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Ambiente para pessoa idosa

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1 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – ENVELHECIMENTO – 2020.1 
O ambiente é definido como um conjunto de atributos físicos, afetivos e espirituais que nos circundam 
no dia a dia e do qual fazemos parte
A restrição no desempenho de atividades do 
cotidiano pode ser agravada ou amenizada 
pelos atributos do ambiente, que podem 
intervir na qualidade de vida e no bemestar na 
velhice. 
Baseado no modelo ecológico, entendese que 
estados de saúde e de bemestar são 
influenciados por uma interação dinâmica de 
fatores biológicos, comportamentais e 
ambientais, que se desenrola ao longo de todo 
o curso de vida de indivíduos, famílias e 
comunidades (Satariano, 2005). 
O ambiente pode ter um papel facilitador na 
funcionalidade das pessoas idosas, 
especialmente aquelas que têm qualquer grau 
de limitação funcional, sejam estas de 
natureza física, sensorial ou cognitiva 
Além destes atributos, o ambiente social e de 
atitudes em que as pessoas vivem e conduzem 
suas vidas são fatores ambientais igualmente 
importantes na determinação de como as 
habilidades e capacidades individuais podem 
ser usadas para satisfazer necessidades, 
desejos e expectativas. 
• O modelo de funcionalidade proposto 
pela Organização Mundial da Saúde é 
hoje amplamente utilizado (OMS, 
2003). 
• A Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 
(CIF) representou uma mudança 
importante de paradigma quando se 
pensa em funcionalidade e 
envelhecimento, na medida em que 
inclui na determinação da 
funcionalidade e incapacidade 
aspectos relacionados com o contexto 
do meio ambiente físico e social, a 
diferentes percepções e atitudes frente 
à incapacidade, à dependência e à 
fragilidade na velhice. 
O ambiente pode ser considerado uma barreira 
ou um facilitador. Esta interação de 
incapacidade e ambiente é complexa. Assim, 
diferentes ambientes podem ter um impacto 
distinto sobre o mesmo indivíduo com uma 
determinada condição de saúde em diferentes 
fases da sua velhice 
Estes fatores ambientais são entendidos 
em dois níveis: 
INDIVIDUAL: considerado o ambiente 
imediato do indivíduo ou do seu entorno como 
o domicílio ou a instituição na qual reside. 
Inclui tanto as características físicas, como 
espaço, equipamentos e materiais, quanto as 
relações com familiares, amigos e cuidadores 
SOCIAL: considerado o ambiente ampliado, ou 
seja, a estrutura social formal e informal 
baseada em regras de conduta, em sistemas 
políticos e sociais que têm impacto sobre os 
indivíduos. Inclui organizações, serviços 
públicos e privados, redes sociais formais e 
informais, leis e regulamentações, atitudes e 
ideologias. 
Conceitos relacionados 
como ambiente na velhice 
Design universa 
Sustenta que os ambientes ou produtos 
deveriam ser desenhados de forma a permitir 
que todas as pessoas, independente do seu 
grau de funcionalidade e da idade, pudessem 
utilizálos plenamente 
O homem padrão, para o qual por séculos os 
projetos foram feitos, é um mito (Schicchi, 
2000). O design universal contempla a 
diversidade humana. 
Os ambientes devem ser planejados para 
promover e encorajar a independência e a 
autonomia, de forma que uma boa qualidade 
de vida possa ser proporcionada a todos os 
indivíduos, sejam ou não parecidos com a 
maioria. 
 
