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OS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

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JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
OS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
- -2
Olá!
Nesta aula, abordaremos os seguintes tópicos: os juizados especiais e o surgimento da Lei n. 9.099/95; conexão e
continência no juizado especial cível; petição inicial no juizado especial cível; juízo de admissibilidade e de
indeferimento da petição inicial; intimação no juizado especial cível; citação no juizado especial cível; litigância
de má-fé no juizado especial cível; custas e despesas processuais no juizado especial cível. Bons estudos!
1 Os juizados especiais e o surgimento da Lei n. 9.099/95
Você deve estar se perguntando: mas como surgiu a ideia de Juizado Especial Cível? Qual é a história por trás da
sua criação? É isso mesmo! Estamos gostando da sua curiosidade, fique calmo que você vai aprender sobre isso
agora!
Na década de 70, eram grandes os movimentos para a concretização do “acesso à Justiça”, o que fez com que os
juristas buscassem atingir tal objetivo para se iniciar uma nova era no Direito. E, para começar com as inovações,
a busca era por uma nova era do Direito Processual Brasileiro com a entrada em vigor do Código de Processo
Civil de 1973.
Por ser um Código em que se buscava o “acesso à justiça” e todos os outros ideais da época para que o Poder
Judiciário realmente funcionasse e para que as partes de um processo tivessem a segurança jurídica, acabou
contendo diversos objetivos e diversas formas solenes e burocráticas.
Por conta disso, o Código se tornou uma obra prima, mas por conter tantos ideais e objetivos, como falamos
acima, muitos destes não foram alcançados e não tiveram resultados. Além disso, ocorreu algo que não foi
previsto: o número crescente e exagerado de demandas, deixando o Poder Judiciário limitado: falta de juízes,
servidores públicos e recursos materiais para dar um andamento célere e eficiente aos inúmeros processos.
Tudo isso porque não havia nenhum procedimento conciliatório – e nenhuma ideia em tê-lo – para as partes
resolverem os problemas extrajudicialmente, ou seja, sem o ajuizamento desnecessário de ações. A ideia sempre
era de que as partes tinham que lidar com os problemas dentro do Poder Judiciário e submissas a este.
No entanto, no decorrer do tempo e tendo em vista as dificuldades do Poder Judiciário em lidar com diversas
demandas, essa ideia de submissão das partes para que o Estado decidisse por elas foi se alterando, o que fez
com que os juristas tentassem encontrar uma solução para o desafogamento do Judiciário e uma alternativa mais
rápida para resolver os problemas das pessoas. Tal alternativa já era prevista nas Constituições Federais
Brasileiras desde 1934, mas nunca foi aplicada praticamente.
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Você já deve saber de qual alternativa nós estamos falando, né? Se você pensou em CONCILIAÇÃO, acertou em
cheio.
Essa ideia de utilizar a conciliação como um mecanismo para reduzir o fluxo de litígios na Justiça e para tentar
solucionar os problemas das pessoas de forma mais célere surgiu no Rio Grande do Sul com um movimento de
juristas para acabar com a tradição de só resolver os problemas pelo Poder Estatal e com o ideal de que as partes
manifestassem a vontade de resolver o litígio de outra forma.
Assim, na década de 80, foram criados os Conselhos de Conciliação e Arbitramento no Rio Grande do Sul, o
estado pioneiro da conciliação. No mesmo período, São Paulo adquiriu a ideia e foram criadas Juntas Informais
de Conciliação, o que com certeza mudou o cenário do Poder Judiciário com a diminuição de processos e com a
celebração de acordos realizados pela vontade das partes.
Com a criação desse novo modelo de órgão judicial, o Governo Federal percebeu a necessidade de regularizá-lo
legalmente. As pequenas causas eram determinadas pelo valor econômico, à época era de vinte salários-
mínimos, com a previsão de realização de audiência unicamente de conciliação conduzida por um conciliador,
além de o Juizado ser organizado por diversos princípios, como o da celeridade, oralidade e informalidade, os
quais são aplicados até hoje nos atuais Juizados Especiais Cíveis.
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Em 1988, a Constituição Federal, inseriu expressamente a inovação do Juizado de Pequenas Causas no artigo 24,
inciso X e o Juizado Especiais Cíveis e Criminais no artigo 98, inciso I. A diferença entre o primeiro e o segundo
era de que aquele era regido e determinado pelo valor econômico da causa e estes eram regulados pela matéria
da causa. Você não pode esquecer que o artigo 98 da Constituição Federal de 1988 é a base constitucional dos
Juizados Especiais, hein? Então, abra a carta magna e leia o inciso I desse artigo para você compreender melhor.
