Buscar

RESUMO PROCESSO CIVIL III (2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO PROCESSO CIVIL III 
AULA 14/2/17 
UNIDADE I – TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
INTRODUÇÃO: o processo civil possui várias fases procedimentais: 
1ª FASE POSTULATÓRIA = basicamente a petição inicial + contestação 
2ª FASE SANEADORA = julgamento conforme o estado do processo. Onde o juiz pode decidir ou dar um despacho 
saneador para a produção de provas. 
3ª FASE INSTRUTÓRIA = onde há produção de provas (AIJ) 
4ª FASE DECISÓRIA = sentença 
5ª FASE RECURSAL = interposição de recursos 
1 – RECURSO – CONCEITO: Trata-se de ato processual voltado ao combate de uma decisão contrária ao interesse de 
uma ou de ambas as partes no processo. Neste sentido, a falibilidade do ser humano é comum e, portanto, poderá o 
órgão julgador se equivocar de sua decisão. Isto posto, teve por bem o CPC elencar no art. 994 os recursos existentes 
no sistema processual civil pátrio. 
2 – NATUREZA JURÍDICA: Ação ou procedimento? Natureza jurídica é procedimental. 
A doutrina sempre se digladiou a respeito disso. Inicialmente é preciso esclarecer que uma ação possui três elementos: 
partes, causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos) e pedido. Ocorre que quando estou recorrendo de uma decisão 
inicial NÃO TEREMOS novas partes, nova causa de pedir e nem novo pedido, tudo já tem que ter sido feito durante a 
demanda. Então nós não temos ação, mas sim a mesma ação praticada por outro ato processual que é o recurso. Logo, 
na verdade o que teremos é um NOVO PROCEDIMENTO em outro grau de jurisdição. 
3 – ATOS SUJEITOS A RECURSOS 
A – SENTENÇA: o §1º art. 203, CPP traz o conceito. Ocorre que tal conceito não é muito preciso. Ex.: juiz proferiu uma 
sentença e eu recorri. Logo, a sentença não pôs fim ao processo e nem na fase cognitiva, pois em recurso vai se 
conhecer. 
Assim, sentença é o ato pelo qual se põe fim ao processo desde que não haja recursos; ou põe fim ao procedimento 
de primeiro grau desde que haja recurso. Isto é, extingue o procedimento de primeiro grau. Portanto, vai depender 
da atividade volitiva da parte. 
De uma sentença cabe, por exemplo, apelação ou embargos de declaração. 
B – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA: trata-se de uma decisão dada no correr do procedimento e que não extingue o 
processo. A decisão interlocutória eu posse recorrer, por exemplo, com um agravo de instrumento. 
C – ACÓRDÃO :são decisões coletivas dos tribunais, ou seja, todos estão de acordo. Contra um acórdão, por exemplo, 
eu posso usar um RE, RESp, RO. 
D – DESPCAHOS: são decisões ordinatórias, corriqueiras. São decisões para o correto andamento do processo. Ex.: 
publique-se; registre-se; intime-se. 
Atenção: Normalmente se coloca que despacho não cabe recurso. No entanto, pode um despacho prejudicar 
determinada parte, como por exemplo, no caso de dar vista a uma parte e não a outra. Então, na verdade esse 
despacho virou para essa parte uma decisão, ou seja, esta parte vai estar diante de uma decisão interlocutória e não 
de um mero despacho. Logo, quando o despacho prejudicar a parte ele deverá ser encarado como decisão 
interlocutória e daí caberá, por exemplo, agravo de instrumento. 
 
 
4 – PRINCÍPIOS RECURSAIS 
A – DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: na verdade não é um princípio constitucional expresso, mas sim um princípio 
implícito na CF/88. Trata-se da ideia de que o ordenamento possibilita que se interponha recursos em face de uma 
decisão judicial a fim de que em outro grua de jurisdição possa a decisão recorrida ser reavaliada. Assim como todo 
princípio o duplo grau de jurisdição sofre limites: Ex.: fazer conciliação no juizado especial eu assino abrindo mão de 
recorrer, já que toda conciliação no juizado especial é irrecorrível; na justiça do trabalho eu tenho que fazer um 
depósito recursal e dizem alguns que isso é um impedimento ao duplo grau de jurisdição. 
B – PRINCÍPIO DA UNICIDADE (UNIRRECORRIBILIDADE): parte-se da ideia de que para CADA CONTEÚDO (não é para 
cada ato decisório) de um ato decisório caberá apenas um recurso específico. 
Ex.: em uma sentença se eu quiser discutir o mérito da apelação eu uso a apelação. Agora, se eu quiser discutir, por 
exemplo, a omissão, contradição ou a obscuridade da sentença eu terei que manejar os embargos de declaração. Por 
isso é que se diz que PARA CADA CONTEÚDO de um ato decisório eu tenho um recurso específico. 
AULA 15/02/17 
C – PRIINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: existem situações, as chamadas de zonas cinzentas, onde há dúvidas de qual 
recurso manejar. 
Ex.: autor está pedindo 20 mil e réu contesta e disse que não deve nada. Na reconvenção o réu disse que o autor é 
quem deve a ele 20 mil reais. A reconvenção é autônoma da ação ainda que eu a use dentro da contestação e por isso 
possui uma vida própria. Vamos imaginar que o juiz entenda com base nos argumentos acostados pelo réu que o autor 
é carente de ação e então o juiz indefere a petição inicial do autor por faltar legitimidade. Veja, a reconvenção por ser 
autônoma vai continuar. A cerca desse indeferimento da petição, pergunta-se: extingue o processo? Não, pois a 
reconvenção continua. Assim, essa decisão seria sentença ou decisão interlocutória? Veja, se entender que for 
sentença caberia apelação, mas se achar que seria decisão interlocutória usaria agravo de instrumento. No caso em 
questão a ideia é de que quem provoca a jurisdição tem direito de ter uma decisão sobre seu pedido, o que será uma 
sentença, ainda que o processo continue. Portanto, poderemos ter uma sentença da ação e outra da reconvenção. 
Então, se extingue a petição está dando uma sentença pelo próprio motivo de solicitar em juízo a pretensão. Por outro 
lado, se a reconvenção é extinta e o processo continua, aí é caso de decisão interlocutória, pois ainda que tenha 
natureza de ação, em relação ao processo principal ela possui dependência. 
A fungibilidade é para isso. São essas zonas cinzentas em que há uma dúvida justificável de qual recurso usar. Então 
se eu encarar a extinção da petição inicial como uma decisão interlocutória ele não será indeferido por conta da 
fungibilidade. 
Portanto, este princípio se pauta na razoabilidade recursal, ou seja, quando há dúvidas razoáveis sobre a interposição 
de um recurso. A citada razoabilidade se pauta em dois argumentos: 
1 – que os prazos dos recursos sejam os mesmos (PRAZOS IGUAIS) 2 – que os argumentos acostados no recurso 
equivocado sejam possíveis de alegação no recurso correto. Tal binômio precisa ser respeitado. 
Art. 1024, §3º do CPC - traz um exemplo de fungibilidade. Única fungibilidade reconhecida normativamente, porque 
as demais se trata de um princípio. 
Ex.: proferida uma sentença, sobre ela cabe a apelação e embargos de declaração. Veja, o assunto dos embargos não 
cabe discussão deles na apelação e vice-versa. Por isso são recursos que nunca serão fungíveis. E mais, a apelação tem 
prazo de 15 dias e os embargos apenas 5 dias Não sendo assim observado o binômio citado acima. 
§ 3o “O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde 
que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo 
a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o.” 
D – REFORMATIO IN PEJUS: no processo brasileiro não é possível, em regra, eu ter minha situação piorada, majorada, 
quando eu recorro. Reformatio in pejus significa reformar para prejudicar. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1021%C2%A71
Ex.: autor pediu 10 mil reais e o réu entendeu que não deve nada. Ao final foi condenado a pagar 5 mil reais. Se só o 
réu recorrer (apelar dessa condenação) o tribunal não vai poder condená-lo a 10 mil, ou seja, ou o tribunal mantém o 
5 mil reais ou abaixa. Agora, se o autor também recorre, afinal de contas os dois ficaram insatisfeitos (vencedores e 
vencidos), aí sim poderá aumentar o valor da condenação em razão do recurso do autor. 
Assim, a reformatioin pejus parte-se da ideia de que não se pode piorar a situação do condenado pelo simples fato 
deste recorrer da decisão contrária ao seu interesse. 
No entanto, para melhorar a situação recursal no Brasil, o novo CPC trouxe uma regra que embora não altere a 
condenação principal, irá onerar quem recorrer através da condenação de honorários em grau recursal. No processo 
brasileiro a condenação só se dá até 20% da condenação em honorários advocatícios. Assim, imagine que o juiz prolate 
um sentença e dê ao advogado 10% de honorários advocatícios. Se a outra parte recorrer dessa sentença e entrar com 
apelação, o tribunal poderá dar mais 10% de honorários (porque o máximo é 20%). Então, se eu recorrer e perder por 
unanimidade no tribunal eu posso ser condenado a novos honorários advocatícios. Logicamente se eu já tiver recebido 
em grau inferior aos 20%, não poderei ser condenado a mais visto que já atingiu o máximo. 
5 – REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS: diz respeito aos requisitos necessários para que seu recurso 
seja CONHECIDO. 
Obs.: nos tribunais temos os termos jurídicos CONHECIDO e NÃO CONHECIDO. Quando se fala que o recurso foi 
conhecido quer dizer que ele está apto para ser julgado, já quando o recurso não foi conhecido quer dizer que ele está 
não apto e portanto indeferido. Veja, eu posso ter um recurso conhecido, mas julgado IMPROCEDENTE no mérito. 
Veja, ele foi conhecido porque tinha os requisitos. Agora, se ele não tem os requisitos ele nem é conhecido, ele é 
indeferido. 
INDEFERIMENTO é diferente de IMPROCEDÊNCIA = indeferimento é quando NÃO HÁ julgamento do mérito e 
improcedência é quando HÁ JULGAMENTO DO MÉRITO 
A – SUBJETIVOS: estão relacionados às partes do processo 
- LEGITIMIDADE: quem pode interpor recurso no sistema brasileiro, são eles: as partes, MP e 3º juridicamente 
interessado (ex.: fiador, sublocatário). Art. 996, CPC 
- INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO (art. 999 e 1000, CPC): um exemplo de fato impeditivo seria a renúncia, a qual 
independe da outra parte. Nós temos a chamada renúncia expressa e a tácita. A expressa é a que ocorre nos juizados 
especiais quando eu concilio com alguém e expressamente vem escrito que o ato de conciliar é irrecorrível. Já a 
renúncia tácita seria eu cumprir a sentença, ou seja, meu ato de cumprir a decisão demonstra que eu não tenho 
interesse em recorrer. Então, a renúncia tácita significa ato incompatível com o interesse em recorrer. 
