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Transição da Idade Média para a Idade Moderna; o Transição do modo de produção feudal para o capitalista. Crise do século XIV: conjunto de eventos caóticos que criam uma atmosfera apocalíptica; o Crise climática → gera fome; o Peste negra; o Guerra dos Cem Anos (disputa entre França e Inglaterra). ▪ Ingleses invadem a França almejando conquistas continentais; ▪ Após 116 anos de luta, a França vence a guerra. A tecnologia da imprensa deu passos gigantes com a invenção da gráfica de tipos móveis de Gutenberg, no início do século XV, propiciando a proliferação de livros em maior escala; Expansão marítima e comercial europeia no Atlântico, cujos avanços técnicos e científicos foram extremamente difundidos nas artes plásticas. Movimento intelectual, artístico e científico, ocorrido na transição da Idade Média para a Idade Moderna, no qual os pensadores foram buscar na cultura clássica a fonte de sua produção. Itália, sendo alguns dos principais motivos: Em seu processo de ascensão, a partir da acumulação de capital, a burguesia comercial e banqueira italiana, interessada em afirmar seus valores, protegeu e financiou artistas e cientistas, tornando-se sua mecenas; o Em Florença e Veneza, por exemplo, cidades italianas que controlavam o comércio mediterrâneo, houve a ascensão de uma importante burguesia comercial. ▪ A atividade comercial desses italianos os colocou em constante e profundo contato com outras culturas, como a bizantina e a muçulmana. Nesse contexto, é fundamental destacar que boa parte dos acervos de obras clássicas foram mantidos por esses povos durante a Idade Média. Com a invasão dos turco- otomanos no Império Bizantino, muitos eruditos grego-bizantinos fugiram de Constantinopla para a Itália, fator que favoreceu o início do Renascimento na região. Na península Itálica estão localizados os principais vestígios do nascimento da cultura clássica. Racionalismo, baseado no uso da razão e da lógica como forma de se opor ao misticismo medieval; Antropocentrismo, aproximando o homem ao nível de Deus, para se opor ao teocentrismo; Individualismo, contestando o coletivismo das sociedades feudais; Rigor matemático e geométrico garantindo a harmonia e a proporção. o Permitiu o surgimento da perspectiva. Destaques: o Dante Aliguieri, com A divina comédia; o Boccaccio, com Decamerão; Período do mecenato Médici (família poderosa); Destaques: o Lorenzo, “o magnífico”; o Leonardo da Vinci, com O homem vitruviano e Mona Lisa; o Botticelli, com O nascimento de Vênus; Período do mecenato papal: estilo renascentista com temática cristã; o Surge o chamado Renascimento Cristão, no contexto da Contrarreforma, sendo o Barroco um dos seus desdobramentos. Destaques: o Michelangelo, com Davi, La Pietá e A Capela Sistina; o Rafael de Sanzio. Os estudos fundados nas culturas muçulmana e bizantina ganharam importância. Nicolau Copérnico: propôs a teoria heliocêntrica, rompendo com o geocentrismo defendido pela cultura medieval; Galileu Galilei: comprovou a teoria de Copérnico através de cálculos matemáticos e observações com o telescópio; Johan Kepler: descobriu que a órbita dos planetas possui a forma de uma elipse. O Renascimento conviveu com a ação da Inquisição e sofreu um forte processo de vigilância e censura, um dos motivos que levaram à sua crise. Outro fator que alavancou sua crise foi a transferência do eixo marítimo e comercial do Mediterrâneo para o Atlântico com a expansão ultramarina, provocando a decadência das cidades italianas, que se descapitalizaram e não puderam continuar com o mecenato. Até o início do século XVI, a Igreja católica manteve certa homogeneidade e liderança sobre as demais religiões e cultos na Europa ocidental. Dentre outras crises, passou pelo Cisma do Oriente, pela Querela das Investiduras e pelo Cisma do Ocidente, derrotando, com o uso da força, as heresias e outras religiões consideradas pagãs contrárias à ordem por ela estabelecida. O avanço do capitalismo gerou uma nova interpretação do cristianismo, mais adequada às aspirações burguesas; o A burguesia mercantil, por exemplo mostrou-se contrária ao pecado da usura, que condenava o lucro. A centralização política, em torno da figura do rei, característica do absolutismo, se opunha à descentralização política característica da Idade Média, na qual a Igreja exercia soberania; O humanismo e, por consequência, o Renascimento Cultural, rompem com a mentalidade teocêntrica (baseada na fé) da época, introduzindo o pensamento antropocêntrico (baseado no uso da razão). Apesar de todas essas mudanças nos campos social e econômico, a Igreja permanecia tradicional, não atendendo aos anseios da burguesia – a nova classe social hegemônica. Nesse contexto de desmoralização da Igreja católica, entre os séculos XV e XVI, aglutinaram-se diversas forças questionadoras desse comportamento, declarando-se contrárias ao papado e defendendo novas interpretações dos evangelhos. O inglês John Wycliffe condenava a venda de indulgências e defendia a salvação pela fé, e não pelas suas obras (como a prática da simonia), e a Bíblia como o único guia da doutrina cristã. John Huss defendia que a autoridade das Sagradas Escrituras era superior à do papa. Nesse contexto, defendia que a alfabetização da população, para que, assim, não dependessem mais da interpretação de clérigos católicos sobre os textos sagrados. O católico agostiniano Martinho Lutero