Buscar

Direito Tributário - Aula 2

Prévia do material em texto

Matéria: Direito Tributário 
Professor: Cadu Carrilho 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 2 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
Sumário 
1– Competência Tributária e Capacidade Tributária .............................3 
1.1 - Competência para Legislar sobre Direito Tributário .............................. 3 
1.2 - Competência Tributária ................................................................... 7 
1.3 – Capacidade Tributária ................................................................... 11 
1.4 – Parafiscalidade ............................................................................ 14 
2- Classificação doutrinária da Competência Tributária ..................... 15 
2.1 – Bitributação e Bis In Idem ............................................................. 23 
3 - Repartição das Receitas Tributárias ............................................. 25 
4 – Questões Comentadas ................................................................. 32 
5 – Lista de Exercícios ....................................................................... 70 
6 – Gabarito ...................................................................................... 91 
 
Vamos dando sequência ao nosso estudo. Interessante que os assuntos 
vão se correlacionando, você vai perceber que algumas das citações nessa aula 
já foram de alguma forma faladas nas aulas anteriores. Trata-se de uma aula 
importante, aprenderemos sobre as competências tributárias e depois como 
devem ser feitas as repartições das receitas. 
Concurso público é parecido com maratona e não com corrida de cem 
metros. Para completar uma maratona tem que treinar muito, ter uma 
alimentação adequada e estar com o corpo preparado. Esse processo começa 
com uma decisão e o fato de colocar essa decisão de começar em prática. Tem 
um começo. Essa parte da preparação é muito importante. Depois, é preciso 
continuar e não desistir, apesar das dificuldades, dos obstáculos e do cansaço. 
A maratona é assim, cansa, dá vontade de parar. Não pare, não desista vá até 
o final. 
Eu fui primeiro lugar em um dos concursos mais difíceis do Brasil, mas 
antes disso tinha sido reprovado duas vezes nesse mesmo concurso. A 
persistência me fez ser aprovado. Bons estudos, em relação ao Direito Tributário 
você está bem municiado de ferramentas adequadas para chegar lá. 
"Se podes?", disse Jesus. "Tudo é possível àquele que crê." 
Marcos 9:23 
Aula – Competência Tributária e Repartição de Receitas 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 3 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
1– Competência Tributária e Capacidade Tributária 
 Primeiramente precisamos conhecer a diferença entre a competência 
para legislar sobre direito tributário e a competência tributária em si. É 
uma diferença muitas vezes que nem percebemos que existe, mas é preciso 
entende-la para poder seguir na matéria. 
 Em termos gerais, competência para legislar sobre direito tributário a é o 
poder atribuído pela Constituição Federal aos entes políticos para editarem leis 
sobre tributos e as relações jurídicas tributárias. Veja que não se fala nessa 
análise sobre a instituição de tributo e sim sobre a possibilidade de emissão de 
legislação sobre situações tributárias. 
 A competência tributária é um pouco mais específica, pois trata-se do 
poder atribuído pela CF de instituir tributo, editar leis para criar determinado 
tributo. Ambas são estipuladas pela Constituição, constituindo-se em 
atribuições legislativas. A primeira permite a edição de leis que estipulam regras 
gerais em matéria tributária e a segunda edita leis que instituem tributos. 
 
1.1 - Competência para Legislar sobre Direito Tributário 
Como já adiantado, a competência para legislar sobre direito 
tributário é o poder político atribuído pela CF aos entes políticos (União, 
Estados e DF) para editar leis que definam regras sobre os tributos e sobre o 
exercício do poder de tributar. 
Exemplo: A União, no exercício da competência para legislar sobre 
direito tributário, criou o CTN; e, no exercício da competência tributária, a 
mesma União instituiu, por meio de lei, o imposto de renda. 
O art. 24, I, da CF estabelece que compete à União, aos Estados e ao 
DF legislar concorrentemente em matéria tributária, ou seja, compete a 
esses entes o poder de estabelecer normas gerais sobre Direito Tributário. 
CUIDADO! Municípios e Territórios não estão inclusos nessa regra! 
CF - Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, 
 
Depois dessa estipulação do caput, temos situações mais específicas nos 
parágrafos. A União será responsável por estabelecer normas gerais, pois 
essas terão âmbito nacional, de maneira que seja dada uma certa uniformidade 
técnica em todo país. O CTN existe exatamente nesse sentido, de estipular 
regras gerais de direito tributário, perceba que o CTN não cria nenhum tributo. 
Os Estados, dentro dessa competência concorrente, exercem função 
legislativa suplementar em relação às normas nacionais. 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 4 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Portanto, a competência da União sobre normas gerais, não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui 
a competência suplementar dos Estados. 
 