B – OBJETIVOS: relativos ao procedimento 
- RECORRIBILIDADE DA DECISÃO: são recorríveis a sentença, decisão interlocutória, acórdão e despachos quando lhe 
prejudicar. 
- ADEQUAÇÃO: o recurso precisa ser adequado. Então aqui é uma junção dos princípios da unicidade e fungibilidade, 
ou seja, se não usei o recurso correto que pelo menos eu possa aplicar a fungibilidade. 
- TEMPESTIVIDADE (art. 1003, CPC): todos os recursos no Brasil têm prazo de 15 DIAS, exceto os EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO, este possui o prazo de 5 DIAS. 
Obs.: contagem de prazo – no Brasil os prazos computados em dias só serão contados os dias úteis. 
Ex.: sentença foi proferida dentro da audiência (AIJ) o “dies a quo” é o dia da sentença proferida e começa a contar 
no primeiro dia útil subsequente. 
Agora quando não é dada na audiência, essa sentença é publicada no diário eletrônico. Ex.: imagine que a sentença 
apareceu hoje no diário eletrônico (quarta feira 15/02/17). O dia que aparece é apenas a disponibilização (não conta 
e nem corre prazo), no dia útil seguinte (16/02/17) é que se dá a publicação (dies a quo - o ato existe e começa a 
correr) e no dia 17/02/17 é que começa a contagem. 
Atenção: CORRER É DIFERENTE DE CONTAR: correr é o “dies a quo” que significa existência do ato. Contar seria a 
prática do ato. 
- PREPARO (art. 1007, CPC): trata-se do pagamento das custas judiciais de qualquer recurso quando exigidas. Somente 
Embargos de declaração e Agravo interno são gratuitos. 
Ex.: entro com recurso e não pago as custas ou pago a menor. Neste caso o juiz vai me intimar no nome do meu 
advogado para que em 5 dias eu pague em dobro. Diferente do código passado que bastava complementar. 
Se eu não recolher ocorrerá a DESERÇÃO, que nada mais é do que a perda do direito de recorrer. É pacífico no STF que 
a deserção é irrecorrível. 
- FORMA E MOTIVAÇÃO: a forma é sempre escrita, ou seja, não existe recurso oral no CPC de 2015. Já a motivação é 
o interesse processual, ou seja, a justificativa do porquê está se recorrendo. 
AULA 21/02/17 
6 – JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: diz respeito a quem analisa a admissibilidade de um recurso. Temos dois juízos: 
JUÍZO A QUO: é aquele que julga a decisão que se estar a recorrer 
JUÍZO AD QUEM: é o órgão judicial responsável por analisar os requisitos recursais (juízo de admissibilidade), bem 
como julgar o mérito do recurso. 
Ex.: juiz profere uma SENTENÇA e você quer recorrer dessa sentença. Então, quem proferiu a sentença foi o JUÍZO A 
QUO. Eu quero recorrer dessa decisão, eu vou entrar com a apelação. O JUÍZO A QUO recebe a apelação, abre para as 
CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO, ou seja, a contestação do recurso e envia para o TJMG. Chegou no TJMG o recurso, 
este é o JUÍZO AD QUEM. É o TJ que vai julgar a apelação. Então esta é a regra do CPC 2015: o juízo a quo julga, você 
recorre para ele e ele manda para o juízo ad quem analisar os requisitos e julgar o recurso. Esta é a regra geral. 
No CPC 1973 havia dois juízos de admissibilidade, agora, em regra, há apenas um juízo de admissibilidade. 
OBS.: para recursos em tribunais superiores há dois juízos de admissibilidade. Ex.: quero recorrer de um acórdão do 
TJMG e vou entrar com RESp; o TJMG faz o primeiro juízo de admissibilidade e depois manda para o STJ que fará uma 
segundo juízo de admissibilidade. Trata-se de uma exceção à regra. 
*Portanto, para recursos ao STJ e ao STF, como exceção, serão realizados dois juízos de admissibilidade, ou seja, o 
primeiro no juízo a quo e o segundo no ad quem. 
7 – EFEITOS DOS RECURSOS: observados quando se impetra o recurso. 
A – DEVOLUTIVO: “TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM”, ou seja, você devolve aquilo que você quer 
discutir. Essa ideia de devolutivo diz respeito ao fato de devolver a matéria para nova análise a fim de que outro órgão 
julgue. Trata-se de efeito voltado a devolução de uma matéria para que outro órgão jurisdicional possa julgá-lo 
novamente. 
Ex.: juiz profere uma sentença e para discutir o mérito dela eu entro com a apelação. Eu entro com a apelação porque 
eu quero que aquela matéria seja novamente apreciada, então eu devolvo aquela matéria. Mas quem vai julgar será 
o juízo ad quem que ainda não teve a matéria, porém, o termo é devolução porque se devolve a matéria à jurisdição. 
B – SUSPENSIVO: é um efeito capaz de suspender a decisão que se está recorrendo. É normal quando se recorre pedir 
esse efeito ao órgão julgador, pois quem recorre não quer que a decisão prolatada com a qual ficou insatisfeito 
produza efeitos até julgar o seu recurso. Então, efeito suspensivo trata-se da possibilidade de suspensão da decisão 
recorrida até que se julgue o mérito do recurso interposto. 
Obs.: art. 1012, CPC. Quando a lei disser que um recurso tem efeito suspensivo nós chamamos de OPE LEGIS (efeito 
da lei). O ÚNICO RECURSO que a lei fala diretamente que tem efeito suspensivo é a APELAÇÃO. No entanto, todos os 
demais recursos PODEM ter efeito suspensivo. Isto ocorre quando a parte convence o juiz que se a decisão for 
imediatamente aplicada poderá causar a ele um prejuízo e dano de difícil reparação. Por isso que quando vou recorrer, 
se eu estou numa apelação, eu já peço o efeito suspensivo. O juiz, em regra, terá que dar esse efeito. Agora, quando 
eu vou recorrer com agravo de instrumento, embargos de declaração, eu terei que convencer o juiz que ele tem que 
suspender a decisão que eu estou recorrendo, pois ela me trará um prejuízo. O juiz então terá que fundamentar se 
está convencidoou não quanto aos argumentos do recorrente. 
§1º, art. 1012 – em regra a APELAÇÃO tem efeito suspensivo (OPE LEGIS), mas algumas matérias tem efeito imediato 
(inciso I a VI), ainda que você apele. 
§3º, art. 1012 (novidade 2015) – Porém, mesmo nesses casos do §1º que não têm efeito suspensivo, é possível eu 
pedir. Só não é OPE LEGIS. No código passado isso não existia. 
C – TRANSLATIVO: trata-se da possibilidade de um juízo AD QUEM conhecer de matérias de ordem pública ainda que 
o juízo A QUO não tenha se manifestado sobre qualquer delas. Ex.: condições da ação, incompetência absoluta, 
litispendência, coisa julgada etc. Passa-se para outro grau de jurisdição matérias de ordem público que o juízo a quo 
não tenha se manifestado. Ressalta-se que em matéria de ordem privada, como por exemplo competência relativa, 
isso não poderá ocorrer. 
D – EXPANSIVO: tem a sua ideia dividida em duas formas: 
- EFEITO EXPANSIVO SUBJETIVO (art. 1005, CPC): quando a decisão do recurso atinge outras partes além do recorrente 
e recorrido. Ex.: foi proferida uma sentença que condenou A, B e C. Apenas “A” apelou; Apelação foi para o TJ e aí foi 
proferido o acórdão dizendo que a dívida a qual os três foram condenado não existe; a decisão vai beneficiar B e C 
ainda que não tenham recorrido. Diferente seria se a decisão dissesse que “A” não deve, neste caso B e C não seriam 
beneficiados. 
- EFEITO EXPANSIVO OBJETIVO (art. 282, CPC): trata-se basicamente de questão procedimental ou de ato processual. 
Assim, poderá a decisão do recurso atingir outros atos processuais além daquele solicitado pelo recorrente. Ex.: na 
apelação o recorrente pede nulidade da prova pericial; a prova pericial foi usada na sentença. Logo, a sentença 
também será anulada, ou seja, expande para outro ato processual. 
E – OBSTATIVO: quando recorro eu evito a formação da coisa julgada. 
8 – EXTINÇÃO ANORMAL DE UM RECURSO – ART. 998, CPC 
Um recurso é extinto de forma anormal quando alguém desiste dele. O art. 998, CPC autoriza a parte desistir do 
recurso sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes. 
Obs.: DESISTÊNCIA é diferente de RENÚNCIA. Na desistência há o recurso, já na renúncia não há o recurso, ou seja, 
estou renunciando ao ato de recorrer. 
Atenção: existe uma situação que ainda que haja desistência, o recurso continuará a ser julgado. Será quando no STF 
eu tiver manejando um Recurso Extraordinário (RE) e esse recurso for reconhecido como de repercussão geral. 
AULA 22/02/17 
UNIDADE II – RECURSOS EM ESPÉCIE 
1 – RECURSOS CÍVEIS NO PROCESSO BRASILEIRO (ART. 994, CPC) 
- APELAÇÃO: proposta no 1º grau de jurisdição; - RECURSO ESPECIAL: 2º grau; 
- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: todos os graus; - RECURSO EXTRAORDINÁRIO: 2º e 3º graus; 
- AGRAVO DE INSTRUMENTO: 2º, 3º e 4º graus; - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA: 2º, 3º e 4º graus; 
- AGRAVO EM RE e RESP: 2º grau; - AGRAVO INTERNO: 2º, 3º e 4º graus 
- RECURSO ORDINÁRIO: 1º, 2º e 3º graus 
 
 
 
2 – ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
Quem regula os tribunais é a Lei de Organização Judiciária do Estado. Cada um tem a liberdade de organizar o seu 
tribunal 
Minas Gerais possui 18 câmaras cíveis e 8 criminais, cada câmara cível é formada por 5 desembargadores. Desses 5 
desembargadores, três serão sorteados para julgar o recurso e esses três são: RELATOR, REVISOR e VOGAL. A grande 
maioria dos recursos são três julgando, excepcionalmente serão cinco (julgamento de juiz e prefeito por exemplo). 