iniciou um movimento reformista de dentro da Igreja, ao publicar suas 95 Teses, em 1517, na catedral de Wittenberg, no Sacro Império Romano Germânico (atual Alemanha). Lutero criticava: o luxo ostentado pela Igreja católica, que, para ele, a afastava dos ensinamentos de Cristo; a venda irregular de indulgências feita pelo bispo Tetzel; a venda de cargos pela Igreja, acarretando a sua desmoralização. A partir desse ponto, Lutero é excomungado pelo papa, sendo acusado de heresia. Apesar disso, foi acolhido por príncipes germânicos, os quais tinham interesse em romper com a autoridade papal, acumulando bens e poderes, sem romper a ligação com Deus, vendo no luteranismo uma saída. Como o rei germânico Carlos V era católico, muitos príncipes contrários a ele passaram a aderir ao protestantismo como forma de protesto ao seu governo. Entretanto, pela Dieta de Worms, o rei germânico Carlos V confirma a excomunhão de Lutero, obrigando todos os germânicos a seguirem a fé católica. Nesse contexto, os seguidores de Lutero iniciam uma onda de protestos (motivo pelo qual passaram a ser chamados de protestantes), exigindo liberdade religiosa, que será conquistada pela Paz de Augsburg, em 1555. Dessa forma, cabe ao príncipe de cada região decidir a religião de seus súditos (“cujus régio, ejus religio”). Entre os séculos XV e XVI, houve um movimento, composto por camponeses, trabalhadores urbanos e intelectuais humanistas, contrário ao batismo de crianças, defendendo que o batismo somente poderia ser válido quando a própria pessoa, já adulta, decidisse se batizar. Apesar de o movimento ter se iniciado de maneira pacífica, este ganha um perfil social, colocando os camponeses contrários aos nobres. Nesse contexto, os anabatistas passam a criticar toda a estrutura católica e também as obras dos reformistas, como Lutero e Zwingli, afirmando que todos esses se afastaram dos pobres, dos oprimidos e, portanto, da própria essência do cristianismo primitivo. Assim, pregavam o retorno à vida comunitária dos primórdios da fé cristã. Traduziu a Bíblia para línguas vulgares – línguas que não eram o latim –, como o germânico, para que as pessoas possam ler e não mais depender da interpretação de clérigos → permitiu a livre interpretação da Bíblia (ausência de hierarquia na fé); Tolerava a usura; Defendia o batismo consciente. Na região daatual Suíça, desenvolveu-se uma poderosa burguesia formada por banqueiros e comerciantes. Nesse contexto, instalou-se um ambiente político de repulsa ao papado e ao Sacro Império, o qual foi fundamental para a propagação das ideias de Lutero, exceto as que condenavam o capitalismo como “obra do demônio”. É nesse contexto em que surge, na década de 1530, João Calvino, francês que reformula a doutrina de Lutero, defendendo que a salvação eterna é determinada por Deus, que dá sinais de salvação. Para ele, a riqueza, fruto do trabalho honesto e sóbrio, seria um sinal de salvação. Desse modo, os banqueiros e grandes comerciantes seriam “homens santos”. Calvino condenava o pecado e, portanto, as pessoas deveriam se ocupar com outras atividades para não pecarem. Assim, a ética calvinista valorizava o trabalho como forma de se evitar cair no pecado. Como os frutos do trabalho podem eventualmente ser usados como meio para cair em pecado, recomenda-se investir em mais trabalho. Dessa maneira, a riqueza daí recorrente é vista como um sinal de bênção divina → de acordo com Max Weber, essa ética teria propiciado o acúmulo de capitais e a valorização do trabalho, características do sistema capitalista. Assim como o luteranismo, o calvinismo também avançou pela Europa. Na França, os calvinistas eram conhecidos como huguenotes. Na Inglaterra, como puritanos e, na Escócia, como presbiterianos. O calvinismo foi considerada uma doutrina mais radical, chegando a perseguir outras religiões e criando uma espécie de Inquisição dentro da própria Igreja Calvinista. Tradução e livre interpretação da Bíblia; Contato direto com Deus (uso somente da Bíblia). Salvação baseada na predestinação divina; Valorização da riqueza, que seria um indício da salvação → início da ética cristã capitalista. Henrique VIII também fundará uma Igreja Protestante na Inglaterra, conhecida como Igreja Anglicana. Dentre os dois principais motivos para sua criação, destaca-se a questão política, pela qual Henrique VIII não aceita o papa, como chefe da Igreja, se intrometer nos assuntos da Inglaterra. Dessa forma, a criação da Igreja Anglicana constitui uma tentativa de diminuir o poder da Igreja Católica. Ao fundar a Igreja Anglicana, pelo Ato de Supremacia, declara que o chefe da Igreja é o próprio rei da Inglaterra, demarcando submissão total da Igreja ao Estado → consolida o absolutismo na Inglaterra. Mantém a estrutura católica e sua hierarquia (o rei passa a ser o chefe da Igreja); Mantém as missas e os procedimentos; Assim como Calvino, afirma que a salvação é dada pela predestinação divina e mantém uma tolerância em relação à usura. Diante desse contexto, a Igreja Católica passa a ser questionada e acaba perdendo bens, terras, fiéis e, consequentemente, poder. Considera-se a Contrarreforma uma reação da Igreja Católica à Reforma Protestante. Caracterizada como a resposta católica tardia, uma vez que demora a reconhecer a Reforma Protestante, antes considerada apenas como uma heresia. Teve quatro pilares como base: o Concílio de Trento, o Índice de Livros Proibidos, o Tribunal do Santo Ofício