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TÍTULO: O PAPEL DA FORMAÇÃO DOCENTE NA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS 
 Autor: Ana Carolina de Oliveira Castelo Branco[footnoteRef:0] [0: Aluno(a) concludente do curso de Licenciatura em Pedagogia] 
Email: anaccb100314@gmail.com
Orientador: Profª Gabriela Miceli Sucupira Melo[footnoteRef:1] [1: Professor(a) orientador do artigo da Universidade Estácio de Sá 
] 
Email: miceligabriela@estacio.br
RESUMO:
Este artigo aborda a importância da capacitação e formação em LIBRAS de professores ouvintes para a educação de surdos no ensino regular. Ao longo do trabalho, falaremos sobre o papel da (LIBRAS) na formação docente, a atuação do professor neste processo de aprendizagem do aluno surdo, bem como a formação e capacitação em LIBRAS é essencial nos desafios e para as a detecção mais fácil das dificuldades de aprendizagem e construção de novas estratégias para contorná-las no ensino-aprendizagem. Este trabalho de pesquisa pretende atender e refletir sobre as lacunas curriculares dos professores e de suas consequências para uma prática pedagógica competente; compreender a importância do ensino da língua de sinais na formação de professores, aspectos encontrados da realidade vivenciada no ambiente escolar com comprometimento e seriedade. A abordagem utilizada na pesquisa é o levantamento bibliográfico com a metodologia quantitativa. A coleta dos dados ocorreu por meio da aplicação de questionários, com a preocupação, a fim de uma compreensão mais apurada do problema que está sendo estudado. O procedimento técnico utilizado: livros de educação, levantamento bibliográfico e artigos da base scielo, com recorte temporal de 2010 a 2020. 
Palavras-Chave: Libras. Formação Docente. Inclusão. Formação continuada. Formação Básica.
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa discutir a importância da formação e capacitação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), seus benefícios para o desenvolvimento sociocultural e cognitivo das pessoas surdas, tais como: compreender a importância dos profissionais da educação no uso dela no ensino e aprendizagem do aluno surdo, sobre o ensino de Libras na formação básica dos professores e de qual a importância da LIBRAS nos cursos de Licenciatura.
A Língua Brasileira de Sinais e sua trajetória envolve muitas questões históricas. Portanto, neste projeto falarei sobre a história da Libras, contando (surgimento, chegada ao Brasil, a lei de implementação de inclusão dos alunos surdos, INES), também discutirei como o professor e sua formação básica são de tamanha importância nos desafios e para as a detecção das dificuldades de aprendizagem e construção de novas estratégias para contorná-las no ensino-aprendizagem, não só neste processo do aluno surdo, mas na interação social e do mundo e o principal, na aquisição da sua língua materna.
Visando sistematizar uma visão no ensino dos surdos à inserção da disciplina de Libras nas licenciaturas, para que os professores não tenham contato apenas com LIBRAS, enquanto língua, mas sim com discussões a respeito da educação de surdos, de quais propostas e métodos podem ser feitos através desse conhecimento e de como essa disciplina é de vasta importância no currículo dos educandos e dos professores.
Neste ponto, a partir dessa problemática a discussão de como os profissionais da educação devem trabalhar com os alunos surdos e qual a importância da inserção da disciplina de Libras no currículo. O que é melhor para os surdos de fato, ser orientado por um intérprete, ou o seu professor dominar a LIBRAS para ministrar as aulas, sendo um processo professor x aluno x inclusão, criando estratégias, métodos e todo o suporte necessário para que eles possam trabalhar juntos?
Compreende-se como questões norteadoras as seguintes perguntas: qual a importância da LIBRAS nos cursos de formação de professores e nos cursos de licenciatura? Os professores estão aptos para ministrar aulas para alunos surdos? Qual o papel da LIBRAS no ensino-aprendizagem do aluno surdo? Por que a formação continuada é essencial no processo de novas metodologias e práticas educacionais?
O objetivo geral do trabalho é refletir sobre as lacunas curriculares dos professores e de suas consequências para uma prática pedagógica competente; compreender a importância do ensino da língua de sinais na formação de professores;
Considerando as análises, apresentam-se os seguintes objetivos específicos: identificar novas metodologias e propostas pedagógicas; analisar as condições de aprendizagem e desenvolvimento do aluno surdo;
Este trabalho de pesquisa pretende atender os objetivos propostos, visando relatar aspectos encontrados da realidade vivenciada no ambiente escolar com comprometimento e seriedade. 