Algumas competências são dos chamados GRUPO DE CÂMARAS CÍVEIS ou SEÇÕES DE CÂMARAS CÍVEIS (Ex.: 1ª e 2ª 
câmara faz um grupo de câmaras por exemplo; 3ª e 4ª câmaras faz outro grupo de câmaras) que terão competência 
para julgar governadores, por exemplo. Além disso ainda temos o chamado órgão especial, o qual é composto de 15 
desembargadores que vão julgar outros assuntos específicos, como a uniformização de jurisprudência no tribunal por 
exemplo. Por fim, temos ainda o PLENO, que será composto por todos os desembargadores do tribunal com 
competência específica para julgar questões específicas como a deposição de um presidente do tribunal por exemplo. 
Ocorre que o termo “Câmara” pode mudar de acordo com o tribunal. STJ e STF por exemplo fala “Turma”, o tribunal 
do RS fala Câmara 
3 – RECURSOS DE DECISÕES EM 1º GRAU DE JURISDIÇÃO 
3.1 – APELAÇÃO (art. 1009 e seguintes) 
**CABIMENTO: cabe de sentença 
**PRAZO: 15 dias 
**INTERPOSIÇÃO: 
Ex.: imagine que um Juiz proferiu a sentença, no momento que a proferiu, se eu quero discutir o mérito eu vou manejar 
a apelação. Então, publicada a sentença começa a contar o prazo no primeiro dia útil subsequente. Daí eu tenho 15 
dias para manejar a apelação perante o juízo A QUO. Este recebe a apelação, abre para o contraditório no prazo de 15 
dias para o recorrido apresentar as contrarrazões da apelação. Apresentada as contrarrazões da apelação o juízo A 
QUO então vai enviar para o TJMG que é o juízo AD QUEM. O recurso então chega na secretaria é numerado e é 
distribuído. Vamos dizer que foi distribuído para a 2ª CÂMARA CÍVEL (5 desembargadores), desses 5, três são sorteados 
(RELATOR, REVISOR e VOGAL). O recurso chega para o RELATOR, ele faz o relatório dele (que é o resumo de tudo que 
aconteceu naquela ação) no prazo de 30 dias, devolve para a secretaria da câmara dele e aí é marcada a sessão de 
julgamento. Nessa sessão o relator lê o voto, ocorre a defesa oral das partes, voto do revisor e voto do vogal (tudo 
oral) e aí então é proferido o acórdão que pode ser dado na hora ou publicado em 30 dias. Então, na verdade quando 
se apela quem vai julgar é o tribunal. 
ATOS DO RELATOR: art. 932, incisos III, IV e V. O relator possui poderes monocráticos imensos. É ele, por exemplo, 
que faz o JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. 
A primeira coisa que o RELATOR faz é o JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE previsto no art. 932, inciso III. Faltando algum 
requisito e ele for sanável, ausência de preparo por exemplo, o relator dá o prazo de 5 dias para que seja sanado. 
Agora, se o vício não for sanável, ilegitimidade por exemplo, o recurso NÃO SERÁ CONHECIDO e portanto INDEFERIDO, 
ou seja, não é nem levado a julgamento. 
Estando todos os requisitos presentes, o relator passará a analisar se esse recurso está chocando com os PRECEDENTES 
JUDICIAIS, os quais estão previstos no art. 927, CPC (importante!!!). Se a petição estiver contrariando o art. 927, o 
relator julga IMPROCEDENTE (NEGAR PROVIMENTO) o pedido, ou seja, ele JULGA MÉRITO. 
Se não ferir os precedentes é que o relator envia o relatório para a secretaria e marca-se o julgamento. 
**EFEITO: devolutivo (todo recurso tem) porque eu devolvo a matéria + SUSPENSIVO (em a regra a apelação tem 
efeito suspensivo OPE LEGIS) 
**PREPARO: há preparo (pagamento) 
 
OBSERVAÇÕES ACERCA DA APELAÇÃO 
A – FATO NOVO: ART. 1014, CPC - são questões novas para o processo, ou seja, já existia na época do processo, mas 
eram desconhecidas. Se eu não produzi provas no 1º grau, em regra, eu não posso produzir no 2º grau. No entanto, o 
legislador abriu uma exceção que é justamente o artigo 1014, CPC. Assim, se eu provar motivo de força maior para 
não ter produzido prova antes poderei apresentá-las no recurso. 
B – TEORIA DA CAUSA MADURA: art. 1013, §3º e 
Ex.: imagine que o juiz profere uma sentença e julgue ela sem resolução de mérito (caso do art. 1013, §3º, inciso I), ou 
seja, extingue o processo por ausência de legitimidade (art. 485, inciso VI). A parte entra com apelação, o juiz abre 
para as contrarrazões e aí manda para o TJMG. O recurso é distribuído e cai na 1ª câmara cível. O relator vê que está 
tudo certo (juízo de admissibilidade), faz o relatório e encaminha para secretaria. Esta então marca a sessão de 
julgamento. Se o tribunal observar que há legitimidade, ele caça a sentença e vai avançar na matéria que o juiz sequer 
avançou, visto que a matéria está madura. 
Portanto,pela TEORIA DA CAUSA MADURA, será possível o juízo AD QUEM conhecer do mérito de pretensão solicitada 
em 1º grau ainda que o juízo A QUO não tenha se manifestado sobre ela, isso desde que esteja apta para julgamento 
do recurso. 
AULA 08/03/17 
ART. 1013, §4º - também se trata de TEORIA DA CAUSA MADURA, mas de uma forma inversa. 
Ex.: juiz sentencia dizendo que o direito solicitado pela parte PRESCREVEU. Neste caso ele JULGOU O MÉRITO (art. 
487, inciso II). A parte apelou e o TJMG caça essa sentença, ou seja, entendeu que não estava prescrito. O normal seria 
o TJ devolver a matéria para o juiz continuar julgando, mas devido a causa estar madura, o TJ avança nos fatos, avança 
no direito e vai julgar o mérito não mais em relação a prescrição porque esta foi caçada, mas em relação aos fatos e o 
direito que está sendo discutido na demanda. 
O ponto característico da teoria da causa madura é a matéria estar amadurecida em sede de juízo AD QUEM. 
C – AMPLIAÇÃO DO JULGAMENTO DE MÉRITO (TÉCNICA DO JULGAMENTO NÃO UNÂNIME – art. 942, CPC) 
Ex.: proferida foi a sentença; eu vou apresentar apelação e então o juízo A QUO abre para as contrarrazões. Depois 
vai para a secretaria do TJMG e é distribuído para a 1ª câmara cível; o relator ao fazer o seu relatório vai aplicar as 
medidas do art. 932, inciso III a V; chegando na sessão de julgamento o relator e revisor votaram iguais e o vogal votou 
diferente (2x1). 
Obs1: No código passado existia o recurso de embargos infringentes para esta situação de não unanimidade 
reformando a decisão, isto é, acatando a apelação. No entanto, hoje este recurso não existe mais. 
Obs2: Agora, quando ocorrer 2x1 (mantendo ou reformando a sentença) não é a parte que vai mais recorrer porque 
não mais existe o recurso, mas sim o tribunal que de ofício vai estabelecer atitudes para resolver esse problema. Então, 
quando ocorrer 2x1 mantendo a sentença ou contrário a manutenção dela, o tribunal primeiro vai nomear mais 2 
desembargadores para prosseguir o julgamento, ou seja, se a câmara é composta por 5 desembargadores, será 
chamado os outros dois porque 3 já votaram. 
Obs3: Ao chamar mais 2, o julgamento pode continuar na mesma sessão (o que não é comum porque nem sempre 
todos os desembargadores estarão presentes no momento) ou pode-se convocar para uma nova sessão de julgamento 
os outros dois. Portanto, o julgamento continuará na mesma sessão ou na próxima (julgamento ampliado do mérito) 
e os advogados farão novas sustentações orais. Perceba que o modelo atual força a ter um incidente, no modelo 
passado tinha a possibilidade da parte não recorrer. 
Este procedimento é usado em mais duas situações hipotéticas que são a ação rescisória e agravo de instrumento (§3º 
do art. 942). Porém, nestes dois casos, só ocorre se for em caso de rescisão e reforma da sentença, ou seja, tem que 
se aceitar o recurso. Já na apelação é aceitar ou não a apelação por 2x1. 
D – NÃO PRECLUSÃO DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS - §1º do art. 1009, CPC 
Ex.: no CPC passado o autor entra com a inicial e o réu entra com a contestação; vamos imaginar que no meio do 
processo o autor pede a juntada de um documento e o juiz indefere. Essa decisão no meio do procedimento tem 
natureza de uma decisão interlocutória. No código passado caberia o agravo de instrumento ou o agravo retido para 
esta situação, ou seja, você tinha que recorrer dessa decisão naquele momento sob pena de preclusão. 
Ocorre que no modelo do CPC 2015, conforme §1º do art. 1009, CPC, a questão é tratada diferente. Assim, hoje não 
existe mais o agravo retido e diz que se não couber agravo de instrumento a preclusão não se dará. Para verificar se 
caberá agravo de instrumento é preciso ir ao art. 1015, CPC. Portanto, se a situação não tiver no art. 1015 não caberá 
agravo de instrumento. Assim, quando indeferir uma prova testemunha, pericial, documental, pelo fato de não estar 
no art. 1015, eu não posso recorrer naquele momento. Portanto, terei que aguardar a sentença e quando for apelar, 
terei que suscitar a questão em preliminar de apelação ou para outra parte, nas contrarrazões. 
Desta forma, em regra, não haverá preclusão das pretensões solicitadas ao juízo A QUO e por este negadas durante o 
procedimento, salvo se couber delas a interposição de agravo de instrumento. A parte interessada deverá por ocasião 
da apresentação da apelação ou contrarrazões, manifestar preliminarmente da matéria indeferida pelo juízo, para que 
o juízo AD QUEM possa dela conhecer e julgá-la antes da pretensão principal do recurso. 
E – RECURSO ADESIVO (ART. 997, CPC) 
Ex.: vamos imaginar que o autor em uma ação solicitou o pagamento de 30 mil; o réu pede que não seja condenado a 
pagar nada; prolatada a sentença, esta condena o réu a 20 mil reais; neste caso houveram vencedores e vencidos e 
por isso ambos podem ter interesse em recorrer. No entanto, só o autor recorreu; quando o juiz abre para as 
contrarrazões ele abre para o réu, pois foi só o autor que recorreu. Se só o autor recorreu o réu vai contrarazoar no 
prazo de 15 dias. Aí nesses próprios 15 dias, além de apresentar as contrarrazões ele poderá apresentar a apelação 
adesiva, ou seja, ele vai poder recorrer no momento das contrarrazões. Assim, ele vai entrar com duas peças: as 
contrarrazões e a apelação que deixou de fazer. 
