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Isadora Albuquerque Reações transfusionais CONCEITO Reações tradicionais são quaisquer sinais ou sintomas relacionados a transfusão sanguínea, que possam ocorrer durante ou após a mesma. Pode ser: 1. Imediata até 24 após a transfusão; 2. Tardia após 24h da transfusão. Sinais e sintomas suspeitos (nenhum deles é patognomônico da reação transfusional, mas são comuns): Febre/calafrios Taquicardia; Náuseas/ vômitos Taquipnéia/dispneia Dor torácica/abdominal; Rash/ edema cutâneo; Hipertensão/hipotensão; Discromia urinária. CLASSIFICAÇÃO: Imunológicas: a. Imediatas: hemolítica aguda, reação febril, reação alérgica e trali; b. Tardias: hemolítica tardia, aloimunização, dech e púrpura pós transfusional. Não imunológicas: a. Imediatas: contaminação bacteriana, sobrecarga volêmica, hemólise mecânica, hipotensão, embolia gasosa, hipotermia e distúrbio hidroeletrolítico. b. Tardias: transmissão de doenças infecciosas e sobrecarga de ferro. REAÇÃO TRANSFUSIONAL HEMOLÍTICA AGUDA (RTHA) Anticorpo presente no receptor X antígeno eritrocitário do doador ativação: complemento, cascata da coagulação, citocinas (IL-1, IL-6. IL-S, TNF) Mecanismo:: IgM – sistema ABO: fixa complemento (C9) hemólise intravascular, reação grave pela resposta neuroendócrina intensa. Sintomas precoces (após 10 a 15 ml de sangue infundido): febre, tremores, náuseas, dor torácica, hipotensão, dispneia, lombalgia, oligúria, hemoglobinúria, CIVD, choque. Prevenção: checagem pré transfusional (bolsa/ prontuário/ paciente) e testes pré transfusionais adequados. Tratamento: interromper a transfusão, hidratação venosa vigorosa, diurético, dopamina (trata o choque poupando o rim, com ação vasoconstrictora), diagnosticar e tratar distúrbios da coagulação (transfusões); Providências: enviar amostras para o banco de sangue (paciente/ bolsa); Exames: repetir testes imunohematológicos (classificação ABO e Rh do paciente e da bolsa), hemocultura (para fazer diagnostico diferencial com contaminação bacteriana), hemograma (quanto baixou de hematócrito e hemoglobina em decorrência da hemólise), creatinina (esse paciente tende a fazer IRA), eletrólitos, TP e fibrinogênio. REAÇÃO FEBRIL NÃO HEMOLÍTICA Nesse caso, o paciente só apresenta FEBRE que pode ser, algumas vezes, precedido por calafrios. Elevação da temperatura em 1°c associada a transfusão, até 24 h da mesma Ausência de outra causa provável (hemólise / contaminação bacteriana) Mecanismo: interação anticorpos do plasma do receptor e anticorpos de linfócitos, granulócitos e plaquetas do doador, bem como a infusão de citocinas do sangue estocado Pacientes susceptíveis: politransfundidos e multíparas Isadora Albuquerque Prevenção: uso de produtos leucodepletados ou irradiados Tratamento: antitérmicos / meperidina (calafrios) REAÇÃO ALÉRGICA Anticorpos do receptor x substâncias solúveis do plasma do doador Reflete a atividade de antcs da classe ige, especialmente em receptores deficientes de iga (podem formar anti iga) Pode ser leve, moderada e grave Reação leve – urticária (rash e prurido) Reação moderada – com ou sem urticária Tosse / broncoespasmo / náuseas / arritmia / hipotensão Reação grave – anafilaxia Progressão para choque, rebaixamento do nível de consciência e até morte Prevenção: Uso de CHL e anti-histamínico; Tratamento: Interromper a transfusão, manter acesso venoso com SFO 0,9%, anti-histamínico, corticoide e epinefrina. INJÚRIA PULMONAR AGUDA RELACIONADA A TRANSFUSÃO (TRALI) É grave e potencialmente fatal Insuficiência respiratória aguda + achados radiológicos de edema agudo de pulmão, cerca de 02 a 08 h após a transfusão, sem evidências de iCC A insuficiência respiratória é desproporcional ao volume de sangue infundido Pode haver: vômitos, febre, taquicardia, hipotensão A mortalidade intrahospitalar é de 10% Tende a ocorrer recuperação geralmente em 48 horas Mecanismos desencadeantes: Infusão de antcs contra o sistema HLA ou contra antígenos granulocitários específicos anticorpos antileucocitários eventos que provocam o aumento da permeabilidade da microcirculação pulmonar (deposição de neutrófilos + antcorpos) ativação do complemento Transferência passiva de mediadores biologicamente ativos (lipídeos e proteinas) do sangue estocado ativação de leucócitos Aumento da permeabilidade da microcirculação pulmonar Principal hemocomponente envolvido: plasma Tratamento: oxigenioterapia (VMI), suporte hemodinâmico, diuréticos e corticoide. REAÇÃO HEMOLÍTICA TARDIA Ocorre quando a transfusão de ch induz uma resposta imunológica antieritrocitária, dias a semanas após a transfusão Geralmente estão envolvidos antcorpos (igg) de outros sistemas de grupos sanguíneos que não o abo, como o rh e kell, normalmente não detectados no plasma do paciente (baixos níveis) habitualmente resultam