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Métodos de Resolução de Litígios

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Prof. Vinícius Lopes Albuini 6 questões na prova 
Instagram: @profviniciusalbuini 
Professor de Direito Processual Civil. 
 
 
1 
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR 
 
VINÍCIUS LOPES ALBUINI Instagram: @profviniciusalbuini 
 
- Advogado, palestrante; 
 
- Professor de Direito Processual Civil no Curso PROORDEM DE 
GOIÂNIA. 
 
- Professor de Direito Processual Civil em cursos preparatórios para 
exame da OAB e Concursos Públicos 
 
- Professor de Direito Processual Civil em cursos de pós-graduação; 
 
- Professor de Direito Processual Civil em graduações no estado de São 
Paulo (desde 2011); 
 
- Árbitro da Mediarbitragem – Câmara de Mediação e Arbitragem; 
 
Canal Telegram: Professor Vinícius Albuini 
(dicas, questões, materiais, mapas mentais, imagens) 
 
 
 
VEDADA A DISTRIBUIÇÃO, CESSÃO, UTILIZAÇÃO OU APLICAÇÃO SEM 
PRÉVIA E EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR, TENDO EM VISTA A 
NÃO CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS À QUALQUER PESSOA 
NATURAL OU JURÍDICA 
 
 
 
 
Prof. Vinícius Lopes Albuini 6 questões na prova 
Instagram: @profviniciusalbuini 
Professor de Direito Processual Civil. 
 
 
2 
Cronograma de Aulas 
 
Aula 1: Competência, despesas processuais e gratuidade da justiça 
 
Questões de treino pós-aula 1 ............................................................... pg 46 
 
Aula 2: Sujeitos processuais, litisconsórcio e intervenção de terceiros 
 
Questões de treino pós-aula 2 ............................................................... pg 68 
 
Aula 3: Processo de Conhecimento, procedimento comum fase 
postulatória I 
 
Questões de treino pós-aula 3 ............................................................. pg 104 
 
Aula 4: Processo de Conhecimento, procedimento comum fase 
postulatória II, tutelas provisórias 
 
Questões de treino pós-aula 4 ............................................................. pg 124 
 
Aula 5: Teoria geral dos recursos, recursos em espécie I 
 
Questões de treino pós-aula 5 ..............................................................pg 164 
 
Aula 6: Recursos em espécie II e processo de execução 
 
Questões de treino pós-aula 6 ..............................................................pg 184 
 
 
 
 
 
 
Prof. Vinícius Lopes Albuini 6 questões na prova 
Instagram: @profviniciusalbuini 
Professor de Direito Processual Civil. 
 
 
3 
1. Evolução dos métodos de resolução de litígios e equivalentes jurisdicionais. 
 
Litígio: é o conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida. 
 
Nas fases primitivas da civilização dos povos, inexistia um Estado aparelhado e capaz de 
superar os ímpetos individualistas dos homens impondo o direito acima da vontade dos 
particulares. Vale dizer, inexistia órgão estatal que com soberania e autoridade fosse capaz 
de garantir o cumprimento do direito, bem como inexistiam leis para regulamentar com 
precisão a vida em sociedade. Assim sendo, os conflitos eram solucionados através da 
Autotutela. 
 
- AUTOTUTELA ou AUTODEFESA: é a forma mais antiga de solução dos litígios, 
caracterizada fundamentalmente pelo sacrifício integral do interesse de uma das partes 
envolvida no conflito em razão do exercício da força pela parte vencedora. Essa força deve 
ser compreendida não somente pela força física, podendo ter por base o aspecto afetivo, 
econômico, religioso etc. Evidente que a autotutela é um método que não procura prestigiar 
os fundamentos de um Estado democrático de direito. 
Duas características marcantes neste método de resolução eram: 
a) ausência de juiz distinto das partes; 
b) imposição da decisão por uma das partes à outra. 
 
Paralelamente, surgia também a figura da autocomposição. 
 
AUTOCOMPOSIÇÃO: uma das partes conflitantes, ou ambas, abrem mão do interesse ou 
de parte dele. SÃO TRÊS AS FORMAS DE AUTOCOMPOSIÇÃO: 
a) desistência (renúncia à pretensão) 
b) submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão) 
c) transação (concessões recíprocas). 
 
Todas essas figuras têm em comum a circunstância de serem parciais, pois, dependem da 
atividade de uma ou de ambas as partes envolvidas no conflito. 
 
Prof. Vinícius Lopes Albuini 6 questões na prova 
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4 
EX: JULIO pretende obter 10, mas ADRIANO está disposto a pagar 5. Havendo sacrifício 
recíproco, as partes podem se autocompor por qualquer valor entre 5 e 10 (transação). 
JULIO pode abdicar do direito de receber o crédito de 10 (renúncia). Se ADRIANO 
mesmo acreditando ser devedor de apenas 5, pagar a JULIO os 10 cobrados (submissão). 
 
A figura da arbitragem muito influente nos dias atuais também teve seu momento de 
surgimento antes mesmo do Poder Judiciário, com a evolução da sociedade os envolvidos 
nos conflitos escolhiam pessoas imparciais para analisarem os conflitos e para que 
decidissem, sendo totalmente respeitada as decisões arbitrais. 
 
Com a afirmação do estado e seu aparelhamento surgiu a JURISDIÇÃO ESTATAL: trata-
se na atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os 
conflitos. 
 
JURISDIÇÃO é o poder/dever do estado de dizer o direito, chamando para si a 
responsabilidade de resolução de todos os conflitos existentes na sociedade. A 
capacidade para dizer o direito de forma definitiva. 
 
CARACTERÍSTICAS PRINCPIAIS DA JURISDIÇÃO 
 
a) CARÁTER SUBSTITUTIVO: entende-se pela peculiaridade de a jurisdição substituir 
a vontade das partes pela vontade da lei no caso concreto, resolvendo o conflito entre elas 
e proporcionando a pacificação social. Ex: numa obrigação inadimplida a vontade do 
devedor (não pagar) será substituída pela vontade da lei (realização do pagamento). 
 
b) INÉRCIA: significa que o juiz, representante jurisdicional não poderá dar início a um 
processo sem manifestação prévia das partes. 
 
c) DEFINITIVIDADE: pela qual afirma-se que a decisão do conflito por meio 
jurisdicional é única que se torna imutável e definitiva. Essa definitividade significa que a 
decisão que solucionou o conflito deverá ser respeitada por todos. 
 
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5 
* NEOPROCESSUALISMO: A interpretação das normas processuais deve ser feita de 
acordo com a Constituição Federal. 
 
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e 
as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, 
observando-se as disposições deste Código. 
 