Apresentando a apelação adesiva, abre-se prazo de 15 para fazer as contrarrazões dessa apelação adesiva, pois tem 
que haver o contraditório. 
Se a apelação principal do “A” for indeferida, como o recurso adesivo é dependente da ação principal, o recurso 
adesivo também cai, não será conhecido. É o ônus daquele que não recorre no momento devido, ou seja, fica 
dependente do destino do recurso principal. Se o apelante desistir do seu recurso principal, o recurso adesivo também 
não será conhecido. 
Recurso adesivo, portanto, trata-se da possibilidade de ser recorrer no mesmo momento da apresentação das 
contrarrazões em situações que haja vencedores e vencidos. O recurso adesivo se sujeitará as mesmas regras do 
recurso principal, ou seja, mesmos requisitos de admissibilidade. É possível a interposição ADESIVA da APELAÇÃO, do 
RESp. e RE, outros recursos não há essa possibilidade de ser recorrer fora do momento propício para tal. No código 
passado podia dos embargos infringentes também, no atual CPC NÃO. 
O recurso adesivo ficará dependente de algumas manifestações que venham ocorrer no recurso principal, tais como: 
o seu indeferimento ou desistência, ou seja, ocorrendo o indeferimento ou desistência do recurso principal ocorrerá 
também a prejudicialidade do conhecimento do recurso adesivo. 
AULA 21/03/17 
3.2 AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1015 e seguintes) 
**CABIMENTO: vamos usar o agravo de instrumento em DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS (são aquelas decisões que 
podem até julgar mérito, mas são no correr da demanda) 
Ex.: autor entra com a petição inicial e solicita o pedido principal + pedido de tutela provisória de urgência. Imagine 
que o juiz entendeu que o autor não tem direito a essa tutela provisória. Trata-se de uma decisão interlocutória e 
sempre que for proferida um decisão no decorrer da demanda temos que ir ao art. 1015, para saber se essa decisão 
interlocutória é passível de agravo de instrumento. Não estando no art. 1015, não poderei agravar. Logo, lá na 
apelação eu vou ter que levantar a matéria que foi discutida no decorrer da demanda. É a chamada não preclusão das 
decisões interlocutórias. 
**PRAZO: 15 DIAS 
**INTERPOSIÇÃO: Aqui começa a modificar, pois normalmente entramos com recurso no juízo A QUO. No caso do 
AGRAVO DE INSTRUMENTO o recurso é interposto no juízo AD QUEM. 
Ex.: juízo A QUO proferiu a decisão interlocutória, vai abrir prazo de 15 dias para eu interpor o agravo de instrumento. 
Daí eu vou interpor o agravo de instrumento lá no TJ que é o juízo AD QUEM. 
FORMAS DE INTERPOSIÇÃO: eu posso interpor o agravo pelo chamado PROTOCOLO INTEGRADO (apresentoele na 
própria vara que está correndo o processo e esta manda para o TJ); DIRETO NO TJ; POR CORREIO, neste caso o prazo 
será o da postagem, ou seja, dentro dos 15 dias eu tenho que postar o recurso. O STJ já entende também que antes 
de começar a correr o prazo também pode postar o recurso (em Juiz de Fora o agravo só é interposto pelo correio); 
PROCESSO ELETRÔNICO. 
O agravo de instrumento será interposto no prazo de 15 dias junto ao juízo AD QUEM. Deverá o agravante após a 
interposição do agravo, dentro de 3 dias, juntar a petição do recurso junto ao juízo A QUO, a fim de que este juízo 
possa exercer a retratação da decisão interlocutória. Em PJE isso não é preciso. 
Repare, o juízo A QUO só fica sabendo que houve interposição do agravo após a juntada do petição do agravo. Desta 
forma, ele poderá exercer a retração. Se o juiz se retratar ele avisa o tribunal e o agravo perde o seu objeto. 
PETIÇÃO DO AGRAVO: deve conter os requisitos do art. 1016, CPC 
FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO (art. 1017, CPC): o nome instrumento significa os documento que devem estar juntos 
com a petição. Então, além de fazer a petição é preciso juntar os documentos com observância do art. 1017. 
ATITUDES DO RELATOR (art. 1019, CPC): art. 932, III e IV; efeito ativo; contrarrazões, intimação do MP e por fim envia 
para a sessão de julgamento. 
Ex.: imagine que o agravo foi distribuído na 1ª câmara cível, onde terá o relator, revisor e o vogal; o relator vai receber 
a peça do agravo e vai partir para as atitudes que deve tomar: medidas do art. 932, inciso III e IV, ou seja, primeiro faz 
o juízo de admissibilidade e depois verifica se os argumentos do agravo ferem os precedentes previstos no art. 927. 
Portanto, o relator ao receber o agravo, caso faltar qualquer documentação, deverá dar o prazo de 5 dias para que a 
parte saneie a questão (art. 932 parágrafo único). Após tal providência fará o juízo de admissibilidade e estando tudo 
certo passará para a análise da existência de qualquer precedente sobre a matéria objeto do agravo. Uma vez 
inexistente precedentes sobre a questão, o relator passará a analisar o objeto material do recurso, podendo conceder 
efeito suspensivo ou mesmo o pedido de tutela no agravo. Caso o juiz conceda o efeito suspensivo ou conceda tutela 
no agravo, ocorre o EFEITO ATIVO. 
Após (depois do juízo de admissibilidade, de verificar que não fere os precedentes, de verifica se dará efeito suspensivo 
ou concede tutela) será aberto prazo para as contrarrazões no prazo de 15 dias e posteriormente intimado o MP para 
se manifestar nos autos. Por fim, marcada será a sessão de julgamento. 
IMPORTANTE: somente haverá sustentação oral dos advogados (sempre 15 minutos) em agravo, quando este tratar 
de um agravo decorrente de indeferimento de tutela provisória. Nos demais casos do art. 1015, não é possível fazer 
sustentação oral no agravo. 
OBS1: em processos eletrônicos não há obrigatoriedade de juntada da petição no prazo de 3 dias ao juízo A QUO; 
OBS2: nos processos eletrônicos não há necessidade de formação do instrumento porque os documentos estão todos 
no processo. 
WEB AULA 2 – Respostas 
Caso concreto: a - o recurso deve ser embargos de declaração; b – não, pois reconsideração não é recurso. 
Questão 3: Letra A; 
WEB AULA 3 – Respostas – Questão 3: Letra D 
AULA 22/03/17 
3.3 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (arts. 1022 e seguintes) 
**CABIMENTO: cabe de QUALQUER DECISÃO (sentença, decisão interlocutória, acórdão). 
Para que eu possa interpor é preciso que haja obscuridade, contradição, omissão ou erro material na decisão (ex.: 
errou sobrenome da pessoa). O erro material pode ser corrigido de ofício pelo juiz. 
No novo CPC o legislador procurou ampliar o conceito de omissão (NOVIDADE). De modo que o parágrafo único do 
art. 1022 considera omissa a decisão que deixe de se manifestar sobre os precedentes e a sentença sem 
fundamentação. 
**PRAZO: único recurso que tem prazo diferenciado - 5 (CINCO) dias 
**INTERPOSIÇÃO: Ex.: imagine uma sentença proferida pelo juízo A QUO; a parte maneja os embargos que é 
direcionado para o próprio JUÍZO A QUO no prazo de 5 dias; frise-se que embargos não tem como característica a 
discussão de mérito. Assim, como ele não rediscute matéria, não há necessidade, em regra, de se abrir contraditório 
conforme dispõe o próprio art. 1023, §2º do CPC. No entanto, a parte final do mesmo dispositivo estabelece que caso 
o juiz verifique que o eventual acolhimento do embargo implique na modificação da decisão embargada, deverá abrir 
para o contraditório para manifestação no prazo de 5 dias. 
O prazo para o julgamento dos embargos também é de 5 dias; 
Quando uma sentença é proferida, abre-se dois prazos: 5 dias para embargos e 15 dias para apelação. 
Ex.: imagine que o advogado apele no terceiro dia do prazo. Ocorre que ele esqueceu que a outra parte tem prazo 
para embargar; vamos dizer que essa outra parte embargue no quinto dia. Repare que a parte apela da sentença “X” 
que pode ser modificada pelo embargo “Y”. Logo, não se deve apelar antes do quinto dia, já que é possível embargos 
pela outra parte. Imagine por exemplo que o embargante está querendo discutir uma omissão material na sentença 
(juiz deixou de se manifestar sobre os danos materiais). Repare que a outra parte quando apelou só apelou dos morais. 
EFEITOS INFRINGENTES (art. 1024, §4º): se a decisão dos embargos modificar o conteúdo da sentença, à parte que já 
tiver apelado será concedido um prazo de 15 dias para complementar aquilo que a sentença modificou. A parte vai 
aditar a apelação. Por outro lado, se ele tiver apelado antes e a decisão dos embargos em nada alterar a apelação 
continua do mesma forma conforme dispõe o §5º do art. 1024. 
Os embargos possuem EFEITO DEVOLUTIVO, podendo eventualmente possuir efeito suspensivo caso o magistrado se 
convença de uma possível prejudicialidade ao embargante. Por outro lado, a interposição dos embargos interrompe 
o prazo para a apresentação de qualquer outro recurso até que seja proferida decisão sobre o mesmo. 
**PREPARO: é um recurso gratuito, ou seja, não há preparo. 
OBS: EMBARGOS PROTELATÓRIOS (ART. 1026, §2º) 
- condenação de 2% sob o valor da causa; 
- art. 1026, §3º: multa de 10% em caso de reiteração dos embargos; 
- art. 1026, §4º: limita em até 2 embargos protelatórios, ou seja, se os dois embargos anteriores forem considerados 
protelatórios, não será admitido novo embargo de declaração. 
AULA 28/3/17 
4 – RECURSOS DE DECISÕES EM GRAUS SUPERIORES: cabem estritamente a partir do 2º grau de jurisdição. 
4.1 AGRAVO INTERNO (ART. 1021, CPC): também chamado de AGRAVO REGIMENTAL. Até o CPC 1973 esse agravo 
era regulado pelos regimentos internos dos tribunais. Logo, trata-se de um recurso novo no CPC, embora não seja 
novo no ordenamento. 