2 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – ENVELHECIMENTO – 2020.1 
Aging in place 
Relaciona-se com o fato de as pessoas 
poderem escolher onde envelhecer – no seu 
próprio domicílio ou em outros tipos de 
moradias (flats, residenciais, condomínios de 
aposentados etc.), independentemente do seu 
estado funcional 
Um ambiente que acomodasse as 
necessidades, expectativas, desejos e 
preferências deveria ser a regra, e não a 
exceção. 
Adequação pessoa-ambiente 
Este modelo traz a concepção de que para 
cada pessoa haveria uma combinação ótima 
entre as competências individuais e as 
circunstâncias e condições ambientais que 
resultaria na melhor funcionalidade possível. 
O componente ambiental abrange cinco 
categoriais amplas: ambiente físico, ambiente 
pessoal, o ambiente de pequenos grupos, o 
ambiente supra pessoal e o ambiente social ou 
mega social (Iwarsson, 2005). 
O modelo ecológico original é interativo e 
reconhece que as barreiras ambientais não 
são aspectos negativos por si sós, mas 
dependem do grau de desempenho funcional 
do idoso. 
Docilidade ambiental 
À medida que a competência do indivíduo 
diminui, a proporção de comportamentos 
mediados pelo ambiente aumenta, em 
detrimento dos comportamentos mediados por 
recursos pessoais. 
A oferta de recursos físicos e psicossociais 
de natureza compensatória pode favorecer a 
saúde física, a funcionalidade e o bem estar 
psicológico de idosos fragilizados, 
incapacitados e dependentes 
Espaços planejados para receber idosos 
portadores de incapacidades físicas, 
psicocognitivas ou sensoriais determinam 
aumento da independência funcional no 
exercício de atividades do dia a dia, diminuição 
de estados de apatia e desinteresse, restrição 
no número de queixas de saúde (tais como 
dor, problemas com o sono e o descanso, 
depressão e ansiedade) e contribuem para o 
controle de distúrbios de comportamento em 
idosos com demência. 
Implicações funcionais do 
envelhecimento 
O envelhecimento biológico traz uma série de 
alterações em diversos sistemas fisiológicos, 
as quais interferem na capacidade das 
pessoas idosas em responder e em 
interagir com o ambiente. 
Em geral, existe considerável variabilidade 
quanto à velocidade e às consequências do 
declínio biológico das diferentes funções e 
estruturas. As pessoas adotam diferentes 
mecanismos compensatórios. 
Os idosos podem ser dependentes em 
determinados domínios e independentes 
em outros. Assim sendo, os ambientes devem 
contemplar essa heterogeneidade em relação 
às áreas de incapacidade, preferências e 
habilidades de cada um. 
Além das alterações fisiológicas do 
envelhecimento as mudanças relacionadas 
com as doenças crônico degenerativas, o 
desuso e as complicações decorrentes dessas 
doenças devem ser levados em consideração 
ao se promoverem adaptações no ambiente. 
Avaliação, planejamento e 
adaptação do ambiente 
Existe consenso sobre a necessidade de 
considerar características individuais, ao 
planejar ambientes, e de realizar avaliações 
multidimensionais sobre qualidade de vida, 
levando em conta os critérios intrapessoais e 
socio normativos que determinam as 
expectativas de desempenho e de interação do 
indivíduo com o ambiente. 
Ao se planejarem ou adaptarem ambientes 
para pessoas idosas, de forma individual ou 
coletiva, é importante entender quem são as 
pessoas que vão usar aquele 
espaço/ambiente, quais tarefas ou ações 
serão realizadas e quais características desse 
ambiente são essenciais para facilitar o 
desempenho nas atividades. 
As modificações ambientais devem considerar 
os aspectos ligados ao uso e ao sentido do 
meio para os usuários idosos, seus familiares 
 
3 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – ENVELHECIMENTO – 2020.1 
e seus cuidadores, além de hábitos e estilo de 
vida, valores culturais e religiosos, grau de 
ajuda necessária e o custo envolvido. 
O ambiente deve ser avaliado e analisado 
quanto a: 
• Acessibilidade e uso 
• Facilidade de circulação, 
especificamente no que diz respeito ao 
conforto, conveniência e possibilidade 
de escolha 
• Conservação de energia 
• Comunicação: aspectos sensoriais e 
interação social 
• Segurança: sem riscos de lesões e 
acidentes 
• Proteção: que não cause medo ou 
ansiedade e que seja previsível 
(confiável 
A avaliação da adequação do ambiente 
depende das condições de saúde e da 
funcionalidade dos idosos. 
Assim, a AGA – Avaliação Geriátrico-
Gerontológica Abrangente – é a forma de 
avaliação que permite identificar as 
dimensões comprometidas e hierarquizálas 
de formaa priorizar as modificações 
ambientais. 
Assim, uma criteriosa avaliação dos domínios 
cognitivo, físico, emocional, funcional e social 
permitirá que haja a melhor adequação pessoa 
ambiente. 
Trata-se de um instrumento para avaliar e 
analisar problemas relacionados com a 
acessibilidade nos domicílios. É constituído de 
3 partes: parte descritiva, formulário para 
avaliação das limitações e dependências em 
dispositivos de ajuda e formulário para 
avaliação de barreiras ambientais. Este 
instrumento está disponível apenas nas 
línguas inglesa e sueca 
Ambiente nas instituições 
delonga permanência para 
pessoas idosas 
entende se instituição de longa permanência 
para pessoas idosas como uma moradia 
coletiva, que pode acomodar tanto idosos 
independentes quanto aqueles com 
dificuldade para o desempenho das atividades 
diárias, que necessitem de cuidados 
prolongados. 
a qualidade da ambiência da residência 
coletiva para idosos refere se ao tratamento 
dado ao ambiente físico, entendido como 
espaço social, profissional e de relações 
interpessoais, que precisa proporcionar 
acolhimento, ser humanizado e atuar, assim, 
como catalisador da interrelação pessoa -
ambiente. 
propõe para avaliar a qualidade da ambiência 
os aspectos relacionados com a 
agradabilidade, o convívio e a privacidade. 
O agradabilidade engloba o conforto 
arquitetônico no que diz respeito a ventilação, 
luz, som, calor, texturas e aspectos 
ergonômicos e de espaciosidade (tamanho, 
interrelação dos espaços etc.). 
Os atributos de um modelo ideal de assisted 
living (residência protegida), de acordo com 
Reigner et al. (1995), são: 
 