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências 
do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando 
a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
 
Direito Processual Civil: instrumento que o Estado põe à disposição dos litigantes a fim 
de administrar justiça. 
 
1.1. Princípios 
a) Princípio da Inércia/Demanda/Impulso oficial: a atividade jurisdicional se inicia 
mediante provocação jurisdicional, mas após seu início a sequência de atos processuais e 
o desenvolvimento do processo ficará a cargo do juiz, nos termos do art. 2º, CPC. O art. 2º 
do CPC/2015 manteve o preceito instituído no art. 262 do CPC/1973, o qual ratificava a 
necessidade de provocação da jurisdição para formação da relação jurídico processual. Do 
ponto de vista instrumental, essa provocação é feita pela petição inicial. Ajuizada a ação, 
ou seja, protocolada a petição inicial, o processo segue o procedimento previsto em lei, 
cabendo ao juiz impulsionar os atos subsequentes. 
 
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolvepor impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei. 
 
b) Princípio do contraditório e da ampla defesa: consiste na oportunidade que os 
litigantes tem de serem tratados com igualdade e ainda que possam participar do processo 
de forma ativa, praticando os mesmos atos praticados pelo adversário, ou seja, produzir 
provas, requerer providências, enfim participar ativamente da formação do livre 
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6 
convencimento do Juiz, ainda importa destacar que as ambas têm o direito influir no 
julgamento e resolução dos conflitos. (Art. 5, LV, CF). 
 
Direito de participar ativamente: 
 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
ouvida. 
 
Direito de influir no julgamento da causa 
 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento 
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que 
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 
 
Exceções ao Contraditório Prévio: 
 
Art. 9º, parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. (Ação Monitória) 
 
Contraditório diferido. O parágrafo único apresenta situações nas quais se admite que o 
contraditório seja postergado (contraditório diferido ou ulterior). Trata-se de exceções, 
visto que a regra é a realização do contraditório prévio à decisão jurisdicional. As hipóteses 
descritas tratam de cenários nos quais a prerrogativa de influência é mitigada para a 
garantia de outras prerrogativas fundamentais do processo. O inciso I remete à tutela 
provisória de urgência, que por sua própria natureza não comporta prévia ciência da parte 
contrária, sob pena de ineficácia do provimento. O inciso II remete à denominada tutela da 
evidência, na qual o contraditório perde seu poder de real influência, visto que o direito é 
tão cristalino que a manifestação da parte contrária só atrasaria a conclusão do feito. Por 
fim, o inciso III se refere ao procedimento monitório, no qual se permite a emissão de 
mandado de pagamento, entrega de coisa ou obrigação de fazer, independentemente de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art311ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art701
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7 
prévia manifestação da parte contrária, quando a prova escrita apresentada pelo postulante 
for evidente. 
 
c) Princípio do devido processo legal "due process of law": A todos é assegurado a 
obediência do devido processo legal, regulamentado pela lei. (Art. 5, LIV, CF) 
 
d) Princípio da lealdade processual: é essencial que haja lealdade e moralidade entre os 
litigantes e a todos que participam do processo (partes, juízes, promotores, auxiliares da 
justiça). 
 
e) Princípio da economia: o processo deve objetivar o máximo de resultado, com o 
mínimo de emprego de atividade processual 
 
f) Princípio da instrumentalidade: pelo qual deve se aproveitar ao máximo dos atos 
processuais praticados, mesmo que contrários as formas processuais, desde que não 
prejudiquem a defesa. (art. 188, CPC) 
 
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo 
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro 
modo, lhe preencham a finalidade essencial. 
 
g) Princípio da inafastabilidade da jurisdição art. 5º XXXV, CF e art. 3º, CPC: O 
caput do artigo contempla o denominado princípio da inafastabilidade da jurisdição, 
também conhecido como princípio do acesso à Justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da 
Constituição Federal. Segundo esse princípio, todos têm direito de buscar a tutela 
jurisdicional do Estado visando à solução de conflitos decorrentes da vida em sociedade. 
O Estado, a quem a Constituição outorgou o poder de solucionar os litígios em caráter 
definitivo, não pode delegar ou se recusar a exercer essa função. 
 
 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
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8 
 
Juízo arbitral. A constitucionalidade da Lei da Arbitragem (nº 9.307/1996) já foi objeto de 
questionamento no STF, ao fundamento de que a faculdade que têm as partes de recorrerem 
a um juiz privado (árbitro) para solução dos litígios afrontava, entre outros, o princípio da 
inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV e LIII). O STF, por maioria, declarou a 
constitucionalidade da norma. Essa decisão do Supremo agora é ratificada pelo CPC/2015, 
que textualmente dispõe: “é permitida a arbitragem, na forma da lei” (§ 1º). 
 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos 
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 
Outros meios de solução dos litígios. O novo CPC não tem por foco exclusivamente o 
processo jurisdicional. O processo, na visão contemporânea, anda para frente, no sentido 
da composição, seja pela outorga da sentença estatal, da sentença arbitral ou do acordo 
entre as partes. Na perspectiva do novo Código não se afigura correto falar em “meios 
alternativos” de solução de litígios para se referir à arbitragem, à conciliação e à mediação. 
Não mais se pode falar em relação de alternatividade entre o processo jurisdicional e os 
outros meios de solução consensual dos litígios. Todos, igualmente, são contemplados no 
novo Código e devem ser promovidos pelo Estado (§ 2º) e estimulados por juízes, 
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do 
processo judicial (§ 3º). 
 
Enunciado FPPC n. 371: Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser 
estimulados também nas instâncias recursais. 
 
Enunciado FPPC n. 485: É cabível conciliação ou mediação no processo de execução, no 
cumprimento de sentença e na liquidação de sentença, em que será admissível a 
apresentação de plano de cumprimento da prestação. 
 
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9 
Enunciado FPPC n. 572: A Administração Pública direta ou indireta pode submeter-se a 
uma arbitragem ad hoc ou institucional. 
 
Enunciado FPPC n. 573: As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que 
seus órgãos de Advocacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição. 
 
 
h) Princípio da duração razoável do processo: art. 4º do NCPC e art. 5º, LXXVIII, 
da CF 
 
Art. 5º, LXXVIII. a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
Art. 4º. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
 
 
i) Princípio da cooperação: o juiz e as partes devem cooperar entre si para uma decisão 
justa e efetiva (art. 6º, CPC). 
 
- Arts. 190 e 191, CPC: as partes com o juiz podem dispor sobre o procedimento, as suas 
condutas e as datas para a prática dos atos em conjunto. 
 
