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Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA ANATOMIA DENTÁRIA CABEÇA E PESCOÇO NERVO TRIGÊMEO ● Quinto par dos doze nervos cranianos ● Nervo misto: ➔ Nervo sensitivo da cabeça ➔ Nervo motor dos músculos da mastigação ● Composto por três grandes troncos nervosos: ➔ Nervo oftálmico(sensitivo) ➔ Nervo maxilar(sensitivo) ➔ Nervo mandibular(misto) Origem aparente: Local onde o nervo aparece ou surge na superfície do sistema nervoso central. Origem real: Local onde se localizam os corpos celulares dos neurônios cujos prolongamentos formam as fibras do nervo A origem aparente do nervo trigêmeo dá-se na face ântero-lateral da ponte encefálica, por meio de duas raízes: ● Raiz sensitiva (mais espessa e lateral) ● Raiz motora (mais delgada e medial). Após curto trajeto em direção anterior, a raiz sensitiva apresenta uma grande dilatação: o gânglio trigeminal, de cuja face anterior emergem os três ramos do trigêmeo. A raiz motora passa por baixo do gânglio trigeminal e funde-se com o nervo mandibular, o terceiro ramo do trigêmeo(misto). A origem real da porção sensitiva do trigêmeo ocorre no gânglio trigeminal, onde os prolongamentos centrais dos neurônios formam a raiz sensitiva e Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE penetram no SNC e os prolongamentos periféricos formam os nervos oftálmico, maxilar e porção sensitiva do mandibular. A origem real da porção motora do trigêmeo ocorre no interior da ponte, no núcleo motor do trigêmeo. NERVO OFTÁLMICO ● Primeiro ramo do trigêmeo ● Mais medial e fino ● Totalmente sensitivo ● Inerva: ➔ Estruturas orbitais e periorbitais ➔ Fronte ➔ Porção ântero-superior do couro cabeludo ➔ Porção anterior da mucosa nasal ➔ Pele do nariz Ao emergir do gânglio trigeminal, o nervo oftálmico dirige-se para diante em direção à fenda esfenoidal e, logo antes de alcançá-la, divide-se em três ramos que atravessam a fenda adentrando a cavidade orbital ➔ Nervo nasociliar ➔ Nervo frontal ➔ Nervo lacrimal NERVO OFTÁLMICO: RAMO / NERVO NASOCILIAR ● O mais medial dos ramos do nervo oftálmico ● Percorre a cavidade orbital próximo a sua parede medial ● Emite: ➔ Nervo etmoidal posterior ➔ Nervos ciliares ➔ Nervo etmoidal anterior ● Se continua em direção ao ângulo interno do olho através do nervo infratroclear. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Nervo etmoidal posterior ➢ Frequentemente ausente ➢ Inerva o seio esfenoidal e as células etmoidais posteriores Nervos ciliares ➢ Inervam o bulbo do olho Nervo infratroclear ➢ Inerva a região medial do olho alcançando, inclusive, a raiz do nariz. Nervo etmoidal anterior ➢ Penetra no osso etmóide através do forame etmoidal anterior ➢ Inerva as células etmoidais anteriores ➢ A partir das células etmoidais anteriores, dirige-se para baixo, alcança a cavidade nasal emitindo os ramos nasais internos (medial e lateral), para a inervação da porção anterior da mucosa nasal, e um ramo nasal externo. ➢ O ramo nasal externo deixa a cavidade nasal passando por entre o osso nasal e a cartilagem lateral do nariz, para inervar o lóbulo e a asa do nariz. NERVO OFTÁLMICO: RAMO / NERVO FRONTAL ● O mais calibroso dos ramos do nervo oftálmico ● Percorre o teto da cavidade orbital. ● Ao alcançar aproximadamente o meio da cavidade orbital, divide-se em dois ramos: ➔ Nervo supratroclear ➔ Nervo supraorbital Nervo supratroclear ➢ Delgado e mais medial ➢ Dirige-se para a região do ângulo medial do olho para inervar essa área e também a raiz do nariz e a porção medial e inferior da fronte Nervo supraorbital ➢ Mais calibroso e lateral ➢ Cruza o rebordo supraorbital através da incisura ou forame supraorbital e ascende pela fronte, normalmente dividido em um ramo medial, mais curto, e um ramo lateral mais longo. ➢ Inerva a pálpebra superior, o seio frontal e a pele da fronte e couro cabeludo. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE NERVO OFTÁLMICO: RAMO / NERVO LACRIMAL ● Percorre a cavidade orbital próximo à sua parede lateral ● Dirige-se à região da glândula lacrimal, a qual inerva. ● Atravessando a pálpebra superior, inerva a pele da região lateral do olho. NERVO MAXILAR ● Segundo ramo do trigêmeo (V2) ● Totalmente sensitivo ● Inerva: ➔ Maxila e seus dentes ➔ Os seios maxilares ➔ A mucosa palatina ➔ A nasofaringe ➔ Grande parte da mucosa nasal ➔ Parte da pele do nariz ➔ Pálpebra inferior ➔ Lábio superior ➔ Pele da região infraorbital ➔ Pele da região anterior das têmporas ➔ Pele da maçã do rosto ● Ao emergir do gânglio trigeminal, o nervo maxilar dirige-se para diante e atravessa o forame grande redondo alcançando a parte superior da fossa pterigomaxilar ● Na fossa pterigomaxilar se divide em: ➔ Nervo zigomático ➔ Nervo infraorbital ➔ Nervos pterigopalatinos NERVO MAXILAR: RAMO / NERVO ZIGOMÁTICO ● Penetra na cavidade orbital através da fissura orbitária inferior. ● Na cavidade orbital ele percorre a porção inferior de sua parede lateral, onde se divide em: ➔ Nervo zigomaticofacial ➔ Nervo zigomaticotemporal. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● Ambos penetram no osso zigomático através dos forames zigomático-orbitais (algumas vezes o nervo zigomático se divide em zigomaticofacial e zigomaticotemporal apenas após penetrar no osso zigomático). Nervo zigomaticofacial ➢ Abandona o osso zigomático através do forame zigomaticofacial ➢ Inerva a pele da região da maçã do rosto Nervo zigomaticotemporal ➢ Abandona o osso zigomático através do forame zigomaticotemporal ➢ Atravessa o músculo temporal ➢ Inerva a pele da região anterior da têmpora NERVO MAXILAR: NERVO INFRAORBITAL ● O mais calibroso dos ramos do nervo maxilar. ● Percorre o sulco e o canal infraorbital da maxila, abandonando esse osso através do forame infraorbital ● Inerva: ➔ Região infraorbital ➔ Pálpebra inferior (ramos palpebrais) ➔ Asa do nariz (ramos nasais) ➔ Lábio superior (ramos labiais). ➔ Gengiva vestibular dos dentes anteriores superiores (ramos labiais) ● Em seu trajeto na porção superior da maxila, o nervo infraorbital emite: ➔ Nervo alveolar superior posterior ➔ Nervo alveolar superior médio (ao nível do sulco infraorbital) ➔ Nervo alveolar superior anterior (no canal infraorbital) ● Esses nervos inervam o seio maxilar e formam o plexo dental superior a partir do qual partem ramos para inervar os dentes superiores e seu periodonto. Nervo alveolar superior anterior: Inerva principalmente os incisivos e caninos Nervo alveolar superior médio: Inerva principalmente os pré-molares Nervo alveolar superior posterior: Inerva principalmente os molares ➢ Antes de penetrar na maxila, emite um ramo gengival que inerva a gengiva vestibular dos dentes superiores posteriores, principalmente os molares. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➢ Penetra na maxila através dos forames de mesmo nome localizados na tuberosidade da maxila OBS: Variações são comuns, como, por exemplo, o nervo alveolar superior médio muitas vezes está ausente, sendo sua inervação suprida pelos nervos alveolares superiores anterior e posterior. NERVO MAXILAR: NERVOS PTERIGOPALATINOS ● Geralmente em número de dois ● São curtos nervos ● Conectam o nervo maxilar com o gânglio pterigopalatino que fica situado ainda na fossa pterigopalatina (o gânglio pterigopalatino não faz parte funcional do nervo maxilar, apenas é atravessado por suas fibras) ● Do gânglio pterigopalatino, surgem: ➔ Ramos orbitais ➔ Ramo faríngeo ➔ Ramos nasais ➔ Ramos palatinos Ramos orbitais ➢ São em número de dois ou três ➢ Delgados nervos ➢ Penetram na órbita através da fissura orbital inferior inervando algumas estruturas orbitais ➢ Um de seus ramos penetra no forame etmoidal posterior para inervar as células etmoidais posteriores e o seio esfenoidal. Ramo faríngeo ➢ Dirige-se para trás ➢ Atravessa a base do processo pterigóideo para inervar a nasofaringe. Ramos nasais ➢ Atravessam o forame esfenopalatino e alcançam, assim, a porção póstero-superiorda cavidade nasal, inervando-a (nervos nasais posteriores superiores). ➢ Nervo nasopalatino -Um dos ramos nasais -É longo -Dirige-se para baixo e para frente percorrendo o septo nasal, inervando-o Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE -Atravessa o forame palatino anterior para inervar a mucosa palatina da região dos dentes anteriores e gengiva correspondente. Ramos palatinos ➢ Se dirigem para baixo ➢ Atravessam o canal pterigopalatino para alcançar o palato. ➢ Nervo palatino maior - Um dos ramos palatinos - É mais anterior - Atravessa o forame palatino posterior e se dirige para frente inervando a mucosa do palato duro e gengivas correspondentes até a região do canino, onde anastomosa-se com o nervo nasopalatino. ➢ Nervos palatinos menores - Atravessam os forames palatinos acessórios e inervam a região de palato mole e tonsila palatina. ➢ Nervo palatino maior - Em seu trajeto descendente emite alguns ramos que perfuram a lâmina vertical do osso palatino e inervam a porção póstero-inferior da cavidade nasal (nervos nasais posteriores inferiores). NERVO MANDIBULAR ● Terceiro ramo do trigêmeo (V3) ● Mais lateral e volumoso ● Nervo misto ● Inerva: ➔ Músculos da mastigação ➔ Ventre anterior do músculo digástrico ➔ Músculo milo-hióideo ➔ Articulação temporomandibular ➔ Porção anterior do pavilhão auricular ➔ Dentes inferiores e seu periodonto ➔ Assoalho da boca ➔ Porção da mucosa da língua anterior ao V lingual (2/3 anteriores) ➔ Lábio inferior ➔ Pele da região mentual, bucal, massetérica e temporal Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● Logo que emerge do gânglio trigeminal, o nervo mandibular atravessa o forame oval, inferiormente, e alcança a região superior e profunda da fossa zigomática. ● A partir da fossa zigomática divide-se em: ➔ Ramos para os músculos da mastigação ➔ Nervo bucal ➔ Nervo lingual ➔ Nervo alveolar inferior ➔ Nervo auriculotemporal NERVO MANDIBULAR: RAMOS MUSCULARES ● Recebem a denominação dos músculos ao qual se destinam. Promovem a inervação motora desses músculos bem como sua propriocepção: ➔ Nervo pterigóideo medial ➔ Nervo pterigóideo lateral ➔ Nervo massetérico ➔ Nervos temporais profundos OBS: Propriocepção é a inervação aferente proveniente de estruturas musculares e articulares, sensíveis ao estiramento e contração dessas estruturas. É essencial para a coordenação do sistema locomotor. Nervo massetérico ➢ Atravessa a incisura mandibular para alcançar o músculo masseter pela sua face medial, emite pequenos ramos para