ciclo via IM, e as doses subsequentes a cada 
90 dias. Não se deve massagear ou botar bolsa de água quente no local, evitando 
acelerar sua absorção. 
Mensais 
● são semelhantes aos ACOs combinados, com a diferença de que possuem um 
estrógeno natural em sua composição. Essa característica confere maior segurança 
quando comparada a pílula. 
● a mulher deve tomar a injeção todo mês, com intervalos de 27 a 33 dias. Como 
medida prática, recomenda-se tomar a injeção sempre no mesmo dia do mês. 
Implantes Subdérmicos 
● implante subdérmico de um bastão (comumente Implanon ® ) que possui ação 
comprovada por até 3. 
● esse bastão consiste numa haste de 4 cm por 2 mm, contendo 60 mg de 
etonorgestrel, que libera diariamente uma pequena quantidade de progestágeno. É 
inserido na prega entre o m.bíceps braquial e o m.tríceps braquial. 
Adesivo Transdérmico 
● são compostos de etinilestradiol e norelgestromina. 
● devem ser aplicados em áreas limpas da pele, preferencialmente nos glúteos, face 
externa dos braços, abdome e tronco. 
● é utilizado por 3 semanas, um adesivo por semana, com pausa na 4 semana, 
quando ocorre o sangramento de escape. 
● possui ação, eficácia e efeitos adversos semelhantes aos ACOs combinados 
Anel Vaginal de etinilestradiol e etonogestrel 
● o anel é posicionado na vagina, mais especificamente no fundo de saco posterior, 
pela própria mulher, e deixado no local por três semanas, quando deve ser retirado e 
descartado. Durante a 4 semana, o anel não deve ser usado, ocorrendo, então, o 
sangramento de escape. 
● possui ação, eficácia e efeitos adversos semelhantes aos ACOs combinados. 
● caso o anel fique fora da vagina por mais de 3 horas, um método auxiliar deve ser 
utilizado por 7 dias. 
Método da Lactação e Amenorréia (LAM) 
● o LAM consiste no uso da amamentação como um método contraceptivo temporário 
● baseia-se na inibição da ovulação, visto que a amamentação altera a taxa de 
secreção dos hormônios naturais 
● três pré-requisitos são fundamentais para o uso do LAM: amenorreia, AME, e <6 
meses após o parto 
● possui uma taxa de falha de 0,5 em 100 mulheres quando do uso perfeito e 2 em 
100 quando do uso típico. 
Contracepção de Emergência 
● deve ser utilizada após intercurso sexual sem proteção e/ou falha de outro método, 
como ruptura de um condom. Suas indicações são: estupro, ruptura de condom, 
deslocamento de DIU e coito episódico não-protegido. 
Método de Levonorgestrel 
● 0,75 mg de levonorgestrel 12/12h ou 1,5 mg em dose única, devendo ser tomado até 
5 dias após a relação. Quando antes for tomado, maior a eficácia. 
Método de Yuzpe 
● 0,2 mg de etinilestradiol e 1 mg de levonorgestrel, dividida em duas doses iguais a 
cada 12 horas. Ou seja: 0,1 mg de etinilestradiol + 0,5 mg de levonorgestrel 12/12h, 
duas vezes. 
Diu de Cobre 
● deve ser inserido em até 5 dias após o coito. Está contraindicado em casos de 
estupro com alto risco de DST. Apesar de recomendado pela OMS como método de 
contracepção de emergência, no Brasil ele ainda não está regulamentado para tal 
fim. 
Mecanismo de ação dos métodos contraceptivos de emergência 
● atua sempre antes da fecundação, a depender da fase do ciclo 
● mas de modo geral, atua espessando o muco cervical, inibindo a ovulação e 
interferindo na capacitação dos espermatozóides 
● o melhor método hoje é o de levonorgestrel, com uma taxa média de falha de 2,7%. 
● toda paciente deve ser orientada que não é esperado um sangramento logo após a 
utilização do método. A maior parte das pacientes terá sangramento no período 
esperado para o fluxo seguinte e menores parcelas terão o fluxo adiantado ou 
atrasado. 
● caso ocorram vômitos após 2 horas da ingestão do comprimido, a dose deve ser 
repetida. Caso os vômitos persistam, deve-se optar pela via vaginal, com eficácia 
semelhante. 
CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA 
● é o único método de contracepção definitiva, sendo definido como um método 
irreversível 
● feminina: laqueadura tubária 
● masculina: vasectomia 
● só é permitido em homens e mulheres com capacidade civil plena, com mais de 25 
anos de idade ou com 2 filhos vivos, desde observado o prazo mínimo de 60 dias 
entre a manifestaçãoda vontade e o ato cirúrgico. Nesse período de 60 dias, deve 
ser oferecido ao paciente acesso a serviços de regulação da fecundidade, incluindo 
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização 
precoce. É permitido também quando há risco à saúde da mãe ou do futuro 
concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por 2 médicos. 
 
 
 
 
VULVOVAGINITES, VAGINOSES E CERVICITES: AULA 01 
Professor Hugo 
VULVOVAGINITES 
• vulvovaginites caracterizam-se como uma desordem na vulva e vagina causada por 
infecção, inflamação e/ou alterações da flora normal. Acomete o trato genital inferior 
(vulva, vagina, paredes vaginais e ectocérvix). 
• as vulvovaginites geralmente são causadas por fungos, enquanto as vaginoses 
geralmente são causadas por bactérias, desencadeando, portanto, um processo 
inflamatório maior quando comparado ao processo inflamatório das vulvovaginites. 
• mecanismos de defesa vaginal: 
o tegumento 
o pelos 
o integridade da mucosa vaginal 
o espessura e pregueamento das paredes vaginais 
o descamação cíclica da mucosa 
o barreira mecânica (muco cervical) e química (lisozimas) 
o competição bacteriana (flora vaginal) 
o muco endocervical 
o ação bactericida do muco cervical 
• importância dos lactobacilos: 
o principais produtores de H2O2, que é altamente tóxico para bactérias que 
causam vaginoses 
o produzem ácido láctico pela conversão do glicogênio, mantendo o pH vaginal 
4,5, o que inibe o crescimento de anaeróbios. 
• secreção vaginal fisiológica: 
o a secreção vaginal fisiológica é constituída por muco cervical, células 
vaginais e cervicais esfoliadas, secreção das glândulas de Bartholin e Skene, 
transudato vaginal, proteínas, glicoproteínas, ácidos graxos orgânicos, 
carboidratos, pequena quantidade de leucócitos e microrganismos da flora 
vaginal. 
o possui, ainda, cor branca ou transparente, pH ácido (4,0 a 4,5) e volume 
variável. 
• flora vaginal normal: 
o 90% são lactobacilos 
o bactérias anaeróbias correspondem a menos de 1% da flora vaginal 
o presença de Candida spp. em pequena quantidade 
• principais fatores de risco para vulvovaginites e vaginoses: 
o uso de antibióticos: eliminação de bactérias residentes da flora vaginal 
o sabonetes vaginais: alteração do pH vaginal 
o ducha vaginal: lavagem da mucosa, retirando mecanicamente bactérias da 
flora vaginal e células de defesa ali residentes. 
o DSTs: imunossupressão e alteração do ambiente vaginal 
o Diu de cobre: processo inflamatório local que favorece a apresentação de 
antígeno e o desenvolvimento de uma resposta inflamatória contra o 
patógeno, gerando os sintomas característicos das vulvovaginites e 
vulvovaginoses. 
VAGINOSE BACTERIANA 
• definição: é um conjunto de sinais e sintomas resultantes de um desequilíbrio da 
flora vaginal, que culmina com a diminuição dos lactobacilos e um crescimento 
polimicrobiano de bactérias anaeróbias obrigatórias e facultativas. 
• causa: ocorre a partir de um desequilíbrio da flora vaginal, com aumento do pH, e de 
um consequente crescimento polimicrobiano, normalmente com predomínio de 
Gardnerella vaginalis, uma bactéria presente em pequena quantidade na flora 
vaginal. 
• quadro clínico: corrimento vaginal branco-acinzentado, fluido, fino, homogêneo, de 
odor fétido, semelhante a “peixe podre”, sem dispareunia, disúria e irritação vulvar. 
O odor se agrava durante a menstruação e durante o coito. A alcalinização do pH 
facilita a volatilização das aminas (cadaverina, putrescina e trimetilamina) produzida 
pelos patógenos, o que explica o odor fétido. 
• fatores de risco: múltiplos parceiros sexuais, duchas vaginais, tabagismo e a não 
utilização de preservativo. 