No entanto, com a elaboração de diversos projetos de Lei e, finalmente, com a revogação da Lei 7.244/1984 e a
criação da conhecida Lei 9.099/1995 que regula até os dias de hoje os Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
houve a união da competência por valor econômico e por matéria, unindo-se, portanto, os dois artigos acima
ditos da Constituição Federal de 1988.
Além dessa inovação de unir as competências, também podem ser chamadas de inovação os dispositivos
referentes à comunicação dos atos e à execução, já que com a antiga lei, os Juizados Especiais somente poderiam
processar e julgar processos de conhecimento. Foi um grande avanço, não acha?
Por ser grande influência para outros Códigos, como dito acima, os Juizados Especiais Cíveis foram
expressamente mencionados no Código de Processo Civil de 2015, conforme pode ser observado nos artigos
1.062 a 1.066 e vice-versa, pois o Código de Processo Civil deve ser aplicado subsidiariamente nos processos que
tramitam nos Juizados Especiais Cíveis, o que se pode verificar nos artigos 3º, inciso II; 48, 52 e 53 da Lei 9.099
/1995.
Conforme você pode notar, não há um artigo que diga expressamente que o Código de Processo Civil deverá ser
aplicado subsidiariamente à Lei 9.099/1995. Entretanto, é óbvio que ele deverá ser aplicado, já que a Lei 9.099
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/1995 se trata de lei especial e não há como falar em processo civil, sem aplicar as regras do Código de Processo
Civil, não é mesmo?
Além disso, com o sucesso que a criação dos Juizados Especiais Cíveis trouxe para o mundo jurídico, tanto pela
Lei 7.244/1984 quanto pela Lei 9.099/1995, principalmente por esta, os diversos ramos do Direito começaram a
aplicar o novo modelo de órgão judicial em suas áreas, como por exemplo, Juizados Especiais para a Justiça do
Trabalho (Lei 9.957/2000), Justiça Federal (Lei 10.259/2001) e Juizado Especial da Fazenda (Lei 12.153/2009).
Mas aí você nos pergunta: diante de tudo isso que foi dito, qual o conceito dos Juizados Especiais Cíveis?
Vamos adotar aqui o conceito de Felippe Borring Rocha. Ele diz que o conceito de Juizados Especiais
Cíveis é “o conjunto de órgãos judiciais, com assento constitucional e integrante do Sistema dos Juizados
Especiais, estruturado para promover a composição e o julgamento das causas cíveis de menor
complexidade e de pequeno valor, através de princípios e procedimentos específicos, previstos na Lei
9.099/1995”.
Essas causas cíveis submetidas à Lei 9.099/1995 são julgadas por órgãos do próprio Juizado Especial Cível: o
primeiro que possui o mesmo nome, Juizado Especial Cível, órgão composto por juízes, que possuem
competência para julgar os processos em primeira instância e o órgão chamado Turma Recursal ou Colégio
Recursal, que possui competência para julgar as causas em “segunda instância”.
Diz-se segunda instância com aspas, pois a Turma Recursal não se trata de um novo Tribunal com
desembargadores, como o Tribunal de Justiça, mas sim um órgão formado por juízes de primeira instância para
revisarem as causas julgadas pelos seus colegas, ou seja, é considerada uma segunda análise, por isso segunda
instância.
Assim, esse órgão colegiado é formado por três juízes de primeira instância do Juizado Especial Cível analisando
um processo que foi julgado por um outro juiz de primeira instância. Deu para entender?Agora que você conseguiu entender sobre a história dos Juizados Especiais Cíveis e sobre a sua influência no
mundo jurídico, você tem que ter em mente, sempre, que os Juizados Especiais Cíveis inovaram o modo de como
tratar o litígio, trazendo a conciliação e a solução rápida de questões para o centro do Poder Judiciário, tanto o é
que essas inovações influenciam demasiadamente a Justiça Comum para a busca de conciliação para tentar
resolver a lide. É interessante, não é?
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2 Conexão e continência no Juizado Especial Cível
Neste tópico, vamos nos dedicar ao estudo da conexão e da continência, dentro dos juizados especiais, é claro! 