A abordagem utilizada na pesquisa é o levantamento bibliográfico com a metodologia quantitativa. A coleta dos dados ocorreu por meio da aplicação de questionários, com a preocupação, a fim de uma compreensão mais apurada do problema que está sendo estudado. O procedimento técnico utilizado: livros de educação, levantamento bibliográfico e artigos da base scielo, com recorte temporal de 2010 a 2020.
1. HISTÓRIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
A Língua Brasileira de Sinais, ou LIBRAS como é mais conhecida, é o modo de comunicação e expressão das comunidades de pessoas surdas. A linguagem tem suas características especiais e não são universais, cada país tem a sua estrutura gramatical. 
De acordo com Fernandes:
 A Libras é a sigla utilizada para designar a língua brasileira de sinais, já que cada país tem sua própria língua, que expressa os elementos culturais daquela comunidade de surdos. É utilizado pela comunidade surdas brasileiras, principalmente dos centros urbanos, pois muitas vezes os surdos que vivem em localidades distintas e em zonas rurais acabam por desconhecê-la e, assim, acabam por desenvolver um sistema gestual próprio de comunicação, restrito às situações e as vivências cotidianas. Há, também, alguns surdos que vivem nas grandes cidades que desconhecem a língua de sinais por inúmeros fatores ou não aceitação pela família, a falta de contato com outros surdos que utilizam a opção tecnológica da escola em que foi educado entre outros aspectos (FERNANDES, 2011, p.82)
Ela é um instrumento de excelência para a comunicação entre os seres humanos, qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc. Enquanto na Língua Portuguesa utilizamos a língua oral-auditiva, na Libras é utilizada a língua gestual-visual, onde são feitos movimentos gestuais e expressões faciais para melhor compreendê-la. Segundo a autora, Libras é:
A Libras é uma língua de modalidade visual espacial que diferentemente das línguas orais auditivas, utilizam-se da visão para sua apropriação e de elementos corporais e faciais e organizados em movimentos no espaço para constituir unidades de sentido as palavras ou, como se referem os surdos, os sinais. Os sinais podem representar qualquer dado da realidade social, não se reduzindo a um simples sistema de gestos naturais, ou mímicas como pensa a maioria das pessoas. Aliás, esse é o principal mito em relação à língua de sinais, pois por utilizar as mãos e o corpo na comunicação, costuma-se compará-la a linguagem gestual, contextual e restrita a referentes concretos, palpáveis, transparentes e que tem seu significado facilmente. (FERNANDES, 2011, p.82)
 A história dos deficientes auditivos começa primeiramente pelo oralismo, onde o surdo não tinha outros meios a não ser treinar a sua oralidade, sendo extremamente proibido o uso de sinais e gestos para a sua comunicação com o mundo. Por muitos anos os surdos foram considerados ineducáveis perante a sociedade. Nos tempos antigos os surdos eram considerados criaturas demoníacas, seres de inteligência limitada, onde muitos eram sacrificados, rejeitados por suas famílias e até mesmo atirados ao mar. 
E dessa forma compreender os conflitos e as tensões que constituem a história cultural dos surdos,requer entender os interesses e as relações de poder que estão em jogo, erro que perpetua o mito de que os surdos são deficientes incapazes (FERNANDES, 2011, p.17)
O surdo ao longo da história passa por diversos percalços. A sua trajetória no Brasil começa através do Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES). No ano de 1857, o francês Ernest Huet veio ao Brasil com o objetivo de fundar uma escola para surdos, chamada naquela época de Imperial Instituto de Surdos Mudos.
 1.1 INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS (INES) 
No dia 26 de setembro de 1857 é fundado o Instituto Nacional de Educação de Surdos, como hoje é conhecido, o (INES). Huet apresenta um documento ao imperador Dom Pedro II falando sobre as suas experiências como diretor no Instituto dos Surdos-Mudos de Bouges, na França. 
INES foi fundado há 152 anos e a presença de narrativas ligadas à memória faz parte da cultura institucional. A marca de sua longa história é muito forte na instituição, embora, contraditoriamente, a atenção com a memória oral seja mais relevante do que com a memória escrita. Muito se perdeu de fontes documentais materiais, por diversas razões que não cabem aqui serem discutidas (ROCHA, 2010, p.33)
O Instituto começou a realizar as suas atividades em 01 de janeiro de 1856. O atendimento deste Instituto priorizou a educação oral durante um longo período, por acreditar que era inútil tentar ensinar os surdos a escrever, já que o analfabetismo era condição da maioria da população brasileira. As primeiras escolas de surdos foram fundadas no Brasil, foram elas: Instituto Nacional dos Surdos-Mudos, Instituto Santa Tereza, e o Centro de Audição e Linguagem.