• diagnóstico: presença de 3 dos 4 Critérios de Amsel. 
• Critérios de Amsel: 
o Corrimento vaginaal branco-acinzentado, homogêneo e fino 
o pH vaginal > 4,5 
o Teste das Aminas (Whiff Test) positivo: adição de 1 ou 2 gotas de KOH 10% 
na secreção coletada do fundo de saco vaginal numa lâmina. Quando 
positivo, resulta no aparecimento imediato de odor desagradável devido à 
liberação de aminas voláteis produzidas pelos patógenos (isso ocorre pois o 
KOH alcaliniza ainda mais o meio, facilitando essa volatização). 
o Visualização de Clue Cells (Células Guia) no exame microscópico a fresco 
da secreção vaginal. As Clue Cells correspondem a células epiteliais vaginais 
com sua membrana recoberta por bactérias que se aderem à membrana 
celular e tornam seu contorno granuloso e impreciso. O exame microscópico 
a fresco identifica as células guia quando o conteúdo vaginal é misturado à 
solução salina. 
• tratamento: todas as mulheres sintomáticas devem ser tratadas, incluindo as 
gestantes. Entre os medicamentos, o de primeira escolha é o Metronidazol 500mg 
VO de 12/12h por 7 dias, seguido, como segunda opção, pela Clindamicina 300mg 
VO de 12/12h por 7 dias. Não recomenda-se rotineiramente o tratamento do 
parceiro. Acompanhamento desnecessário em caso de desaparecimento dos 
sintomas. Orientações gerais sobre higiene íntima e pode-se indicar o uso de 
probióticos via oral ou vaginal para recomposição mais rápida da flora vaginal. 
 
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL 
• definição: a Candidíase vulvovaginal é a segunda causa mais comum de corrimento 
vaginal, ficando atrás apenas da vaginose bacteriana. Essa condição caracteriza-se 
como uma infecção da vulva e da vagina causada por um fungo comensal que 
habita a mucosa vaginal e digestiva, que cresce quando o meio se torna favorável 
para o seu desenvolvimento (mais ácido). 
• causa: proliferação do fungo Candida spp., principalmente Candida albicans, quando 
o meio se torna favorável ao seu desenvolvimento. Ocorre em desequilíbrios da flora 
vaginal, com queda do pH. 
• fatores de risco: gravidez, diabetes mellitus descompensada, obesidade, uso de 
contraceptivos orais de altas dosagens, antibioticoterapia, uso de corticóides ou 
imunossupressores, hábitos de higiene e vestuário inadequado, diminuindo a 
ventilação e aumentando a umidade e o calor local, o contato com substâncias 
alergênicas e/ou irritantes, como, por exemplo, talco, perfume e desodorante, e, por 
fim, alterações na resposta imunológica, como imunodeficiência e estresse. O uso 
de anticoncepcionais e a gravidez estão relacionados ao hiperestrogenismo, o que 
favorece a maturação e diferenciação do epitélio vaginal em células superficiais 
maduras ricas em glicogênio. Esse glicogênio é, então, metabolizado em ácido 
láctico pelos Lactobacilos, reduzindo o pH vaginal, o que, por sua vez, favorece a 
proliferação do fungo em questão. 
• quadro clínico: prurido vulvovaginal que piora à noite e com o calor, queimação 
vulvovaginal, disúria, dispareunia, corrimento branco, grumoso, inodoro e com 
aspecto caseoso em “leite coalhado ou queijo coalho”, hiperemia e edema vulvar, 
escoriações de coçadura, fissuras e maceração da vulva, e vagina e colo recobertos 
por placas branca ou branco acinzentadas aderidas à mucosa. O início do quadro é 
súbito e os sintomas podem decorrer de uma reação alérgica à toxina canditina, 
produzida pelo fungo, e tendem a se exacerbar na semana anterior à menstruação e 
no período pós-menstrual. 
• diagnóstico: na maioria dos casos, o quadro clínico e o exame a fresco são 
suficientes para o diagnóstico. O exame microscópico a fresco com KOH 10% revela 
a presença de pseudo-hifas em cerca de 70% dos casos. Sendo assim, o KOH 10% 
pode ser usado com dois objetivos na propedêutica das vulvovaginites. A primeira é 
no teste das aminas, caracterizando o quadro como uma vaginose bacteriana ou 
não, e na segunda aplicação é na identificação de estruturas fúngicas na lâmina ao 
microscópio, caracterizando o quadro como uma infecção fúngica ou não. 