São institutos muito importantes.
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A conexão e a continência são nada mais que a reunião de processos. Só para você ter uma ideia do que essas
duas palavras significam, vamos realizar uma breve explicação, pois serão mais detalhadas nos estudos de
Processo Civil.
A continência se identifica “entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais”, conforme determinado
no artigo 56 do CPC/15. Já a conexão se identifica quando duas ou mais ações tiverem em comum o
pedido ou a causa de pedir, conforme determina o artigo 55 do CPC/15.
Se por exemplo, é o caso de conexão ou continência de dois processos ajuizados e distribuídos para juízes
diferentes, o juiz que recebeu em primeiro lugar será o prevento, isto é, será o competente para julgar as duas
ações, conforme artigo 59 do CPC/15.
Agora que você já entendeu o conceito de continência e conexão, vamos aos detalhes inerentes aos Juizados
Especiais. Nestes, é possível a ocorrência desses dois fatores dentro do próprio Juizado Especial. Por exemplo:
dois processos, que são o caso de conexão ou continência, ajuizados e distribuídos uma para a 1ª Vara e a outra
para a 2ª Vara dentro do próprio Juizado, o juiz competente para julgar as duas ações será aquele onde foi
distribuída em primeiro lugar a ação.
Ou também podem ocorrer essas modalidades entre Juizado Especial e Justiça Comum, o que é o entendimento
majoritário da doutrina e jurisprudência. Por exemplo, se uma ação foi ajuizada na Justiça Comum e a outra ação
foi ajuizada no Juizado Especial, será preventa a Justiça Comum.
Agora, existe um outro entendimento de que não há como ocorrer continência ou conexão entre Justiça Comum e
Juizado Especial, mesmo que os requisitos estejam preenchidos, pois a causa do Juizado pode ser inválida na
Justiça Comum se, por exemplo, a parte ajuizar ação sem advogado. Nesse caso, essa parte teria que ter gastos
com advogado para responder na Justiça Comum por conta de prevenção? E o contrário também é válido: se a
causa da Justiça Comum for incompatível com os Juizados Especiais, será aberta uma exceção? O que esses
doutrinadores acreditam é que uma ação deve ser suspensa para que a outra possa continuar ou ser extinta. E
você, qual a sua opinião? O que acha que deveria ser realmente aplicado? Pense um pouco e reflita.
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3 Petição inicial no Juizado Especial Cível
Preparado para mais uma aula de Juizado Especial Cível? Você está gostando desta disciplina? Lembre-se que os
conceitos que você está aprendendo aqui serão fundamentais na sua vida profissional.
Vamos começar explicando o que é a petição inicial. Ela é a peça que dá início a todo um processo, ela é a
primeira peça, a primeira petição, a primeira ação do autor e com ela um número de processo é gerado, há a
distribuição do processo para uma das varas do foro competente, para um juiz competente. Enfim, pode ser
considerada a principal peça, já que cria um processo. Ela significa, nada mais nada menos, que o PEDIDO
Legal, né?INICIAL. 
Além disso, ela existe em todo e qualquer processo, seja área cível, área trabalhista, entre outras. A Lei nº9.099
/95 trata dela no artigo 14. Acompanhe conosco pela Lei, fica mais fácil de aprender e entender.
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Como disse acima, a petição inicial cria um processo. E, como não podia ser diferente, o caput do artigo 14, ou
seja, a cabeça do artigo, diz que o processo será instaurado com a apresentação do pedido oral ou escrito no
cartório. Esse pedido oral ou escrito é a E, se for realizado de forma oral pela parte, o cartórioPETIÇÃO INICIAL. 
deverá reduzi-lo a termo, mas normalmente a parte preenche as informações em um formulário fornecido pelo
próprio cartório para ficar mais fácil, conforme Óbvio que somente pode§3º do artigo 14 da Lei nº9.099/95. 
ser oral o pedido feito pela parte. Se esta tiver advogado constituído, não será permitido tal possibilidade. Ok?
A Lei dos Juizados somente diz que, na petição inicial, deverão constar: (I) nome, qualificação e endereço das
partes; (II) fatos e fundamentos; (III) objeto e seu valor. Isso quer dizer que a petição inicial, também chamada
de Exordial, deve ser algo simples, nada complexo, tanto é que a própria Lei fala que deverá ser realizada de
forma simples e linguagem acessível. Basta verificar o § 1º do artigo 14. Viu?