Para Quadros (1997), a leitura e escrita deve ser oportunizada para todos e todas, pois é o modo pelo qual o indivíduo pode expressar inúmeras situações, sentimentos e outras coisas significativas para comunicação e relação com o mundo, o que pode promover diversas possibilidades para aprendizagem e socialização dos indivíduos
O INES, por ser o único instituto para surdos no Brasil, recebeu alunos de todo território brasileiro e de vários países vizinhos. Desta forma, o INES foi durante muito tempo um Instituto de referência para a educação, socialização e profissionalização dos surdos. No Instituto oferecia também o ensino profissionalizante. Os alunos frequentavam oficinas de sapataria, gráfica, marcenaria, artes plásticas e também alfaiataria. Por anos o material feito pelo instituto foi referência, onde recebia encomendas de instituições públicas e privadas. 
 Apesar do INES ser um Instituto de referência na Educação dos Surdos, foi através da Lei de inclusão da Libras, que o surdo passa a ser ouvido diante da sociedade e tem os seus direitos assegurados pela constituição.
1.2 A LEI DE INCLUSÃO DA LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais)
De acordo com o a Lei de Diretrizes e Bases as escolas regulares têm por obrigação matricular crianças com qualquer deficiência seja auditiva, visual, intelectual ou física, porém muitas das escolas não têm condições para acolherem tais crianças ou jovens, faltam profissionais especializados e capacitados para trabalharem com cada deficiência, professores precisam ter capacitações para ministrarem aulas de forma clara para que os mesmos venham ter um desenvolvimento satisfatório. É obrigação do governo adaptar as escolas para receberem alunos surdos ou com qualquer outra deficiência.
A LDB no art. 59 Capítulo V assegura que: 
ART.59 – Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades; III- professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimentos especializados, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. (BRASIL, 1996)
Após a insistente luta do povo surdo pelos seus direitos culminou no ano de 2002 com a oficialização da Libras no Diário Oficial da União, que regulamentou a lei n.10.436/02. Assim, com a oficialização do decreto que fornece bases legais para a utilização da LIBRAS, é que o surdo passa a ter seus direitos respeitados. 
Art. 1º - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. (BRASIL, 2002)
Conforme diz no decreto, para que essa inclusão aconteça o surdo além de aprender LIBRAS, a sua primeira língua (L1) também deve aprender a sua segunda língua, (L2) que é o Português. Onde ele aprenda a forma gestual e escrita de forma simultânea, para que assim possa contribuir e colaborar no seu processo de aprendizagem dentro de sala de aula.
É necessário conhecer quem são esses sujeitos, quais suas especificidades, pois há algumas pessoas surdas que falam e fazem leitura labial muito bem outras comunicam - se através de mímicas, outras por língua de sinais e algumas usam sinais e oralização em situações diferentes – são os surdos bilíngues. Por trás de cada um desses contextos, há um histórico sociocultural que precisa ser levantado para que se tenha a clareza do ponto de partida e do percurso educacional adequado à característica desses sujeitos. (BRASIL, 2014, p. 29).
No Brasil ainda há grande escassez de escolas na educação infantil como no ensino fundamental especializado para crianças surdas. No contexto educacional para a inclusão do surdo, o maior desafio é garantir o acesso do aluno surdo em uma sala de aula de ensino regular. É um desafio trabalhar com os alunos da inclusão, por isso todos os profissionais devem estar buscando sempre novas práticas, metodologias e recursos adequados para cada especificidade. Por isso a interação professor X aluno é essencial nesse processo, para que então ocorra uma aprendizagem significativa que atenda a todos.
 Mas para que isso aconteça devemos começar pela formação de professores, onde todos os profissionais tenham acesso ao curso de (LIBRAS) e que se torne não só parte da formação inicial e continuada dos profissionais da educação, mas de uso frequente nas escolas, cursos e universidades. A prática inclusiva só terá sucesso se acontecerem as mudanças e adequações necessárias com o envolvimento de todos da comunidade escolar.
2. FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL (CURSO NORMAL E LICENCIATURA)
É importante ressaltar que a trajetória da formação docente no Brasil passou por muitos percalços e desafios durante esses anos. Por muitos anos a educação atendeu muito pouco da população do país naquela época. No início, essas escolas, apesar de seus déficits, foram pioneiras no que se tratava da formação dos docentes. A primeira escola do curso normal foi criada na Província do Rio de Janeiro, pela lei n 10 de 1835, no que determina: “art. 1º: Em todas as cidades, villas e logares mais populosos, haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias” (BRASIL, 1827, pág. 71)
Essa escola seria regida por um diretor, que também lecionava. No qual os pré-requisitos para esse cargo seriam: ser cidadão brasileiro, ter 18 anos de idade, boa morigeração e saber ler e escrever. O currículo desta escola eram os seguintes: ler e escrever pelo método lancasteriano; as quatro operações e proporções; a língua nacional; elementos de geografia; princípios de moral cristã. 
[...] predominou nelas a preocupação com o domínio dos conhecimentos aserem transmitidos nas escolas de primeiras letras. O currículo dessas escolas era constituído pelas mesmas matérias ensinadas nas escolas de primeiras letras. Portanto, o que se pressupunha era que os professores deveriam ter o domínio daqueles conteúdos que lhes caberia transmitir às crianças, desconsiderando-se o preparo didático-pedagógico. (SAVIANI, 2009, p.144)
 No início as escolas de formação de professores seguiam um ciclo de formação geral e outro de formação profissional. No final da Primeira República foi onde seu currículo sofreu variações, onde seus conhecimentos estavam voltados para formar professores para uma formação geral e outro de formação profissional. O crescimento da escolarização seguiu em ritmo lento, apenas nos anos de 1950 que o ensino passou a se expandir de fato pelo Brasil. As escolas secundárias, ainda em pequena quantidade em face do tamanho da população, tinham docentes formados em áreas diversas que se disponibilizaram a lecionar, porém, sem formação pedagógico-didática.
Desde o Império até a instauração da República, o ensino primário não era centralizado, a responsabilidade do mesmo ficava designado às províncias. Diante disso, os estados passaram a ser responsáveis pelas escolas. No ano de 1890, o estado de São Paulo deu início a uma ampla reforma educacional. O modelo de educação paulista estabelecia a instrução primária, a criação de grupos escolares e a implantação das escolas normais. “A condição prévia para a eficácia da escola primária é a adequada formação de seus professores” (SAVIANI, 2011). 
No decorrer dos anos as escolas passariam a oferecer cursos com duração de 05 anos com as tendências escolanovistas. Esse novo modelo se enraizou na educação brasileira, dando início a um novo período de educação no Brasil. As escolas normais não obtiveram tanto sucesso e infelizmente elas não produziram os resultados esperados. Só na década seguinte elas foram realmente valorizadas. Segundo Saviani, na década de trinta uma nova face das instituições de formação de professores surgiu “concebidos como espaços de cultivo da educação, encarada não apenas como objeto do ensino, mas também da pesquisa” (SAVIANI, 2009, p. 145). 
No final dos anos 30, surge o curso de Pedagogia, destinado a formar profissionais para o ensino secundário (bacharelado) e professores para atuar nos cursos normais (licenciatura) e surge o modelo 3+1, onde um ano era oferecido para ser professor da educação básica, método que até os dias atuais se enraizou dentro dos cursos normais, voltado na separação das áreas de conhecimentos para a docência e conhecimentos específicos da área. O marco dos anos 30 é a introdução da escolanovista na educação, o “Manifesto dos pioneiros da Educação Nova” de 1932.
 Conforme os argumentos de Saviani (2011, p. 32) 
O Manifesto é um documento de política educativa. [...Suas diretrizes influenciaram o texto da Constituição de 1934, cujo capítulo sobre a educação resultou, porém, da conciliação entre as posições opostas de católicos e renovadores].
 As escolas normais desempenharam um grande papel na formação básica durante o início do século vinte, até o presente momento em que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96 foi promulgada, que determina que toda a formação dos profissionais da educação seja feita em nível superior. Muitos acontecimentos e reviravoltas aconteceram naquela época, o currículo dos cursos sofreu alterações naquele período. Podemos citar a criação de habilitação para a educação infantil e a transformação de todo o curso como uma habilitação da formação geral. Muitas dessas alterações descaracterizaram o modelo do curso normal e de suas finalidades. 
