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Toxoplasmose: Zoonose com Ciclo Heteroxeno

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Heloiza Bernardes Parasitologia (4/12) 
 
 
 
 
 
- A toxoplasmose é uma zoonose ocasionada pelo protozoário Toxoplasma gondii. 
- É cosmopolita. 
- Atinge até 60% da população. 
- Causa infecção crônica assintomática. 
- Formas graves: Ocorre em imunossuprimidos e na forma congênita. 
- Em 1937, foi descrito o primeiro caso de infecção humana. 
- Somente em 1965, foi evidenciada a transmissão por fezes de gatos. 
- Em 1999, descobriu-se que a reprodução sexuada do parasita ocorre exclusivamente no epitélio 
digestivo dos gatos e outros felinos. 
 
 
- Pertence ao Reino Protista e ao subreino protozoa. 
- Filo: Apicomplexa. 
 
 
 
- Complexo apical: Composto por anéis polares, conoide e microtúbulos. 
Tem função estrutural e motora para a célula. 
- Conoide: Confere movimentação ao toxoplasma. 
- Micronemas: Estruturas de reconhecimento e adesão do 
parasita (integrinas, EGF, lectinas). 
- Roptrias: Facilita a penetração do parasita (pH ácido). 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Toxoplasmose 
CLASSIFICAÇÃO DO PARASITA 
ESTRUTURA DO PARASITA 
Heloiza Bernardes Parasitologia (4/12) 
- Grânulos densos: Formam o vacúolo parasitóforo que se funde a membrana do hospedeiro, 
penetrando na célula e invadindo tecidos (células musculares). 
 
 
 
- Taquizoíto: Corresponde a forma sanguínea e móvel do parasita, sendo encontrada na fase de infecção 
aguda, e, por isso, é a forma que infecta os tecidos. É chamado de forma livre ou trofozoíta. 
- Bradizoíto (cisto tissular): É um cisto encontrado dentro dos tecidos musculares resultante da 
multiplicação lenta dos taquizoítos. É uma forma manifestada na fase crônica da infecção. 
- Oocisto: É encontrado no intestino de felinos (principalmente gatos). Além disso, o oocisto é 
considerado uma forma de resistência, sendo encontrado no ambiente em fezes de gatos. O oocisto 
divide-se em duas formas: Oocisto maduro contém 2 esporocistos com 4 esporozoítas cada, e oocisto 
imaturo que é a forma que precisa produzir esporocistos ainda. 
 
 
 
- O ciclo de vida do parasita é heteroxeno (se reproduz em dois hospedeiros) e eurixeno (parasita que 
infecta várias espécies animais). 
- Transmissão horizontal (dá-se pela ingestão de oocistos): Ingesta de oocistos (liberados pelas fezes 
de gatos) por água e alimentos contaminados, e ingesta de carne crua ou mal cozida contaminada por 
cistos com bradizoítos. 
- Transmissão vertical (congênita): Taquizoítos passam ao feto em caso de infecção aguda materna. 
 
MORFOLOGIA DO PARASITA 
TRANSMISSÃO DO PARASITA 
Heloiza Bernardes Parasitologia (4/12) 
- O ciclo de vida tem início no felino (hospedeiro definitivo) que pode se infectar pelo consumo de carnes 
de outros animais (ratos, aves) infectados com taquizoítos ou que pode entrar em contato com oocistos 
fecais (coprofagia). A partir daí, ocorre eliminação de oocistos fecais que logo depois irão sofrer 
esporulação para ser inalados por diferentes espécies de animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DE VIDA ASSEXUADO 
- A reprodução assexuada acontece em qualquer animal. 
- A ingestão de oocistos/esporozoítos e/ou cistos com bradizoítos (carne crua) promove, no intestino 
delgado, a invasão do epitélio intestinal e de outras células mononucleares, onde os parasitas se 
multiplicam (endodiogenia), gerando taquizoítos que se aderem ao epitélio intestinal, não sendo 
eliminados nas fezes, pois alguns sofrem encistamento (oocistos), e são eliminados nesta forma pelos 
felinos. 
- Taquizoítos conseguem penetrar em células epiteliais e se disseminar por via hematogênica e linfática. 
- Nos tecidos, após a resposta imune, bradizoítos sofrem divisão lenta. 
- Taquizoítos livres podem infectar verticalmente os fetos. 
CICLO DE VIDA SEXUADO 
- O ciclo de vida sexuado ocorre somente nos felinos a partir do momento em que se tem o contato com 
cistos tissulares de ratos e aves, taquizoítos séricos de fase aguda e/ou oocistos fecais por coprofagia. 
- Os oocistos e taquizoítos penetram a mucosa intestinal e sofrem esquizogonia, gerando merozoítos. 
- Os merozoítos por transformação dentro da célula epitelial, geram gametas que fecundam e formam um 
zigoto. 
- O zigoto amadurece em oocisto e após 4 dias liberados, amadurece e forma 2 esporocistos com 4 
esporozoítos cada. 
- O felino libera oocistos durante aproximadamente um mês. 
 