Risco de quedas e ambiente 
Fatores ambientais podem aumentar o risco 
de cair, particularmente nos idosos com 
problemas de equilíbrio corporal e marcha. 
Os idosos com história de quedas recorrentes 
apresentam maior número de fatores de risco 
intrínsecos→ como fraqueza muscular, 
alterações visuais, somatossensoriais e 
vestibulares, menor funcionalidade física de 
membros inferiores, dor, depressão, distúrbios 
de sono e incontinência urinária, dentre outros. 
 
4 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – ENVELHECIMENTO – 2020.1 
Quando a demanda sobre o controle do 
equilíbrio e da marcha durante a realização de 
tarefas excede a capacidade físico funcional o 
risco de cair aumenta. 
Idosos frágeis em geral caem dentro de casa 
ao realizar tarefas básicas como levantar da 
cama, da cadeira, da poltrona ou do vaso 
sanitário e andar de um cômodo ao outro. 
Em contrapartida idosos ativos tendem a cair 
não só realizando tarefas domésticas mais 
complexas como arrumação e limpeza da 
casa, como também em ambientes externos 
tais como ruas, calçadas esburacadas, 
desniveladas e sem pavimentação adequada, 
em escadas e no transporte público. 
➔ a presença de riscos ambientais no 
domicílio só é importante se a 
capacidade funcional estiver diminuída 
em domínios específicos que tornem o 
manejo daquela característica do 
ambiente um problema. 
Por exemplo, a falta de barras de segurança 
no boxe seria um fator de risco apenas para 
idosos com instabilidade na posição de pé e 
com dificuldade na integração das informações 
sensoriais. 
• estudo denominado FallsHIT (Home 
Intervention Team) Program (Nikolaus 
e Bach, 2003), que realizou visitas 
domiciliares a idosos frágeis com alta 
hospitalar recente, nas quais os fatores 
de risco ambientais foram identificados 
e os idosos e seus cuidadores foram 
treinados a usar equipamentos de 
segurança e dispositivos de auxílio 
para mobilidade, mostrou uma redução 
de 37% nas quedas e foi mais efetiva 
no grupo de idosos que haviam 
relatado quedas recorrentes no último 
ano. 
Mobilidade 
A grande propensão da pessoa idosa à 
instabilidade postural e à alteração da marcha 
aumenta o risco de quedas e, por essa razão, 
equilíbrio e marcha devem ser sempre 
avaliados. As alterações na mobilidade e 
quedas podem ocorrer por disfunções 
motoras. 
Os fatores de risco podem ser divididos em 
intrínsecos e extrínsecos: 
Fatores intrínsecos: 
decorrem das alterações fisiológicas 
relacionadas ao avançar da idade, da 
presença de doenças, de fatores psicológicos 
e de reações adversas de medicações em uso. 
Podem ser citados: 
idosos com mais de 80 anos; sexo feminino; 
imobilidade; quedas precedentes; equilíbrio 
diminuído; marcha lenta e com passos curtos; 
doença de Parkinson; polifarmácia; uso de 
sedativos, hipnóticos e ansioliticos. 
Fatores extrínsecos: 
relacionados aos comportamentos e 
atividades das pessoas idosas e ao meio 
ambiente. Ambientes inseguros e mal 
iluminados, mal planejados e mal construídos, 
com barreiras arquitetônicas representam os 
principais fatores de risco para quedas. 
 
Quedas com impacto direto sobre quadril e 
punho têm maior probabilidade de resultar em 
fraturas. 
Quando há uma superfície intermediária, por 
exemplo, uma cadeira, a probabilidade de 
ocorrer fratura diminui, bem como com aqueles 
que conseguem reduzir a energia da queda, 
segurando-se.

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