 O currículo do curso de formação de professores primários daquela época focava exclusivamente nas disciplinas pedagógicas, distribuídas em: Português (1ª), Matemática (1ª), Física e Química (1ª), Anatomia e Fisiologia Humanas (1ª), Música e Canto Orfeônico (1ª,2ª, 3ª), Desenho e Artes Aplicadas (1ª,2ª,3ª), Educação Física, Recreação e Jogos (1ª,2ª,3ª ), Biologia Educacional (2ª), Psicologia Educacional (2ª 3ª), Higiene e Educação Sanitária (2ª), Higiene e Puericultura (3ª), Metodologia do Ensino Primário (2ª), Sociologia Educacional (3ª), História e Filosofia da Educação (3ª), Prática de Ensino (3ª). 
 De acordo com a Matriz Curricular do Curso de Formação de Professores (2019) nos dias atuais o currículo de formação de professores se divide em: Linguagens e Códigos: Língua Portuguesa, Artes, Educação Física; Ciências da Natureza: Matemática, Química e Física; Ciências Humanas: História, Geografia, Sociologia e Filosofia; Língua Estrangeira; Tempos para Ênfase definida no PPP; Ensino Religioso (ministrada em horário complementar /facultativo ao aluno); Fundamentos da Educação; História e Filosofia da Educação; Sociologia da Educação; Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino; Ciências Físicas e da Natureza; Abordagens Psico-sócio-linguísticas do Processo de Alfabetização; Conhecimentos Didáticos Pedagógicos em Ensino Fundamental; Conhecimentos Didáticos Pedagógicos em Educação Infantil; Conhecimentos Didáticos Pedagógicos em: Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação Indígena; Psicologia da Educação.
 O curso de Licenciatura em Pedagogia sofreu várias controvérsias e mudanças em diversos momentos da história. O marco desse curso, foi que desde o início seu principal objetivo era de capacitar especialistas em educação e no seu currículo trazia as características de um bacharelado. Por isso foram definidos dois diplomas: bacharelado e outro de licenciatura. Após a promulgação de suas diretrizes e bases, o curso passa a ser integralmente de licenciatura, onde o seu objetivo passa a ser: formar profissionais para lecionar na educação infantil, e nos anos iniciais do ensino fundamental. Através das novas diretrizes, foi mantida a formação nos magistérios na modalidade normal, apoio escolar, formação nos cursos de Educação Profissional e em qualquer área em que sejam necessários conhecimentos pedagógicos e seis estágios supervisionados em modalidades diferentes.
 Além dessas mudanças, também foram acrescentadas nessas Diretrizes, conforme diz no Art. 4:
“I- planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação;
 II- planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares;
III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares”. (BRASIL, 2006)
 Na resolução n. I das diretrizes e bases (Conselho Nacional de Educação - CNE 2006) o currículo varia de acordo com cada Universidade. Nos dias atuais, o currículo de Licenciatura em Pedagogia se divide em: Aspectos Sócio Antropológicos; Comunicação e Expressão; Desenvolvimento Pessoal e Trabalhabilidade; Filosofia da Educação; Introdução à Pedagogia; Políticas Públicas e Educação; Didática, Educação em Direitos Humanos; História da Educação; Língua Brasileira de Sinais – Libras; Organização e Legislação da Educação; Psicologia do Desenvolvimento; Alfabetização e Letramento; Currículos, Programas e Projetos pedagógicos; Educação Infantil; Fundamentos da Educação; Metodologia da Pesquisa; Psicologia da Aprendizagem, Educação Popular; Ética e Cidadania; Metodologia da Língua Portuguesa; Metodologia do Ensino da Matemática; Psicomotricidade; Avaliação: Teoria e Prática; Empreendedorismo; Estágio Supervisionado I (Pedagogia); Metodologia do Ensino de Ciências; Metodologia do Ensino de Geografia, Metodologia do Ensino de História; Educação de Jovens e Adultos; Educação Inclusiva: Teoria e Prática; Estágio Supervisionado II (Pedagogia); Literatura Infantil; Responsabilidade Socioambiental; Andrologia e Educação Profissional; Educação e Tecnologias; Estágio Supervisionado III (Pedagogia) Gestão Educacional; Metodologia do Ensino de Arte; Trabalho de Conclusão de Curso I (Pedagogia); CulturaOrganizacional e Educação; Educação das Relações Étnico-Raciais; Estágio Supervisionado IV (Pedagogia); Estudos Culturais em Educação; Trabalho de Conclusão de Curso II (Pedagogia)
 Apesar de todas essas mudanças que ocorreram durante os anos, ainda há muito a ser feito para melhorar e qualificar ainda mais os profissionais em relação a Língua Brasileira de Sinais. O currículo de muitas universidades e cursos são vagos e limitados, onde a disciplina é ofertada em modo on-line e na maioria com aulas gravadas, sem a interação ocorrendo simultaneamente. É necessário que o currículo sofra as alterações cabíveis e necessárias, onde oferece esta disciplina de uma forma melhor. Para que esses profissionais se qualifiquem excelentemente e com uma base sólida de conhecimentos. 