Contudo, conforme o § 3º, em caso de omissão da União em editar 
normas gerais, cabe aos Estados e ao DF exercer a função legislativa plena. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
Pensemos então no caso em que a União se omite e não emite lei geral 
sobre um tributo, o Estado membro vai lá e edita uma norma tributária 
específica sobre um tributo de sua competência. Ele pode fazer isso, pois estará 
exercendo sua competência plena. Imagine agora que a União resolva criar 
finalmente a lei geral, como fica então a lei estadual? Nessa situação, sobrevindo 
lei da União sobre o tema, posteriormente à edição de lei estadual, ocorre que 
cessa a omissão antes verificada. Por isso, a norma nacional passa a prevalecer 
no que for incompatível com a estadual. A lei estadual ficará com status de 
suspensa e não revogada, já que não há hierarquia entre as normas, muita 
atenção a isso. Ou seja, a lei federal que surgir fará com que haja suspensão 
da eficácia da lei estadual no que for contrária à federal. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
Exemplo: Em virtude do entendimentoagora exposto, diante da ausência 
de norma geral da União sobre IPVA, cada Estado exerceu a 
competência legislativa plena. O STF inclusive já enfrentou o assunto e se 
pronunciou dando razão aos Estados, afirmando que estes possuem 
competência legislativa plena, em face da falta de normas gerais editadas pela 
União (RE 576137/2010). Já o ICMS é um imposto que possui uma norma geral 
editada pela União de maneira que os Estados, por ocasião da instituição do 
ICMS em seu território devem seguir os ditames dessa lei geral. Ainda nessa 
linha, o CTN, como norma geral, é reconhecidamente norma geral sobre IPTU, 
IR, ITR, por exemplo. 
Relembrando, CTN é considerado norma geral de Direito Tributário com 
status em nosso ordenamento de Lei Complementar. 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 5 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 
A CF ainda estipula algumas situações que têm relação com a 
competência para legislar sobre direito tributário, versando sobre assuntos que 
precisam ser objeto normativo por meio de lei complementar. 
Pela CF temos que, cabe à lei complementar estabelece normas gerais 
em matéria de legislação tributária definindo tributos, definindo fatos geradores, 
base de cálculo e contribuintes. Norma geral também deve trata dos temas de 
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. Todas essas 
situações já existem e estão previstas no CTN. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
 
Cabe também à lei complementar a regulação das chamadas limitações 
constitucionais ao poder de tributar. Na verdade, essas limitações já estão 
no bojo do texto constitucional, ficando delegada à lei complementar a 
regulação dessas situações. 
Competência
para legislar
sobre
Direito Tributário
É o poder de estabelecer regras sobre tributos e sobre o 
exercício do poder de tributar. 
Atribuição Legislativa
É concorrente entre União, Estados e DF
A competência da União se restringe à edição de 
normas gerais
Os Estados e DF detêm a competência suplementar
Em caso de omissão da União em editar as normas 
gerais, os estados e o DF exercem função legislativa
plena
Editando a União lei de normas gerais, ocorre a 
suspensão da eficácia das leis estaduais no que lhe for 
contrário
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 6 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Exemplo: a CF atribui imunidade em relação aos impostos sobre o 
patrimônio, a renda e os serviços das instituições de educação e assistência 
social sem fins lucrativos, os pormenores dessa imunidade, a definição de 
enquadramento como instituição que se encaixa nessa definição, dentre outras 
situações, devem ser disciplinados por meio de lei complementar. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
 
A lei complementar disporá também sobre conflitos de competência em 
questões tributárias entre a União, os Estados, o DF e os Municípios. Quem dera 
tudo acontecesse conforme as regras constitucionais, sabemos que não é assim, 
então, tem que vir uma lei para resolver conflitos que possam surgir em matéria 
tributária. Exemplo: lei que diferencia serviço e industrialização, para saber se 
sobre uma determinada situação de modificação ou produção de uma 
mercadoria deve incidir ISS ou IPI. Conflito se um imóvel deve sofrer incidência 
de IPTU ou ITR, já que ambos são impostos cobrados sobre a propriedade de 
imóveis, o conflito surgido deve ser resolvido conforme disposto em lei 
complementar. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
1. (FGV/Pref. de Niterói-RJ/Agente Faz./2015) A 
espécie normativa encarregada de dispor sobre conflitos de competência em 
matéria tributária entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
é: 
a) Emenda Constitucional; 
b) Lei Complementar federal; 
c) Decreto federal; 
d) Lei Ordinária federal; 
e) Convênio. 
Cabe à Lei Complementar
estabelecer normas 
gerais em matéria de 
legislação tributária
regular as limitações
constitucionais ao poder 
de tributar
dispor sobre conflitos 
de competência, em 
matéria tributária
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 7 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Comentário: 
O instrumento normativo que deve dispor sobre conflitos de competência em 
matéria tributária dos entes da federação é a lei complementar federal. 
Gabarito 1: B 
 