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Isso não quer dizer que o artigo deve ser totalmente ignorado. Para você recordar, esse artigo é319 do CPC/15 
aquele que diz o que deve . Lembrou? Assim, as petiçõesconter na petição inicial do procedimento comum
iniciais dos Juizados devem conter o que lhe for aplicável e necessário, não só do artigo 319, mas também dos
artigos todos do Abra o CPC/15 e os leia direitinho, além de anotar os principais pontos que77 e 320, CPC/15. 
encontrar. Assim seu estudo fica completo.
O que você deve sempre lembrar é que o processo do Juizado Especial deve ser algo simples, célere para que seja
totalmente eficaz, ou seja, você não precisa encher a petição inicial de julgados, de artigos etc., mas basta realizar
algo simples, inteligível e bom para que consiga defender o seu cliente.
Além disso, você também deve se lembrar que não é que , sempor ser simples deve ser feito de qualquer jeito
juntar decisões importantes, julgados, que podem ser muito favoráveis a você ou ao seu cliente, muito pelo 
contrário, é um processo tão importante quanto qualquer outro, não importando o valor da causa ou o objeto. 
Sempre se lembre disso, hein.
4 Juízo de admissibilidade e de indeferimento da petição 
inicial
Chegamos em uma parte muito interessante da matéria, você não acha? Sim, vamos falar sobre o juízo de
admissibilidade e de indeferimento da petição inicial.
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O juízo de admissibilidade significa que o juiz irá verificar se a petição inicial é admissível ou não. Se
precisa deferir ou não uma tutela de urgência requerida, por exemplo; ou se precisa verificar algo urgente do 
processo, como o erro na distribuição, entre outros acontecimentos. 
Nos Juizados Especiais, o juízo de admissibilidade não é praticado, normalmente, antes da audiência de instrução
e julgamento. Isso porque quem realiza o recebimento da petição inicial, a sua distribuição, autuação, citação,
conciliação ou arbitragem são os funcionários do cartório, como os juízes leigos, conciliadores e servidores.
O juiz togado somente participará do processo, antes da audiência de instrução e julgamento, quando tiver
entre outros, por exemplo. Entendeu?pedido de tutela de urgência, 
Assim é o que também acontece com o indeferimento da petição inicial. Normalmente, o juiz somente irá
analisar a demanda quando for para a audiência de instrução e julgamento. Se ele perceber, na própria audiência
de instrução, que o processo não possui as condições mínimas para continuar, deverá julgar o processo
conforme o estado dele, pois não se trata de indeferimento da petição, já que o réu já foi citado.
Agora, se o réu ainda não foi citado e o juiz analisar o processo para ver se há os requisitos mínimos da petição
inicial, e se os não encontrar, poderá indeferir a petição inicial, com base no artigo 330 do CPC/15.
As possibilidades de indeferimento da Exordial são: (I) quando esta for inepta; (II) a parte for manifestamente
ilegítima;(III) o autor carecer de interesse processual; (IV) não atendidas as prescrições dos artigos 106 e 321
do CPC/15.
Abra o artigo e veja com calma todas as opções. Por exemplo, a petição inicial é inepta quando faltar pedido ou
causa de pedir; pedido indeterminado, exceto a possibilidade que assim permitir; ilógica a narrativa dos fatos e
sua conclusão, e, por fim, contiver pedidos incompatíveis entre si. Captou direitinho?
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Normalmente, e verificam os requisitos paraos juízes togados realizam sim o juízo de admissibilidade 
indeferir ou deferir a petição inicial antes da audiência de instrução e julgamento para que não deixe chegar até
lá e ter que extinguir o processo ou julgá-lo de qualquer forma, o que seria totalmente incorreto e descabido, não
concorda?
E aí, gostou da aula? Aprendeu bastante coisa? Tente fazer um resumo e escrever sozinho tudo que entendeu
sobre esse tema, depois olhe com calma o seu resumo e a aula para ver se realmente conseguiu absorver as
partes essenciais e mais importantes para o seu estudo. E legal fazer esse esqueminha.
5 Intimação no Juizado Especial Cível
Olá, está disposto para iniciar a segunda parte dos ensinamentos dos Juizados Especiais? Se não tiver
concentrado ainda, coloque uma música de meditação ou uma música clássica para relaxar e manter o foco, pois
você vai aprender muita coisa hein! Vamos lá.