à insuficiência ou mesmo a inadequação dos atuais cursos de Pedagogia para formar professores polivalentes, uma vez que essa formação implica diferentes saberes: domínio das diversas áreas do conhecimento que compõem a base comum do currículo nacional dos anos iniciais do ensino fundamental e da educação infantil e os meios e as possibilidades de ensiná-los, assim como a identificação de quem são os sujeitos (crianças, jovens adultos) que aprendem e se desenvolvem nesses ambientes educacionais e escolares (PIMENTA et al., 2017, p. 18-19).
 Segundo (Libâneo 2010) diz que: “a pedagogia busca unir a teoria e a prática a partir de sua própria ação”. O pedagogo deve estar preparado para diferenciar os saberes de uma criança surda; ter base para poder assisti-la; saber planejar, pensar, executar e saber trabalhar com suas possíveis singularidades.
3. FORMAÇÃO DOCENTE PARA ATUAR COM LIBRAS
O aluno surdo, para compreender e aprender um determinado assunto em sala de aula depende da mediação do professor que, para isto, deve ter uma formação específica na temática e em Libras para poder atuar na educação de surdos. Além disso, os professores precisam estar aptos para ensinar, sentindo-se seguros no que diz respeito à apropriação da língua de sinais como meio de comunicação com seus alunos surdos.
Em sua regulamentação através do decreto 5.626 diz que:
Art. 4º A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.
Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
Art. 5º A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe.
§ 1º Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput.
§ 2º As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
Art. 6º A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio de:
I - cursos de educação profissional;
II - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e
III - cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação.
§ 1º A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III.
§ 2º As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
 Conforme as atribuições propostas pela Federação Nacional de Surdos, os intérpretes a partir de 1988 deveriam ter os seguintes critérios:
a) - Possuir pelo menos o segundo grau; b) - Ser ouvinte; c) - Ser membro da associação de surdos local; d) - Possuir certificado expedido pela FENEIS ou atestado fornecido por quem domine bem a linguagem de sinais; e) - Possuir alguma noção de idioma estrangeiro. A partir dessas condições, o intérprete estará apto ao desempenho de suas funções. (FENEIS, 1988, p.11)
Pelo fato de LIBRAS ser uma língua reconhecida pela legislação e sendo o principal método de comunicação e expressão das pessoas Surdas no Brasil, torna-se de suma importância a formação de docentes capacitados para essa área e que conheçam e façam uso deste sistema linguístico. Quadros (2004, p. 28) expõe de forma enfática os pressupostos desse profissional:
Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos: a) confiabilidade (sigilo profissional); b) imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias); c) discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação); d) distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados); e) fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito).
 A interação do intérprete é de suma importância para que o aluno surdo possa adquirir novos conhecimentos e conseguir absorver todos os conteúdos propostos pelo professor regente dentro da sala de aula. 
o trabalho do intérprete não pode ser visto apenas como um trabalho linguístico; também é necessário considerar a esfera cultural e social na qual o discurso está sendo anunciado, sendo fundamental conhecer o funcionamento e os diversos usos da linguagem (Lacerda, 2011, p. 21)
 Então, afirmam Lacerda et al. (2011, p. 5), “o objetivo principal não é apenas traduzir, mas buscar, juntamente com o professor, meios diferenciados de ensino para que o aluno surdo possa ser favorecido por uma aprendizagem especificamente elaborada e pensada, e, consequentemente, eficiente”. O profissional que atua com Libras, deve saber o seu papel nesse processo de inclusão, onde não deve ocupar o lugar do professor regente e tão pouco tentar substituí-lo, cada um deve saber o seu papel dentro da sala de aula. (Quadros, 2004)
 Para a prática educativa ter um retorno positivo, principalmente na área de atuação em LIBRAS, é primordial que esses profissionais busquem a formação continuada para as melhorias deste processo dentro de sala de aula e a busca de novas estratégias para a melhoria da sua prática docente.
