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APS-Dos Delitos e das Penas

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Dos Delitos e das Penas
Cesare Beccaria, em tal obra, critica a forma desproporcional de punir um cidadão, opondo-se à forma violenta e arbitrária do Estado, sendo este o responsável direto dessa forma de punição, uma vez que é ele que faz e positiva as leis,ou seja,o Direito Penal positivado e aplicado por um magistrado,representando o Estado.
Beccaria questiona o valor punitivo e vingativo das leis, afirmando que elas devem possuir caráter educativo e preventivo. Aborda o papel exclusivo do legislador como elaborador das leis, e que tais leis não sejam obscuras para evitar interpretações dúbias por parte de juízes e tribunais que visam a defender interesses particulares. O autor protesta contra práticas abusivas dos tribunais, os julgamentos secretos, os interrogatórios sugestivos, a utilização da tortura na obtenção de confissões, a duração e prescrição das penas e da não necessidade da pena de morte, questionando se isso é eficaz para a sociedade. A intenção é punir um, para que os outros não façam. Beccaria acredita na reeducação e na reintegração do indivíduo.
 Embora seja um livro escrito e baseado no sistema jurídico de sua época, tais ideias inspiram até hoje o Direito Penal, principalmente no Brasil. Como exemplos, temos alguns princípios básicos que hoje regem as leis penais, protegendo o réu “criminoso” dos julgamentos e sentenças que abusam do poder punitivo: a igualdade de julgamento para criminosos que cometem o mesmo crime, a necessidade da aplicação da mais moderada das penas aplicáveis, para que a justiça não seja instrumento de vingança particular e a proporção das penas considerando-se exclusivamente o delito cometido. Beccaria fala no livro que o legislador deve pôr limites ao rigor das penas, que,para que uma pena seja justa,deve ter apenas o grau de rigor bastante para desviar os homens do crime.
Portanto, respeitar a liberdade e os direitos humanos eram temas que precisavam ser observados pelos legisladores e aplicadores do direito.

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