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([Laura Cabo Cravo Roxo] Helmintos de cães e gatos Ancylostoma sp. → Ordem: Strongylida. → Superfamilia: Ancylostomatoidea. → Gêneros: Ancylostoma caninum (cães); Ancylostoma tubaeforme (gatos); Ancylostoma braziliense (cães e gatos); e Uncinaria stenocephala (cães e gatos). Ancilostomídeos (características) → Adultos medem de 8 a 16mm. → Habitam o intestino delgado. → Cavidade bucal grande e curvada dorsalmente (forma de gancho). → Ancylostoma sp. tem os dentes pontiagudos; Uncinaria sp. tem placas cortantes. → A Uncinaria sp. é menor e menos patogênico que a Ancylostoma sp. Ancylostoma sp. Uncinaria sp. Ovos de Ancylostoma sp. (casca fina) Ciclo biológico – Ancilostomídeos → Os ovos do ancylostoma são expelidos pelas fezes dos hospedeiros, e estes ao encontrarem gramados, terra úmida ou jardins podem viver por vários meses de forma infectante como larvas infectantes (L3). Os hospedeiros, infectados ou não, ao passearem por esses locais podem ser contaminados por via cutânea ou por ingestão dessas larvas (L3). Uma vez ingeridos em 15 dias, ou menos, ele já parasitará o intestino delgado do hospedeiro e fechando o ciclo de vida do parasita (L4–L5–Adulto). → As larvas que infectaram por via cutânea, chegam à circulação sanguínea rompendo tecidos cutâneos e via circulação sanguínea chegam aos pulmões do hospedeiro, onde se desenvolvem para um estágio posterior de larva infectante (L3), e sobem pela traqueia do hospedeiro (L4), até serem deglutidas e enfim chegam ao trato digestivo (L5–Adulto). Ciclo biologico – Ancylostoma caninum Ciclo biológico – Ancylostoma tubaeforme ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ansilostomíase A ancilostomíase, também chamada de ancilostomose e popularmente conhecida como amarelão, é uma parasitose intestinal. Consequências → Anemia. → Distensão abdominal. → Diarreia e melena. → Dermatite interdigital. → Lesões pulmonares. → Pelagem de má qualidade. Ancylostoma braziliense não é hematófago, portanto, ele é pouco patogênico quando comparado ao A. caninum e A. tubaeforme. Tem o ciclo parecido com o A. caninum, porém não é transmitido por transmamária. A gravidade da infecção varia desde assintomática até hemorragia rápida e fatal, dependendo de: → Magnitude agressão determinada por virulência (A. caninum > A. braziliense), e número de larvas infectantes (grau de exposição, substrato ideal etc.). → Resistência do hospedeiro, determinada por capacidade hematopoiética para compensar perda sanguínea e controle no número de ancilostomídeos influenciado por imunidade e idade. Sinais clínicos → Ancilostomíase hiperaguda: Transmissão transmamária. Filhotes com mucosas pálidas, diarreia e melena (óbito). Parasitológico negativo. Prognostico reservado a mau. → Ancilostomíase aguda: Exposição repentina (filhotes mais velhos ou adultos). Manifestações clínicas (anemia, diarreia etc.). → Ancilostomíase crônica Geralmente assintomática; desequilíbrio do hospedeiro-parasita causa manifestações clínicas. Prevenção e controle → Ambiente (desenvolvimento L1-L3) Higienização das instalações com hipoclorito de sódio 1%. Recomenda-se canil com piso telado e evitar solo arenoso. → Larvas encistadas Reservatório inacessível da infecção (protegidas da ação anti-helmíntica). Reativadas no último terço da prenhez (leite). Vermifugar cadelas antes e durante a gestação/amamentação. → Vermifugação Vermifugação periódica dos adultos. Vermifugação dos filhotes a partir dos 30 dias de idade. Larva migrans cutânea Larva migrans cutânea, dermatite serpiginosa ou bicho geográfico causam erupção linear, tortuosa, eritematosa, bolhosa e pruriginosa na pele humana. → Infecção das larvas L3 pela pele, normalmente em contato com a areia molhada infectada. → Maior chance de ser Ancylostoma braziliense, menor chance de ser Uncinaria sp. Raramente as larvas migram para pulmão e intestino humano. ([Laura Cabo Cravo Roxo] Toxocara sp. → Ordem: Ascaridia → Superfamilia: Ascaridoidea → Gêneros: Toxocara canis (cães); Toxocara cati (gatos); Toxocara leonina (cães e gatos); Ascaris suum (suínos); Parascaris equorum (equinos). Ascarídeos (características) → Opacos, brancos e grandes. → Sem capsula bucal (boca com 3 lábios carnudos). → Maiores nematódeos parasitas do intestino delgado (T. canis chega até 15cm). → Alguns com asas cervicais laterais (forma de seta). Asas cervicais Lábios Ovos de Toxocara canis (Casca espessa, extremamente resistentes a agressões químicas e físicas). Ciclo biológico – Toxocara canis → Transmissão horizontal (forma direta): vermes adultos eliminam ovos que contaminam o solo: animais (adultos ou filhotes) ou humanos. → Transmissão vertical - as larvas de Toxocara podem ser transmitidas de mãe para filhote por via transplacentária ou através do leite durante a amamentação Hospedeiro paratênico (roedores, répteis e pássaros). L3 eclodem no intestino invadem a mucosa > através da circulação > sistema porta e fazem o ciclo fígado > coração > pulmão > regressando ao tubo digestivo via brônquios, traqueia e esôfago. → Em um mês o ciclo já está completo e começam a aparecer ovos nas fezes (200.000 ovos/dia). → Mais comum em animais até 3 meses. 6 meses: fígado, pulmões, coração, musculatura esquelética e paredes do trato digestivo. Ciclo biológico – Toxocara cati → Ingestão ovos ou hospedeiros paratênicos (instinto de caça). → Há transmissão transmamária (L3), mas não há transplacentária. Toxocaríase Toxocaríase é uma infecção causada por larvas de ascarídeos nematódeos que ordinariamente infectam animais. ([Laura Cabo Cravo Roxo] Sinais clínicos → Infecção maciça (enterite) Desconforto e distensão abdominal, choro constante e diarreia. → Vermes nas fezes e/ou vômitos → Migração larval pulmonar (pneumonia) Tosse e secreção nasal. → Enovelamento dos vermes Obstrução intestinal, perfuração intestinal e peritonite. Prevenção e controle → Ambiente Limpar superfícies (água sob alta pressão) e aspergir hipoclorito sódio 1%. → Larvas encistadas Reativadas no último terço da prenhez (placenta e leite). Vermifugar cadelas antes e durante a gestação/amamentação. → Hospedeiros paratênicos Confinação de animais e controle de roedores. Larva migrans visceral (Toxocaríase humana) A infecção ocorre por ingestão de terra ou areia contendo ovos infectantes de Toxocara sp. Formam-se nódulos contendo larvas (L3) de Toxocara canis ou cati no fígado, pulmão, rins e olho de seres humanos. → Eosinofilia persistente, hepatomegalia, pneumonia e retinite granulomatosa. Prevenção → Evitar acesso de crianças a locais onde cães e gatos defecam. → Evitar o uso de fezes dos animais como fertilizantes. Trichuris vulpi → Ordem: Trichocephalida → Superfamilia: Trichuroidea Características → Hospedeiro definitivo: canídeos (ceco). → Adultos tem forma de chicote de 3 a 8cm. → Extremidade anterior delgada, embebida na parede do intestino grosso (ceco) e posterior robusta, livre na luz intestinal. Trichuris vulpi Ovo bioperculado (forma de limão – resistente no ambiente) Ciclo biológico - Trichuris vulpi → Um indivíduo infectado libera milhares de ovos do parasito a cada evacuação. Se as fezes entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de infectar quem o consumir (L1). ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Em ambientes úmidos e com pouca exposição solar direta, os ovos do Trichuris podem permanecer viáveis por vários meses. Por outro lado, em locais secos, muitoquentes ou com exposição solar direta, o ovo sofre desidratação e o embrião em seu interior morre rapidamente. Sinais clínicos - Tricuríase → Geralmente assintomático → Infecções intensas (tiflite = diarreia com muco e sangue vivo [hematoquézia]). Prevenção e controle → Evitar acesso de cães a solos contaminados. → Higienização do ambiente. Spirocerca lupi → Ordem: Spirurida → Superfamilia: Thelazioidea Características → Macho tem a cauda contorcida em espiral. → Quando adultos geram nódulos granulomatosos em esôfago ou estomago. → Larvas criam lesões nas paredes da A. aorta. → Tem o cão como hospedeiro definitivo. → Besouros coprófagos como Hospedeiro intermediários. Ciclo biológico – Spirocerca lupi → Adultos no interior do granuloma no esôfago > postura de ovos com L1 nas fezes ou vômitos > ovo é ingerido pelo hospedeiro intermediário (besouro coprófago) à eclosão, mudas, L3 se encista. → Besouro pode ser ingerido por um hospedeiro paratênico (aves, roedores, lagartixas). Nestes hospedeiros a L3 encista-se nas vísceras. → Ingestão do HI ou do HP à L3 liberadas à penetram na parede do estômago. Sinais clínicos – Patogenia → A migração larval causa aneurisma e ruptura aórtica. → Os adultos causam granulomas esofágicos Assintomáticos, disfagia, vômitos (obstrução), neoplasia esofágica maligna e espondilose de vértebras torácicas. → Diagnostico Ovos nas fezes e/ou vômitos, raio-x ou endoscopia. Dioctophyme renale → Ordem: Ascaridia → Superfamilia: Dioctophymatoidea Características → Conhecido como “verme do rim” → Encontrado em regiões frias (sul) → Maior nematódeo parasita de animais domésticos (60cm) ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Tem como hospedeiro definitivo cães, raposas e martas. → Anelídeo aquático (Lumbriculus variegatus) são hospedeiros intermediários Dioctophyme renale Ovos Dioctophyme renale (tampões bipolares) Ciclo biológico – Dioctophyme renale → Ovos eliminados na urina > ingestão por hosp. intermediário (anelídeo aquático), no qual há eclosão ovo - L1 – L2 - L3. → Hospedeiro definitivo ingere anelídeo (água) ou hospedeiro paratênico (peixe, crustáceo) com anelídeo tecido renal com L3-L4-L5-adulto (2 anos). Sinais clínicos – Patogenia → O desenvolvimento de adultos no rim causa destruição do parênquima renal Disúria, hematúria e dor lombar. Pode ser assintomático. → Raramente há adultos em cavidade abdominal (peritonite) ou subcutâneo. Diagnostico → Ovos na urina (tampões bipolares) isolados ou em grumos → Ultrassom abdominal Tratamento → Cirúrgico (nefrectomia) Prevenção → Evitar ingestão de peixe cru Aelurostrongylus abstrusus → Ordem: Rhabditida → Superfamilia: Metastrongyloidea Características → Habitam pulmões ou vasos adjacentes → Tem o gato como hospedeiro definitivo → Moluscos como hospedeiro intermediário → São vermes finos e delicados em parênquima pulmonar e bronquíolos → Medem cerca de 1cm. → Ovovivíparos – não há ovo, nasce uma larva diretamente do verme. → L1 com cauda em forma de gancho https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk03Uk3sXabYQPYVTt-Hh-ngaIhkQfQ:1589413456156&q=Rhabditida&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LSz9U3SLessDAsUOIEsQ2TcyoytHQzyq30k_NzclKTSzLz8_Tzi9IT8zKLc-OTcxKLizPTMpMTQeLFVvlFKalFi1i5gjISk1IySzJTEnewMgIAsuGwE1gAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjk69HDgrLpAhVDA9QKHax9DPwQmxMoATAVegQIDxAD&sxsrf=ALeKk03Uk3sXabYQPYVTt-Hh-ngaIhkQfQ:1589413456156 ([Laura Cabo Cravo Roxo] Aelurostrongylus abstrusus Ciclo biológico – Aelurostrongylus abstrusus → Vermes ovovivíparos > L1 eliminadas nas fezes penetram no molusco (HI) – desenvolvimento até L3. → HI ingeridos por hospedeiros paratênicos (roedores e aves). → Gato ingere HI ou HP > L3 trato digestivo > vasos linfáticos ou sanguíneos > pulmões L4-L5-adultos L1 na orofaringe. Sinais clínico – Patogenia → Baixa patogenicidade (achado necroscópico) → Pulmões com granuloma e áreas de consolidação pulmonar. Tosse crônica, dispneia, secreção nasal e perda de peso. Diagnóstico → Exame de fezes ou esfregaço na faringe → Raio-x de tórax Prevenção → Difícil evitar o contato de gatos aos hospedeiros paratênicos e definitivos. Dirofilaria immitis → Ordem: Rhabditida → Superfamilia: Filaroidea Características → Conhecido como “verme do coração” (causa dirofilariose) → Filarídeos = vermes vivíparos alongados, finos e grandes que ficam em interstício, cavidade corpórea, vasos sanguíneos ou linfáticas. → Medem até 30cm → Transmitida por insetos hematófagos (mosquitos) – maior prevalência na costa atlântica. → Tem como hospedeiros cães e canídeos selvagens (raramente em gatos e furões) → No homem causa infecção abortiva e lesões numulares pulmonares. → Wolbachia pipientis – bactéria simbiótica nas cordas laterais e estruturas reprodutivas da Dirofilaria immitis, vital à sua reprodução e sobrevivência → Microfilárias na circulação (período pré- patente) – após 6 a 9 meses infecção → Até 25 vermes adultos = assintomático; > 50 vermes = sinais moderados a graves Dirofilaria immitis https://www.google.com/search?hl=pt-BR&biw=1366&bih=608&sxsrf=ALeKk02xcJ0K4ondnrV3RXc2VqYbZ_NUnQ:1589416182260&q=Rhabditida&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LSz9U3MC-2SE5KU-IEsQ2TcyoytHQzyq30k_NzclKTSzLz8_Tzi9IT8zKLc-OTcxKLizPTMpMTQeLFVvlFKalFi1i5gjISk1IySzJTEnewMgIAwt8lMVgAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwiF_8XXjLLpAhW7IrkGHYMvCLEQmxMoATAQegQIDxAD ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico – Dirofilaria immitis → Mosquito hematófago pica hospedeiro ingerindo L1 > L1 vão para tubos de Malpighi > L2 > L3 – migra para cabeça mosquito. → Mosquito pica cão injetando L3 em seu subcutâneo > muda para L4 em três dias e fica 2 a 3 meses no SC. → L4 na circulação > artérias pulmonares e coração direito > L5 e adultos. Sinais clínicos – Patogenia Vermes adultos causam: → Obstrução de vasos cardíacos > tromboembolismo da artéria pulmonar (dispneia aguda e morte), síndrome da veia cava (insuficiência hepática aguda e morte) → Inflamação e fibrose das artérias pulmonares – hipertensão arterial pulmonar (cansaço fácil e tosse) → Insuficiência cardíaca congestiva direita (ICCD) - ascite, edema de membros. Diagnostico É feito por manifestações clínicas e ecocardiograma. Detecção de microfilárias no sangue: → Gota espessa → Técnica de Knott modificada (coloração azul de metileno) Teste imunodiagnóstico = sorologia para detectar antígenos da fêmea adulta (ELISA) → Falsos negativos por infecções pré- patentes ou pequeno número de vermes. Diferenciação de microfilárias (Dirofilaria immitis x Dipetalonema reconditum Controle e prevenção → Controle de mosquitos – coleiras repelentes. → Microfilaricidas – mensalmente em áreas endêmicas, até 2 meses após viagens. Avermectinas – administração mensal (ex: Cardomec®, Advocate®). → Testes diagnósticos a cada 6 meses Platelmintos de cães e gatos Dipylidium caninum → Família Dilepididae Características → Cestódeo mais comum de cães e gatos → Localiza-se no HD no intestino delgado → Tem como hospedeiro intermediário pulgas e piolhos Dipylidium caninum ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico – Dipylidium caninum → Proglotes eliminadas nas fezes do animal (movem-se região perianal) → Liberação cápsulas ovígeras (± 20 oncosferas) pelo polo lateral ou desintegração → Oncosferas ingeridas por hospedeiro intermediário (pulgas, piolhos), onde há transformação em cisticercóides → Ingestão HI pelo HD desenvolvimento intestino até adulto. Tipos de larvas de segundos estágios nos cestoides: Cisticerco: única vesícula com um escólex Estrobilocerco: cisticerco que começa a se alongar no HI Cenuro: única vesícula com vários escóleces Hidátide: cistos contendo milhares de escóleces (cistoshidaticos) Sinais clínicos – Patogenia → Assintomático ou → Prurido anal (diferenciar de doenças das gl. Ad. Anais) → Enterite crônica (diarreia) e vômitos. Diagnóstico → Presença de proglotes nas fezes ou ao redor do períneo. → Exame de fezes – proglotes/capsulas ovígeras. Tratamento e controle Institui-los juntos → Anti-helmínticos – praziquantel → Inseticidas – animal + ambiente. Echinococcus sp. → Família Taenidae Características → Menores cestódeos de animais domésticos medindo cerca de 6mm, com 3 ou 4 segmentos. → Tem o cão como hospedeiro definitivo → Habita o intestino delgado → Tem ruminantes, suínos, equinos e homem como hospedeiro intermediário. (hidatidose-cistos hidaticos em fígado/pulmão Ciclo biológico – Echinococcus sp. → Proglotes nas fezes do cão > ovos ingeridos por HI > desenvolvimento cistos hidaticos em seu fígado e pulmões → Ingestão dessas vísceras pelo HD > adultos no intestino delgado ([Laura Cabo Cravo Roxo] Sinais clínicos – Patogenia Equinococose (cão): → Adulto não é patogênico Hidatidose → Sinais relacionado ao órgão afetado → Diagnosticada em abatedouros Controle → Evitar que o cão ingira carcaças ou vísceras de ovinos/equinos. Trematóide de gatos Ciclo de vida dos trematóides → Ciclo complexo → Ovo > Miracídio > Esporocisto > Rédea > Cercária > Metacercária > Adultos. → Ex: fascíola hepática. Platynosomum fastosum (concinnum) → Filo: Platelmintos → Classe: Trematoda → Subclasse: Digenea Características → Trematóides que habitam ductos biliares e pancreáticos dos vertebrados. → Comum em regiões tropicais e subtropicais. Platynosomum fastosum Ciclo biológico – Platynosomum fastosum → Ciclo indireto - são necessários três HI – caramujo terrestre, crustáceo e lagarto/ sapo → Gato infecta-se ingerindo lagarto / lagartixa / sapo, contendo forma larval infectante (metacercária) Sinais clínicos → Infecções leves – assintomáticos ou inapetência. → Infecções maciças – anorexia, icterícia (cirrose), diarreia e vômitos. Diagnóstico, tratamento e controle Parasitológico de fezes: → Pequeno número de ovos e oviposição intermitente – recomenda-se exames seriados. → Teste de sedimentação com formalina-éter tem sensibilidade maior que exames de flutuação. Ultrassom – dilatação dos canalículos e vesícula biliar Tratamento com praziquantel por 3 dias (repetir após 12 semanas) Profilaxia – evitar caça lagartixa. Principais nematoides de ruminantes Estrongilideos gastrointestinais de ruminantes → Ordem: strongylida → Superfamilia: Trichostrongyloidea/Strongyloidea Características → Pouca especificidade de hospedeiro → Infecções mistas são comuns ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Ele pode apresentar patogenicidades diferentes, nas diferentes espécies de hospedeiros → Mede cerca de 1 a 2 cm → Hospedeiros jovens são mais suscetíveis que adultos → Adultos ajudam a perdurar a contaminação das pastagens (assintomáticos ou podem apresentar forma clínica com mortalidade) -ovinos e caprinos. → Contém bolsa copulatoria e 2 espiculas. → Autocura: larva induz resposta de hipersensibilidade que resulta na eliminação de adultos, época das chuvas. → Final da gestação e lactação → aumenta susceptibilidade à parasitose (periparto) Diferenças morfológicas (bolsa e espiculos) Ovos-Estrongilideos (morulado com casca fina) Ciclo biológico – Estrongilideos → Possui ciclo direto típico com a larva L3 como a forma infectante. Gastroenterites por Estrongilideos – Manifestações clínicas → Evolução: aguda ou crônicas, depende de fatores relacionados ao parasita (espécies, carga parasitária), hospedeiro (idade, estado fisiológico e nutricional, raça) e ambiente (qualidade do pasto, rotação de pastagem, higienização) → Manifestações clínicas: diarreia, anemia, edemas, perda de peso, emagrecimento → Maiores prejuízos estão relacionados ao decréscimo da produtividade dos rebanhos. Diagnóstico de gastroenterites → Histórico → Manifestações clínicas → Histopatológico → Coprocultura: identificação das larvas (aparelho bucal pequeno, cutícula, cauda) Profilaxia e controle Métodos de controle: descontaminação da pastagem e vermifugação Descontaminação da pastagem → Pastejo alternado entre diferentes espécies animais (bovinos e ovino) - Baseia-se na especificidade parasitária, evitar acesso de filhotes ao pasto ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Rotação de pastagens – larvas não encontram hospedeiro para infectar (caro) resistentes e suscetíveis → Tratar animais com anti-helmínticos antes de se proceder a troca do piquete Confinamento- limpeza regular dos piquetes → Considerar aspectos epidemiológicos, vermifugar no início da estação de pastoreio → Aplicar anti-helmínticos em períodos críticos, levando em conta manejo das pastagens → Uso indiscriminado de anti-helmínticos → resistência e a produção de resíduos na carne e no leite → Associar o uso de anti-helmínticos a exames periódicos de fezes (OPG) Haemonchus contortus → Estrongilideo Características → Conhecido como” vermelhinho” ou “bengala de barbeiro” → Localiza-se no abomaso → Em geral mede de 1 a 3cm → O macho mede de 10 a 20mm e a fêmea de 18 a 30mm → Os hospedeiros definitivos são ruminantes (bovinos, equinos e caprinos) → Zebuínos são resistentes → Principal parasita de ovino → Atinge áreas tropicais e subtropicais Haemonchus contortus Ciclo biológico – Haemonchus contortus → Ciclo evolutivo direto → Infecção via oral → Ingestão da larva L3 → Oviposição diária → Ovo até forma infectante (L3) 4-6 dias- 1-3 meses (condições climáticas desfavoráveis) – hipobiose. → Período pré patente: ~ 2-3 semanas, 4 semanas (bovinos) Sinais clínicos – Haemoncose Má nutrição, fenótipo defeituoso e estresse. "Auto cura" grande quantidade de parasitas adultos são eliminados nas fezes, coincide com início de chuvas sazonais ("larvas novas") Manifestações clínicas hiperaguda, aguda ou crônica: → Geralmente apetite normal, fezes bem formadas, ocasionalmente fezes com coloração marrom escura (melena) e perda de peso. Em filhotes: anemia acentuada, fraqueza acentuada, falta de ar, eventualmente óbito. Anemia – até exaustão medular Não existe evidência de desenvolvimento de imunidade em ovinos em áreas endêmicas de contaminação contínua do pasto. Co-infecção = diarreia ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ascite (papeira) = edema submandibular Diagnóstico Necropsia: carcaça e mucosas pálidas, atrofia de gorduras viscerais, edema submandibular, ascite - Abomaso: presença de parasitas adultos (1-3 cm), conteúdo abomasal amarronzado. Coproparasitológico: técnica de flutuação (ovos típicos de estrongilídeos) → Ovos de parede fina, superfície lisa, formato ovoide ou elípticas, acinzentados, embrião no estágio de desenvolvimento de mórula) → Análise quantitativa OPG> 10.000 (ovos por grama) Famacha Ostertagia spp. → Gêneros: → Ostertagia ostertagi- bovinos, ovinos. → Teladorsagia (Ostertagia) circuncicta - ovinos, caprinos, bovinos. Características → Principais parasitas de bovinos → Distribuição mundial → Imunidade lenta e adquirida → Clima temperado e subtropical (sul, e relatos no Sudeste) → Ostertagia ostertagi é conhecido como “verme marrom do estomago”, tem coloração castanho avermelhado, e mede menos que 1cm. Ostertagia ostertagi Ciclo biológico – Ostertagia ostertagi → Ciclo evolutivo direto → PPP: 21 dias; L3 infectante (período pré- patente) → Hipobiose > 6 meses Sinais clínicos - ostertagiose → Perda de peso, pelagem opaca e seca, redução ou não do apetite e hipoproteinemia ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Ascite, edema submandibular, anemia e atrasono desenvolvimento. → Diarreia aquosa intensa verde brilhante, pode sujar pele da região perianal e membros pélvicos (bovinos)- moscas Formas clínicas Tipo 1 bezerros, alta morbidade, baixa mortalidade, primeira estação de pastagem: perda de peso, diarreia intensa persistente (época das chuvas) Tipo 2 diarreias intermitente - bovinos jovens, pequena proporção indivíduos, alta mortalidade Patogenia Bovinos jovens, ocasional em adultos, início temporada de pastagem. L3(água ou pasto) – destruição de grande número de glândulas e de células que produzem o ácido clorídrico. Hiperplasia e perda da função glandular, aumento do pH, dificulta digestão proteica. Achados patológicos (necropsia) → linfonodos regionais aumentados; ausência de depósitos de gordura → Nódulos branco acinzentados, edema e hiperemia das pregas do abomaso; parasita pode sair por um orifício → aspecto de "couro marroquino” patognomonico (bovinos) Diagnóstico → Diagnóstico histórico: sazonalidade (histórico estação pastagem), achados patológicos, cultura larval, identificação do parasita adulto. → Coproparasitológico quantitativo: técnica de flutuação (ovos típicos estrongilídeos) Trichostrongylus spp. → Gêneros: T. axei (equinos e bovinos – estomago e abomaso) e T. colubriformis (ovinos e caprinos – intestino delgado) Características – Trichostrongylus axei → Menores estrongilídeos, medindo menos que 0,7cm, tem a coloração castanho avermelhada. → Localiza-se no abomaso (ou estomago se for equino) → Raramente é o patógeno primário de bovinos, geralmente ocorre associado a outras parasitoses do trato gastrointestinal → Distribuição mundial, importante em regiões subtropicais (Brasil) → Ampla variedade de hospedeiros: ruminantes, equinos, suínos (estomago) Ciclo biológico – Trichostrongylus axei → Ciclo direto típico, período pré patente: 2-3 semanas → Hipobiose → Imunidade se desenvolve lentamente Sinais clínicos – Trichostrogilose (abomaso – Trichostrongylus axei) → Maioria assintomáticos (fêmeas eliminam poucos ovos) → Infecções maciças + estresse + desnutrição = perda de peso e diarreia (verde brilhante escuro, "curso negro"). → Atração de moscas varejeiras (miiases) ([Laura Cabo Cravo Roxo] Patogenia – Trichostrongylus axei → Destruição da mucosa e glândulas - atrofia vilosidades. → Perda de proteínas plasmáticas. → Mudança de pH e ↑ da permeabilidade da mucosa. → Lesões em placas circulares, úlceras rasas. Diagnostico – Trichostrongylus axei → Necropsia: carcaça sem gordura, abomasite (atrofia de vilosidades), úlceras ou lesão em placas circulares → Lavagem e raspagens da mucosa, utilização de lupas ou microscopia → Cultura de fezes Características – Trichostrongylus colubriformis → Caprinos e ovinos → Localiza-se no intestino delgado → Parasitas vermelho acastanhados claros, filiformes, até 25mm. → Parasita de tamanho variável Trichostrongylus colubriformis Patogenia – Trichostrongylus colubriformis → Larvas penetram mucosa (formam tuneis) e provocam atrofia vilosidades intestinais, aumento células caliciforme (muco) → Anidrobiose: suporta períodos secos. Sinais clínicos – Trichostrongylus colubriformis → Perda de peso, surtos de enterite (infecções maciças), hipoproteinemia na primavera (hemisfério sul). → Imunidade lentamente adquirida (~Ostertagiose), pode perder imunidade no período próximo ao parto. → Em áreas clima temperado raramente é o agente causador. Diagnóstico – Trichostrongylus colubriformis Necropsia- Mucosa intestinal inflamada e espessada com presença de muco Deixar mucosa intestinal em solução salina morna por 2-3 horas para liberação das larvas Cultivo larval Identificação adulto - OPG (>200) ovos típicos de estrongilídeos (fêmeas eliminam menor quantidade de ovos que Haemonchus) Cooperia spp. → Gêneros: Cooperia curticei (ovinos, caprinos); Cooperia oncophora (bovinos, ovinos, caprinos) e Cooperia; C. (pectinata- bovinos) Características → Localiza-se no intestino delgado → Tem ruminantes e bovinos como hospedeiro → Medem menos que 1cm → Algumas espécies são mais patogênicas que outras Cooperia spp. ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico – Cooperia spp. → Ciclo de vida direto, típico da superfamília → Período pré patente: 3 semanas → Hipobiose, imunidade parcial após 1 ano de exposição Sinais clínicos – Coperiose → Maioria são assintomáticos, perda de apetite ou baixo ganho de peso → Enterite catarral intermitente (infecções maciças) e edema submandibular (hipoproteinemia) Diagnóstico – Coperiose → Necropsia - atrofia e edema das vilosidades intestinais, cultura larval e identificação adulto → OPG (>500), cultura fecal. Nematódeos de aves Ascaridia galli → Superfamilia: Ascaridoidea Características → Tem como hospedeiro definitivo aves domésticas e silvestres. → Localiza-se no intestino delgado → Vermes robustos, brancos, e medem até 12cm → Maior nematódeo de ave Ascaridia galli Ovos de Ascaridia galli (oval e casca lisa) Ciclo biológico – Ascaridia galli → Ciclo direto → ingestão ovo com L2 ou minhocas com ovos (hosp. parat.) → desenvolvimento até adulto no intestino delgado Patogenia → Pouco patogênico para adultos (assintomático) → Diminuição na produção de ovos e ganho de peso → Em jovens pode ocorrer infecções maciças – enterite hemorrágica, anemia, emaciação, oclusão intestinal e óbito. Diagnóstico → Ovos nas fezes → Necrópsia – vermes adultos no intestino (grandes e brancos). ([Laura Cabo Cravo Roxo] Heterakis gallinarum → Superfamilia: Ascaridoidea Características → Tem como hospedeiro definitivo aves domésticas e silvestres. → Localiza-se no ceco → Vermes pequenos e brancos, medem até 1,5cm, tem cauda pontiaguda Heterakis gallinarum Ovos de Heterakis gallinarum Ciclo biológico – Heterakis gallinarum → Ciclo DIRETO: ingestão ovo com L2 OU Ingestão minhocas com L2 (hosp. paratênico) → L2 – três mudas na luz cecal, formando nódulos na mucosa. Patogenia → Nematódeo mais comum das aves domésticas → Pouco patogênico (nódulos e inflamação do ceco causam diarreia e emagrecimento) → Principal importância = vetor do protozoário Histomonas sp. em perus Diagnostico → Ovos nas fezes → Verme/nódulos cecais na necropsia Syngamus trachea → Superfamilia: Trichostrongyloidea → Aves domésticas ou silvestres → Localização – trato respiratório superior (traqueia) → Fêmeas grandes (2 a 5 cm) e machos pequenos (até 0,5 cm), avermelhados, em cópula permanente (formato Y) → Ovo elipsóide bioperculado Syngamus trachea ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico → Ovos com L1 saem do macho → L2 e L3 no ambiente > ingestão ovo com L3 ou minhoca (HP) → L3 penetram intestino pulmão L4-L5 e adultos – cópula em traqueia Patogenia → Traqueíte com produção de muco e oclusão das vias aéreas, pneumonia e morte Manifestações clínicas → Dificuldade respiratória, asfixia e sufocação, oscilação de cabeça e tosse. → Fraqueza emagrecimento e morte Diagnóstico → Sintomas + ovos nas fezes → Necrópsia (vermes na mucosa traqueal) Helmintos de suínos Ascaris suum Superfamilia: Ascaridoidea → Ascarídeos = maiores nematódeos do intestino delgado dos animais → Maior consequência em animais jovens → Estágios larvais – comportamento migratório → Ciclo pode ter hospedeiros paratênicos → Pode medir até 40cm → Ovo amarelado, casca espessa, camada externa irregular – RESISTENTENTES AO AMBIENTE. Ascaris suum Ciclo biológico → Ciclo evolutivo DIRETO → Ovo nas fezes > HD ingere ovos infectantes ou hosp. paratênicos contendo a L2 (minhocas e besouros) → Eclosão do ovo no intestino delgado > L2 vai parafígado, onde muda para L3 > circulação para pulmões – traqueia – intestino delgado > L4, L5 e adultos. ([Laura Cabo Cravo Roxo] Patogenia Estágios larvais em grande quantidade: → Pneumonia → Lesão hepática (“manchas de leite” – tecido fibroso pela passagem das larvas) – condenação em matadouros Adultos no intestino: → Diarreia, obstrução intestinal ou de ducto biliar > icterícia → Baixo ganho de peso Diagnóstico → Manifestações clínicas → Ovos no exame Coproparasitológico de fezes Trichuris suis Superfamília Trichuroidea: → Adultos no ceco (4 a 6cm) → Importância clínica só em grandes quantidades → “vermes chicotes” – extremidade posterior espessa e anterior afilada → Cauda do macho enrolada, fêmea curva → Ovos bioperculado, amarelos ou castanhos Trichuris suis Fêmea Macho Ciclo biológico → Ovos nas fezes > desenvolvimento da L1 (ovo infectante) → HD ingere ovos > L1 nas glândulas da mucosa cecal, onde ocorrem 4 mudas (L2 – L3 – L4 – L5 e adultos). Patogenia → Maioria infecções – leves e assintomáticas → Infecções maciças > inflamação mucosa cecal (diarreia com sangue) e invasão bactérias patogênicas → Epidemiologia: Ovos muito resistentes (3 a 4 anos) ([Laura Cabo Cravo Roxo] Stephanurus dentatus Superfamília Trichostrongyloidea → Verme robusto até 4,5 cm → Localiza-se nos rins e tecidos perirenais → Ovo em formato oval, casca fina e morulado Stephanurus dentatus Ciclo biológico → HD ingere L3 (livres ou minhocas – HP) ou L3 entra por via cutânea (pocilga úmida) → L3 muda para L4 no intestino > fígado → L4 no fígado > perfuram cápsula e migram para rim, onde desenvolvem-se em cistos → Cistos comunicam-se com ureter > eliminação dos ovos na urina Patogenia → Lesões no fígado causam cirrose, ascite, condenação após abate → Lesão renal e hidrofenose → Diminuição de ganho de peso e perda de peso Diagnóstico → Ovos na urina → Exame do fígado cirrótico em abatedouros Trichinella spiralis → Ampla variedade de hospedeiros (mamíferos, principalmente suíno e homem) → Zoonose importante mundial → Localização dos adultos – intestino delgado; e das larvas – musculatura estriada → Pequenos, medem de 1 a 3mm → Curto período de vida → Fêmeas liberam larvas (vivíparas) Ciclo biológico → Fertilização > machos morrem e fêmeas penetram nas vilosidades intestinais → Fêmeas liberam L1 > circulação sanguínea > encistamento em musculatura esquelética (larvas infectantes) → Larvas L1 ingeridas por outro hospedeiro (ex: homem) > 4 mudas no intestino delgado, tornando-se madura ([Laura Cabo Cravo Roxo] Patogenia → Infecção de suínos (consumo de lixo ou ratos com larvas) – geralmente assintomática → Ingestão de centenas de larvas (homem – ingestão carne de porco mal cozida/predadores das florestas → Enterite → Invasão muscular > miosite aguda, febre e miocardite → Infecções no homem Diagnóstico → Inspeção da carne – manchas musculares branco-acinzentadas → Amostras de músculos entre lâminas de vidro (triquinoscópio) > visualização microscópica das larvas → Teste imunodiagnóstico (ELISA) Tratamento Raramente necessário em animais Controle → Cozinhar lavagem/restos de alimentos destinados aos suínos → Inspeção da carne → Eliminação dos ratos da pocilga → Homem – cozimento carne de porco e subprodutos Dictiocaulose Dictyocaulus sp. → Dictyocaulus arnfield (asnos e equinos) → Dictyocaulus viviparus (bovinos e búfalos) → Medem de 5-8cm, coloração branca → Tem distribuição mundial, em climas temperados com grande precipitação pluvial (Sul do Brasil) → Localizam-se no hospedeiro – traqueia e pulmão Ciclo biológico → DIRETO → Fêmea ovovivíparas (ovo com L1 eclosão imediata) → No ambiente: L1-L3 → Período pré patente de 3-4 semanas → HP – Fungo Pilobolus sp (1 semana, até 3 metros) → Ovos podem ser expelidos pela cavidade oral ou nasal (expectoração) ou deglutidos e eliminados nas fezes. Geralmente larva eclode no tubo digestório antes de ser eliminada nas fezes → Ingestão oral (L3) > intestino > penetra na mucosa, (L4) migra via linfática ou sanguínea até pulmões ([Laura Cabo Cravo Roxo] Dictiocaulose Broncopneumonia parasitária de ruminantes → Acomete principalmente bezerros → Primeira estação de pastagem, confere forte imunidade em fazendas endêmicas → Pequenos ruminantes – infecções maciças ou associadas com outros nematelmintos Manifestações clínicas → Frequentes em filhotes → Infecção leve – tosse intermitente após exercícios → Tosse, espirro, corrimento nasal mucoso, febre → Taquipneia e desconforto respiratório grave → Cianose, prostração e decúbito lateral, óbito → Atelectasia (colapso total ou parcial do pulmão, ou lóbulo pulmonar) 1° fase (fase pré patente) → Desenvolvimento das larvas até adultos no pulmão (bronquite) – 1 mês → Fase de penetração (ingestão de L3, migração TGI via até pulmões) de 1 – 7 dias 2° fase (parasitas adultos no pulmão) 26 – 60 dias – bronquite parasitaria, pneumonia por aspiração 3° fase (fase pós patente) Alterações respiratórias graves 60 – 90 dias – lesões residuais – recuperação ou óbito. Diagnóstico Detecção de larvas pela técnica de Baerman ELISA, título persistente por 4 – 7 meses Exame histopatológico – edema pulmonar, exsudato purulento e hepatização pulmonar. Linfonodos regionais aumentados. Muellerius capillaris → Cabra → Tem como hospedeiro paratênico o caracol ou a lesma → O parasita adulto tem menos que 3 cm ([Laura Cabo Cravo Roxo] Helmintos de equinos Parasitas de estomago → Habronema muscae → Draschia megastoma → Hospedeiro definitivo: equinos e asininos → Hospedeiros intermediários: moscas → Tem distribuição em países quentes → Habronemose cutânea e gástrica são morfologicamente semelhantes → Brancos, delgados com 0,7 a 2,5 cm → Várias espécies: Draschia megastoma, Habronema muscae, Habronema micróstoma; → Ovos com casaca fina em forma de bastão, contendo larva → Localizam-se no estomago/cutâneo Ciclo biológico → INDIRETO → Larvas de mosca ingerem larvas do Habronema (até L3) → Larvas da Habronema passam das peças bucais do HI para olhos, narinas, boca do hospedeiro → Larvas ou moscas são ingeridas pelos equinos → A Habronemose gástrica ocorre quando completam o ciclo (só se forem ingeridas e irem até o estomago) → PPP – 2 meses. Habronema e Draschia “ferida de verão” → Países quentes Manifestações clínicas → Habronemose cutânea: lesões únicas ou múltiplas “estação das moscas” → Lesões cutâneas (presença de secreção e locais de difícil acesso), larvas não se desenvolvem em parasitas adultos → Conjuntivite granulomatosa, dermatite com tecido de granulação → Feridas que não cicatrizam → Granulomas → Habronemose gástrica: geralmente assintomáticos, diarreia com muco, obstrução, perfuração, formação de abcessos (raramente) – margo plicatus (margem pregeada) Diagnóstico → Clínico e histopatológico → Habronemose cutânea – ferida não cicatriza apesar dos tratamentos, ferida de verão, cresce em extensão, granuloma exuberante, conjuntivite persistente. → Habronemose gástrica – → Gastrite catarral (Habronema): cargas intensas podem levar a ulceração gástrica → Draschia: nódulos fibrosos (resposta inflamatória) – obstrução, carcinoma espinocelular gástrico e abcessos (raro) → O diagnóstico Coproparasitológico é raro (forma gástrica), pois os ovos são dificilmente encontrados. Strongylus → Conhecidos como grandes estrôngilos → HD – equinos e asininos → Localiza-se no ceco e cólon → Espécies – diferentes tamanhos,presença ou ausência de forma dos dentes (Strongylus vulgaris) ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Strongylus edentatus e Strongylus equinus são maiores e mais resistentes aos anti- helmínticos que S. vulgaris → Migração das larvas provocam mais destruição que parasitas adultos hematófagos → Parasitas adultos provocam ulcerações (dentes), são vermelho escuros, 2 – 4cm, larvas provocam formação de granulomas → Diferentes características morfológicas → Ciclo e tratamento semelhantes → PPP longo, maior