e a criação da Companhia de Jesus. Reunião que tem como principal objetivo reforçar a doutrina da Igreja. Reafirma antigos dogmas que ela já pregava; Reafirma o uso do latim nos ofícios religiosos e entre os sacerdotes; Contraria as ideias dos protestantes; Reafirma que a fé e as obras são as únicas fontes de salvação; Reafirma o celibato clerical; Reafirma o culto aos santos; Mantêm os sete sacramentos; Determina obediência espiritual ao papa; Mantêm a crença no purgatório; Considera como única Bíblia autêntica a Vulgata (Antigo e Novo Testamento); Estabelece a moralização do clero, a partir da estipulação de uma idade mínima para ocupar um cargo religioso e de seminários para a sua formação; Estabelece a simonia como proibida (acumulação de cargos eclesiásticos); Criada por Santo Ignácio Loyolla, estabelece que padres e jesuítas devem atuar, não só na Europa, mas na América, Ásia e África, difundindo o catolicismo, por meio da catequização, e conquistando novos fiéis. Foi restaurado e usado como forma de vigiar e punir aqueles que apresentassem desvios da fé. Desse modo, os hereges deveriam ser julgados pela Igreja e, uma vez condenados, executados pelo Estado. Nesse contexto, os protestantes passaram a ser perseguidos. Lista de livros proibidos aos católicos, estabelecida por ordem do papa. Continha versões traduzidas da Bíblia, além dos livros protestantes e científicos. Caso algum católico lesse algum desses livros, seria considerado um herege e poderia ser morto. Início da Era Moderna (século XV – XVIII); o Após o renascimento comercial, houve a formação e a ascensão da burguesia, cujos interesses econômicos coincidiam com os do rei: os reis pretendiam ampliar o seu poder, contra os poderes locais – feudais –, enquanto os comerciantes queriam ampliar seus negócios. Assim, a burguesia financiava os exércitos dos reis, que tomavam o poder político sobre os domínios feudais e, ao mesmo tempo, uniformizavam pesos, medidas, moedas, impostos e leis; o À medida que se consolidava o poder dos reis sobre os poderes locais, as fronteiras internas perdiam forças, sendo substituídas pelas fronteiras nacionais → formação dos Estados Nacionais. Dessa forma, o poder dos reis tornava-se absoluto: um só exército (o exército nacional), uma só justiça (com as leis e os tribunais reais) e uma só moeda (a nacional). Assim, os reis encarnavam os ideais da nação e passaram a ser o retrato do Estado. Sistema político centralizado de governo em que os dirigentes assumem poderes sem limitações ou restrições, controlando a política, as leis, a cultura e a economia (Mercantilismo). O termo mercantilismo deriva de mercante, associando-se ao mercado e ao comércio. Assim, trata- se de uma economia baseada em ganhos no comércio. As práticas mercantilistas estavam associadas ao poder político central de seus países. Nesse contexto, cada uma das coroas monárquicas procurava expandir seu império para além do continente europeu, isto é, pretendia, via navegação ultramarina, explorar as riquezas de outros continentes. Sendo assim, o que esses Estados possuíam em comum era: a busca por metais preciosos - metalismo -, a busca pela balança comercial favorável - superávit - e a busca pela proteção alfandegária - protecionismo -, que visava a enriquecer o Estado e a controlar toda a atividade econômica. Essas três características poderiam estar associadas a outras, conforme a nação. No caso de Portugal e Espanha, o sistema mercantil tinha o viés colonialista e exclusivista, isto é, praticava-se o Pacto Colonial, o qual exigia que os colonos sob o domínio da Metrópole não se articulassem economicamente com outras nações. O Príncipe; o Critica a limitação do poder central por leis morais típicas da Idade Média, afirmando que o rei deveria estar acima destas; o Separa Estado e governante; o Defende ser obrigação do rei a manutenção do poder e da ordem social por meios lícitos e, se necessário, ilícitos, além do uso da força → “os fins justificam os meios”. Sua obra usada para justificar as ações do Estado absolutista. Leviatã; o Alega a existência de dois estados: o estado natural e a sociedade civil. A princípio, os homens, em estado natural, defendiam seus interesses individuais, vivendo em constantes lutas e no caos; o Para a construção da ordem social, os homens teriam de abdicar da sua liberdade individual e força, criando um contrato no qual cada um deles entregaria ao Estado o direito do monopólio dessa força → teoria contratualista. ▪ Cria um discurso que afirma a necessidade humana de se ter um poder que controle todos os homens. Política segundoa Sagrada Escritura; o Defende a teoria da origem divina dos reis, a qual afirma que o rei é escolhido por Deus. ▪ Essa teoria propiciou alianças entre os reis e a Igreja (Portugal e Espanha são grandes exemplos). Baixa Idade Média; o Ascensão da dinastia capetíngia, fundada por Hugo Capeto, o qual deu passos significativos para a centralização do poder e, consequente, formação da monarquia nacional; ▪ Se aproximou da burguesia; ▪ Contratou mercenários para o exército real - financiado pela burguesia; • Guilherme, o Conquistador, o maior senhor feudal da França se torna rei da Inglaterra. Nesse contexto, o rei francês Felipe Augusto dirige seus esforços para centralizar o poder na região, confiscando suas terras. ▪ Limitou o poder da Igreja; • Nesse contexto, o rei Felipe, o Belo buscava a centralização do poder político inclusive