inervação proprioceptiva da articulação temporomandibular. Nervos temporais profundos ➢ Geralmente apresentam-se em número de dois: ★ Nervo temporal profundo anterior - Assim como o nervo pterigóideo lateral, pode ter origem em um tronco comum com o nervo bucal. ★ Nervo temporal profundo posterior - Pode ter origem em um tronco comum com o nervo massetérico NERVO MANDIBULAR: NERVO BUCAL ● Puramente sensitivo ● Parte da região profunda da fossa zigomática Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● Passa entre as duas porções do músculo pterigóideo lateral ● Se dirige ântero-inferiormente até margear a porção anterior da face medial do ramo da mandíbula e distribuir-se pela região do músculo bucinador (região bucal). ● Inerva: ➔ Pele da região do músculo bucinador como a sua mucosa ➔ Gengiva vestibular dos dentes posteriores (mais comum a inervação da gengiva dos molares inferiores). NERVO MANDIBULAR: NERVO LINGUAL ● Puramente sensitivo ● Parte da região profunda da fossa zigomática ● Passa por baixo da porção inferior do músculo pterigóideo lateral ● Alcança o espaço entre o ramo da mandíbula e o músculo pterigóideo medial, em um trajeto ântero- inferior ● A partir daí, toma uma direção mais anterior e passa para o assoalho da boca margeando a língua e enviando ramos para inervar todo o corpo da língua, a mucosa do assoalho da boca e gengiva lingual dos dentes inferiores. ● Na passagem para o assoalho da boca, o nervo lingual passa muito próximo à gengiva lingual do terceiro molar inferior, podendo ser lesado em procedimentos cirúrgicos relativos a esse dente. NERVO MANDIBULAR: NERVO ALVEOLAR INFERIOR ● Nervo misto ● Tem um trajeto inicial, na fossa zigomática, muito semelhante ao nervo lingual, tomando uma posição um pouco mais lateral e posterior do que o nervo lingual, dirigindo-se ao forame mandibular. Nervo milo-hióideo ➢ Antes de penetrar no forame mandibular, emite um ramo motor: o nervo milo-hióideo ➢ Percorre o sulco milo-hióideo na face medial do ramo da mandíbula ➢ Dirige-se para frente, por baixo do músculo milo-hióideo ➢ Inerva o músculo milo-hióideo e o ventre anterior do músculo digástrico Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● Penetrando no forame mandibular, o nervo alveolar inferior alcança o canal mandibular, percorrendo-o e emitindo ramos para inervar os dentes inferiores e o seu periodonto. Nervo mentual ➢ Na altura dos pré-molares, o nervo alveolar inferior emite um ramo, o nervo mentual. ➢ O nervo mentual segue pelo canal e forame mentual para inervar o mento e a pele e mucosa do lábio inferior, incluindo a gengiva vestibular dos dentes anteriores inferiores. NERVO MANDIBULAR: NERVO AURICULOTEMPORAL ● Nervo sensitivo ● Origina-se geralmente de duas raízes que contornam a artéria meníngea média. ● Apresenta um trajeto inicial, por trás do músculo pterigóideo lateral, de direção posterior, até alcançar o colo do côndilo da mandíbula. ● A partir do côndilo da mandíbula, contorna a face posterior do colo do côndilo e ascende, passando entre a articulação temporomandibular e o meato acústico externo. ● Nesse momento emite ramos para a articulação temporomandibular (ramos articulares) e para a porção anterior do pavilhão auricular (ramos auriculares) ● Depois ascende em direção à pele da região temporal inervando-a. ● Após emitir os ramos articulares e auriculares o nervo auriculotemporal pode ser chamado de nervo temporal superficial.
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