O artigo 19 diz que a intimação seguirá a regra de citação, além de outras modalidades idôneas de comunicação
que poderão ser utilizadas. Qual a diferença entre Vamos explicar com um exemplo práticocitação e intimação? 
para ficar mais fácil: João ajuíza ação de indenização contra Mário. Assim, o juiz manda que Mário seja citado
para ter conhecimento da ação e apresente sua defesa.
Depois de defesa e réplica apresentadas, o juiz intima o réu e o autor, ou os advogados de ambos se existirem,
para apresentarem provas e decide o processo. Como você deve ter percebido, a é o ato em que o réu citação 
 para daí em frente começar a participar da ação, apresentando defesa,tem ciência da existência do processo, 
provas etc. Ela é realizada no nome da própria pessoa.
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Já a é quando a parte, seja autor, seja réu, já possuem intimação a ciência do processo, mas precisam
. Ela é realizada ou no nome da parte ou no nome do advogado, se ele existir. Porcontinuar se manifestando 
exemplo, o réu, já com conhecimento do processo, é intimado para apresentar as provas que queira realizar. 
Conseguiu entender?
Essa é a intimação das partes. Agora, existe também a intimação dos defensores públicos. Será que é realizada da
mesma forma? Apesar de não haver previsão expressa sobre a intimação dos defensores públicos pela Lei nº9.
existe a Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública, além da Constituição Federal, que preveem a099/95, 
intimação pessoal dos defensores públicos, não importando a natureza do processo, onde foi protocolado e
distribuído, entre outros.
Além disso, a Lei ainda diz que as partes sairão cientes dos atos praticados em audiência, conforme §1º do
Por exemplo, se na audiência de instrução, todas as partes presentes, o juizartigo 19 da Lei nº 9.099/95. 
profere a sentença e dá ciência às partes dessa sentença, o prazo para interposição de recurso contra sentença, o
recurso inominado, começará no dia subsequente à data em que a decisão foi proferida e as partes não deverão
esperar a publicação da decisão. Anote isso que é muito importante saber dessa possibilidade dos Juizados.
Outra coisa que a Lei nº9.099/95 dispõe, é que as partes deverão comunicar mudança de seus endereços se
ocorrer durante o andamento do processo nos Juizados, sob pena de se considerar válida a intimação enviada
para um endereço antigo, se o juiz não for informado da mudança. Veja o §2º do artigo 19 da Lei mencionada.
Foi esse artigo que motivou o CPC/1973 e agora o artigo 274, parágrafo único do CPC/15.
E assim terminamos mais uma aula muito interessante e importante sobre o Juizado Especial Cível. Você gostou?
Lembre-se sempre dos procedimentos, atos processuais, citação e intimação, pois são com elas que um processo
caminha.
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6 Citação no Juizado Especial Cível
A citação está prevista no artigo 18 da Lei nº9.099/95. Vamos analisá-las?
O artigo 18 determina que a citação poderá ser feita pelas seguintes formas. Vamos te explicar uma por uma para
você entender da melhor forma, ok? Primeiro você precisa saber que a citação é o ato em que o réu fica
 sabendo que existe um processo contra ele e que ele pode responder (se defender), se ação de
 conhecimento ou pagar a dívida e se defender (embargos à execução, por exemplo).
Essa citação é em formato de a qual deverá conter cópia da petição inicial, para que o réu saiba direitinhocarta, 
do que se trata esse processo; data e horário que ele deve comparecer no fórum para audiência, por exemplo,
contendo, ainda, o aviso de que se não comparecer, poderá sofrer a revelia, modalidade em que o juiz poderá
reconhecer que todos os fatos alegados pelo autor são únicos e verdadeiros, o que poderá condenar o réu.
Agora que você já entendeu, vamos analisar as formas de citação permitidas nos Juizados Especiais Cíveis.
- -15
a) Por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria.
Aqui trata da citação da pessoa física, que deverá assinar ela mesma o aviso de recebimento para que a citação
possa ser considerada válida. No entanto, se a citação da pessoa física for recebida por um terceiro, deverá ser
reputada válida se não houver prejuízo para a parte, conforme diz o artigo 13, § 1º da Lei nº 9.099/95 que você
já aprendeu lá em cima. Por exemplo, o réu pessoa física foi citado, mas um terceiro que assinou o aviso de
recebimento. Mesmo assim ele compareceu à audiência de conciliação, com advogado, e não alegou
irregularidade na citação, ou seja, a citação se tornou válida. Conseguiu entender?