sobre os territórios da Igreja, fato que descontentou o papa Bonifácio VIII. Esse conflito, denominado Cativeiro de Avignon (1309-1377) se prolongou por muito tempo, envolvendo outros reis e papas. Dele resultou o Cisma do Ocidente, durante o qual a Igreja passou a ter dois papas ao mesmo tempo, que só teve fim no ano de 1411, no Concílio de Constança, quando a Igreja conseguiu voltar a se unificar, tendo apenas um papa. ▪ Principais reis da dinastia: Felipe Augusto; Luís IX (futuramente canonizado como São Luís); Felipe, o Belo (entrou em confronto com o papado romano). Quando este último morre, sem deixar herdeiros, a família Valois assume o trono francês, dando continuidade ao processo de formação da monarquia francesa e início à dinastia Valois. • Nesse contexto, ocorre a Guerra dos Cem Anos, por meio da qual ao ingleses contestaram a herança do trono francês pelos Valois e iniciaram a ação militar. O desfecho da guerra foi a vitória francesa; • Durante a Guerra dos Cem Anos, ocorreram jacqueries, revoltas camponesas que contestavam a propriedade da terra. Como a maior parte dos exércitos feudais era formada por camponeses, os senhores feudais não conseguiram sufocar os revoltosos com as próprias forças, tendo que apelar para os exércitos do rei. Essas forças nacionais esmagaram os rebeldes e, ao mesmo tempo, consolidaram o poder político central sobre a nobreza local, centralizando o poder nas mãos da dinastia Valois. o Por volta do século XVI, no contexto das Reformas Religiosas, há um período de instabilidade marcado por conflitos violentos entre calvinistas, conhecidos como huguenotes, (ligados à burguesia) e católicos (ligados à nobreza). O ponto culminante dessa guerra civil ocorreu em 1572, quando milhares de huguenotes foram massacrados pelos católicos em Paris, no episódio conhecido como Noite de São Bartolomeu; ▪ Essa instabilidade ocasionou uma disputa pelo trono conhecida como Guerra dos 3 Henriques: • Henrique III – o rei francês naquele momento; morre; • Henrique de Guise – católico; • Henrique de Navarra e Bourbon – protestante, convertido ao catolicismo; ganha apoio e assume o poder, dando início à dinastia Bourbon → para consolidar-se no trono, foi forçado pelos católicos a converter-se ao catolicismo, daí surge a famosa frase “Paris bem vale uma missa”. o Ao assumir o poder, Henrique de Navarra e Bourbon torna-se Henrique IV; ▪ Cria o Edito de Nantes, garantindo liberdade de culto aos huguenotes e o direito de os protestantes edificarem fortalezas em sua defesa; ▪ Retoma o crescimento econômico, estimulando a agricultura e a indústria manufatureira através de leis protecionistas → estímulo à burguesia; ▪ Promoveu a fundação de colônias na América, como Quebec. ▪ Com a sua morte, seu filho, Luís XIII assume. Herdou o trono com cerca de 09 anos. Não o assumiu por conta de sua pouca idade. Sua mãe, Maria de Médici, passa gerenciar a regência. Em seu governo pessoal, tomou como auxiliar o cardeal de Richelieu, que passou a ter grande influência no poder. Consolidou o absolutismo monárquico combatendo resistências da alta nobreza; Anulou a parte do Edito de Nantes que dava aos huguenotes o direito de manter exércitos e fortalezas armadas; Estimulou a fundação de novas colônias – Canadá, Antilhas e América do Sul; o É nesse período em que houve a invasão francesa no Maranhão (1612-1615). Se envolveu na Guerra do Trinta Anos, conflito cujo fim só se deu no reinado de seu filho, Luís XIV. Herdou o trono aos 05 anos de idade após a morte de seu pai em 1643. Por isso, a coroa passa a ser administrada por Mazarino. Assim como Richelieu, Mazarino era um exímio estadista: sempre procurou fortalecer o poder real. Enfrentou diferentes opositores do governo e reprimiu a Fronda (1648-1652), revolta no interior da nobreza que criticava a centralização do poder monárquico francês e defendia o cerceamento deste poder a partir do modelo inglês. Mazarino morreu em 1661 e a partir de sua morte Luis XIV passa a governar sozinho, a partir da teoria do direito divino dos reis, sendo o símbolo maior do absolutismo monárquico europeu → “O Estado sou eu!”. Elimina o cargo de primeiro-Ministro → “Eu sou o meu primeiro-Ministro”; Na economia, estimulou a indústria manufatureira e as exportações, inibindo as importações por meio de altos impostos; Pelo desejo de transformar a França na maior potência da época, a política externa foi caracterizada por diversas guerras, como a Guerra de Sucessão da Espanha; o O custo dessa política foi alto e a França entrou num processo de crise econômica que se estendeu até seus sucessores, desembocando na Revolução Francesa. Faz alianças com a Igreja; Em seu governo, houve a construção do Palácio de Versalhes, atraindo a nobreza e o alto clero, que se tornaram bajuladores do Rei Sol; Revoga o Edito de Nantes, por meio da assinatura do Edito de Fontainebleau, fazendo com que protestantes emigrassem da França → “Um rei, uma lei, uma fé!”; Colbertismo: forma com a qual o mercantilismo agiu na França, baseado na produção de artigos de luxo → desaceleração econômica; o Colbert, ministro das finanças, procurou aplicar os princípios da política mercantilista vigente na época; o Por não possuir colônias que oferecessem metais preciosos, Colbert estimulou a indústria manufatureira e as exportações, inibindo as importações por meio de altos impostos. Adotou, portanto, os princípios da balança comercial favorável e o protecionismo; o