Ex.: de uma sentença a parte insatisfeita apela; abre para as contrarrazões; recurso sobre para o tribunal; na secretaria 
é numerado e é distribuído para a 4ª câmara cível (formada por 5 desembargadores, sendo sorteado 3), o relator, 
revisor e o vogal; quando o relator recebe ele tem as atitudes do art. 932, inciso III e IV para tomar, ou seja, faz o juízo 
de admissibilidade e analisa repercussão sobre os precedentes, isto é, se o recurso está chocando com precedentes; 
passado essa etapa aí é que vai para o julgamento do colegiado. Porém, note que se o relator nega o recurso pautado 
em ausência de juízo de admissibilidade ele não está julgando o mérito, pois ele viu um defeito e então fala-se em 
INDEFERIMENTO. Já quando ele analisa se choca com precedentes e verifica que está chocando, ele faz julgamento de 
mérito. Logo, fala-se em IMPROCEDÊNCIA (julgamento de mérito). 
**CABIMENTO: sempre que o relator decidir monocraticamente caberá agravo interno. Assim, no exemplo acima, nos 
dois casos, indeferimento ou improcedência, cabe agravo interno. 
**PRAZO: 15 DIAS 
**INTERPOSIÇÃO: ainda com base no exemplo acima, se o relatorda 4ª câmara cível foi quem deu a decisão 
monocrática, o agravo interno, no prazo de 15 dias, vai ser interposto diretamente na 4ª câmara cível. Veja, o agravo 
interno vai ser julgado pelo colegiado para combater a decisão que negou a apelação e não só pelo relator. Portanto, 
meu objetivo ao entrar com o agravo interno é DESTRANCAR O RECURSO QUE FOI INADMITIDO 
MONOCRATICAMENTE, ISTO É, JULGADO INADMISSÍVEL OU IMPROCEDENTE, PELO RELATOR. Se julgar procedente o 
agravo interno a apelação será destrancada e julgada pelo colegiado. 
Obs.: os mesmos desembargadores sorteados para apelação serão os que julgarão o agravo, ou seja, não há novo 
sorteio. Frise-se que embora o relator tenha negado a apelação, agora ele passa a analisar um outro recurso que é o 
agravo interno (fundamentos diferentes). 
OBSERVAÇÕES: 
A – VEDAÇÃO À REPRODUÇÃO DE FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA (art. 1021, §3º) 
O relator não poderá reproduzir a decisão que ele teve inadmitindo a apelação para o voto dele em sede do agravo 
interno. Ele não pode reproduzir os fundamentos da apelação porque o recurso é outro, sob pena da decisão ser 
considerada nula, ou seja, sem fundamentação. 
B – DECLARAÇÃO DE INADMISSÍVEL OU IMPROCEDENTE POR UNANIMIDADE (art. 1021, §4º) 
No julgamento do agravo interno, se este for considerado inadmissível (juízo de admissibilidade) ou improcedente 
(choca com precedentes) por UNANIMIDADE a parte será condenada de 1% a 5% do valor da causa como multa. Além 
disso, o pagamento desta multa é uma condição para poder continuar a recorrer conforme estabelece o §5º do art. 
1021, CPC. Ex.: vai querer embargar a decisão por achar que está obscuro, só que para isso terá que pagar antes a 
multa. 
**EFEITO: devolutivo, podendo ser suspensivo desde que convença o órgão julgador que causará prejuízos ao 
recorrente caso a decisão seja aplicada imediatamente. Lembre-se que o único que é suspensivo OPE LEGIS é a 
apelação. 
**PREPARO: assim como nos embargos de declaração, aqui NÃO há preparo. 
AULA 29/03/17 
4.2 RECURSO ORDINÁRIO – RO (art. 1027 e seguintes) 
Inicialmente é preciso perceber que com o RO nós já chegaremos as cortes superiores, STJ ou STF, não mais estadual 
como vimos até agora. São situações, em regra, de denegação de remédios constitucionais. 
**CABIMENTO: o código estabelece o cabimento do RO no STJ e STF 
- CABIMENTO NO STF (art. 1027, inciso I): decisão de tribunais superiores em única instância denegando M.S, M.I, e 
Habeas Data. 
Única instância significa que o recurso (Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e o Habeas Data) tem que ter 
sido direcionado diretamente para um tribunal superior (STJ, TSE, TST e STM). 
**PRAZO: 15 dias 
**INTERPOSIÇÃO: 
Ex.: entrei direto com M.S no STJ e esse mandado de segurança foi denegado (negado seja no mérito seja 
formalmente), caberá RO. Aí eu terei 15 dias a partir da intimação da decisão que denegou meu Mandado de 
Segurança para ingressar com o RO junto a turma do STJ que negou o meu M.S. O RO então é recebido pelo STJ, abre 
para as contrarrazões (15 dias também) e depois envia para o STF para que este (juízo AD QUEM) faça o juízo de 
admissibilidade (o RO também tem apenas um juízo de admissibilidade). Chegando no STF é o mesmo sistema. O STF 
tem duas turmas (a primeira turma mexe com questões públicas e a segunda turma mexe com questões privadas). 
Art. 105, inciso I, alínea “b” da CF: traz um exemplo de caso que se deve entrar com M.S e Habeas Data direto no STJ. 
Ex.: tenho um documento preso no MEC em Brasília (autoridade coatora é o Ministro da Educação). Sempre que tiver 
que entrar com M.S contra um Ministro de Estado, comandante do Exército, Marinha, Aeronáutica ou contra o próprio 
Ministro do STJ, o mandado de segurança é neste. 
Perceba que o OBJETIVO do RO é DESTRANCAR A AÇÃO QUE FOI DENEGADA (seja MS, MI ou HD). 
Chegando na turma, da mesma fora, o relator vai receber o RO e analisar sob a luz do art. 932, inciso III e IV (juízo de 
admissibilidade e verificar se há conflito com precedentes). Se o Ministro (relator) negar o recebimento do RO por 
ausência de requisito de admissibilidade caberá AGRAVO INTERNO (ato monocrático do relator). Não havendo 
nenhum problema com o RO, vai para sessão de julgamento, onde haverá o voto do relator, revisor e o vogal. Daqui é 
proferido um acórdão. Se o STF aceitar o RO e o MS não foi julgado o mérito ainda, o STJ é obrigado a julgar o mérito 
do mandado de segurança. Agora, se o STJ tiver negado o mérito e o RO for provido (aceito) o STF julga o RO e já julga 
o MS, pois já foi julgado o mérito pelo STJ. 
**EFEITO: devolutivo podendo ser suspensivo. 
**PREPARO: há preparo. 
- CABIMENTO NO STJ: art. 1027, inciso II, alínea “a” e “b” 
1ª situação (alínea “a”): decisão de TRF´s ou TJ´s em ÚNICA INSTÂNCIA denegando MANDADO DE SEGURANÇA 
(somente) 
Ex.: tive que entrar originariamente com MS junto ao TJMG (os casos que entram direito no TJMG está na Constituição 
Estadual). Ex.: documento preso na secretaria de educação em BH eu entro com MS em face do Secretário de Educação 
e isso é feito no TJMG). Então quando o MS é denegado vai caber RO em 15 dias; TJMG abre para as contrarrazões 
(também 15 dias) e aí é enviado para o STJ. O STJ tem basicamente 6 turmas, as quais são divididas em três públicas e 
três privadas); o RO é distribuído para uma das turmas; no exemplo imagine que foi distribuído para a 2ª turma (que 
de igual forma tem relator, revisor e vogal); o relator vai receber o RO e vai aplicar o art. 932, inciso III e IV. Estando 
tudo certo vai para a sessão de julgamento de onde é proferido o acórdão. Frise-se que aqui é só denegação de 
mandado de segurança no TRF ou TJ (não entra HD e MI). 
2ª situação (alínea “b”): Decisão em processo quando forem partes ESTADO ESTRANGEIRO ou ORGANISMO 
INTERNACIONAL de um lado, e do outro, MUNICÍPIO ou PESSOA RESIDENTE NO PAÍS (sempre competência da Justiça 
Federal). 
Trata-se de uma situação que foge à regra de denegação de remédio constitucional. Perceba que não diz nada sobre 
única instância, denegação de remédio constitucional... Trata-se de uma decisão de primeiro grau. 
Ex.: imagine teve uma festa na Casa de Itália em JF e ali um cidadão queimou a bandeira italiana. O Estado italiano 
então processa esse cidadão perante a JUSTIÇA FEDERAL. É proferida uma sentença e como quero discutir o normal 
seria abrir o prazo para a apelação. No entanto, neste caso, o RO substitui a apelação, abrindo-se prazo de 15 dias, 
portanto, para o RO; depois para contrarrazões do RO e aí vai para o STJ. Aí o RO nesse caso vai com as razões da 
sentença, ele não vai para destrancar nada, mas sim combatendo a sentença. Portanto, o STJ vai julgar o RO para 
substituir ou não a sentença. Desta forma, tudo que se aplica à apelação vai ser aplicado aqui (causa madura, questões 
novas...), EXCETO RECURSO ADESIVO, visto que este só cabe de apelação, de RE e RESp. Neste caso, portanto, o 
OBJETIVO do RO é cassar a sentença, o mesmo que a apelação faz. 
 
AULA 04/04/17 
4.3 RECURSO ESPECIAL – art. 105, III, CF; arts. 1029 e seguintes do CPC (situações hipotéticas onde cabe RESp.) Tais 
dispositivos traz as situações hipotéticas onde cabem o RESp. 
De início é preciso esclarecer que a ideia é subjetiva da cabeça do advogado, ou seja, ele que acha que determinada 
situação choca com lei federal, tratado.... Um ponto que dever ser observado é que o RESp. trata basicamente de 
proteger LEI FEDERAL, pois o STJ é o guardião de lei federal. 
**CABIMENTO: das decisões dos TJ´s ou TRF´s quando: 
A – CONTRARIAR TRATADO OU LEI FEDERAL OU NEGAR-LHE VIGÊNCIA: 
Ex.: litígio que envolveu Conselho Regional dos Corretores de Imóveis em face do Conselho Regional de Engenharia. 
Órgão de classe dos engenheiros entendia que somente eles teriam competência para delimitar a área de um terreno 
para posterior colocação de valor no mercado. Então moveu uma ação em face do conselho de corretores afim de 
impedir que eles delimitassem áreas para posterior revenda. Juiz proferiu uma sentença a favor do CREA; corretores 
recorreram, entraram com a apelação, abriu para contrarrazões e foi para o TJSC. Este em seu acórdão negou a 
apelação, ou seja, manteve sua sentença. O advogado dos corretores entendeu que no momento da decisão o juiz 
infringiu a lei federal (art. 3º da lei 6530). Razão pela qual manejaram um RESp. 
B – JULGAR VÁLIDO ATO DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO EM FACE DE LEI FEDERAL: 
Deve ficar claro que ato de governo local significa dizer o ato do prefeito ou governador (qualquer ato normativo, um 
decreto ou lei de iniciativa do prefeito ou governador por exemplo). Então, na hipótese em questão, um ato praticado 
pelo governador ou prefeito está em confronto com uma lei federal. 