É a mesma coisa, por exemplo, se o réu chegar no cartório e falar: Olá, meu nome é Ciclano de Tal e eu sou réu da
ação nº XPTO, vim comparecer aqui pessoalmente, sem nenhuma citação ainda do cartório. Assim, o juiz não
mandará citar o réu, pois ele já apareceu espontaneamente. Veja o §3º do artigo 18 da lei, repita junto, Lei nº
9.099/95.
b) Tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção,
que será obrigatoriamente identificado.
O inciso II do artigo 18 da Lei que você conhece muito bem, a Lei nº 9.099/95, dispõe exatamente o que
descrevemos no item b aqui. Com a leitura desse dispositivo, fica bem claro que o dono da empresa, o
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representante legal, os diretores não precisam assinar o aviso de recebimento, basta que o recepcionista do local
onde o réu realmente se encontra assine o aviso de recebimento (AR) e informe seus dados e número de RG
/CPF, por exemplo.
c) Sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado carta precatória.
O item C aqui descrito representa o disposto no inciso III do artigo 18 da Lei nº 9.099/95. Primeiro, você sabe o
que é carta precatória? Não? Fique tranquilo, vamos te explicar agora. A carta precatória nada mais é que uma
modalidade de citação para o réu que mora em outro estado do país. Por exemplo, o autor entrou com a ação em
seu domicílio, que é em São Paulo/SP. No entanto, o réu é domiciliado em Curitiba/PR. Dessa forma, o juiz
ordenará que o réu seja citado mediante carta precatória. Ou seja, enviará uma carta/ofício para o Juízo de
Curitiba/PR para que este cite devidamente o réu. Entendeu? é simples, não é?
Agora que você já entendeu do que se trata a carta precatória, observa-se que a Lei nº 9.099/95 não proíbe a sua
utilização, mas somente diz que não há a necessidade de utilizá-la, isto é, que o oficial de justiça pode fazer essa
citação normalmente. A carta precatória só é realmente utilizada nos Juizados quando os outros meios não se
mostrarem eficazes, ou quando o juízo do outro estado não for Juizado, quando o réu se encontrarem local que
não há serviço de correspondência, por exemplo.
Agora, vamos pensar um pouquinho: será que cabe citação por edital e citação por hora certa nos Juizados
Especiais? Pensou? Pois bem, isso porque o § 2º donão cabe citação por edital nos processos dos Juizados, 
artigo 18 da Lei nº 9.099/95 veda tal citação expressamente. Leia lá para você verificar. Falando nisso, é bom
deixar a lei sempre aberta para acompanhar com a aula, ok?
Essa modalidade de citação não cabe nos Juizados, pois a Lei nº9.099/95 privilegia a presença das partes e a não
complexidade dos procedimentos e atos processuais.
Uma citação por edital pode fazer com que o processo se torne muito complexo, trabalhoso, o que vai de
encontro com a celeridade que toda ação do Juizado precisa ter. Assim, se houver a necessidade de citação por
edital, o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito, conforme artigo 51, II da Lei nº 9.099/95.
Por sua vez, a citação por hora certa é totalmente cabível nos Juizados Especiais, quando restar
comprovado que o réu está se esquivando da citação, isto é, se escondendo. No entanto, não há previsão da
Lei nº9.099/95 permitindo tal modalidade, o que abre possibilidades para críticas de doutrinadores sobre isso. 
7 Litigância de má-fé no Juizado Especial Cível
Olá, você se lembra do que é litigância de má-fé? Pois esta será nossa próxima matéria ser estudada. Então pegue
um café e nos acompanhe.
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Você já estudou que a litigância de má-fé é uma das hipóteses que obriga a parte a pagar despesas que, até então,
não eram necessárias. Você se lembra disso? Temos certeza de que você aprendeu e anotou direitinho em seu
caderno. Então, agora, nós vamos aprender mais sobre o que significa, como é aplicada, quem pede, enfim, tudo
sobre a litigância de má-fé. Mãos à obra!
A litigância de má-fé nada mais é que uma conduta dolosa da parte que age com a finalidade de
prejudicar o andamento do processo e a outra parte. Ou seja, agiu propositalmente para ocasionar a
demora de um ato processual, entre outras situações, o que caracteriza MÁ-FÉ.
