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Fisiopatologia e patologias vasculares e linfaticas

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ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
 
INTRODUÇÃO 
Na circulação, o sangue arterial que 
corre nas artérias e o venoso que corre 
nas veias. 
Após as artérias “deixarem” os 
nutrientes necessários para o tecido 
daquele local, a veia retornará com o 
sangue rico em hemoglobina reduzida para 
o coração, a fim continuar esse ciclo. 
No entanto, durante essa “troca” de 
sangue arterial para venoso nos 
capilares, haverá uma "sobra de líquido" 
no espaço intersticial. 
Esse líquido será facilmente retirado 
pelos vasos linfáticos. No entanto, 
algumas patologias podem acabar 
prejudicando essa atuação dos 
linfáticos, que serão abordadas mais a 
frente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS VENOSAS X DOENÇAS 
LINFÁTICAS 
Doenças venosas: 
Também chamadas de flebopatias ou 
venopatias. 
Principais patologias: varizes, 
insuficiência venosa crônica e trombose 
venosa profunda. Elas correspondem a 90% 
das doenças de membros inferiores. 
Doenças linfáticas: 
Também chamadas de linfopatias. 
Principais patologias: linfangites e 
linfedemas. 
 
ESTASE 
Acomete tanto os vasos sanguíneos quanto 
os linfáticos e ocorre quando há uma 
diminuição da velocidade de retorno de 
um líquido (seja sangue nas veias ou 
água nos vasos linfáticos). 
FISIOLOGIA VENOSA 
O sangue de todas as veias sistêmicas 
flui para o átrio direito do coração. 
O retorno do sangue dos membros 
inferiores para o coração direito 
ocorrerá por válvulas, contração 
muscular, pressão dentro das veias e 
principalmente a sístole do coração. 
Fisiologicamente, esses fatores que 
contribuem para o retorno venoso se 
dividem em 2: 
 Vis a tergo (latim: força que vem 
atrás). A contração do ventrículo 
esquerdo impulsiona o sangue venoso 
para voltar para o coração. 
 Vis a fronte (latim: força que vem da 
frente). O retorno venoso possui 
mecanismos locais como o plexo 
plantar, coração periférico (massa 
muscular da panturrilha), aparelho 
valvular diafragma. 
OBS.: O plexo plantar e coração 
periférico podem parar, que a circulação 
continuar funcionando devido o Vis a 
tergo. Isso explica o fato de que 
pessoas que não possuem a movimentação 
das pernas ou até mesmo não as possui 
continuam tendo o retorno venoso normal. 
OBS2.: A elevação da perna não pode 
pressionar a panturrilha (coração 
periférico). O apoio deve ser apenas no 
calcanhar. 
INSUFICIÊNCIA VALVULAR 
Toda vez que há o movimento da perna, há 
também a contração muscular da 
panturrilha que comprime as veias e 
ejeta o sangue para adiante das veias. 
Para que não haja o seu retorno pela lei 
da gravidade, as veias possuem válvulas 
que agem de modo a garantir um fluxo 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
unidirecional. Existe também o batimento 
arterial, que consiste na dilatação da 
artéria que acaba comprimindo a veia. 
As válvulas incompetentes são muito 
frequentes quando as veias são 
excessivamente distendidas por alta 
pressão venosa que dure semanas ou 
meses, como ocorre na gravidez ou quando 
a pessoa passa a maior parte do tempo em 
pé. A distensão das veias aumenta suas 
áreas de seção transversa, mas os 
folhetos das válvulas não aumentam de 
tamanho. Quando isso ocorre, a pressão 
nas veias das pernas aumenta muito em 
virtude da falência da bomba venosa, o 
que aumenta ainda mais o calibre das 
veias e, por fim, destrói de forma total 
a função das válvulas. Assim, o 
indivíduo desenvolve “veias varicosas”, 
caracterizadas por grandes protrusões 
bolhosas das veias sob a pele de toda a 
perna, principalmente nas regiões mais 
inferiores. 
Quando pessoas com veias varicosas 
permanecem de pé por mais de alguns 
minutos, as pressões capilares e venosas 
ficam muito altas, e a saída de líquido 
dos capilares provoca edema nas pernas. 
Esse edema, por sua vez, impede a 
difusão adequada de nutrientes dos 
capilares para as células musculares e 
cutâneas; assim, os músculos ficam 
doloridos e fracos, e a pele 
frequentemente se torna gangrenosa e 
ulcerada. O melhor tratamento para essa 
condição é a elevação contínua das 
pernas em nível no mínimo tão alto 
quanto o do coração. Bandagens apertadas 
sobre as pernas podem contribuir 
consideravelmente para a prevenção do 
edema e suas sequelas. 
 