- Art. 357, §§2º e 3º, CPC: as partes com ou sem o juiz podem estabelecer os pontoscontrovertidos e as provas a serem produzidas em audiência (saneamento). 
 
j) Neoprocessualismo ou Direito Processual Civil Constitucional: nada mais é do que 
as normas processuais devem ser interpretadas de acordo com a Constituição Federal. 
 
Art. 1º, CPC. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa 
do Brasil, observando-se as disposições deste Código. 
 
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10 
Art. 8º, CPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às 
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência. 
 
1.2. Ordem de julgamento dos processos submetidos à conclusão 
 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de 
conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, 
de 2016) 
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição 
para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência 
liminar do pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em 
julgamento de casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão 
fundamentada. 
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões 
entre as preferências legais. 
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado 
pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a 
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. 
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em 
que anteriormente se encontrava na lista. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art485
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art932
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11 
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o 
processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização 
de diligência ou de complementação da instrução; 
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
 
 
Ordem cronológica de julgamento. A redação original do CPC/2015 (Lei nº 13.105/2015) 
dispunha que os juízes e os tribunais deveriam obedecer à ordem cronológica de conclusão 
para proferir sentença ou acórdão. Tratava-se, portanto, de comando imperativo, que 
autorizava a “quebra” da ordem cronológica apenas nas hipóteses excepcionadas pelo 
próprio Código. 
 
Depois de muita controvérsia durante a vacatio legis – a Lei n. 13.256/2016 alterou o caput 
do dispositivo para nele acrescentar o advérbio “preferencial” o que é bastante para 
enfraquecer a rigidez do comando original da regra, quiçá torná-la inócua, verdadeiramente 
sem sentido, ao menos na perspectiva de sua concepção original. 
 
1.3. Lei processual e classificação da jurisdição estatal 
 
 
Lei processual: - são aquelas que constituem o Direito Processual, regulando o exercício 
da função jurisdicional. Destinam-se, assim, a fazer atuar a aplicação da lei processual. 
 
Eficácia da lei processual no espaço: submete-se ao princípio da TERRITORIALIDADE, 
aplicando-se a todo o território brasileiro. 
 
Eficácia da lei processual no tempo: tem em regra um princípio, duração e fim. 
* em regra começam a vigorar em 45 dias após a sua publicação (art. 1º, LICC, atual LI as 
normas do direito brasileiro) 
* a lei processual não tem efeito retroativo, não se aplicando a fatos passados. 
Interpretação da lei processual (LINDB) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1040
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12 
Classificação da jurisdição estatal 
 
1) Quanto ao órgão julgador 
a) estatal: quando exercida pelos órgãos do Poder Judiciário 
b) arbitral: quando exercida por Juízo Arbitral 
 
2) Quanto à pretensão 
a) penal: tudo sobre matéria de direito penal, exercida pelos juízes estaduais e federais, 
pela justiça militar estadual e federal, justiça eleitoral. 
b) civil: exercida pela Justiça estadual e federal, trabalhista, eleitoral. 
 
3) Quanto à especificidade 
a) especial: Justiça Militar (art. 122 a 125, §§3º a 5º), Eleitoral (art. 118 a 121) e Justiça do 
Trabalho (art. 111 a 116) 
b) comum: Justiça federal (art. 108 a 109) Justiça estadual (residual) 
 
4) Quanto à hierarquia 
a) inferior: exercida pelos juízes de primeira instância, aqueles que conhecem das causas 
ordinariamente 
b) superior: exercida pelos órgãos a quem cabe os recursos contra as decisões proferidas 
pelos juízes inferiores. 
 
5) Quanto a modalidade de julgamento 
a) por equidade: quando o juiz está autorizado a decidir de acordo com a conveniência, 
não estando obrigado a respeitar limitações impostas pela lei. 
b) de direito: julgamento que observa o regramento 
 
6) Quanto a litigiosidade 
a) voluntária: causas em que apesar de não haver litígio, há a necessidade de atuação da 
jurisdição. (art. 719, CPC) 
b) contenciosa: é a regra, acontece quando há litígio entre as partes (REGRA GERAL) 
 
 
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13 
Contenciosa Voluntária 
Lide Ausência de lide 
Partes Interessados 
Atividade substitutiva Atividade integrativa 
Sentença Sentença homologatória 
 
1.4. Estrutura do Poder Judiciário 
 
 
• Os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os únicos que possuem 
órgãos de segunda instância da Justiça Militar 
• A segunda instância da Justiça Federal Comum é dividida em cinco regiões, sendo que 
cada Tribunal irá abranger a segunda instância de mais de um Estado da Federação, a saber: 
 
 
Tribunal Regional Federal da 1a Região 
(Abrange os estados: AC, AM, AP, BA, DF, GO, MA, MG, MT, PA, PI, RO, RR, TO) 
http://www.trf1.jus.br/
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14 
 
Tribunal Regional Federal da 2a Região 
(Abrange os estados: ES, RJ) 
 
Tribunal Regional Federal da 3a Região 
(Abrange os estados: MS, SP) 
 
Tribunal Regional Federal da 4a Região 
(Abrange os estados: PR, RS, SC) 
 
Tribunal Regional Federal da 5a Região 
(Abrange os estados: AL, CE, PB, PE, RN, SE) 
 
1.5. Cooperação Internacional 
 
O art. 26 do Código de Processo Civil estabelece que a cooperaçãointernacional será 
regida por Tratado de que o Brasil faça parte – e, não havendo Tratado, com base em 
reciprocidade manifestada por via diplomática (§ 1º), salvo no caso de homologação de 
sentença estrangeira (§ 2º) –, observando os princípios enumerados em seus incisos: 
respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; igualdade de 
tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso 
à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos 
necessitados; publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação 
brasileira ou na do Estado requerente; existência de autoridade central para a recepção e 
transmissão dos pedidos de cooperação e espontaneidade na transmissão de informações a 
autoridades estrangeiras. 
 
De acordo com o § 3º, nenhum ato praticado no âmbito da cooperação internacional pode 
contrariar ou produzir resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o 
Estado brasileiro. 
 
O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central (art. 26, IV) na ausência 
de designação específica, consoante se extrai do § 4º do art. 26. 
http://www.trf2.jus.br/Paginas/paginainicial.aspx?js=1
http://www.trf3.jus.br/
http://www.trf3.jus.br/
http://www.trf4.jus.br/trf4/
http://www.trf4.jus.br/trf4/
http://www.trf5.jus.br/
http://www.trf5.jus.br/
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15 
 
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz 
parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, 
em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência 
judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação 
brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de 
cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. 
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com 
base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença 
estrangeira. 
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que 
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que 
regem o Estado brasileiro. 
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de 
designação específica. 
 