Ex.: o prefeito do RJ baixou um decreto regulando bicicletas motorizadas dizendo que as bicicletas que tiverem até 
20KMh são equiparadas as bicicletas comuns e a partir de 16 anos poderá conduzi-las. Ocorre que o CTB (lei federal) 
já regula isso e diz que bicicletas motorizadas se comparam a ciclomotores e só podem ser conduzidas a partir de 18 
anos. Isto é, o decreto municipal está infringindo uma lei federal 
C – DER UM TRIBUNAL INTERPRETAÇÃO À LEI FEDERAL DIVERGENTE DA QUE LHE TENHA ATRIBUÍDO OUTRO 
TRIBUNAL. 
Ocorrendo isso junta-se os dois acórdãos e entra com o RESPs. 
**PRAZO: 15 DIAS 
**INTERPOSIÇÃO: Ex.: ainda nessa situação hipotética do CREA x Corretores. Foi proferida uma sentença e o Conselho 
de corretagem apela; há contrarrazões e aí o processo segue para o TJSC; o TJ profere o acórdão (2ª câmara cível que 
julgou) e vamos dizer que os corretores entenderam que contrariou lei federal. Logo, cabe RESp. Veja que o RESp. não 
vai para a 2ª câmara cível, o RESp. é interposto para a secretaria do tribunal. A secretaria é que vai receber e enviar 
para o PRESIDENTE OU VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL (não vai para o relator). O PRESIDENTE OU VICE-PRESIDENTE 
DO TRIBUNAL (repare que no RO eles não atuam) recebendo o RESp. vai aplicar o ART. 1030, CPC. Em análise ao 1030, 
perceba que para a secretaria enviar o RESp. para o PRESIDENTE ou VICE-PRESIDENTE, ela tem que ter aberto para as 
contrarrazões (prazo de 15 dias). 
ATITUDES DO PRESIDENTE ou VICE-PRESIDENTE: são as previstas nos incisos do art. 1030. 
- se o acórdão recorrido estiver em conflito com precedentes, o presidente ou vice-presidente vai retornar os autos 
para a turma para ela se retratar e conformar o acórdão com o precedente (art. 1030, inciso II). Havendo retratação o 
RESPs. perde o seu objeto. 
- inciso V do art. 1030 – repare que esse recurso passa a ter um DUPLO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE assim como o RE, 
ou seja, o PRIMEIRO será feito pelo presidente ou vice-presidente e se tiver positivo vai enviar para o STJ. 
Ex.: continuando o exemplo acima.... chegando no STJ ele vai ser distribuído para uma das turmas (STJ tem 6 turmas) 
e imagine que caiu para a quarta turma. A 4ª turma tem o relator, revisor e o vogal. Relator faz o SEGUNDO JUÍZO DE 
ADMISSIBILIDADE (art. 932, inciso III e IV) e se tiver positivo envia para a sessão de julgamento. Então note, o RESp. 
vai para o juízo A QUO, que pratica os atos do art. 1030 e estando tudo certo é enviado o RESp para o STJ (juízo AD 
QUEM). 
**EFEITO: devolutivo podendo ser suspensivo. Novidade porque no código passado não tinha essa possibilidade de 
ser suspensivo. 
**PREPARO: há preparo 
**OBSERVAÇÕES IMPORTANTES** 
OBS1 - DO PREQUESTIONAMENTO (IMPORTANTE!!!) 
Trata-se o prequestionamento de técnica criada pelos tribunais superiores e que corresponde a um REQUISITO DE 
ADMISSIBILIDADE OBJETIVO. Assim, no primeiro momento em que uma lei federal ou norma constitucional for 
agredida por uma decisão judicial, deverá a parte se manifestar formalmente contra o ato a fim de que possa criar 
condições de recebimento de seu RECURSO ESPECIAL ou EXTRAORDINÁRIO junto ao STF ou ao STJ. 
Nas preliminares da apelação deverá ser colocado o item “DO PREQUESTIONAMENTO”, pois se o STJ verificar que o 
seu RESp. não teve o prequestionamento no momento que teve a agressão a lei federal ou norma constitucional (RE 
também exige prequestionamento) o RESp. não terá sucesso, pois se trata de requisito objetivo. 
O STJ e STF em decisões esparsadas admitem o prequestionamento implícito (embora não tenha o tópico, ao ler a 
petição verifica que combateu), mas o ideal é fazer a preliminar. 
Ex.: vamos imaginar que eu pedi tudo na petição inicial e o juiz se omite na sentença dele e não fala claramente sobre 
a lei federal. Lembre-se que a omissão é suscetível aos embargos de declaração; com os embargos você força o juiz 
colocar na sentença aquilo que está faltando e quando o embargo for julgado abre prazo para apelação e você faz o 
prequestionamento. A questão é: e se o juiz negar os embargos de declaração dizendo que é protelatórios? Como vou 
fazer para apelar se na sentença não fala nada? Art. 1025, CPC 
**Então se eu embargar, ainda que o magistrado negue os meus embargos, o art. 1025 estabelece que a matéria está 
prequestionada. No entanto, ao chegar no STJ este verá se eu embarguei com razão ou não. Logo, se o STJ entender 
que não há erro, não há contradição, não há obscuridade... EU NÃO PREQUESTIONEI. 
Portanto, poderá a parte embargar uma decisão judicial para fins de se beneficiar do prequestionamento. Neste caso, 
uma vez interpostos os embargos de declaração, a princípio, considera-se a matéria prequestionada. Salvo se no 
momento do 2º juízo de admissibilidade o relator no STJ ou STF entender que os embargos apresentados não possuem 
fundamento. Daí será o RESp. ou o RE indeferido por ausência de requisito de admissibilidade objetivo (ausência de 
prequestionamento) 
AULA 05/04/17 
Exemplo: quando o TJMG profere um acórdão e desse acórdão ser possível manejar um RESp., é possível também esse 
mesmo acórdão ferir, além da lei federal (caso de RESp.) ferir também a Constituição. No exemplo do decreto do RJ 
(caso da bicicleta), além de ferir o CTB também feriu a CF/88 em seu art. 22, inciso XI onde diz que a União é 
competente para legislar trânsito. Portanto, neste mesmo acórdão eu poderia manejar RE e RESp., uma petição para 
cada, e ambas vão para o STJ. Este vai receber os dois, julgar primeiro o RESp. e depois manda o resultado do RESp. 
e o RE para o STF a fim de que este julgue o RE. 
OBS2: RE e RESp. EM UM MESMO ACÓRDÃO: neste caso, ambos os recursos serão interpostos perante o STJ. Uma vez 
julgado o RESp. o STJ enviará para o STF o RE juntamente com o RESp. a fim de que o STF possa julgar o RE já 
observando a decisão contida no RESp. Caso o STF entenda que a matéria contida no RE não possua índole 
constitucional, poderá aplicar a fungibilidade e devolver para o STJ a fim de que este julgue o recurso (RE que na 
verdade era um RESp.). O que é chamado de constitucionalidade reflexa. Neste caso o STJ não pode negar julgar. 
4 . 4 RECURSO EXTRAORDINÁRIO – RE (ART. 102, INCISO III DA CF/88; ART. 1029 e seguintes) 
Trata-se de um recurso muito utilizado, visto que sua característica principal é a agressão ao texto constitucional. 
Regulado pelo art. 1029, CPC assim como o RESp. 
**CABIMENTO (art. 102, inciso III): quando a decisão recorrida em causas de única ou última instância (algo que o 
RESp. não tem): 
Atenção: esse “única” instância são casos de juizados especiais, seja estaduais ou federais, quando o juiz profere uma 
sentença e essa sentença agride a constituição, eu já posse entrar com RE no juízo que proferiu essa sentença. Ele 
recebe, faz o juízo de admissibilidade, envia para a turma recursal que vai simplesmente mandar para o STF, onde terá 
o segundo juízo de admissibilidade. Este é o único caso de ÚNICA instância, nos demais casos será sempre última 
instância. 
A – CONTRARIAR DISPOSITIVO DA CF/88: Ex.: moro no condomínio e porteiro fica abrindo as correspondências; entro 
com açãoem face do condomínio; juiz nega e vou para o segundo grau o juiz nega; vou entrar com RE o supremo 
porque entendo que fere a constituição (direito a intimidade) 
Ex.: a família do Roberto Carlos propõe ação em face do biógrafo por entender que biografia não autorizada está 
violando a Constituição; família entra em primeiro grau pedindo danos morais; juiz profere a sentença acatando o 
pedido; o biógrafo apela para o TJRJ; TJ profere um acórdão mantendo a decisão; o biógrafo maneja RE para o STF 
dizendo que está atingindo na verdade a liberdade de expressão. 
B – DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO OU LEI FEDERAL. 
C – TJ JULGAR VÁLIDA LEI OU ATO DE GOVERNO LOCAL EM FACE DA CF/88 
Lei local seria câmara dos vereadores e assembleia legislativa do Estados. Já ato de governo local seria decretos ou 
atos normativos do prefeito ou do governador. Ex.: há pouco tempo o Município de Aparecida de Goiânia editou uma 
lei regulando a usucapião especial, o que já é regulado pela Constituição. 
D – JULGAR VÁLIDA LEI LOCAL CONSTESTADA EM FACE DE LEI FEDERAL 
Atenção: repare que neste caso não é a Constituição que está sendo agredida, mas sim uma lei federal (o que nos leva 
ao erro de entender que seria RESp.) No entanto, repare que seria RESp. se fosse ato de governo local (ato do prefeito), 
mas aqui é lei local (Art. 102, inciso III “d” é diferente do art. 105, III, “b”). 
Portanto, quando uma LEI LOCAL fere uma lei federal: RE; quando ATO DE GOVERNO LOCAL fere lei federal: RESp. 
Ex.: em SP a câmara dos vereadores resolveu legislar sobre norma de cartório e isso infringe lei federal; neste caso 
então, a câmara dos vereadores está legislando contra lei federal e por isso RE. Se fosse o prefeito, seria RESp. 