A política econômica de Colbert ficou conhecida como “mercantilismo industrialista”. Quando Luís XIV morre, seu bisneto irá assumir o trono como Luís XV. Seu governo foi marcado pelo desinteresse em relação às questões políticas e a consequente perda do poder real para ministros e membros da Corte. No início do século XII, João Sem Terra assinou a Magna Carta – conhecida como “Carta das liberdades inglesas” –, documento que limitava os poderes do rei. Através dela, também foi instaurado o Parlamento, sendo este dividido em duas câmaras: a dos Lordes e a dos Comuns. Entretanto, mesmo após a sua instituição, eram constantes os choques entre o poder de fato e o poder de direito. Por direito, o poder reside no Parlamento. Todavia, até o século XVII, o poder do rei foi, muitas vezes, predominante. Disputa pelo poder, ocorrida por volta do século XIV, entre as dinastias York e Lancaster. No decorrer da guerra, ambas as dinastias acabam se enfraquecendo, permitindo a ascensão de uma terceira, a dinastia Tudor. Nesse contexto, a dinastia Tudor surge com uma proposta de união entre as dinastias York e Lancaster. Assim, a dinastia Tudor passou a ser representada com a sobreposição das duas rosas. É caracterizado como um governante absolutista ao promover a reforma religiosa, criando a Igreja Anglicana, da qual o rei, segundo o Ato de Supremacia, é líder. Nesse contexto, parte dos bens da Igreja Católica foram conquistados e entregues ou vendidos à nobreza, sedentapor terras. Além disso, outra parte desses recursos foram investidos no incentivo do processo de cercamentos, estimulando o capitalismo agrário. Os cercamentos – enclosures – consistiam na expulsão dos trabalhadores das terras produtivas, antes comunais, que então seriam transformadas em propriedade privada da nobreza local. Assim, esses trabalhadores ficavam impedidos de produzir os meios para a sua sobrevivência e eram obrigados a vender sua força de trabalho. No caso da Inglaterra, esses trabalhadores eram obrigados a buscar trabalho na nascente indústria têxtil, ao mesmo tempo em que as terras confiscadas pela nobreza serviriam de pastos para a criação de ovelhas, cuja lã serviria à mesma indústria. Com a morte de Henrique III, o trono é assumido por sua filha, Elizabeth I. Durante o seu reinado, o absolutismo inglês atinge o seu apogeu. Consolidou o anglicanismo como a religião oficial do Estado, perseguindo opositores; Foi importante mecenas, incentivando e protegendo a produção renascentista inglesa, como foi o caso de William Shakespeare; Estimulou a indústria manufatureira e a naval, as quais ficavam sob domínio do Estado; Derrota maritimamente a dinastia Habsburgo (Espanha); Iniciou a expansão marítima da Inglaterra, fundando colônias na América. Elisabeth I morre sem deixar herdeiros, passando o trono inglês para a família Stuart, da Escócia. Assim, o rei da Escócia, Jaime VI, assume o trono inglês como Jaime I. Filósofo contratualista; Considerado o precursor do liberalismo político; Propõe as bases do parlamentarismo inglês; De maneira geral, luta para manter o absolutismo, chegando a entrar em confronto com o Parlamento. No início do seu reinado, houve a Revolta da Pólvora, na qual um grupo da população desejava explodir o Parlamento. Nesse contexto, surge a imagem do líder Guy Fawkes, que inspirará o filme V de Vingança. Deu continuidade ao crescimento econômico e à intolerância religiosa. A perseguição aos puritanos levou muitos deles a migrarem para a América. O episódio do navio Mayflower e a colonização inglesa estão ligados a esse processo. Durante o seu reinado, a Inglaterra passava por problemas econômicos. Na tentativa de tentar solucioná-los, convoca o Parlamento para tentar aumentar a arrecadação de impostos. O Parlamento, opondo-se às suas pretensões, impôs a Petição dos Direitos, documento que ratificaria o conteúdo da Magna Carta. Contrariado, o rei fecha o Parlamento, que só seria reaberto em 1640. O choque de interesses entre o rei e as forças parlamentares irá desencadear a Revolução Puritana. Nesse contexto, houve a formação de dois exércitos: O exército dos cavaleiros, formado pelo rei, do qual participaram a nobreza tradicional e a parte da burguesia ligada aos privilégios mercantilistas; O exército dos Cabeças Redondas, formado pelas forças parlamentares, lideradas por Oliver Cromwell. Dele, faziam parte os camponeses (yeomen), a nobreza aburguesada (gentry) e a burguesia manufatureira. o Na base do exército dos Cabeças Redondas, entretanto, houve a organização de forças radicais, formadas por camponeses e pelo proletariado urbano, conhecidas como niveladores e escavadores, cujo projeto de luta ia além da política, uma vez que incluía a distribuição de terras. Em 1645, o exército dos cavaleiros foi derrotado e, junto dele, os niveladores e os escavadores também. Assim, afastadas a direita conservadora e a esquerda revolucionária, o centro ocupa o poder, instaurando um governo republicano. Ao assumir o poder, decreta o Ato de Navegação, o qual afirma que toda mercadoria que entrasse ou saísse da Inglaterra ou de suas colônias só poderia ser transportada por navios ingleses ou por navios do país que produziu essa mercadoria. Nesse contexto, a indústria naval inglesa inicia seu percurso para se tornar a maior potência nos mares. Passa a confiscar terras de posse feudal (nobreza católica); Gera a Questão Irlandesa (católicos x protestantes). A partir de dado