• tratamento: a primeira escolha são as drogas azólicas, entre elas Butoconazol creme 
a 2%, 1 aplicador (5g) via vaginal por 3 dias, Clotrimazol creme e Miconazol creme. 
Pode-se utilizar, ainda, Fluconazol VO 150mg, 1cp dose única. Os antifúngicos 
podemser associados à corticosteróides, o que reduz rapidamente os sintomas 
vulvares. O tratamento do parceiro não é recomendado rotineiramente e o 
acompanhamento é desnecessário com o desaparecimento dos sintomas. 
 
TRICOMONÍASE 
• definição: o Trichomonas vaginalis é um protozoário aeróbio flagelado causador da 
doença sexualmente transmissível Tricomoníase, umas das DSTs não-virais mais 
comuns no mundo. Essa condição caracteriza-se como uma doença sexualmente 
transmissível de transmissão geralmente assintomática em homens e sintomática 
em mulheres. 
• causa: infecção por Trichomonas vaginalis via transmissão sexual. 
• fatores de risco: atividade sexual desprotegida. 
• quadro clínico: corrimento vaginal abundante, amarelo ou amarelo-esverdeado, 
bolhoso e de odor fétido, ardência, hiperemia e edema na vagina, dispareunia 
superficial e prurido vulvar. O pH vaginal na tricomoníase costuma ser maior do que 
5,0 em 70% dos casos. Um achado específico da Tricomoníase é a colpite focal ou 
difusa, caracterizada por um “colo em framboesa” ou “colo em morango”. Ele ocorre 
devido à dilatação capilar e hemorragias puntiformes e é vista na colposcopia. A 
associação dessa condição com outras infecções como gonococcia e vaginose 
bacteriana é observada com certa frequência. Esse fato parece ocorrer devido à 
produção de hidrogênio pelo Trichomonas spp., o qual se liga ao oxigênio, 
promovendo a sua remoção do ecossistema vaginal e, por consequência, facilitando 
o crescimento de bactérias anaeróbias. Pode-se realizar, ainda, o Teste de Schiller 
(aplicação de iodo no colo vaginal) que revela um colo de aspecto “tigróide” ou em 
“pele de onça”. Esse teste tem por finalidade demarcar regiões ricas em glicogênio. 
Áreas pobres em glicogênio coram-se de amarelo suave, diferente do marrom 
escuro normal do colo, caracterizando o teste como positivo. 
• diagnóstico: história clínica com fatores de risco, achados do exame físico, medida 
do pH vaginal (alcalinizado), teste de Whiff e microscopia a fresco do conteúdo 
vaginal. A microscopia a fresco revela o protozoário livre, móvel com seus quatro 
flagelos anteriores característicos. Há também uma população bastante aumentada 
de leucócitos. 
• tratamento: deve ser sistêmico, pois o tratamento tópico não atinge níveis 
terapêuticos nas glândulas vaginais e na uretra. Os fármacos de primeira escolha 
são o Metronidazol 2g VO, dose única, e o Tinidazol 2g VO, dose única. Como 
tratamento alternativo, tem-se o Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias. Deve-se 
tratar os parceiros e orientar sobre a abstinência sexual durante o tratamento. É 
desnecessário o acompanhamento com o desaparecimento dos sintomas. 
 
 VAGINOSE CITOLÍTICA 
• definição: trata-se de uma vulvovaginite não infecciosa decorrente de um estado de 
desequilíbrio do ecossistema vaginal caracterizado por diminuição do pH vaginal e 
elevação da população de lactobacilos. 
• causa: desequilíbrio da flora vaginal com queda do pH e proliferação de lactobacilos. 
• quadro clínico: corrimento vaginal branco, grumoso, acompanhado de prurido genital 
e ardor, que piora no período pré-menstrual. 
• diagnóstico: clínico e microscópico. Evidencia-se aumento do número de 
lactobacilos, pequeno número de leucócitos, evidências de citólise e ausência de 
Trichomonas, Gardnerella ou Candida. 
• tratamento: consiste na alcalinização do meio vaginal com duchas vaginais com 30 a 
60 g de bicarbonato de sódio diluído em 1L de água morna, 2 a 3 vezes por semana.

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