 
O art. 27 trata dos possíveis objetos da cooperação jurídica internacional, isto é, do 
conjunto de técnicas que permitem a dois Estados colaborar entre si em prol do 
cumprimento fora de seus territórios de medidas jurisdicionais requeridas por um deles. 
 
São elas: citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; colheita de provas e 
obtenção de informações; homologação e cumprimento de decisão; concessão de medida 
judicial de urgência; assistência jurídica internacional e qualquer outra medida judicial ou 
extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: 
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16 
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de informações; 
III - homologação e cumprimento de decisão; 
IV - concessão de medida judicial de urgência; 
V - assistência jurídica internacional; 
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
1.6. Competência 
 
Competência é a capacidade de dizer o direito no caso concreto. De acordo com a 
competência teremos condição de identificar qual será o juízo encarregado para o 
conhecimento, compreensão e resolução do conflito de interesses. 
 
A competência divide-se em Internacional, também chamada de jurisdição internacional e 
Competência interna ou jurisdição nacional. 
 
Assim sendo é extremamente relevante enfrentar dois questionamentos prévio para início 
de identificação do Juízo Competente. 
 
• Jurisdição internacional (competência internacional) ou jurisdição nacional 
(competência interna) 
“Quando o conflito será da apreciação da jurisdição brasileira?” 
 
• Competência interna 
“Qual será o órgão encarregado pelo julgamento dentro do Brasil?” 
 
1.6.1 . Competência internacional (Jurisdição internacional) 
Verifica-se quando o conflito será de competência de órgão internacional ou de órgão 
nacional (jurisdição nacional). Ela pode ser: 
 
a) Exclusiva: Casos em que a atividade jurisdicional será exercida pela jurisdição nacional 
com exclusão de qualquer outra por questões relacionadas à soberania nacional. (art. 23, 
CPC). Eventual decisão estrangeira entre as mesmas partes, com a mesma causa de pedir 
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17 
e o mesmo pedido não é idônea para ser homologada (art. 964, caput) e, por isso, não terá 
aptidão de produzir seus efeitos em território brasileiro. 
 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular 
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha 
de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
Podemos concluir que será de competência da jurisdição nacional as ações: 
 
Competência Internacional
Exclusiva
Ações que envolvam bens imóveis situados no 
Brasil
Partilha de bens situados no Brasil em 
decorrência de ações que discutam o evento 
morte
Partilha de bens situados no Brasil em 
decorrência de ações que discutam o término 
do vínculo afetivo
 
 
b) Concorrente: Casos em que a atividade jurisdicional poderá ser exercida pela jurisdição 
nacional não afastando, contudo, a possibilidade de apreciação por outro órgão 
internacional. (arts. 21 e 22, CPC) 
 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
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III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil 
a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento 
de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.Podemos concluir que será de competência da jurisdição nacional as ações: 
 
1º Réu domiciliado no Brasil. 
2º Ser o Brasil o local de cumprimento da obrigação. 
3º O ato ou fato que originou a ação tenha acontecido no Brasil. 
4º Ação de alimentos quando o credor for domiciliado no Brasil, ou devedor com 
patrimônio no Brasil. 
5º Relação de consumo com consumidor domiciliado no Brasil. 
6º Existência de foro de eleição internacional. 
 
***Critério de prevalência das sentenças estrangeiras no caso de jurisdição 
concorrente (art. 24, CPC) 
 
O artigo 24 do CPC tem aplicação apenas nos casos de competência internacional 
concorrente. Destaca-se, se será admitido o ingresso de uma mesma ação em juízo 
distintos, alguns pontos precisam ser explicados, já que nitidamente salta aos olhos a 
possibilidade de decisões extremante conflitantes proferidas por juízo distintos. 
 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não 
obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe 
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19 
são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e 
acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no 
Brasil. 
Conclusões: 
- Não há litispendência entre ação no Brasil e ação no estrangeiro; 
- Vale a que transitar em julgado primeiro. Entretanto, a estrangeira (art. 960 do CPC) a 
decisão judicial somente surtirá efeitos no Brasil, após o trânsito em julgado da decisão 
que a homologar perante o STJ. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento 
da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional 
exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 
 
Cláusula de eleição de foro. No Brasil, embora já fosse permitida a escolha de foro nos 
contratos internos, ainda não havia previsão semelhante para os contratos internacionais. 
Agora, com a disposição contida no art. 25, concedeu-se caráter obrigatório à cláusula de 
eleição de foro. Assim, se houver no contrato internacional uma cláusula excluindo a 
jurisdição brasileira e elegendo o foro estrangeiro, a exclusão terá que ser respeitada pelo 
Poder Judiciário brasileiro 
 
1.5.2. Competência interna (jurisdição nacional) 
 
Competência é a capacidade/aptidão de um órgão dizer o direito para um caso em concreto, 
resolvendo o conflito definitivamente. Após identificar que o conflito deve ser apreciado 
pelo órgão jurisdicional brasileiro, nos resta identificar qual dos órgãos nacionais será o 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art63%C2%A71
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20 
competente. Para tanto, há que se atentar para os critérios definidores do Juízo Competente. 
São eles 
 
 
A) Competência em razão da pessoa (ratione personae): analisa-se características dos 
integrantes do processo para definir o juízo competente. 
 
-União será julgada pela Justiça Federal (art. 109, I, CF) 
-Estados são julgados pelas Varas da Fazenda Pública 
-Foros privilegiados 
 
B) Competência em razão da matéria (ratione materiae): analisa-se a competência das 
Justiças. Importante partir do pressuposto que a ação será julgada pela primeira instância 
e que a distribuição é livre. Analisa-se, primeiro, a competência das duas Justiças 
especializadas (eleitoral, militar e trabalho), passando-se, adiante, à análise da competência 
das Justiças federal e estadual (Justiças comuns). 
 
-Causas trabalhistas = justiça do trabalho (art. 114, CF) 
-Causas relacionadas ao direito eleitoral = justiça eleitoral (art. 121, CF) 
-Causas relacionadas ao direito militar = justiça militar (art. 124, CF) 
 
C) Competência em razão da função: analisa-se a função que será desempenhada pelo 
órgão jurisdicional no processo, a função define as ações de conhecimento originário dos 
tribunais (hierarquia) 
 
-Ações de controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF) 
competência originária do STF 
- Competência para apreciar uma reconvenção será atribuída ao juízo da ação 
principal. (ex: existe uma ação na 5ª Vara Cível de Goiânia. O Juiz da reconvenção 
será o mesmo da ação. 
 