momento, instaura-se o Protetorado, período de maior centralização política, na qual Cromwell se autodeclara Lorde Protetor da Inglaterra. Nesse período, houve a dissolução do Parlamento. Com a sua morte, seu filho, Richard Cromwell assume o poder, sendo deposto no ano seguinte, uma vez que não havia habilidades políticas. Após a deposição de Richard Cromwell, as elites da nobreza e da burguesia temiam a continuidade da revolução e as ameaças vindas dos camponeses e do proletariado urbano, decidindo pela volta da monarquia, que seria assumida por Carlos II. Nesse contexto, os choques entre o rei e o Parlamento continuaram: o rei tentou manter um governo absolutista, pautado na teoria da origem divina do rei, ao mesmo tempo que o Parlamento tentava limitar seu poder, apelando para a Magna Carta e para a Petição dos Direitos. Assim, formaram-se dois partidos: os tories, partidários do rei, e os whigs, defensores do Parlamento. Com a morte de Carlos II, seu irmão, Jaime II assume o trono, prosseguindo com a tentativa de centralizar o poder de forma absoluta. O Parlamento reagiu ao projeto de governo absoluto de Jaime II, depondo-o. O trono inglês foi, então, entregue a Guilherme de Orange, genro de Jaime II, o qual foi obrigado a jurar a Declaração dos Direitos (Bill of Rights), documento que ratifica a Magna Carta, confirmando a soberania do Parlamento, consolidando o habeas corpus e consagrando o direito à rebelião contra o Estado, quando este deixasse de representar os direitos e os interesses dos cidadãos. Assim, o Parlamento, com o poder de direito desde a Magna Carta, passa a ter o poder de fato. Poder Executivo: o rei é o chefe de Estado, e o Primeiro Ministro é o chefe de governo; O Parlamento era escolhido pelo voto censitário e este era quem escolhia o Primeiro Ministro; Possuía uma forte ideologia liberal (burguesa), contribuindo para a Revolução Industrial. Nome dado à mentalidade predominante do século XVIII, a qual valorizava a supremacia da razão como o método de se encontrar a verdade e condenava o Antigo Regime (o absolutismo, o mercantilismo, a sociedade estamental, a intolerância e o regime de monopólios econômicos). Caracterizava, também, como um pensamento burguês, ao defender a propriedade privada capitalista e constitucional. Nesse contexto, o Iluminismo inspirou profundas transformações econômicas, as quais originaram o liberalismo econômico. O racionalismo iluminista teve origem no Renascimento Cultural e na produção científica do século XVII. Desde a mentalidade medieval, a “verdade” era fundada na tradição e na autoridade. Contudo, a relação homem-Deus foi sendo substituída pela relação homem-Natureza, na qual as técnicas, as ciências e o conhecimento do mundo foram transformados. Eram contrários a “religião revelada” dada pela Bíblia e pregada pela Igreja Católica. Pregavam a existência de uma “religião natural”: Deus criou o universo mas não interfere na vida dos homens pois o mundo deve ser guiado por estes (deístas). Combatiam a Sociedade Estamental, baseada na desigualdade social, ou seja, no sistema de privilégios dado pelo nascimento. Propagavam a igualdade de todos perante a lei e defendiam que a posição dos indivíduos na sociedade não deveria ser determinada pelo nascimento mas por meio do mérito de cada um. Combatiam ferrenhamente o absolutismo, sobretudo a teoria do direito divino dos reis. Pregavam a divisão dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e maior representação política (formas representativas de governo, que tivessem como característica fundamental a defesa do povo, da sociedade como um todo). Desprezavam o Mercantilismo, sobretudo a intervenção do Estado na economia. Pregavam a liberdade econômica, pois achavam que havialeis que controlavam os fenômenos econômicos. A frase mais famosa entre esses pensadores era: “laissez faire, laissez passer”, ou seja, “deixai fazer, deixai passar”. Entre os economistas, podemos destacar duas vertentes, a fisiocracia e o liberalismo econômico. Os fisiocratas combatiam o comércio como fonte de riqueza (mercantilismo). Acreditavam que a economia era guiada por leis naturais, defendendo, portanto, práticas econômicas mais ligadas à natureza, como a agricultura. O papel do Estado não era controlar a economia, mas garantir a propriedade privada. Principais autores: Quesnay e Gouray. Diferentemente dos fisiocratas, os economistas clássicos entendiam que não era a agricultura e nem o comércio as principais fontes de riqueza, mas sim o trabalho. Por isso, defendiam o individualismo, a divisão social do trabalho e o liberalismo econômico. Ao condenar o mercantilismo, defendiam que não era a mão do Estado que rege a economia, mas sim a lei de mercado, uma mão invisível segundo a qual os preços devem ser regulados pela lei da oferta e da procura. Principal autor: Adam Smith. Em meados do século XVIII, foi organizada e publicada a Enciclopédia, obra criada para difundir as ideias iluministas. Ela pretendia compilar a produção do saber existente, organizando-o e sistematizando-o ao mesmo tempo que propunha uma visão universal sobre o conhecimento. Entre os principais enciclopedistas, destaca-se Diderot. A supremacia da razão não mais admitia a imutabilidade das camadas sociais ou a origem divina do poder do rei e do clero. Contemporâneo da Revolução Gloriosa, condenou o absolutismo e a teoria da origem divina dos reis (Jacques Bossuet); É considerado um dos fundadores do