**EFEITOS: devolutivo podendo ser suspensivo. 
**PREPARO: há preparo. 
**PRAZO: 15 dias. 
**INTERPOSIÇÃO: ex.: há uma sentença; parte entra com apelação; abre para as contrarrazões; envia para o TJ e este 
profere acórdão e você entende que este acórdão do TJ está infringido uma das hipóteses do art. 102, Inciso III da 
CF/88, então entra com RE que perante a secretaria (igual RESp); secretaria abre para as contrarrazões (15 dias) e 
envia para o Presidente ou Vice-Presidente do tribunal; este analisará pautado no art. 1030 (vai ver se está chocando 
com precedentes e vai dar o juízo de retratação se for o caso; 1º juízo de admissibilidade) e estando positivo envia 
para o STF. No STF tem duas turmas. Vamos dizer que foi para a primeira turma, onde também tem relator, revisor e 
vogal. Aí o relator fará o 2º juízo de admissibilidade + análise da REPERCUSSÃO GERAL. 
AULA 11/04/17 
OBSERVAÇÃO: 
REPERCUSSÃO GERAL (art. 102, §3º da CF/88): nós vimos que no caso do RESp., além dos requisitos de admissibilidade 
comuns aos outros recursos, nó teremos um outro requisito de admissibilidade objetivo que é o prequestionamento, 
o qual também temos no RE. No entanto, além do prequestionamento, vamos no RE mais um requisito de 
admissibilidade objetivo, que é a REPERCUSSÃO GERAL, ou seja, no RE teremos requisitos de admissibilidade comuns 
aos outros recursos + prequestionamento + repercussão geral. 
De acordo com o texto constitucional, quando tiver que impetrar o RE a parte deverá demonstrar a repercussão geral 
a fim de que esse recurso possa ser recebido, ou seja, se não tiver RG o RE não terá sucesso. 
- O STF nem analisa o mérito do RE se não constar nele Repercussão Geral. 
- O §1º do art. 1035 traz um conceito de repercussão geral. A matéria tem que ser relevante em seu conteúdo social, 
político, jurídico ou econômico e que ultrapasse os interesses das partes no processo. Tal conceito cria o binômio da 
RELEVÂNCIA (conteúdo)+ TRANSCENDÊNCIA (interessar mais pessoas). Perceba que o legislador quer na verdade criar 
um filtro recursal. 
Ex.: autor foi impedido de se inscrever no concurso da PMMG por estar respondendo um processo; entrou com MS e 
foi acolhido; a PGE apelou e TJMG profere acórdão acatando a apelação; advogado entende que o acórdão feriu a 
CF/88 (presunção de inocência); advogado entra com RE e nas preliminares vai ter que fazer o prequestionamento e 
logo após repercussão geral (STF só aceita se for expresso) 
Obs.: existe a PEC 209 que já foi aprovada na câmara que traz a repercussão geral também para o RESp. (não temos 
ainda) 
Atenção: o §3º do art. 1035 equipara alguns assuntos à repercussão geral, ou seja, nestes casos não precisa ter nem 
relevância e nem transcendência, basta estar discutindo os assuntos dispostos neste dispositivo: inciso I e III do §3º 
do art. 1035. 
Portanto, se o acórdão infringiu precedente (art. 927, CPC) implicitamente o RE já tem repercussão geral, não precisa 
nem demonstrar relevância e transcendência, embora precise fazer a preliminar. Então, regra geral a repercussão 
geral é relevância e transcendência e as exceções estão no §3º. 
Ex.: imagine que eu estou no TJ e este profere um acórdão e eu entendo que feriu a CF; vou entrar com RE no prazo 
de 15 dias; esse RE vai ser direcionado para a secretaria e esta abre para as contrarrazões e envia para o presidente 
ou vice-presidente do tribunal A QUO; ele vai analisa-lo pautado no art. 1030, CPC (verificar se o supremo já 
reconheceu o assunto como de repercussão geral. 
Embora o CPC 2015 tenha trazido o princípio da primazia do mérito, na repercussão geral isso não é possível, pois se 
o STF declarar que não há repercussão geral, não será possível sanar. 
Ex.: vamos imaginar que eu entrei com RE e não tinha sido discutida a repercussão pelo o supremo acerca daquele 
assunto; então o presidente ou vice-presidente diz que está tudo correto no que diz respeito aos requisitos de 
admissibilidade com meu RE e manda para o STF; o Supremo tem duas turmas e esse RE foi distribuído para 1ª turma; 
este tem um relator, revisor e um vogal; o relator recebe o RE e se não há manifestação sobre repercussão geral 
declarada a respeito desse assunto, o relator poderá propor a discussão da repercussão geral. 
Isso é feito da seguinte forma: ele vai fazer o voto dele e enviar para o PLENÁRIO VIRTUAL (vai para o computador de 
todos os ministros do supremo), ou seja, todos terão que votar se reconhece ou não a repercussão geral naquele 
assunto no prazo de 20 dias. Somente será negada a repercussão geral se 2/3 votarem contra (de 11 ministros, 8 
votarem contra), caso contrário haverá Repercussão Geral. O não voto em 20 dias significa o reconhecimento da 
repercussão geral. Uma vez reconhecida a repercussão geral, TODOS os processos do Brasil, individuais ou coletivos, 
serão suspensos. Logo, o supremo emite uma carta de ordem a todos os TJ´s que também irão avisar todas as suas 
comarcas. 
Isso acontece, ou seja, a suspensão de todos os recursos individuais e coletivos no Brasil, quando do reconhecimento 
da Repercussão Geral em um RE, tem como objetivo dar TRATAMENTO ISONÔMICO a todos os processos em que se 
discuta a mesma matéria, evitando-se também a insegurança jurídica a partir da PREVISIBILIDADE. 
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA: esses processos ficarão suspensos até 1 ANO para o julgamento do RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO (o RE deverá ser julgado em até 1 ano), ou seja, os processos estão suspensos porque já houve o 
reconhecimento da repercussão geral. Após o julgamento dele, a decisão será aplicada em todos os outros processos 
que ficaram suspensos. 
Obs.: se o RE não for julgado em 1 ano, a parte poderá solicitar o andamento do seu processo que se encontra 
suspenso. 
IRRECORRIBILIDADE DA DECISÃO: o caput do art. 1035 trouxe a irrecorribilidade da decisão de repercussão geral. 
Assim, a única saída será o ingresso de ação de MANDADO DE SEGURANÇA (não é recurso). 
AULA 12/4/17 (APÓS AV1) 
4.4.1 RE´s e RESP´s REPETITIVOS (ART. 1036 e seguintes) 
Aqui também estamos diante de mais um filtro recursal e essa característica visa três questões básicas: ISONOMIA 
(tratar todos com as demandas idênticas da mesma forma); PREVISIBILIDADE(poder saber quando eu for entrar com 
determinada ação se aquele assunto já foi julgado pelos tribunais e como foi julgado para eu não ser pego de surpresa. 
Isto é chamado de jurisprudência defensiva) e por fim, dar previsibilidade também assegura SEGURANÇA JURÍDICA. 
**CABIMENTO (art. 1036): inicialmente é preciso ressaltar que os acórdãos decorrentes de RE e RESp. repetitivos são 
considerados precedentes pelo inciso III do art. 927. A primeira questão é quando que cabe o julgamento em RE e 
RESp. repetitivos? Art. 1036, CPC 
OBS.: QUESTÃO DE DIREITO é discussão de validade de lei, índices de correção monetária, alíquota de INSS, 
interpretação da lei... já QUESTÃO DE FATO é provar. Ex.: num acidente, quem estava em alta velocidade. 
Portanto, caberá em matérias idênticas em questões DE DIREITO (não de fato) e essas matérias estarão em ou RE´s ou 
em RESp´s 
**PROCEDIMENTO: 
Ex.: vamos imaginar que decorrente de vários acórdãos o TJMG recebe RESp´s, ou seja, vários RESp´s chegam ao TJ 
decorrentes de acórdãos por ele proferidos; sabemos que quando os RESp´s chegam eles vão para a SECRETARIA, é 
aberta as contrarrazões e depois são enviados para o PRESIDENTE OU VICE-PRESIDENTE; nos tribunais existem o 
NUGEP (Núcleo de Gestão de Precedentes); quando o presidente ou vice-presidente recebe o RE, ele vai procurar 
saber junto ao NUGEP se sobre aquela matéria existem recursos repetitivos no tribunal. Repare que agora não estamos 
falando mais de um recurso isolado, mas sim um conjunto de recursos; quando o presidente ou vice-presidente 
verificar que tem recursos idênticos no tribunal (antes disso ele já vai ter analisado os requisitos de admissibilidade do 
RESp.), ele terá que SELECIONAR PELO MENOS 2 (DOIS) DELES, ou seja, 2 RESp´s representativos da controvérsia e isso 
é feito num estudo do NUGEP com o presidente ou vice-presidente; selecionados pelo menos dois, ele o presidente 
ou vice-presidente vai ENVIAR PARA O STJ; quando envia para o STJ, ele vai suspender os recursos no Estado (TJ´s) ou 
Região (TRF´s). Então, foi para o STJ dois RESp´s representativos. No STJ, existe o chamado ÓRGÃO ESPECIAL DE 
JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS. ASSIM, quando o presidente ou vice-presidente do STJ recebe o RESp. 
repetitivo (se fosse RESp. avulso iria para o relator e não para o presidente ou vice-presidente do STJ) ele vai enviar 
para este órgão. Chegando no ÓRGÃO ESPECIAL, que também tem um RELATOR, o relator que recebeu os dois RESp´s 
paradigmas vai fazer o voto dele para dizer se realmente são idênticos, porém, antes disso aplica o art. 932, inciso III 
e IV (juízo de admissibilidade). Repare que se fosse RESp. avulso não era órgão especial nenhum, era uma turma 
normal que iria receber. Essa decisão de dizer que são idênticos é chamada de AFETAÇÃO. 
AULA 18/4/17 
Caso haja a AFETAÇÃO haverá a suspensão dos processos em TODO TERRITÓRIO NACIONAL. Veja, o presidente ou vice 
presidente suspende no Estado ou Região e agora é suspenso no Brasil todo. Se for RE repetitivo a afetação ocorre no 
Supremo e RESp. repetitivo no STJ. Ao contrário, se não houver afetação é emitida uma carta de ordem pelo STJ que 
se volte a julgar todos os recursos que estavam parados. 
REQUERIMENTO DAS PARTES (§9º E 10º DO ART. 1037) 
Ex.: Vamos dizer que foi afetado e tudo foi suspenso; você tem um processo correndo em JF e ao olhar no andamento 
no TJE aparece que está suspenso por afetação no STJ; daí você verifica que seu processo não tem haver com a matéria 
que está suspensa; poderá fazer requerimento ao órgão que suspendeu o seu processo conforme dispõe o §9º do art. 
1037, CPC. 
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou 
extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo. 
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido: I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau; II - ao 
relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem; III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso 
especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem; IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso 
extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado. 