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21 
D) Competência em razão do valor da causa: analisa-se a competência com base no valor 
da causa. No âmbito nacional, o critério valorativo apenas tem importância para a 
definição da competência dos juizados. 
 
-Juizados especiais estaduais (Lei 9.099/1995) teto 40 S/M 
-Juizados especiais federais (Lei 10.259/2001) teto 60 S/M 
-Juizados especiais da fazenda pública (Lei 12.153/2009) teto 60 S/M 
 
E) Competência em razão do lugar: define-se o local do Juízo competente para o 
processamento. Para que se saiba o local, há um amplo regramento nos arts. 42 a 63 do 
CPC. É possível também encontrar várias regras de competência em razão do lugar em leis 
especiais (art. 2º da Lei nº 7.347/85; art. 93 do CDC; art. 58, Lei 8.245/91 etc.). Além disto, 
o art. 109, §§ 1º e 2º, tratam de hipóteses de competência territorial em demandas movidas 
em face da União Federal. 
 
-Regras previstas em leis extravagantes: 
*CDC= art. 93 
* Locações= art. 58 
-Regras previstas no CPC arts. 46 – 53 
 
(Aconselho a leitura dos artigos 46 a 53 em ordem decrescente. A leitura em ordem 
decrescente leva em consideração as regras excepcionais antes da regra geral) 
 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde 
for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no 
foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta 
em qualquer foro. 
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro 
de qualquer deles, à escolha do autor. 
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22 
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou 
no do lugar onde for encontrado. 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de 
situação da coisa. 
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio 
não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de 
terras e de nunciação de obra nova. 
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo 
juízo tem competência absoluta. 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, 
a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o 
espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
Parágrafoúnico. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, 
também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de 
disposições testamentárias. 
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu 
representante ou assistente. 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a 
União. 
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de 
situação da coisa ou no Distrito Federal. 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor 
Estado ou o Distrito Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser 
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a 
demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. 
Art. 53. É competente o foro: 
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23 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica 
contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo 
estatuto; 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por 
ato praticado em razão do ofício; 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido 
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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24 
1.5.3. Classificação da Competência 
 
 
 
1 – A incompetência relativa em regra não pode ser conhecida de ofício pelo juiz (conhecer 
sem necessidade de requerimento expresso do réu). Nos termos do §5º, art. 337 e da 
Súmula 33/STJ, se a parte não alegar a incompetência relativa em preliminar de 
 ABSOLUTA RELATIVA 
Interesse Interesse público Interesse das partes 
Conhecimento da 
incompetência 
O juiz pode conhecer 
de oficio 
Juiz não pode conhecer a 
incompetência relativa de oficio 
Momento de alegação da 
incompetência 
(art. 337, II, CPC) 
Preliminar de 
contestação 
Preliminar de contestação 
Perda da oportunidade de 
alegação 
Qualquer tempo e 
grau de jurisdição. 
Até em rescisória 
(art. 966, II, CPC) 
Preclusão, caso o réu não alegue 
na contestação (prorrogação de 
competência) 
Eleição de foro 
(arts. 62 e 63, CPC) 
As partes não podem 
derrogar 
As partes podem derrogar (foro 
de eleição) 
Efeitos do conhecimento 
da incompetência 
(art. 64, §4º, CPC) 
Declarando a 
incompetência 
remete ao juízo 
competente, que 
verificará quais atos 
praticados serão 
aproveitados 
podendo: 
- ratificar (anuir) 
- retificar (refazer) 
Declarando a incompetência 
remete ao juízo competente, que 
verificará quais atos praticados 
serão aproveitados podendo: 
- ratificar (anuir) 
- retificar (refazer) 
Critérios Material, funcional 
e pessoa 
Territorial e valor da causa 
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25 
contestação, ocorre a prorrogação da competência (art. 65, CPC). O Juízo que era 
relativamente incompetente passa a ser competente. 
 
Exceções: 
 
a) juizados especiais 
 
b) contrato com cláusula de eleição de foro abusiva (art. 63, §§3º e 4º, CPC) 
 
c) causas que versem sobre direito reais sobre imóveis (art. 47, CPC) 
 
1.5.4. Modificadores do Juízo competente 
 
*após fixação do juízo competente o assunto é tratado pela característica da 
PERPETUATIO JURISDICTIONIS, nos seguintes termos contidos no art. 43, CPC 
 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da 
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito 
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a 
competência absoluta. 
 
No entanto é possível que mesmo após a fixação do Juízo competente a ação se desloque 
para outro, destaca-se que este fenômeno somente ocorre de forma excepcional, podemos 
citar duas hipóteses destacadas em lei, são a conexão e a continência, conforme 
regulamentação do art. 54, CPC. 
 
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, 
observado o disposto nesta Seção. 
 
 
a) Conexão, conforme redação do art. 55 duas ou mais ações são conexas quando: 
 
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26 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou 
a causa de pedir. 
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um 
deles já houver sido sentenciado. 
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, 
mesmo sem conexão entre eles. 
 
Há conexão quando duas ou mais ações tiverem em comum pelo menos um de seus 
elementos: o pedido (o bem da vida sobre o qual se pretende recaia a prestação da tutela 
jurisdicional) ou a causa de pedir (as razões pelas quais se pretende o bem da vida e a tutela 
jurisdicional respectiva). Não há necessidade de identidade de partes. 
 
A conexão dar-se-á, por exemplo, quando vários passageiros, em ações distintas, acionam 
determinada empresa de ônibus com fundamento no mesmo acidente (causa de pedir 
comum) ; ou quando vários herdeiros, em ações também distintas, pleiteiam a nulidade do 
testamento feito pelo autor da herança (objeto comum). 
 
Existindo conexão, os processos serão reunidos para julgamento conjunto – a justificativa 
é a de evitar decisões conflitantes sobre uma mesma situação da vida –, a não ser que um 
deles já esteja sentenciado. 
 
A ressalva, que se lê do art. 55, § 1º, provém da Súmula n. 235 do STJ (“A conexão não 
determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”). Nestes casos, a coerência 
de entendimentos deve ser buscada de maneira diversa, observando-se, por exemplo, o que 
já foi objeto de julgamento no processo ainda a julgar ou, ainda, ao longo do segmento 
recursal. 
 
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27 
O § 2º do art. 55 quer resolver questões importantes. Há conexão entre a execução de título 
extrajudicial e a ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico e entre as execuções 
fundada no mesmo título executivo. A reunião dos processos nestes casos será para o 
julgamento da “ação de conhecimento” como questão prejudicial da execução de título 
extrajudicial e para tramitação conjunta das execuções fundadas no mesmo título 
executivo. 
 