liberalismo político, uma vez que defendia a vida e a liberdade individual como direitos inalienáveis nascidos com o homem, cabendo ao Estado respeitá-los; Defendia ser função do Estado garantir a propriedade privada; Defendia o direito de rebelião dos governados contra os governantes, caso estes violem os direitos inalienáveis daqueles. Criticava a monarquia absolutista francesa; Defendia a liberdade política e religiosa (anticlericalismo) e a preservação da propriedade privada. Defendia a divisão do Estado em três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Nesse contexto, um deles impediria o excesso de poder dos outros; o Condenava o absolutismo monárquico, não a monarquia. Assim, era um defensor de um “governo moderado”, controlado por uma aristocracia “consciente de seu papel de guardiã das liberdades”. Era contrário à escravidão e ao tráfico de escravos. Diferentemente dos demais iluministas, era um crítico da razão, baseando seu pensamento no naturalismo. Condenava a propriedade privada, a qual, para ele, era a própria origem de todos os males, da infelicidade humana e das desigualdades entre os homens; Em sua obra O contrato social, defende a tese da soberania popular, na qual os interesses da maioria estariam acima dos da minoria. Nesse contexto, governo deveria ser a representação da vontade coletiva expressa pelo voto universal. Assim, caso o governo se afastasse dos interesses da maioria dos governados, estes teriam o direito da revolução contra aquele; o Condenava a monarquia em qualquer forma, defendendo apenas a forma republicana de governo. Defendia a bondade do homem natural. Para ele, o homem nascia livre e bom e, continuando a viver em estado de natureza, continuaria sendo bom. Entretanto, ao viver em uma sociedade artificial, longe de suas origens naturais, seria corrompido por ela, uma vez que esta impõe a servidão, a escravidão, a tirania ao conjunto e o privilégio aos dominantes. Movimento intelectual e político que atingiu alguns países europeus nos quais os respectivos monarcas e seus ministros tentaram de alguma forma pôr em prática certos princípios iluministas, sem abrir mão, é claro, do próprio absolutismo. Esse movimento não ocorreu na Inglaterra, visto que o absolutismo inglês já havia sido superado pelo regime parlamentarista, após a Revolução Gloriosa. Também não ocorreu na França, uma vez que a dinastia Bourbon proibiu o Iluminismo e perseguiu seus defensores. Na prática, apesar de adotarem alguns dos ideais iluministas, ocorreu um fortalecimento do Estado e consequentemente do poder do próprio monarca. Nesse contexto, a filosofia das luzes serviu de base teórica para reformas administrativas, econômicas, sociais e educacionais, sem permitir que os reis perdessem seu poder. Principais déspotas esclarecidos: Frederico II (Prússia), Catarina II (Rússia), José II (Áustria), D. José I e seu ministro Marquês de Pombal (Portugal) e Carlos III e seu ministro Conde de Aranda (Espanha). “Despotismo”: faz referência aos monarcas e ministros deste movimento; “Esclarecido”: ligado à adoção de alguns ideais iluministas. Incentivo à educação pública por meio da criação de escolas, academias, universidades ao mesmo tempo que procuraram divulgar textos eruditos; Reformas no sistema de arrecadação tributária; Reformas no sistema servil e código penal; Incentivo às manufaturas, indústria e agricultura. Os ingleses fundaram, ao sul da América do Norte, as colônias de Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. Essas tinham suas estruturas internas fundadas no plantation de algodão e eram subordinadas à metrópole pelo Pacto Colonial. Por outro lado, os interesses mercantilistas ingleses eram menores nas áreas mais ao norte, uma vez que nelas não havia metais preciosos e, por estarem em áreas de clima temperado, era impossível a produção em larga escala de gêneros tropicais. Com a ausência da metrópole, os colonos tiveram grande autonomia em sua organização econômica, social e política, criando instituições de autogoverno. As quatro colônias do Norte eram Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut, as quais formavam a Nova Inglaterra. Os colonos que fundaram e povoaram essas colônias atravessaram o Atlântico num contexto de crises políticas e religiosas, especialmente durante o reinado da dinastia Stuart. A Guerra dos Sete anos contra a França, vencida pela Inglaterra, provocou uma grave crise financeira, tanto para os cofres ingleses como para os franceses. No caso da Inglaterra, para tentar diminuir a situação, estabeleceu vários impostos sobre os colonos americanos, dentre os quais destacam-se: Lei do Açúcar (Sugar Act): aumento do imposto sobe o melaço e o açúcar refinado importando das Antilhas, assim como sobre outros produtos importados, atingindo a manufatura e o comércio de rum; Lei do Selo (Stamp Act): estabeleceu que todos os documentos e publicações deveriam pagar pelo selo real; Lei do Chá (Tea Act): determinou que a Companhia das Índias Orientais, com sede em Londres, monopolizaria o comércio de chá para as colônias; o Em 1773, houve uma reação dos colonos contra a imposição da Lei do Chá. Nesse contexto, colonos, disfarçados de índios, atacaram navios da Companhia das Índias Orientais, jogando toda carga de chá ao mar como forma de protesto. Esse episódio ficou conhecido como A festa do chá em Boston (Boston Tea Party). Sua economia era baseada no comércio, na indústria manufatureira e na