 
 
 
 
 
 
As veias 
profundas têm um papel fundamental na 
propulsão de sangue para o coração. As 
veias profundas transportam 90% ou mais 
do sangue das pernas ao coração. 
As veias superficiais possuem o mesmo 
tipo de válvulas que as veias 
profundas, mas não estão rodeadas de 
músculos. Assim, o sangue nas veias 
superficiais não é empurrado para o 
coração pela ação da pressão dos 
músculos e flui mais lentamente do que 
o sangue nas veias profundas. 
Grande parte do sangue que circula 
pelas veias superficiais é desviada 
para as veias profundas através das 
numerosas veias comunicantes entre as 
veias superficiais e as veias 
profundas. As válvulas das veias 
comunicantes permitem que o sangue flua 
das veias superficiais para as veias 
profundas, mas não em sentido 
contrário. 
ESTASE CIRCULATÓRIA 
A fisiopatologia da estase circulatória 
consiste em alterações hemodinâmicas, 
gerando um efeito retrógrado do sangue 
ou uma estagnação do sangue ali. 
Uma obstrução na veia causa um aumento 
na sua pressão. Com isso, como mecanismo 
para reduzir essa pressão, o líquido vai 
para o interstício causando edema. 
ETAPAS DA ESTASE CIRCULATÓRIA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edema 
Eczema - histamina 
faz vasodilatação e 
causa coceira, 
causando escamação 
da pele. 
HPP (liberação de 
hemosiderina) 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
 
 
 
FLEBOPATIAS (DOENÇAS VENOSAS) 
Fatores predisponentes  gravidez, 
obesidade, traumatismo, sedentarismo, 
postura e vestuário. 
Fatores desencadeantes  aumento da 
pressão venosa profunda. 
A pressão venosa profunda causa um 
refluxo venoso causando um aumento 
também da pressão venosa superficial. 
O aumento da pressão venosa profunda e 
superficial acrescido do aumento da 
pressão do refluxo venoso gera trombose 
venosa profunda. 
 
Sintomas: peso nas pernas, dor 
(distensão da musculatura), formigamento 
(líquido entre as fendas sinápticas, 
prejudicando a sinapse), câimbras e 
edema. 
OBS.: Estase venosa - ao melhorar o 
retorno venoso, esses sintomas se 
reduzem. 
OBS.: Tudo que for sistêmico causa edema 
nas 2 pernas. Se o edema for em 1 perna 
só, a patologia é local. 
LINFOPATIAS (DOENÇAS DOS VASOS 
LINFÁTICOS) 
Principal causador de linfopatias nos 
membros inferiores: micose interdigital. 
Porta de entrada  feridas + micose 
interdigital. 
Linfangite: é uma infecção de um ou mais 
vasos linfáticos e é causada, 
habitualmente, por estreptococos. 
Linfedema: é o acúmulo de líquido 
linfático no tecido adiposo. Quando ele 
se torna crônico não há mais cura. 
Fatores desencadeantes: gravidez, 
obesidade, sedentarismo, traumatismo, 
postura, vestuário e porta de entrada. 
Fatores predisponentes: aumento da 
pressão linfática e os fatores 
desencadeantes. 
O aumento da pressão linfática causa um 
refluxo linfático gerando linfedemas e 
linfangites. 
FARMACOLOGIA 
Antes de entrar nas drogas em si, é 
importante ressaltar que quando há o 
início da alteração vascular, é possível 
fazer uso de algumas terapias que não 
são medicamentosas como fazer caminhada 
frequentemente, uso de meias... 
 Flebotônicos linfocinéticos 
 Venotrópicos venoativos 
 Linfotrópicos linfoativos 
Mecanismo de ação: reforçam o tônus da 
parede venosa, favorece a 
microcirculação pelo efeito anti-
inflamatório, melhoram a drenagem 
linfática, diminuindo a permeabilidade 
capilar aumentada e diminuindo a estase. 
Drogas usadas: 
 Benzopironas (alfabenzopironas, 
gamabenzopironas ou flavonoides), 
metilxantinase prostaglandinas. 
 Flavonoides  
flavonas/flavonois/derivados  
Diosmina 
 Flavanas, flavononas/derivados  
Hesperidina 
PROVA!! Importante saber sobre a 
diosmina e hesperidina. 
Diosmina - age do lado venoso. Inibe a 
permeabilidade capilar induzida pela 
histamina. Diminui a agregação 
plaquetária e de glóbulos vermelhos 
Hesperidina - age do lado linfático. 
Interfere no aumento da permeabilidade e 
drenagem linfática. 
Os dois: tratam o edema venoso. 
OBS.: precisa haver o tratamento com 
diosmina e hesperidina juntas, pois não 
se trata o vascular sem o venoso. 
EDEMA VENOSO 
 Tratamento com diosmina + hesperidina 
 Redução objetiva nos índices 
TRATAMENTO LINFEDEMA 
 Linfocinéticos 
 Hesperidina 
OBS.: ALTERAÇÃO VASCULAR NÃO TEM CURA! 
Posologia de medicação de 1g  melhor 
horário para aplicar a medicação = no 
momento em que ele acorda. 
 
Esclerose Úlcera 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Fisiopatologia e terapêutica clínica I 
DIOSMIN 
90% de diosmina com 10 % de hesperidina. 
DIOSMIN é destinado ao tratamento das 
manifestações da Doença Venosa Crônica, 
funcional e orgânica dos membros 
inferiores, tais como: varizes e 
varicosidades, edema e sensação de peso 
nas pernas, estados pré-ulcerosos, 
úlceras varicosas e úlceras de estase. 
 
MICRONIZAÇÃO 
Processo de transformação, no qual as 
partículas são submetidas a atritos 
intensos entre si, através do ar 
comprimido a alta pressão, produzindo 
partículas de tamanho reduzido. 
A diosmina pode sofrer esse processo. 
Vantagens: velocidade de dissolução, 
distribuição uniforme, maior 
permeabilidade... 
Revestimento externo = eudragit E 100 
tem barreira contra a umidade, liberação 
gástrica lenta, absorção do ativo no 
duodeno (maior pH).

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