1.2 - Competência Tributária 
A Competência Tributária é o poder atribuído pela CF aos entes 
políticos, União, Estados, DF e Municípios, para instituir determinado 
tributo por intermédio de lei, isto é, a CF determina os tributos que cada ente 
da Federação poderá instituir. Essa instituição de tributo em regra ocorre por 
meio de lei ordinária, podendo também ser por medida provisória, em alguns 
casos, precisamente quatro, só pode ser instituído por lei complementar. 
Essa atribuição constitucional de competências é fundamental para 
garantir a forma federativa, pois permite a autonomia financeira no sentido 
de que os entes podem ter fontes próprias de recursos para exercícios de suas 
atribuições. Não obstante a repartição de receitas dos tributos também 
constitucionalmente previstas. 
A competência tributária possui algumas características de necessário 
conhecimento, pois são muito importantes. A competência atribuída pela 
Constituição Federal para instituir tributos aos entes federativos é indelegável, 
intransferível, irrenunciável, inalterável, imprescritível e é facultativa. 
 
 
O assunto competência tributária encontra-se nos arts. 6º a 8º do CTN. 
Vamos entender melhor cada característica da competência tributária. 
Competência
Tributária
é o poder:
atribuído pela CF a um ente político
para instituir determinado tributo
indelegável e intransferível
irrenunciável e inalterável
imprescritível
facultativo
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 8 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
1. “Poderatribuído pela CF a um ente político” 
Só pode possuir competência tributária a pessoa que detenha autonomia 
política, ou seja, que produza leis para a sua auto-regulação: União, Estados, 
DF e Municípios. Assim, tenha cuidado: os territórios federais não possuem 
autonomia política, não sendo considerados entes políticos pela CF. Por esse 
motivo, a CF não atribuiu aos territórios competência tributária. 
 
2. “Poder para instituir determinado tributo” 
ATENÇÃO: isso é muito cobrado! A Constituição NÃO cria tributos, 
apenas estabelece competências para que União, Estados, DF e Municípios o 
façam. Por isso, a competência tributária é considerada uma competência 
legislativa, pois é um poder atribuído aos entes para editarem leis criando 
tributos. 
Assim, extrai-se do art. 6º do CTN, que a competência tributária é a 
prerrogativa prevista na CF que possibilita aos entes federados editarem leis 
instituindo seus tributos: 
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária 
compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações 
contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis 
Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto 
nesta Lei. 
 
Exemplo: Um exemplo que ajuda a entender bem essa situação é o do 
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). A CF/88 estabeleceu a competência da 
União para criá-lo, mas nunca foi editada lei instituindo esse tributo. Assim, 
embora previsto na Constituição, até hoje sua criação não foi realizada. 
 
 
Constituição 
Federal
• Outorga
competência 
tributária
Leis
• Criam
tributos
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 9 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
É importante destacar que a legislação infraconstitucional não pode 
ampliar as possibilidades de instituição de tributos, nem pode limitar o exercício 
da competência tributária. 
Memorize: a competência tributária somente é prevista na Constituição 
Federal. Exemplo: Um outro exemplo prático seria a criação do ICMS no 
Estado de São Paulo. Vejamos como ficaria: 
 
O Regulamento, que aparece após a lei instituidora do tributo, é criado 
pelo Poder Executivo, a fim de regulamentar o tributo para fiel execução da lei. 
É instrumento infra-legal. 
 
3. “Poder indelegável e intransferível” 
Não pode haver delegação nem transferência da competência tributária. 
Também não pode ela ser assumida por outro ente em caso de inércia do Poder 
Público competente para instituir determinado tributo. Então fique atento: a 
competência tributária é indelegável tanto por ação como por omissão. 
Assim, o não exercício da competência tributária não autoriza outro 
ente, (diverso daquele a quem a CF atribuiu a competência tributária) a fazer 
uso de tal prerrogativa. Então que fique bem claro: o não exercício da 
competência tributária não a defere, em nenhuma hipótese, a outro 
ente que não a detenha. Esse é o teor do art. 8º do CTN: 
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa 
jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha 
atribuído. 
 
Entretanto, essa característica da indelegabilidade nada tem a ver com 
a possibilidade de delegação de algumas atividades da Administração Tributária 
em matéria tributária, do ente competente para a instituição do tributo para 
outra pessoa jurídica de direito público. 
 
CF: A Constituição outorga competência a SP para instituir o ICMS, Art. 155 Inciso II
Lei Federal de normas Gerais: Lei Complementar Federal nº 87/96 (Lei Kandir ) 
Lei Estadual cria o ICMS em SP: Lei nº 6374 de 1989
Regulamento: Decreto nº 45.490/00 (RICMS-SP)
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 10 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Em outras palavras, apesar da impossibilidade de delegação da 
competência tributária, a qual é definida na CF, o CTN prevê a possibilidade de 
delegação de algumas atividades da Administração Tributária (funções de 
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões 
administrativas em matéria tributária). 
 