O § 3º do art. 55 não trata de conexão como o reconhece expressamente. Trata, 
diferentemente, de aplicação de sua consequência – julgamento conjunto de processos – 
assumindo a opção política de evitar decisões conflitantes ou contraditórias sem, contudo, 
haver identidade de pedidos ou de causa de pedir. O dispositivo certamente terá, dentre 
tantas outras, intensa aplicação aos casos que têm como ponto de partida uma mesma lesão 
ou ameaça a direito envolvendo diversos interessados e que, não obstante, precisam ser 
homogeneamente resolvidos. É o que, no âmbito do processo coletivo, é chamado de 
direito individual homogêneo e que acaba por atrair, até mesmo, o novel dever-poder do 
magistrado constante do art. 139, X. 
 b) Continência 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o 
das demais. 
A conexão está “dentro” da continência. Veja um exemplo: A propõe contra B ação 
declaratória para reconhecimento de dívida. Em ação distinta, o autor da ação declaratória 
pleiteia a condenação de B no pagamento da mesma dívida (as partes e a causa de pedir 
são idênticas, mas o objeto da ação condenatória é mais amplo, abrangendo o da ação 
declaratória). 
1.5.4.1. Critério para reunião 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução 
de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
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28 
 
Não deve ocorrer, invariavelmente, a reunião dos processos para julgamento conjunto. Se 
o processo no qual está veiculada a “ação continente” (a que tem o objeto mais amplo) 
tiver sido ajuizado anteriormente, no processo no qual está veiculado a “ação contida” (a 
que tem o objeto menos amplo) deverá ser proferida sentença sem resolução de mérito (art. 
485, X). Trata-se de solução escorreita porque, bem compreendida, a hipótese é (e sempre 
foi) de litispendência parcial. 
 
Se, contudo, o processo que contém a “ação contida” for anterior ao que contém a “ação 
continente”, ambos devem necessariamente ser reunidos para julgamento conjunto. O 
advérbio necessariamente deve ser compreendido com o sistema do CPC de 2015: a 
reunião pressupõe competência relativa (art. 54). 
 
 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde 
serão decididas simultaneamente. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 
Só se concebe a prevenção, portanto, a partir da existência de diversos juízos abstratamente 
competentes, de modo que aquele que conheceu uma das causas conexas deve preferir aos 
demais para conhecer todas as ações vinculadas que a acompanharem. 
 
O registro ou a distribuição da petição é utilizado como critério para aferição do juízo 
prevento. 
 
O registro e distribuição ocorrem simultaneamente. Aliás, na praxe forense, utilizamos o 
termo “distribuição” como sinônimo de ajuizamento, de protocolo ou registro. Exemplo: 
“Distribuí uma ação de execução na comarca de Fortaleza.” Ambos os atos se referem ao 
momento do ajuizamento (do protocolo). 
 
 
 
 
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29 
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou 
subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a 
totalidade do imóvel. 
 
Competência no caso de imóvel localizado em mais de uma cidade ou Estado. Caberá ao 
autor da ação escolher livremente o foro de sua preferência para ajuizar a demanda. Não 
importa em qual localidade esteja a maior ou menor parte do imóvel. Os foros serão 
concorrentes em qualquer caso, mas, se a demanda for proposta em um deles, a 
competência do juízo prevento se estenderá pela totalidade do imóvel. 
 
Por exemplo, um imóvel situado parte dele em Goiânia e parte e Aparecida de Goiânia. 
Ambos os locais serão competentes para processar e julgar ações decorrentes daquele 
imóvel. Porém a partir da escolha do autor por uma das comarcas, aquela se tornará o juízo 
prevento para as demais ações. 
 
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. 
 
É o que ocorre, por exemplo, com a denunciação da lide (art. 125), com o chamamento ao 
processo (art. 130) e com a reconvenção (art. 343). Em tais casos, afora outros, far-se-á a 
distribuição pela regra da acessoriedade: a ação acessória será proposta no juízo 
competente para a ação principal (art. 61). Esclarece-se que quando a distribuição da “ação 
acessória” antecede à principal, o que se faz é um prognóstico. Determina-se a competência 
para o julgamento da futura ação principal e, então, pela regra da acessoriedade, definida 
está a competência para a “ação acessória”. É o que comumente se dá na definição da 
competência para conhecer o pedido de tutela de urgência antecipada, concedida em 
caráter antecedente (art. 299). 
 
1.5.5. Conflito de competência (procedimento contido no art. 951, CPC) 
 
Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a 
competência; 
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30 
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de 
processos. 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o 
conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. 
 
O conflito será positivo quando os juízes se declararem competentes; e negativo na 
hipótese contrária. O inciso II também se insere em uma dessas hipóteses, pois, quando os 
juízes têm dúvida sobre a reunião de processos, é porque ambos se consideram 
competentes e preventos para a causa em trâmite perante o juízo contrário; por outro lado, 
se a discussão é relativa à separação, o conflito é negativo. 
2. Ação 
O direito de ação é o direito de reclamar para o órgão que, precipuamente, exerce a 
Jurisdição. É o direito de requerer proteção (tutela jurisdicional) ao Estado. É o direito 
subjetivo público de se deduzir uma pretensão em juízo. Contudo, só poderá ter direito a 
uma tutela jurisdicional aquele que preencher as condições da ação. 
 
As condições da ação consistem em um filtro para selecionar apenas as demandas que 
demonstrem minimamente que o autor possui direito a uma tutela jurisdicional. 
 
A falta de uma das condições acarreta extinção do processo sem resolução de mérito (art. 
485, VI, CPC). 
 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
a) Interesse de agir (processual): reflete no biônimo NECESSIDADE + ADEQUAÇÃO 
* Necessidade: demonstrar que não consegue obter a resolução do litígio sem a 
intervenção do poder judiciário (ex. cobrançade dívida não vencida); 
 