Uma vez afetado recursos de matéria de direito idênticas, o tribunal superior responsável pela afetação encaminhará 
uma ordem para todos os tribunais do país a fim de que todas os processos individuais e coletivos, bem como recursos 
que possuírem matéria de direito idêntica à da afetação, possam ser suspensos até o julgamento de mérito dos 
recursos afetados. 
Passados 1 (um) ANO da suspensão e não sendo julgado os recursos afetados, imediatamente todos os processos e 
recursos suspensos voltarão ao normal andamento. 
Por outro lado, uma vez suspenso processo ao qual a parte entenda do equívoco dessa suspensão, entendendo ela 
que a matéria afetada é distinta daquela objeto de seu processo, poderá requerer junto ao órgão responsável pela 
suspensão do seu processo que o mesmo volte a caminhar, lembrando que para isso deverá a parte fundamentar 
analítica e adequadamente a distinção entre as matérias alegadas. 
Ex.: vamos supor que este requerimento seja indeferido ou seja deferido para a outra parte, mas sem te prejudicar, 
ou seja, da decisão deste requerimento caberá recurso. Se for solicitado no 1º grau da decisão cabe agravo de 
instrumento; agora, se for proposto no 2º grau e for negado, caberá agravo interno. 
Vale destacar que se os recursos forem julgados em 1 ano a aplicação da decisão caberá a todos os processos 
suspensos no Brasil. Logo, é um precedente. 
DISTINÇÃO DA DEMANDA (art. 1040, §1º, 2º e 3º, CPC) 
Ex.: vamos imaginar que eu estou com um processo em 1º grau; juiz recebeu a petição inicial e logo em seguida vem 
a ordem mandando suspender; secretaria vê que esta ação é matéria idêntica àquela que levou a suspensão; depois 
da afetação vem o acórdão dos RESp. repetitivos. Veja, não tem como o juiz já aplicar esta decisão ainda porque o 
processo está em andamento. Logo, terá que aguardar a sentença. Por este motivo o legislador concedeu a 
possibilidade da parte desistir da sua demanda, ou seja, para que a parte vai continuar a ação se já sabe que vai perder 
a demanda ao final. Tal desistência independe da vontade do réu, mesmo se ele já tiver sido citado. Neste último caso 
terá que pagar as custas. 
§ 1o A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida a sentença, se a questão nela 
discutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da controvérsia. 
§ 2o Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do pagamento de custas e de honorários de 
sucumbência. 
§ 3o A desistência apresentada nos termos do § 1o independe de consentimento do réu, ainda que apresentada contestação. 
Obs.: vamos dizer que o juiz não aplique o precedente na sentença. Caberá a parte entrar com embargos de 
declaração. 
AULA 2/05/17 
5 – AGRAVO EM RESp e RE (art. 1042): no CPC passado era chamado de agravo nos próprios autos. 
CABIMENTO: é um recurso para destrancar um RE ou RESp que foi inadmitido pelo presidente ou vice-presidente do 
tribunal “A QUO”. Portanto, o presente recurso caberá quando o RE ou RESp. for inadmitido no juízo A QUO por 
ausência de requisito de admissibilidade, EXCETO o requisito da REPERCUSSÃO GERAL em sede de RE. 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir (falta requisito de 
admissibilidade) recurso extraordinário ou recurso especial.... 
Ex.: vamos imaginar que estamos no TJ e este profere acórdão que você entende que agrediu a CF; vai mover RE que 
vai para secretaria; abre contrarrazões e envia para o presidente ou vice-presidente; este aplica o art. 1030, CPC onde 
vai observar o juízo de admissibilidade (além dos comuns, terá que olhar o prequestionamentoe repercussão geral); 
estando tudo certo envia para o STF; logo, cabe agravo em RE quando julgar inadmissível o recurso por faltar requisito 
de admissibilidade, com exceção de um requisito, que é a REPERCUSSÃO GERAL (2ª parte do art. 1042) 
INTERPOSIÇÃO: Ex.: então vamos supor que foi inadmitido por ausência de requisito de admissibilidade (com exceção 
de repercussão geral); no prazo de 15 dias eu irei ingressar no próprio juízo a quo o agravo em RE que será dirigido à 
presidência ou vice-presidência que foi o órgão que inadmitiu o RE; chegou na presidência abre-se prazo para as 
contrarrazões que também é de 15 dias; o presidente diante das razões e contrarrazões do agravo ele poderá voltar 
atrás em sua decisão, ou seja, TEM JUÍZO DE RETRATAÇÃO. Portanto, após as contrarrazões poderá o órgão julgador 
retratar-se; caso não volte atrás será enviado para o STF o agravo + contrarrazões + RE; e neste caso o agravo é julgado 
primeiro, pois se ele for inadmitido o RE nem julgado é; assim, eu manejo o agravo para que o RE seja destrancado 
caso o agravo seja deferido; só que ele será deferido pelo STF 
O agravo será interposto junto à presidência ou vice-presidência do juízo a quo. Ao recebe-lo intimado será o agravado 
para apresentar suas contrarrazões e em seguida poderá o órgão julgador se retratar. Não ocorrendo a retratação o 
juízo A QUO remeterá ao AD QUEM conjuntamente o agravo, as contrarrazões e o recurso inadmitido (RE ou RESp) a 
fim de que o juízo AD QUEM possa julgar em antecedente lógico o agravo e este em sede deferido o recurso que fora 
inadmitido. 
PREPARO: não há 
Art. 1042, § 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e independe do 
pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive 
quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação. 
Isso quer dizer que na peça de agravo, se é um agravo em RE, o agravo terá que ter repercussão geral. Isto é, na minha 
peça de agravo eu terei que fazer preliminar de repercussão geral, pois senão ele será inadmitido. Se houver vários 
agravos em RE, o presidente ou vice-presidente irá pegar pelos menos dois recursos paradigmas e enviar ao STF. 
EFEITO: devolutivo podendo ser suspensivo. 
2ª parte do art. 1042: “...salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos.” 
Ex,:TJMG através do presidente ou vice-presidente recebe um RE; vai então fazer o juízo de admissibilidade e a 
primeira questão é verificar se os requisitos estão presentes; identifica que todos estão presentes, mas que a discussão 
que gira dentro deste RE já foi reconhecida pelo STF como não existência de repercussão geral junto ao NEGEP; logo, 
terá que inadmitir por falta de requisito de admissibilidade objetivo (ausência de repercussão geral). Então, neste caso 
estaremos diante do AGRAVO INTERNO previsto no §2º do art. 1030, CPC (§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos 
incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.). O inciso I diz respeito a inadmissão por ausência de 
repercussão geral. Portanto, caberá agravo interno que será dirigido à presidência ou vice-presidência, ou seja, é um 
agravo interno diferente, pois este será julgado pela presidência ou vice-presidência e não pela turma como ocorre 
normalmente. Pode ser que o tribunal tenha um órgão responsável em julgar este recurso, mas o CPC não diz nada a 
respeito. Isto é, isso vai estar previsto no regimento interno de cada tribunal. 
Obs.: o agravo interno é julgado pelo juízo A QUO e o agravo em RE e RESp. é julgado pelo juízo AD QUEM. 
AULA 03/05/17 
6 – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA (ART. 1043 E 1044): recurso que busca uniformizar a jurisprudência dos tribunais 
superiores. CABIMENTO: art. 1043, inciso I e II PRAZO: 15 DIAS 
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; III - em recurso 
extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de 
mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; 
Dois acórdãos que vão se chocar; ex.: chegou um RESp no STJ e proferido um acórdão; imagine que você perdeu o 
RESp; se não é matéria constitucional acabou, pois se o RESp tiver julgado conteúdo constitucional eu ainda poderia 
entrar com RE no STF; No entanto, esse embargo de divergência proporciona duas situações: uniformizar 
jurisprudência 
Ex.: eu estou com um RESp e perdi; quem julgou foi a segunda turma do STJ; no entanto eu observo que a 4ª turma 
nessa mesma matéria tem um acórdão diferente que me beneficia; eu então ingresso com os embargos de divergência 
no prazo de 15 dias perante a 2º turma; a 2ª turma envia para o órgão uniformizador de jurisprudência; neste órgão 
nós temos relator, revisor e vogal; relator vai fazer o relatório e dar o voto; na sessão de julgamento o revisor e o vogal 
também votam a fim de pacificar a jurisprudência; vamos imaginar que na sessão de julgamento dos embargos de 
divergência vai ser proferido um acórdão e o tribunal acatou a tese da 4ª turma; consequentemente seu RESp vai ser 
atingido. Veja, você participou da uniformização da jurisprudência do tribunal e vai atingir seu RESp. 
INSTRUIR O EMBARGO DE DIVERGÊNCIA COM BASE NO §4º DO ART. 1043: § 4o “O recorrente provará a divergência com 
certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado 
o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, 
e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados.” 
INTERPOSIÇÃO: Diante do julgamento de RE ou RESp. poderá a parte interpor embargos de divergência junto ao juízo 
A QUO para que o órgão uniformizador de jurisprudência deste juízo possa julgar tal recurso. Para se interpor o 
presente recurso deverá a parte instruí-lo com cópias dos acórdãos divergentes a fim de que possam os julgadores 
confrontá-los acerca da divergência e pacificar então a orientação daquele tribunal. 
Obs.: imagine agora que a divergência se dê dentro da própria turma (§ 3o Cabem embargos de divergência quando o 
acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração 
em mais da metade de seus membros.) Logo só posso embargar se pelo menos 3 da turma não sejam os mesmos. Caso 
não ocorra, restará entrar com a ação de mandado de segurança. 
Obs.: art. 1044, §2º - “Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, 
o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência será 
processado e julgado independentemente de ratificação.” 
Ex.: imaginem duas partes, A e B; “A” recorreu do RESp e fez dois pedidos: danos morais e danos materiais; foi 
proferido acórdão do RESp e só deu a ele danos morais; “B” vê que dessa decisão do RESp foi agredido um direito 
constitucional seu e entra com RE; No entanto, o “A” não ficou satisfeito com a alegação dos danos materiais(parte 
que perdeu) e vê que a 5ª turma tem uma decisão desses danos materiais a seu favor e entra com embargos de 
divergência; Veja, entrou com RE só que não sabia que a outra parte ia entrar com embargos de divergência; 
EFEITOS: sobre o processo: devolutivo podendo ser suspensivo; sobre o prazo: há interrupção assim como nos 
embargos de declaração. Isto é, os embargos de divergência interrompem a entrada de qualquer outro recurso. 
No caso do art. 1044, §2º, caso os embargos de divergência forem providos será publicada

Outros materiais