de transfusões ou gestações prévias Quadro clínico indolente: mal estar geral, astenia, palidez, icterícia Hemólise extravascular – baixo rendimento transfusional Laboratorial: diminuição de hemoglobina, aumento de bilirrubina indireta e Coombs direto positivo. DOENÇA DO ENXERTO VERSOS HOSPEDEIRO (DEVH) É rara e muito grave, ocorrendo 10 a 12 dias após a transfusão Fisiopatologia: linfócitos viáveis do doador sofrem expansão clonal e proliferam nos tecidos do receptor; Lesões em: pele, TGI, fígado, medula óssea, tecidos linfoides Ocorre pancitopenia associada a febre, eritrodermia, hepatite, enterocolite Acomete principalmente os pacientes imunossuprimidos: pós TCTH, portadores de leucemia, aplasia medular e linfoma, recém nascidos, gestantes Prevenção: irradiação do sangue (inativa os linfócitos t transfundidos) Tratamento: imunossupressores PÚRPURA PÓS TRANSFUSIONAL Ocorre 02 a 10 dias após a transfusão Plaquetopenia severa + síndrome hemorrágica Surgem auto anticorpos (contra HPA 1ª) Mais frequentemente após cirurgia cardíaca Elevada mortalidade Tratamento: uso de gamaglobulina intravenosa + corticoide Refratariedade a transfusão de plaquetas Isadora Albuquerque O incremento pós transfusional de plaquetas é inferior ao esperado; Ocorre em cerca de 20 a 70%dos pacientes politransfundidos com plaquetas. Causas: 1. IMUNES: – aloimunização hla (50% dos casos): relacionado ao número de leucócitos presentes na bolsa 2. NÃO IMUNES: refratariedade tardia: sepse/CIVD, hiperesplenismo CONTAMINAÇÃO BACTERIANA (SEPSE PÓS TRANSFUSIONAL) Reação potencialmente fatal Febre (geralmente 02 h após a transfusão) / sinais de sepse, IRPA e até CIVD A gravidade depende do tipo de bactéria, quantidade do inóculo e das condições imunológicas do receptor Diagnóstico: hemocultura Germes mais frequentemente envolvidos:staphylococcus, enterobacteria ceae, yersinea enterocolitica, serratia liquefaciens O concentrado de plaquetas é o hemocomponente mais envolvido A contaminação pode ocorrer: durante a coleta (punção), a partir de bacteremia do doador, contaminação da bolsa durante o processamento Tratamento: UTI/antibioticoterapia de amplo espectro. SOBRECARGA VOLÊMICA Tem correlaçao com o volume infundido; Pode ocorrer: dispnéia, cianose, taquicardia, hipertensão/ edema pulmonar Principalmente em idosos e cardiopatas RX de tórax – congestão Prevenção: parcelar a transfusão, infusão lenta, uso de diuréticos Tratamento: diurético e oxigenioterapia. HEMÓLISE NÃO IMUNE Oligossintomática É tad negativa Ocorre destruição física ou química dahemácia – aquecimento, adição de drogas, rolete de bombas Presença de hemoglobinemia/ hemoglobinúria Tratamento: terapia de suporte. HIPOTENSÃO Associada ao uso de inibidor da eca Quarda relação com o uso de filtro para leucócito Costuma ocorrer:hipotensão, rubor, calafrios/tremores (na ausência de febre) Prevenção: investigação prévia quanto ao uso de inibidor da eca Tratamento: terapia de suporte/ substituição do inibidor. EMBOLIA GASOSA Dispnéia e cianose súbitas, dor torácica, tosse, hipotensão, arritmia cardíaca Tratamento: deitar o paciente em decúbito lateral esquerdo (com as pernas acima do tronco e da cabeça). HIPOTERMIA Mal estar geral, calafrios, arritmia cardíaca e sangramentos, por alteração da hemostasia Prevenção: aquecimento do sangue. DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS Relacionados principalmente a transfusões maciças Alterações metabólicas e hemostáticas que se relacionam com a velocidade de infusão do sangue Hipocalcemia – induzida pelo citrato / infusões rápidas (1000 ml em 10 minutos) Cursa com parestesias, tetania, arritmia / dosar cálcio iônico ECG: aumento do intervalo QT Prevenção: gluconato de cálcio 10%( 01 ampola para cada 1000ml de sangue infundido). Hiperpotassemia- acomete principalmente nefropatas Mais comum com o uso de hemácias irradiadas. Coagulopatia dilucional – requer a reposição de plasma fresco congelado e concentrado de plaquetas TRANSMISSÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS HIV Isadora Albuquerque HCV HBV HTLV-I/II Sífilis Doença de chagas EBV Herpes VÍRUS 6 E 8 Parvovírus B19 CMV – 80% DA POPULAÇÃO ADULTA É SOROPOSITIVA, MAS SOMENTE 1% É CAPAZ DE TRANSMITIR PREVENÇÃO: LEUCODEPLEÇÃO OU USO DE SANGUE SORONEGATIVO PRINCIPAL PÚBLICO:TRANSPLANTADOS DE MEDULA ÓSSEA Vírus do oeste do nilo SEN-VÍRUS PRIONS: encefalopatias espongiformes transmissíveis (DOENÇA DE CREUTZFELDT-JACOB) SOBRECARGA DE FERRO 01 U DE CH 250 MG DE FERRO O ferro se acumula em órgãos como: fígado, coração, pele, pâncreas É observada nos politransfundidos com ch Ex.: anemia falciforme, talassemias Ocorre geralmente após 50 a 100 transfusões de ch Dosagem de ferritina Tratamento: quelantes do ferro – deferoxamina(sc)/ deferasirox (vo)
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