* Adequação: usar os meios adequados para buscar a tutela (ex. ação de execução sem 
título executivo extrajudicial); 
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31 
 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
b) Legitimidade para a causa (ad causam) 
Parte é quem faz o pedido de tutela jurisdicional (autor) e em face de quem o pedido é feito 
(réu), independentemente de ter direito. A legitimidade é averiguada tanto na legitimação 
ordinária, quanto na extraordinária. 
b.1) Legitimação Ordinária: é a regra geral do ordenamento processual brasileiro. Parte 
legitima é quem participou do direito material que deu ensejo à causa. Deve haver 
correspondência entre as pessoas que estavam no direito material com aquelas que estão 
no processo, sendo, portanto, a relação que deve existir entre “quem pede”, “o que pede” 
e “contra quem pede”. A regra do art. 18 do CPC é, portanto, que a pessoa defenda direito 
próprio em nome próprio. 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como 
assistente litisconsorcial. 
b.2) Legitimação extraordinária: há determinadas situações em que a lei autoriza que 
algumas pessoas possam ir ao judiciário mesmo não tendo participado do direito material 
(ex. MP. Sindicato, condomínio). Também é chamada de substituição processual. 
Substituição 
processual 
Sucessão processual Representação 
Nome próprio 
+ 
Direito alheio 
Nome próprio 
+ 
Direito próprio 
Nome alheio 
+ 
Direito alheio 
MP 
Sindicato 
Associação 
Adquirente no lugar do 
alienante da coisa 
litigiosa 
Pai representando o filho no 
direito dele 
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32 
 
 
2.1. Elementos identificadores da ação 
 
São características existentes na ação que servem precipuamente para identificar uma 
ação e principalmente individualizar, tornando-a única. Uma ação só é igual à outra 
quando tiver identidade entre todos estes elementos. Os elementos são: Partes, Causa de 
Pedir e Pedido. 
 
a) Partes: quem pede (autor) em face de quem o pedido é feito (réu) 
 
b) Causa de pedir: é o motivo pelo qual se buscou a atividade jurisdicional, o “porquê” 
do processo. Se divide em fundamentos jurídicos e fundamentos de fatos. 
b.1) fundamentos jurídicos: causa de pedir próxima. 
b.2) fundamentos de fato: causa de pedir remota. 
 
c) Pedido (objeto do processo): é a pretensão com o exercício do direito de ação (arts. 
322 a 329 do CPC), ele pode ser: 
c.1) imediato: é a pretensão processual. Pedido feito no tocante ao provimento jurídico 
que se deseja do Estado-Juiz. 
c.2) mediato: é a tutela de direito material. É o bem da vida; aquilo que a parte usufruirá 
com o processo. 
 
* Principal Finalidade: através dos elementos da ação define-se a identidade total 
(litispendência e coisa julgada) e parcial das demandas (conexão e continência). 
 
 Conexão Continência Litispendência/ 
Coisa Julgada 
Partes X (e) X (mais) 
Causa de Pedir X (ou) X X (mais) 
Pedido X X 
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33 
 
3. Pressupostos Processuais 
a) 
São requisitos pelos quais a presença no exercício do direito de ação torna o processo 
existente e válido, portanto capaz de surtir efeitos para os interessados. 
 
a) PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA: cuja presença faz com que a atividade 
jurisdicional exista: 
 
-Demanda, provocação: petição inicial (autor) 
- Jurisdição (órgão investido de poder jurisdicional 
- Citação: garantia do contraditório, oportunidade para o réu se manifestar 
 
b) PRESSUPOSTOS DE VALIDADE: cuja presença faz com que a atividade 
jurisdicional seja válida e o processo poderá se desenvolver regularmente: 
 
 - Petição inicial apta: é aquela que respeita a presença dos requisitos contidos nos artigos 
319 e 320, CPC 
 
- Juízo competente e juiz imparcial: o próprio Código de Processo Civil disciplina as 
regras definidoras de competência e imparcialidade do juiz: 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte 
no processo; 
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VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego 
ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o 
advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da 
atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato 
conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que 
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente 
no processo. 
 
Os impedimentos taxativamente obstaculizam o exercício da jurisdição contenciosa ou 
voluntária, podendo ser arguidos no processo a qualquer tempo, com reflexos, inclusive, 
na coisa julgada, uma vez que, mesmo após o trânsito em julgado da sentença, pode a 
parte prejudicada rescindir a decisão (art. 966, II). Por ser o não impedimento requisito 
de validade subjetivo do processo em relação ao juiz, ele se consubstancia em autêntica 
questão de ordem pública, cognoscível em qualquer tempo ou grau de jurisdição. 
 
O inciso III ampliou as hipóteses de impedimento ao fazer referência, também, ao 
Defensor Público, ao membro do Ministério Público e ao companheiro (sempre 
equiparado ao cônjuge no CPC/2015). 
 
Quanto ao grau de parentesco, este passou a ser o mesmo tanto para os parentes em linha 
reta quanto para os colaterais: até o terceiro grau. No CPC/1973, não havia limitação de 
grau quanto aos parentes em linha reta; quanto aos colaterais, o limite era o segundo grau. 
 
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Importa lembrar que a hipótese do incisoVI era tratada pelo CPC/1973 como causa de 
suspeição. A mudança tem fundamento, pois nessas hipóteses dificilmente a condição do 
magistrado não exercerá influência na condução do processo. 
 
O inciso VII se refere, especificamente, ao magistrado que é, também, professor. Nesses 
casos, estará o juiz impedido de atuar nos processos em que figure como parte instituição 
de ensino à qual ele se encontra vinculado. Trata-se de interessante inovação, mas que 
não abrange todas as possibilidades de vínculo entre o magistrado e as instituições de 
ensino. O inciso não tem aplicação, por exemplo, para os magistrados que também sejam 
professores em universidades públicas (hipótese que não se enquadra em emprego ou 
contrato de prestação de serviços). 
 
Uma das novidades trazidas pelo CPC/2015 é que a regra de impedimento relacionada ao 
inciso III, mais precisamente ao parentesco do juiz com o advogado da parte, estende-se 
ao membro do escritório de advocacia que tenha em seus quadros parentes do juiz, 
independentemente de estes terem ou não relação diretamente na causa. Exemplo: se a 
esposa do juiz é advogada do escritório Alfa Advocacia, no qual o Dr. Fulano também 
atua, se a causa estiver sendo patrocinada por este, o juiz estará impedido. 
 
Os §§ 1º e 2º impedem a criação de hipóteses de impedimento com a finalidade de violar 
o princípio do juízo natural. Nesse sentido, só há impedimento em razão do vínculo de 
parentesco (incisos III e VIII) quando o parente já integrava a causa antes do início da 
atividade judicante. 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
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§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de 
declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do 
arguido. 
- Citação válida: O réu deve ser validamente citado por um dos meios admitidos nos 
ditames legais. São eles: (I) carta, (II) oficial de justiça, (III) meio eletrônico, (IV) hora 
certa e (V) edital. As três primeiras modalidades tratam de citações reais e as duas últimas 
de citação ficta, sendo que o CPC define as hipóteses de cabimento de cada uma dessas 
modalidades. 
- Capacidade de ser parte: (personalidade jurídica) 
- Capacidade processual: agente capaz 
* se relativamente incapaz = assistência 
* se absolutamente = representação 
“Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para 
estar em juízo.” 
“Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por 
curador, na forma da lei.” 
 