 
- Interconversão entre taquizoítos e bradizoítos: Taquizoítos na circulação sanguínea estimulam a 
liberação de citocinas (NO, IL-2, TNF-a) e ativação da resposta imune, que forçará o parasita a produzir 
cistos e, consequentemente, a forma bradizoíta. Esses fatores protegem o parasita da ação do sistema 
imune, conferindo resistência. 
CICLO DE VIDA DO PARASITA 
IMUNOLOGIA 
Heloiza Bernardes Parasitologia (4/12) 
- Resposta imune inata: Ação do macrófago que fagocita o parasita, e secreta TNF-a e IL-2, as quais 
estimulam células NK e os linfócitos TCD8 a produzirem INF-g. 
- Após a endocitose e a formação do fagolisossomo, o INF-g ativa o macrófago que destrói o parasita. 
- Resposta humoral (Th2): Produção de anticorpos (IgG, IgM, IgA e IgE) que opsonizam e ativam a via 
do sistema complemento que causa uma inflamação aguda tecidual. 
- Resposta imune adquirida (Th1): TCD4 que produz IL-2 e INF-g que ativa NK, TCD8 e macrófagos. 
 
 
 
- Doença de distribuição universal. 
- Incidência a nível mundial (10-75%). 
- Brasil: 50 a 80%. 
- São Paulo: 60 a 70% de gestantes soropositivas. 
- Toxoplasmose congênita no Brasil 1 a 4/1000 gestações. 
- Hábitos alimentares, densidade de gatos de rua, situação socioeconômica e cultural colaboram para o 
número de casos. 
- Aumento da incidência da doença com o avanço da idade devido à fragilização do sistema imune de 
pessoas idosas. 
 
 
- Hospedeiro imunocompetente: 
Toxoplasmose pós-natal: 
 Forma assintomática (80 a 90%). 
 1% linfadenopatia febril com linfocitose. 
Toxoplasmose congênita: 
 5 a 15% gera aborto e 8 a 10% gera lesões graves, como: 
 Lesões do sistema nervoso (hidrocefalia ou microcefalia). 
 Lesões de retina (coriorretinite). 
- Hospedeiro imunodeprimido: 
EPIDEMIOLOGIA 
ASPECTOS CLÍNICOS 
Heloiza Bernardes Parasitologia (4/12) 
 Reativação de formas existentes. 
 Formas graves (retinocoroidite severa). 
 Toxoplasmose cerebral com maior frequência. 
 Toxoplasmose pulmonar. 
 
 
 Febril aguda ou ganglionar: 
- É a forma mais frequente, tanto em criança, como em adulto. 
- Há um comprometimento ganglionar com febre alta. 
- Pode levar a comprometimentos oculares (uveíte, coriorretinite). 
 Ocular: 
- A retinocoroidite está associada à toxoplasmose. 
- Presente na infecção aguda com a presença de taquizoítos, ou na infecção crônica com a presença de 
cistos contendo bradizoítos localizados na retina. 
 Cerebroespinhal ou meningoencefálica: 
- É frequente em pacientes HIV+ em decorrência da reativação de formas císticas encontradas em 
indivíduos com infecções latentes. 
 Generalizada: 
- É rara. 
- Em imunodeficientes são registrados alguns casos de toxoplasmose sistêmica com comprometimento 
meningoencefálico, miocárdico, pulmonar, digestivo e até testicular. 
 Congênita: 
- É necessário que a mãe esteja em fase aguda da doença ou que tenha havido uma forma aguda 
novamente durante a gestação (“reagudização”). 
- As consequências dependem do grau de exposição do feto aos traquizoítas, virulência da cepa e 
período da gestação. 
- A transmissão é mais grave quando ocorre no início da gestação. 
 
 
 
 
 
 
- No geral, há comprometimento ganglionar generalizado, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, 
anemia, trombocitopenia e lesão ocular. 
- As lesões oculares são patognomônicas da toxoplasmose. 
PATOGENIA 
 
Heloiza Bernardes Parasitologia (4/12) 
- Síndromes causadas pela doença: 
 Coriorretinite (90% dos casos); 
 Calcificações cerebrais (69%); 
 Perturbações neurológicas – retardamentopsicomotor (60%); 
 Alterações do volume craniano – micro ou macrocefalia (50%). 
- Má formação congênita decorrente de toxoplasmose: 
 
 
 
- Imunofluorescência indireta, ELISA, Western blotting: 
 IgM (fase aguda) que pode persistir por longos períodos – 2 anos – que é devido à característica 
de reprodução lenta do parasita nos músculos; 
 IgG (fase crônica); 
 Avidez IgG (força de ligação entre o antígeno e o anticorpo): É utilizado para saber se a infecção 
é recente ou tardia. Alta avidez indica doença crônica/tardia e baixa avidez indica infecção 
recente (menor forca de ligação). 
 No RN: Dosagem de IgA, IgM, IgG por Western Blotting. 
- OBS.: Na presença de IgM positivo, não se fecha diagnóstico de toxoplasmose ainda, pois é necessário 
diagnosticar a fase da doença na qual a pcte se encontra. O teste confirmatório é feito pela avidez da IgG. 
- IgG e IgM negativos indicam que nunca houve contato com o toxoplasma, e é necessário que haja 
restrição do consumo de carnes cruas e cuidados no contato com animais, visto que a gestante está 
totalmente exposta à toxoplasmose. 
- O ideal para mulheres gestantes seria IgM negativo e alta avidez de IgG que indica contato com parasita 
e doença crônica, sem possíveis manifestações agudas. 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO

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