pesca. Ao contrário do plantation praticado no Sul, praticavam a policultura em pequenas propriedades, a partir do trabalho livre, normalmente familiar, e, em alguns casos, da servidão temporária. Nesse caso, a produção não era destinada à exportação. Entretanto, seu crescimento econômico permitiu a produção de excedentes exportáveis, nascendo, daí, o comércio triangular. Atos de Townshend (Townshend Acts): o novo primeiro ministro, Carlos Townshend, passou a cobrar impostos sobre certos produtos importados comoo vidro, papel e corantes; Lei de Aboletamento ou Aquartelamento: determinava que os colonos deveriam alojar, fornecer os víveres e parte do transporte às tropas metropolitanas permanentes na Colônia; Como repressão à festa do chá em Boston, a coroa inglesa decretou as Leis Intoleráveis, assim chamadas pelos colonos. Entre seus principais pontos, podemos destacar: O fechamento do porto de Boston enquanto não fosse ressarcido o valor das cargas despejadas no mar; A proibição de reuniões públicas sem a autorização da Coroa; A criação de um exército permanente em Massachusetts. Decidindo não obedecer às leis intoleráveis, os colonos se reuniram no Primeiro Congresso da Filadélfia em setembro de 1774, estabelecendo as seguintes medidas: Exigiram a revogação das leis intoleráveis; Exigiram a criação de uma força armada colonial; Estabeleceram um acordo que boicotaria os produtos ingleses na colônia ao mesmo tempo que procuraram ampliar a exportação de produtos americanos para a Inglaterra; Criaram o Comitê de Segurança para garantir as medidas tomadas no Congresso; Estabeleceram depósitos de armas em pontos estratégicos da colônia; Organizaram os minute-men, homens que estariam prontos a pegar em armas “em um minuto” a favor de seus direitos. Para lembrar: esse Congresso inicialmente não tinha como objetivo à independência. Após a formação do Congresso, a Inglaterra mobilizou tropas contra os colonos. Em Lexington, em abril de 1775, ocorreu um grande conflito. Um mês após o conflito armado, reuniu-se o Segundo Congresso da Filadélfia, dessa vez com representantes das 13 colônias. Nele, a defesa pela independência passa a prevalecer. Assim, tomaram as seguintes medidas: Organizaram um exército permanente sob o comando de Georges Washington; Estabeleceram alianças externas principalmente, com a França e Espanha. O escritor e filósofo político inglês Thomas Paine, pouco antes da declaração de independência, publicou o panfleto Common Sense, que teve um papel fundamental no processo de independência americano. Os pontos principais que o autor expõe em sua obra são: A independência traria a paz já que a colônia não seria obrigada a combater nas guerras encerradas pela Inglaterra; A independência garantiria a prosperidade econômica pois os colonos não seriam obrigados a respeitar certos monopólios estabelecidos pela Coroa inglesa e assim poderiam vender e comprar livremente suas mercadorias; A independência garantiria a Liberdade, pois as colônias ficariam sem intolerância religiosa, monopólios fiscais ou políticos; A América é a terra da Liberdade; A República é a melhor forma de governo. Para elaborarem a declaração de independência, foi formada uma comissão integrada por Thomas Jefferson, Benjamim Franklin, John Adams e outros. Em 04 de julho de 1776, ela foi terminada, marcando o dia da independência americana. Suas principais ideias são: Todos os homens são iguais perante a lei (isonomia); Todos os homens têm direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Quando um governo interferir nestes 03 direitos, o povo deve rebelar-se; As colônias não devem obediência à Coroa Britânica; As colônias unidas são estados livres e independentes. No início, a guerra de independência foi marcada pelo sucesso dos colonos. No entanto, mostrou-se longa e difícil. De maneira gral, podemos afirmar que os colonos saíram vitoriosos graças à atuação de George Washington e ao apoio francês. Nesse contexto, Marquês de Lafayett foi um dos apoiadores franceses na guerra de independência e responsável pela vitória americana na Batalha de Yorktown, em 1781, que pôs fim às lutas pela independência. A Inglaterra teve que negociar com as potências europeias o reconhecimento da liberdade dos Estados Unidos. Foram assinados dois tratados: Tratado de Versalhes: estabelecia a paz entre Inglaterra e as potências europeias (França, Espanha e Holanda); Tratado de Paris: colocou fim à guerra de independência, pois a Inglaterra reconhecia os EUA como um país independente. Assim como a Declaração de Independência, a Constituição dos EUA revela a influência da ideologia iluminista, liberal e burguesa: Estabeleceu-se uma república presidencialista, com três poderes; A propriedade privada e as liberdades individuais seriam legalmente protegidas pelo Estado; o Para lembrar: os negros não eram livres. Foi criado o regime federativo, pelo qual cada Estado-membro tem autonomia e a União dos Estados tem a soberania. É considerada a primeira revolução americana de contestação ao domínio metropolitano e, consequentemente, ao Antigo Regime; Evidenciou a possibilidade de libertação das colônias de suas respectivas metrópoles, como a Revolução no Haiti, os processos de independência das colônias na América espanhola e movimentos nacionalistas no Brasil (Inconfidência Mineira e Baiana); Inovou ao adotar a República como forma de governo.
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