 4. FORMAÇÃO CONTINUADA DOS DOCENTES EM RELAÇÃO A LIBRAS E RESULTADOS DA PESQUISA
 Em sua vida profissional, o professor não está isento da formação continuada. Sabemos que toda a teoria e prática ao longo dos anos vão mudando de acordo com cada época e suas especificidades. Muitos profissionais acham que a formação continuada é apenas um curso a mais no currículo, um novo treinamento dentro do local de trabalho. Mas ela é bem maior do que isso. Trata-se de uma qualificação, onde o professor busca se(re)descobrir, (re)aprender, (re)significar e aprimorar ainda mais a sua prática docente.
Segundo Libâneo (2004, p.227), 
O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação inicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional.
 De acordo com a LDB 9394/96, tem como a finalidade assegurar que os professores tenham direito a formação continuada, como podemos ver nos artigos:
Artigo 87 (das disposições transitórias) - Cada município e supletivamente, o Estado e a União, deverá: 
Parágrafo III-realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando, também para isso, os recursos da educação a distância. 
Artigo 67 (dos profissionais da educação) – Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público (BRASIL, 1996).
 A formação continuada amplia o conhecimento do docente, onde ele cria estratégias para trabalhar com cada aluno; faz com que ele reflita sobre a sua prática docente e faça uma reflexão do seu autoconhecimento; e ainda o torna um professor atualizado. 
 Diante disso, Saviani (2010, p.53)
a formação de professores deveria garantir uma sólida cultura que lhes permita atingir uma aguda consciência da realidade em que vão atuar associadas a um consistente preparo teórico-científico que os capacite à realização de uma prática pedagógica coerente. [...] Condições adequadas de trabalho que lhes permitam atualização constante, preparação consistente de suas atividades curriculares e atendimento às necessidades pedagógicas dos alunos, revendo e reelaborando os conteúdos e os métodos do ensino ministrado.
 A formação continuada consiste na busca e na construção de conhecimentos e melhorias em sua teoria e prática. O docente tem que estar ciente que esse processo de formação continuada deve estar presente ao longo de toda a sua vida profissional. Muitos acham que esse processo acaba na formatura, mas, a sua vida profissional só está começando. Então ele deve estar sempre atento às novidades, e estar sempre buscando enriquecer ainda mais o seu currículo.
 Com base no que diz Freire (2002) “que a educação é uma forma de intervenção no mundo”, a formação continuada desses profissionais é o caminho a ser traçado para as melhorias, as novas estratégias, a busca de novas tecnologias para se trabalhar no campo de atuação. 
 Comparando três cursos de pós graduações que ofertam a disciplina de LIBRAS, podemos observar:
	INES
	UNIP
	UniBF
	Módulo 1: Educação Bilíngue Básica de Surdos; Contextualização e Formação de professor no ensino remoto;
Módulo 2: Processo de Ensino Remoto e suas Práticas na Educação Bilíngue de Surdos;
Módulo 3: Ambiente de Ensino Remoto; Professor, família e surdos;
	História e Cultura: a Trajetória do Intérprete e sua Atuação
Laboratório e Técnicas de Interpretação
Linguística e Língua de Sinais: Compreender as Diferenças Linguísticas a partir dos Estudos da Linguagem
Tecnologia e
Laboratório de Interpretação em Libras
Tradução e Competência Profissional: um Panorama da Teoria à Prática
Modalidades e Práticas de Interpretação 
Intérprete Educacional: características e sinalário 
Os Diferentes Espaços da Interpretação e a Atuação do Intérprete
Identidade Profissional e Ética nas Relações Professor e Aluno no Ensino
Gestão de Carreira
	Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico 
Ética e Responsabilidade Social e Profissional
Fundamentos de Organização e o Cotidiano Escolar
Trabalho Docente na Sala de Aula e seus Aspectos Constituintes
Profissão Docente
Educação Especial em Deficiência Auditiva
TCC – Trabalho De Conclusão de Curso
	Carga horária: 90 horas
	Carga horária: 500 horas
	Carga horária:420 horas
	Nível: Superior
	Nível: Superior
	Nível: Superior
	Modalidade: EaD
	Modalidade: EaD
	Modalidade: Semipresencial; EaD
	
	
	
(Tabela feita pela autora)
 Conforme o quadro comparativo acima, podemos observar que apesar do (INES) ser um curso de referência na educação dos surdos, ele possui uma matriz curricular menor em relação às outras. Onde a totalidade das horas para a conclusão é de 90 horas. A modalidade é a EaD, e a escolaridade é a nível superior. O seu currículo é focado no ensino das crianças surdas em tempos de pandemia, e como o professor deve lidar com esse aluno no ensino remoto. Neste curso, não existe a disciplina de LIBRAS onde reforça o uso dos sinais.
