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PERICARDITE AGUDA Definição Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da inflamação do pericárdio. É considerado agudo com duração de até 1 a 2 semanas. Etiologia · Grande maioria é considerada idiopática · No Brasil é importante considerar a TUBERCULOSE como causa. · Síndrome de Dressler: pericardites ocorrendo 24 a 72 horas após infarto do miocárdio transmural e a pericardite tardia em infartos do miocárdio Achados clínicos · Dor torácica: A dor pericárdica normalmente tem um início rápido, em geral localiza-se em região substernal, mas pode ser centrada no hemitórax esquerdo e pode ser intensa. A dor tem característica aguda, de facada e pleurítica. A irradiação da dor para membro superior esquerdo não é incomum, mas o mais característico é irradiação para a região do trapézio, o que é um sintoma altamente específico para a pericardite. A dor na pericardite aguda é aliviada com a inclinação do corpo para a frente e agravada pela posição de decúbito. · Dispneia · Febre ou taquicardia desproporcional a temperatura · Soluço, ativação do nervo frênico · Exame físico: atrito pericárdico, bulhas hipofonéticas. Uma pequena percentagem dos casos de pericardite são complicados e em 15% dos casos ocorre associação com miocardite. Neste caso, os pacientes podem apresentar elevação de troponina e disfunção ventricular esquerda. Exames complementares · ECG: elevação difusa do segmento ST em muitas derivações. Não há imagem “em espelho” de infradesnivelamento com exceção do segmento ST em aVR e V1. Há também infradesnivelamento de segmento PR (com correspondente supradesnivelamento do segmento PR em aVR). A onda T é apiculada com leve aumento de amplitude. Deve-se lembrar de usar o segmento TP como linha de base. Pode haver aumento da duração do intervalo QRS (nos casos de miocardite associada). Conforme a evolução, o ECG apresenta os seguintes achados nas próximas semanas e meses: · Estágio I: elevação difusa do segmento ST. · Estágio II (após 2 semanas): normalização de segmentos ST e PR; achatamento da onda T. · Estágio III (dura semanas): inversão de onda T difusa. · Estágio IV (dura meses): normalização da onda T – após um período de semanas ou meses. · Lab: hemograma completo, troponina, PCR e pesquisa de LES(FAN, Anti-SM, ANti-DNA e Anti-Ro) · Radiografia de tórax: diagnósticos diferenciais como pneumotórax ou pleurite · Ecocardiograma: verificar a presença de derrame e/ou espessamento pericárdico e avaliar a função cardíaca na suspeita de miocardite associada. Diagnóstico Pelo menos 2 dos 4 critérios: · Dor torácica (tipicamente aguda, pleurítica e que melhora ao sentar e inclinar para a frente). · Atrito pericárdico. · Alterações eletrocardiográficas típicas. · Presença de derrame pericárdico novo ou piora de derrame prévio. Tratamento Indicações para pericardiocentese são: tamponamento, derrame sintomático e grande sem resposta ao tratamento clínico, suspeita de etiologia bacteriana ou neoplásica. Em geral, a maioria das pericardites agudas não tem indicação desse exame. É individualizado de acordo com a etiologia: · Pericardite idiopática O tratamento sintomático com anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) deve ser iniciado. AINE + Colchicina 1. Ipuprofeno 600-800mg, VO, 3x ao dia, ou 2. Ácido salicílico 2g-4g, VO, doses divididas ao dia por 10-14 dias. 3. Colchicina: 0,5 mg duas vezes por dia em doentes com peso superior a 70 kg e 0,5 mg diário em pacientes com menos de 70 kg. Por 3 meses. EVITA RECORRÊNCIA. Em pacientes em que a colchicina por algum motivo não tiver sido iniciada, deve ser iniciada na recorrência e continuada por 6 a 12 meses nas doses recomendadas anteriormente Em casos de pacientes que não evoluem com melhora, pode-se introduzir: 1. Prednisona em dose de 0,2 a 0,5 mg/kg, seguida por diminuição gradual a cada 2 a 4 semanas ou mais lento ainda (por exemplo, 1 mg/semana) se houver recorrências.
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