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“Sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe.” Hebreus 11.6 CAPÍTULO IV Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina Aula 08-B Origem histórica Sob as críticas de arguição de inconstitucionalidade, foi criado inicialmente em maio de 2001, pela Resolução n. 26, da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, com o fim de mitigar o poder das facções criminosas atuante nos grandes e médios presídios do Estado, bem como de todos quanto o comportamento carcerário exigisse (MARCÃO, 2008). Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; II - recolhimento em cela individual; LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 Características do RDD: É modalidade de sanção disciplinar e não regime prisional (art. 53, V, da LEP); Duração máxima de 360 dias, repetida em caso de nova falta até o limite de 1/6 da pena; Visitas semanais de 02 pessoas, exceto crianças, com duração de 2 horas; 2 horas de banho de sol; LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 Características do RDD: Aplicado ao preso provisório ou condenado, nacionais ou estrangeiros; O preso apresenta alto risco para a ordem e segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; Cabe igualmente ao preso suspeito de estar envolvido com organização criminosa; LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 Quadrilha ou Bando Agrupamento sem nenhuma sofisticação, complexidade ou estruturação diferenciada (criminalidade massificada) CAPEZ (2016) Organização Criminosa Muita mais complexa, pertencente ao gênero criminalidade sofisticada. CAPEZ (2016) Crime Organizado Lei nº. 12.850, de 02 de agosto de 2013 CAPÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. § 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. O Isolamento preventivo e o RDD. Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 O Isolamento preventivo e o RDD. O que não se admite, sob pena de nulidade absoluta, é a inclusão no RDD sem a prévia manifestação do MP e do Órgão Defensório. LEI DE EXECUÇÕES PENAIS Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984 SEÇÃO III DAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS Das Sanções Art. 53 – Constituem sanções disciplinares: I – advertência verbal; II – repreensão; III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Das Sanções A advertência verbal será aplicada, reservadamente. A repreensão aplica-se na presença dos demais condenados. Das Sanções A suspensão ou restrição de direitos consistirá em: I – diminuição ou perda do direito de recreação; II – privação de visitas; III – proibição de comunicar-se com o mundo exterior por meio de correspondência, leitura ou outros meios de comunicação. Parágrafo Único – A suspensão ou restrição de direito não poderá exceder a 30 (trinta) dias, e será sempre comunicada ao Juiz da Execução. Das Sanções Decreto ESTADUAL 12.834/88 Art. 113 – O isolamento será cumprido na própria cela, ou em cela de segurança que contenha dormitório, aparelho sanitário e lavatório. § 1º - O isolamento não poderá exceder a 30 (trinta) dias e seu início será sempre comunicado ao Juiz da Execução. Visita Médica Imediata Decreto ESTADUAL 12.834/88 § 2º - O condenado ou preso provisório submetido a isolamento terá visita médica imediatamente após o início da sanção, e receberá banho de sol pelo menos durante uma hora por dia. Registro das faltas e sanções Decreto ESTADUAL 12.834/88 Art. 114 – No prontuário e na ficha individual do condenado ou preso provisório constarão as faltas cometidas e as sanções disciplinares impostas. Aplicação no caso de Isolamento Art. 115 – A advertência verbal, a repreensão e a suspensão ou restrição de direitos serão aplicados pelo Diretor do Estabelecimento; o isolamento, pelo Conselho Disciplinar, nos termos deste Decreto. CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Código de Processo Penal e Lei de Execução Penal comentados por artigo. Salvador: Juspodium, 2017. MARCÃO, Renato. Curso de execução penal. 6 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008. NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 14 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Referências
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