A litigância de má-fé poderá ser aplicada a pedido da parte ou de ofício pelo juiz. No entanto, não basta pedir e
/ou não basta simplesmente determinar a condenação, deve haver comprovação do elemento subjetivo (dolo,
má-fé) da parte que poderá ser condenada. Ou seja, deve ser um pedido, e, consequentemente, uma decisão bem
fundamentada. Entendeu?
Anote aí no seu caderno que não há momento específico para a realização da condenação por litigância de má-fé,
esta pode ser pedida e julgada em qualquer momento, seja em primeira instância, seja em segunda instância.
Como exemplo de litigância de má-fé, veja o Enunciado 118 do FONAJE.
Na Lei 9.099/1995, o artigo 55 e seu parágrafo único tratam da litigância de má-fé. Leia esse artigo para você
acompanhar junto com a gente. Assim, a parte que for condenada por litigância de má-fé deverá arcar com
custas, despesas processuais, honorários advocatícios. Além, também poderá ser condenada a parte em
pagamento de multa e indenização por conta de sua atitude de má-fé, conforme você pode ver no Enunciado 136
do FONAJE.
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Olha agora que interessante e que você precisa saber direitinho!! É algo que não pode errar de jeito nenhum, viu?
Você já estudou sobre o benefício da justiça gratuita, esperamos que você se lembre dele. Então, pense nessa
pergunta: a parte que possui o benefício da justiça gratuita poderá ser condenada por litigância de má-fé?
A resposta é ! A parte que possui o benefício da justiça gratuita pode sim ser condenada por litigância de má-SIM
fé, ou seja, ela deverá pagar as custas, despesas, honorários e quaisquer outras estipulações de pagamento diante
de sua conduta dolosa e de má-fé. É o que você pode verificar no Enunciado 114 do FONAJE.
8 Custas e despesas processuais no Juizado Especial Cível
Agora você vai aprender sobre custas e despesas processuais do Juizado Especial Cível. Você sabia que para
ajuizar uma ação no Juizado Especial não há necessidade de pagamento de custas e despesas? Basta entrar com a
ação. Isso serve para que as pessoas realmente tenham o acesso à justiça garantido, ou seja, se a pessoa possui
uma ação de até 20 salários-mínimos, ela não terá gastos nem com o processo nem com o advogado, caso não
queira contratar um, além de também favorecer a autocomposição. Muito bom, né?
Em primeira instância, as partes vencidas também, em regra, não precisam pagar honorários de
sucumbência para a parte vencedora.
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Assim, o acesso das partes ao Juizado Especial em primeira instância, em regra, é gratuito. Agora se a parte
desejar recorrer da decisão de primeira instância, em regra, terá que pagar o preparo do recurso e todas as
despesas processuais que deixou de pagar em primeira instância.
Então, por exemplo, se a pessoa A ajuíza uma ação contra a pessoa B e o juiz profere uma decisão desfavorável à
B, se B quiser recorrer desta decisão, ou seja, tentar mudar o que foi decidido, terá que pagar o preparo do
recurso mais as despesas processuais, como taxa de mandato. Entendeu?
Aí você nos pergunta: Por que em primeira instância eles não precisam pagar nada e em segunda instância
precisam? A resposta é lógica: a finalidade é desestimular as pessoas a continuarem com o processo e estimular
mais a realização de acordos entre as partes, ou seja, somente vai recorrer aquele que ficou realmente indignado
com a decisão. Ficou claro?
Você deve ter percebido que falamos muito “em regra” ali em cima, não é? Falamos porque, como em tudo no
Direito, existem exceções à regra de pagamentos de custas, despesas judiciais e honorários de sucumbência.
Vamos analisá-las agora em forma de tabela para você aprender mais fácil.
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Muito bem, você aprendeu mais um pouco sobre o Juizado Especial Cível! Parabéns.
	Olá!
	1 Os juizados especiais e o surgimento da Lei n. 9.099/95
	2 Conexão e continência no Juizado Especial Cível
	3 Petição inicial no Juizado Especial Cível
	4 Juízo de admissibilidade e de indeferimento da petição inicial
	5 Intimação no Juizado Especial Cível
	6 Citação no Juizado Especial Cível
	7 Litigância de má-fé no Juizado Especial Cível
	8 Custas e despesas processuais no Juizado Especial Cível

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