 Comparando a segunda pós graduação (UNIP) com a terceira (UniBF) podemos observar que a matriz curricular de ambas é parecida e mais extensa. A carga horária de uma é de 420h e a outra com 500h, a modalidade do curso da (UNIP) é a Ead e já na (UniBF) o curso é ofertado de duas formas: semipresencial e Ead. O currículo dos dois cursos é voltado tanto para a prática da Língua Brasileira de Sinais, quanto para a melhoria das práticas pedagógicas e para novas formas de aprendizagens a serem feitas pelo professor para melhor assisti-lo. 
 Observamos que apesar do INES ofertar o curso de extensão em Libras, o seu currículo sofre alterações por ser a curto prazo, diferente dos demais. Todos os cursos observados são de extensão e se enquadram a nível de uma formação continuada. Também foi observado que a demanda para o curso de LIBRAS ainda é escassa e muito pequena, poucas universidades ofertam o curso.
 A abordagem utilizada na pesquisa é o levantamento bibliográfico com a metodologia quantitativa. A coleta dos dados ocorreu por meio da aplicação de questionários, com a preocupação, a fim de uma compreensão mais apurada do problema que está sendo estudado. O procedimento técnico utilizado: livros de educação, levantamento bibliográfico e artigos da base scielo, com recorte temporal de 2010 a 2020.
 A pesquisa foi realizada através de um questionário do Google Forms. Foram entrevistadas 54 pessoas, onde os resultados da pesquisa nos mostram que a maioria dos entrevistados concordam que a formação continuada é importante no ensino-aprendizagem e para a melhoria das práticas educativas. Mas, muitos profissionais não buscam essa formação continuada e suas qualificações necessárias. 
 Como podemos observar no gráfico abaixo, resultados da pesquisa realizada através do questionário do Google Forms:
(Tabela feita pela autora)
 Os participantes da pesquisa percebem, em sua maioria, que a disciplina de LIBRAS é de suma importância na formação dos docentes. Porém, como podemos observar no gráfico acima, apenas 1% dos participantes buscou uma qualificação profissional depois de sua formação inicial. 
 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Compreende-se que através da pesquisa, percebemos a necessidade de mais estudos, a mudança de sua matriz curricular, e de como essa disciplina é ofertada nos cursos de licenciatura em Pedagogia e nos cursos normais. Ficou evidente que o currículo das formações deve ser repensado e replanejado. Observamos que não temos profissionais aptos e prontamente capacitados para trabalhar com os alunos surdos e isso faz com que a formação continuada faça falta neste processo. 
 Neste contexto, podemos observar que a demanda dos cursos é muito escassa, onde poucas universidades oferecem pós-graduações e cursos de extensão para LIBRAS. Alguns cursos ofertam com uma carga horária maior, já outras, com cargas menores; uns focam na metodologia no ensino remoto, outros focam mais na prática, nas novas metodologias e com o uso de sinais.
 Pensar em LIBRAS não é só ter em mente que os docentes saibam o uso dos sinais e que tenham acesso à parte linguística, mas, que esses profissionais se qualifiquem e saibam de fato trabalhar com as dificuldades e com as singularidades dos alunos surdos. 
 Muito se fala sobre a formação continuada e de como ela é importante para a prática docente, porém, poucos a procuram depois de sua formação inicial. A pesquisa continuará em aberto a nível de mestrado e doutorado, onde há muito o que ser feito e falado sobre o currículo das formações do curso normal e de licenciatura. 
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à GestãoEducacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Educação Inclusiva/ Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília: MEC, SEB, 2014. 96P. 
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Caderno de educação especial: a alfabetização de crianças com deficiência: uma proposta inclusiva/ Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília: MEC, SEB, 2014. 48P.
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INES. Pós graduação em Libras. Disponível em: <https://www.ines.gov.br/curso-de-libras/96-dfcrh> Acesso em: 02 de novembro de 2020.
____________. Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 1996. 
____________. Lei 9394/96, de 23 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 1996.
____________. Lei 10.436 de 24 de abril de 2002. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2002
____________. Lei 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2005
RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2006.
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