Da pessoa física (arts. 70 e 71 do CPC): Levando em consideração a previsão legal 
contida no art. 70 do CPC, as pessoas físicas civilmente capazes não tem necessidade de 
representação ou assistência. Quando, contudo, há um indivíduo incapaz que é titular de 
um direito material, capacidade de ser parte, mas não a capacidade processual, ou a 
capacidade de estar em juízo. Aqueles sujeitos absolutamente incapazes serão 
representados, enquanto todos os demais deverão ser assistidos. 
 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: 
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37 
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os 
daquele, enquanto durar a incapacidade; 
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto 
não for constituído advogado. 
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos 
da lei. 
 
*Tratamento do cônjuge 
 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse 
sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta 
de bens. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de 
separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre 
imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é 
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for 
negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, 
invalida o processo. 
 
 
a) No polo ativo (arts. 73 e 74 do CPC): Nas ações que envolvam direito real imobiliário 
a parte casada deverá ter o consentimento expresso do cônjuge, o qual não se trata de 
litisconsórcio ativo. Se o cônjuge não conceder a autorização necessária, esta pode ser 
judicialmente suprida, pois sua ausência invalida o processo (é pressuposto de validade 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art73
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processual). Na hipótese em que o casal for casado sob regime de separação total de bens, 
não se aplica o disposto no art. 73. 
 
Atenção: A necessidade de consentimento é observada apenas nas ações reais sobre um 
bem imóvel. Exemplo: usucapião, reivindicatória, imissão na posse, etc. 
 
b) No polo passivo (art. 73, § 1º do CPC): Nessa hipótese, trata-se de litisconsórcio 
passivo necessário, determinado por lei. 
 
• O inciso I do art. 73 traz a mesma regra já comentada em relação ao polo passivo. 
• O inciso II aponta caso em que ambos os cônjuges contraíram a obrigação. 
• Na hipótese do inciso III apenas um dos cônjuges contraiu a obrigação, mas ambos foram 
beneficiados. 
• O inciso IV aponta situação relativa a bem imóvel que, assim como a previsão do inciso 
I, é de interesse da família devendo, assim, ter participação de ambos os cônjuges. 
 
Atenção: Quando se tratar de questão possessória, a regra é de que os cônjuges não 
precisam participar conjuntamente. Tanto no polo ativo quanto no polo passivo, somente 
é indispensável a participação do cônjuge nos casos de composse ou de ato praticado por 
ambos. “Art. 73. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu 
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.” 
 
**** A regra se aplica aos casos de União Estável, nos termos do §3º, art. 73, CPC. 
 
Da pessoa jurídica: Regulada pelo art. 75 do Código Civil. 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seusprocuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
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VII - o espólio, pelo inventariante; 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não 
havendo essa designação, por seus diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade 
jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua 
filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da 
parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o 
vício. 
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em 
que se encontre. 
§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal 
regional federal ou tribunal superior, o relator: 
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao 
recorrido. 
 
- Capacidade postulatória: diz respeito a aptidão para praticar atos processuais, em regra 
possuem capacidade postulatória: Advogados, Defensoria Pública e Ministério Público. 
Exceções: justiça do trabalho (art. 791, CLT); Juizados Especiais Cíveis valor da causa 
não superior a 20 S/M (art. 9º, Lei 9.099/95) Juizados Especiais Federais (art. 10, 
Lei 10.259/01); “Habeas Corpus” (art. 654, CPP); credor de alimentos (art. 2º, Lei 
5.478/68). 
c) PRESSUPOSTOS NEGATIVOS: os pressupostos negativos são aqueles que não podem 
estar presentes para que o processo seja considerado válido. 
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• Litispendência: Nos termos da legislação civil, a litispendência é a existência de mais 
de uma ação idêntica. São consideradas idênticas duas ou mais ações que, tramitando ao 
mesmo tempo, possuam as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. 
Havendo litispendência, será continuada a ação que foi primeiro distribuída e as demais 
serão extintas. 
 
• Coisa julgada: Considera-se esse fenômeno quando uma ou mais ações forem propostas 
contendo as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir de uma ação que 
já foi previamente julgada. Para que não haja violação da coisa julgada, a ação será extinta. 
 
• Perempção: É o fenômeno que ocorre quando, por três vezes, o processo foi extinto sem 
resolução do mérito com base no abandono da causa pelo autor, quando este não executar 
os atos que lhe forem cabidos. (art. 486, §3º, CPC) 
 
• Convenção de arbitragem: A convenção de arbitragem é um contrato celebrado pelas 
partes que estabelece que um determinado conflito não será julgado pela jurisdição estatal 
(desde que as partes sejam capazes e trate-se de direito disponível). Se for constatado pelo 
juiz estatal que existe convenção de arbitragem relativa àquele processo, ele será extinto 
sem resolução do mérito. 
 
4. Deveres e responsabilidade das partes e dos procuradores por dano processual 
 
De acordo com o art. 77, CPC, são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer 
forma participam do processo, incluídos, assim, os terceiros: I – expor os fatos em juízo 
conforme a verdade; II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes 
de que são destituídas de fundamento; III – não produzir provas e não praticar atos inúteis 
ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV – cumprir com exatidão as 
decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua 
efetivação; V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço 
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre 
que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI – não praticar inovação 
ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
 
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Ainda, conforme o art. 78 do Novo CPC, é vedado às partes, a seus procuradores, aos 
juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa 
que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Nesta 
feita, vale ressaltar que, se as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz 
advertirá o ofensor que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra 
(§ 2º do art. 78 do Novo CPC). 
 
No que tange às sanções impostas àqueles que transgredirem as regras acima 
transcritas, é cediço que aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria 
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual 
responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, 
ao qual o juiz oficiará, enquanto sobre as partes e os terceiros incidem não somente as 
sanções pela violação do princípio da probidade processual, mas também as sanções 
cominadas aos litigantes de má-fé, porquanto as condutas caracterizadoras da litigância de 
má-fé acabam por abranger o descumprimento dos deveres previstos nos arts. 77 e 78 do 
CPC. 
 
Neste sentido, reputa-se litigante de má-fé aquele que: 
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II – alterar a verdade dos fatos; 
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI – provocar incidente manifestamente infundado; 
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, 
que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da 
causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os 
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na 
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se 
coligaram para lesar a parte contrária. 
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§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em 
até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, 
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. 
 
Os litigantes de má-fé serão condenados pelo juiz ou pelo tribunal, de ofício ou a 
requerimento, a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez 
por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que 
esta sofreu e a arcar com os honorários

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