que 6 meses. Strongylus vulgaris → Estrongilideo mais patogênico → Ciclo evolutivo direto – L3 infectante (resistentes a dessecação) → PPP – 7 – 8 meses → Localiza-se no intestino grosso → L4 e L5 migram por artérias mesentéricas causando inflamação e espessamento (aneurisma, hemorragias e trombos – óbito) Manifestações clínicas Cólica (diminuição no fluxo sanguíneo + presença de adultos – hemorragia) Anemia (parasitas adultos, danos acidentais a mucosa) Arterite, trombose, embolia e aneurisma (migração larval, redução do fluxo sanguíneo – ceco e cólon) Strongylus edentatus → Localizam-se no intestino grosso → Migração larval pelo parênquima hepático → Atingem peritônio e ligamentos hepáticos → A penetração no IG forma nódulo que se rompem e liberam adultos maiores que S. vulgaris → PPP – 10 – 12 meses Manifestações clínicas Assintomáticos, febre, edema, anorexia, perda de peso (necrose, hemorragia e fibrose hepatica, hemorragia peritoneal, peritonite) Strongylus equinus Incidência menor e menor patogenicidade em comparação aos outros grandes estrongilídeos Migração larval em fígado e pâncreas Cistos na parede do intestino grosso Localizam-se no IG PPP – 8 - 9 meses Manifestações clínicas Diarreia, anorexia, perda de peso, edema. Ovos tipo estrongílidio (cultura fecal – identificação larval) Cyathostomum spp. → Pequenos estrôngilos (ciatostomíneos) → Mais de 40 espécies, 15 a 20 no mesmo hospedeiro → Mede em torno de 5 – 12mm → Localizam-se no intestino → Ciclo evolutivo DIRETO L3 infectante – invadem a mucosa do IG → Hipobiose prolongada (L4) → Súbito início de diarreia, sazonal, rápida perda de peso, cólicas recorrentes e edema periférico ([Laura Cabo Cravo Roxo] Manifestações clínicas Hemorragia devido a hematofagia, diarreia. Anorexia, edema (anasarca) e anemia Enterite catarro-hemorrágica/linfonodos aumentados Diagnóstico → Cólica granulomatosa, hiperplasia (multiplicação celular) da mucosa IG (larvas-processo inflamatório) (necrópsia) → Coproparasitológico (poucos ovos mesmo em infecções maciças, há uma maior quantidade de larvas) → Cultura fecal Diagnóstico de ciatostominose → Presença de ovos nas fezes (flutuação) – ovo tipo Strongylida → (70 – 100% são pequenos estrôngilos) Parascaris equorum → Hospedeiros: equinos e asininos → Localização: intestino delgado → Tem distribuição mundial → Mais frequentes em equinos com menos de 18 meses, animais lactentes e desmamados são mais sensíveis. Adultos são mais resistentes Ciclo biológico → DIRETO → Ingestão de ovos infectantes (L2) → Larva penetra a mucosa do intestino delgado, faz migração para fígado, pulmão, traqueia e ID → PPP – 10 semanas Patogenia e manifestações clínicas → Hemorragias nos pulmões e fígado durante migração larval – tosse e dispneia → Febre, anorexia, pelagem seca e sem brilho, retardo no crescimento de potros → Enterite (diarreia fétida e constipação alternadas), cólica, obstrução dos ductos biliares e intestino, perfurações intestinais, peritonite e morte. Diagnóstico → Ovos esféricos acastanhados, casca grossa com escavações (fêmeas são muito fecundas) → Ovos extremamente resistentes no ambiente → Histopatológico ([Laura Cabo Cravo Roxo] Oxyuris equi → Hospedeiros equinos e asininos → Localiza-se no ceco, cólon e reto → Tem distribuição mundial → A fêmea é branca e grande, medindo 10cm; e o macho cerca de 1cm. → Associado à falta de higiene – água, solo e alimentos Ciclo biológico → Adultos localizados na luz do cólon, após fertilização fêmea migra para o ânus e coloca no períneo em massas cimentadas → Ovos – (infectantes 4 dias) → PPP – 5 meses Manifestações clínicas → Inquietação e falta de apetite → Migração de fêmeas adultas para a região perianal – prurido e avermelhamento da região perianal – escarificação da pele, infecção bacterianas secundarias “cauda de rato”, perda de pelos → Inflamação do intestino grosso (colite) Diagnóstico → Necropsia: larvas podem provocar erosão da mucosa do intestino grosso → Ovos ovais, amarelos, um lado levemente achatado com um tampão em uma das extremidades Strongyloides westeri → Acomete animais jovens – lactentes e desmamados, e adultos imunossuprimidos → Único nematóides de importância veterinária capaz de realizar ciclos reprodutivos de vida livre → Parasitas finos como fios de cabelo, 6 – 9mm → Apenas as fêmeas são parasitas, ingestão da L3 no leite/colostro. Adultos (fêmeas) no ID → Potencial zoonótico (S. stercolaris ovos eclodem no hospedeiro) Ciclo biológico PPP- 7-!0 dias Fêmea pode ovipor em vida livre. Migração pela traqueia e pulmões. Penetração via cutânea ou via oral, transmamária ([Laura Cabo Cravo Roxo] Manifestações clínicas → Infecções moderadas são apatogênicas → Infecções graves podem levar a morte de potros → Pleurite hemorrágica – dispneia (migração larval) → Enterite catarral – diminuição da absorção → Diarreia leitosa/amarelada, anorexia e perda de peso Diagnóstico → Anamnese detalhada da propriedade → Dados climáticos e tipo de controle das doenças → Cólica intestinal, subdesenvolvimento de animais jovens, falta de apetite, emagrecimento e diarreia → Desidratação e anemia → Lesões de pele e alterações respiratórias → Exames Coproparasitológicos → Cultura de fezes, ovos larvados, formato oval, parede fina e superfície lisa → Necropsia: sacrificar o animal mais debilitado a fim de diagnóstico, método mais preciso Trichostrongylus axei → Menores estrongilídeos, mede menos que 0,7cm de coloração. Castanho avermelhadas, capilariformes → Localiza-se no estomago/abomaso → Ciclo DIRETO típico → PPP – 2-3 semanas → Hipobiose → Imunidade se desenvolve lentamente Patogenia → Destruição da mucosa e glândulas – atrofia vilosidades → Perda de proteínas plasmáticas → Mudanças de pH e aumento da permeabilidade da mucosa → Lesões em placas ou circulares, úlceras rasas Manifestações clínicas → Maioria assintomáticos (fêmeas colocam poucos ovos) → Infecções maciças + estresse + desnutrição → Perda de peso e diarreia (verde brilhante escuro. “curso negro” → Atração de moscas varejeiras (miiases) Diagnóstico → Necropsia: carcaça sem gordura, gastrite (atrofia de vilosidades), úlceras ou lesão em placas circulares → Lavagens e raspagens da mucosa, utilização de lupas ou microscopia → Cultura de fezes → Exame OPG → Ovos típicos estrongilídeos Platelmintos de interesse em saúde pública Taenia saginata → Hospedeiro definitivo = homem (“solitária”) → Cestoide adulto – 5 a 15 metros no ID → Escólex não tem rostelo nem ganchos → Hospedeiro intermediário = bovino → Cysticercus bovis = formas larvais nos músculos estriados, principalmente coração, língua, músculo masseter e músculos intercostais → Cistos de 1cm diâmetro, branco- acinzentados, cheios de líquidos ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico → Ovos nas fezes do homem (HD) (milhões por dia) > bovino (HI) ingere pastos com ovos > migração de larvas a musculatura dos bovinos > formação cistos com cápsula fibrosa (cisticerco/” grão de canjica”) → Ingestão de carne crua pelo homem > larvas se fixam naparede do intestino delgado HD > adultos iniciam formação de proglotes → PPP – 2 a 3 meses Taenia solium → Hospedeiro definitivo = homem → Adulto no ID semelhante a T. saginata, porém escólex com 2 fileiras concêntricas de ganchos → Útero com menos ramos laterais → Hospedeiro intermediário = suíno e homem → Cysticercus cellulosae = formas larvais nos músculos estriados Cisticercose → Ocorre no homem quando, ao invés de ingerir carne contaminada, ingere ovos do verme → Estágio larval se desenvolve da mesma forma como no HI, atingindo cérebro, coração, língua, olhos e músculos → A infecção do homem pelo cisticerco da T. saginata (C. bovis) é rara, sendo mais comum pela T. solium Meios de ingestão → Pelas mãos contaminadas → Alimentos e água contaminados por fezes → Retroperialtismo (retorno ao estomago) de proglotes maduras (=auto-infecção) Cisticercos nos músculos e tecidos subcutâneos: → Dores musculares, calafrios e cansaço Neurocisticercose (cérebro): → Convulsões, aumento pressão intracraniana ou distúrbios mentais (psiquiátricos) Cisticercose ocular: → Cegueira, uveítes, retinites, conjuntivites e afecções dos músculos motores do olho Sintomas Homem com teníase: → Diarreia e perda de peso → Irritação/ prurido anal (proglotes) ([Laura Cabo Cravo Roxo] → Desconforto abdominal (cólicas) → Apendicite (proglotes no apêndice) → Raramente, obstrução intestinal → Geralmente, assintomático Bovinos/suínos com cisticercose → Geralmente, assintomática → Bezerros podem ter miocardite e ICC Diagnóstico Cisticercose: → Inspeção de carcaças (músculos principais = masseter, língua, coração, intercostais) → Homem – RX, tomografia, testes imunológicos Teníase: → Parasitológico de fezes e pesquisa de proglotes Tratamento → Albendazol ou Praziquantel – eficácia contra adultos, pouca contra cisticercos Controle → Esgoto das casas adequadamente ligado à rede pública → Não usar fezes humanas para adubação, nem água contaminada para irrigação de hortas e plantações → Consumir alimentos (frutas, vegetais etc.) após rigorosa higiene → Carnes e linguiças – consumidas cozidas, fritas ou assadas → Consumir água fervida ou filtrada e de procedência conhecida → Lavar mãos antes do preparo dos alimentos, antes das refeições e logo após defecar → Impedir acesso de suínos e bovinos as fezes humanas → Estimular confinamento na criação de animais e limpeza dos locais → Inspeção em abatedouros e combate ao abate clandestino Fascíola hepática – fasciolose → Família Fasciolidae → Trematóides grandes, castanhos (adulto – 3,5cm comp. X 1 cm largura) e em forma de folha → Trematóides hepáticos (saguaipé, baratinha do fígado) → Extremidade anterior em formato de cone, com ventosas (oral e ventral) → Cutícula coberta de espinhos → Ovo grande, oval e operculados Hospedeiro definitivo: → Principalmente ovinos e bovinos → Homem pode se infectar pelo consumo de agrião Hospedeiro intermediário: → Caramujo do gênero Lymnaea → Habitat – lama úmida (margens córregos ou lagoas, poças d’água) Localização: Adultos nos ductos biliares e parênquima hepático ([Laura Cabo Cravo Roxo] Ciclo biológico → Ovos nas fezes do HD eclodem liberando miracídeos ciliados móveis > adentram caramujo (em até 3h) > desenvolvem-se em esporocistos > rédias > cercarias (móveis), que deixam caramujos e fixam-se em superfície firme (ex: capim) → Cercárias encistam-se sob forma de metacercárias infectantes > ingeridas por HD > atravessam intestino delgado → Penetram cápsula hepática e migram para ductos biliares > adultos eliminam ovos pelo ducto colédoco Fasciolose Pode ser aguda ou crônica → Aguda: → Ingestão grande quantidade de metacercárias → Migração pelo parênquima hepático > hemorragias → Febre, fraqueza, mucosas pálidas → Hepatomegalia e dor abdominal → Mais frequente em ovinos (maior mortalidade) → Crônica: → Mais comum/início primavera → Ingestão quantidade moderada de metacercárias → Anemia (mucosas pálidas), perda de peso, complicações da cirrose hepática (icterícia, ascite) → Queda na produção e qualidade do leite Diagnóstico → Manifestações clínicas → Ocorrência sazonal → Identificação de habitats de caramujos → Ovos de Fascíola sp. nas fezes → Exames laboratoriais: anemias e aumento enzimas hepáticas → Exame pós-morte: → Necropsia – fígado irregular e pálido (cirrose), obliteração ductos biliares Controle → Reduzir HI (caramujo) > drenagem/tratar área com molusquicida (sulfato de cobre) → Uso profilático de anti-helmínticos (ex: Albendazol) → Homem > cuidado com água/agrião contaminados Cestóides de equinos Anoplocephala spp. → Distribuição mundial → Anoplocephala perfoliata, íleo terminal, ceco → Anoplocephala magna, intestino delgado, até 80cm → HD – Equinos → HI – ácaros do solo e do pasto ([Laura Cabo Cravo Roxo] Anoplocefaliose Patogenia – Anoplocephala perfoliata → Geralmente assintomáticos, pode provocar perfuração da mucosa no local de fixação (ulceração) ileocecal, obstrução enterite intussuscepção Patogenia – Anoplocephala magna → Enterite catarral ou hemorrágica – jejuno Infecção maciça – perfuração e obstrução intestinal Cestóides de aves Raillietina spp. → Intestino delgado de galinhas e perus (até 25 cm) → Ovos nas fezes > ingestão por formigas ou besouros (HI) > cisticercóide → HD ingere HI → Adultos com escólices na mucosa intestino delgado > nódulos caseosos, enterite ou assintomáticos → Controle – praziquantel + controle HI (inseticidas) Davainea proglottina → Cestódeo mais patogênico das aves → HI – Lesmas e caramujos terrestres → Pequenos (até 4mm), penetra entre vilosidades intestinais > enterite hemorrágica Diagnóstico Proglotes/ ovos nas fezes Controle Praziquantel + destruição HI
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