Estas atividades compõem a denominada capacidade tributária ativa, 
oriunda da competência tributária. Detalharemos a capacidade tributária no 
próximo tópico da nossa aula. 
Essa regra encontra-se no art. 7º do CTN: 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das 
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, 
atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma 
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 
da Constituição. 
 
Exemplo: Essa delegação significa, por exemplo, que em determinados 
casos, a Receita Federal venha a arrecadar o ICMS, que é tributo estadual, ou 
que o fisco de determinado Estado ou Município fiscalize ou arrecade o tributo 
de outro, mas nunca, por exemplo, a União poderá instituir o ICMS. 
 
4. “Poder irrenunciável e inalterável” 
Embora de exercício facultativo, a competência tributária é um poder 
irrenunciável, o que decorre do princípio da indisponibilidade do interesse 
público. Assim, mesmo trinta anos após a edição da Constituição Federal, a 
União ainda terá o poder de criar o IGF. O não exercício da competência não 
significa renúncia a esse poder, nem ocorre caducidade (perda da validade). 
Além disso, a competência tributária não pode ser diminuída ou 
aumentada pela vontade de um ente político. 
 
5. “Poder imprescritível” 
Imprescritível significa que, se o ente político permanecer inerte e não 
instituir o tributo criado pela CF, não ocorrerá alteração da sua competência 
tributária. Ou seja, o não exercício da competência NÃO tem como 
consequência sua perda. 
Cabe ao ente escolhido pela CF utilizar ou não a competência tributária a 
ele atribuída, podendo fazê-lo na hora em que bem entender. 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 11 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
6. “Poder facultativo” 
Essa característica da facultatividade do exercício da competência 
tributária decorre da imprescritibilidade, vista acima. 
Por essa característica, tem-se que o Poder Público não está obrigado a 
instituir os tributos de sua competência. Além disso, cabe apenas ao ente 
competente definir o momento de exercício (ou não) da competência a ele 
atribuída. 
Também é importante ressaltar que, segundo a Lei de Responsabilidade 
Fiscal - LC 101/2000 (LRF) em seu art. 11, constituem requisitos essenciais da 
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação 
de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. 
Entretanto, esse dispositivo deve ser interpretado com cuidado, pois o objetivo 
da LRF não é o de exigir a criação dos tributos a qualquercusto, mas tão 
somente o de estimular a criação dos tributos economicamente viáveis. 
Para sua prova, caso a questão não se refira direta ou 
indiretamente à regra da LRF, deve-se entender que a facultatividade do 
exercício é uma das características da competência tributária. Entretanto, se 
houver menção à LRF, deve-se seguir a literalidade desta lei, no sentido de 
que todos os tributos de competência do ente federado devem ser 
efetivamente instituídos e arrecadados. 
 
2. (FGV/Pref. de Niterói–RJ/Fiscal de 
Tributos/2015) A competência tributária, a teor do que dispõe o Código 
Tributário Nacional, é indelegável. Isso significa que um ente tributante não 
pode instituir tributo que seja da competência tributária de outro. Não constitui, 
porém, violação a essa regra a delegação, por um ente tributante, a outro, das 
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. 
Comentários: 
A competência tributária tem como característica ser indelegável. Um ente não 
pode instituir tributo de competência de outro ente, mesmo que esse outro ente 
não institua o tributo de sua competência. Há autorização, porém, para que se 
delegue as funções de arrecadar e fiscalizar o tributo. 
Gabarito 2: Correta 
 
1.3 – Capacidade Tributária 
As bancas adoram misturar os conceitos de competência tributária com 
capacidade tributária ativa! 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 12 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Capacidade tributária ativa é a atribuição administrativa de fazer 
com que a lei instituidora do tributo seja executada, é o poder de administrar o 
tributo. Capacidade tributária ativa é o poder delegado pelo ente instituidor do 
tributo a pessoa jurídica de direito público diferente para cobrar, exigir e 
fiscalizar o tributo. 
 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções 
de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos 
ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma 
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 
da Constituição. 
 
O ente que institui determinado tributo exerce, em princípio, a capacidade 
tributária ativa quando cobra, exige ou fiscaliza. Assim, normalmente, o sujeito 
ativo da relação tributária, ou seja, o credor do tributo é o ente competente 
para instituí-lo. 
Contudo, ao contrário do que ocorre com a competência, a capacidade 
tributária ativa pode ser delegada a pessoas jurídicas de direito público 
interno, o que inclui, além dos entes, as autarquias e fundações públicas. 
ATENÇÃO! Veja que não há possibilidade de delegação a entidades de Direito 
Privado como empresas públicas ou sociedades de economia mista. 
Exemplo: O exemplo comum dessa situação ocorre com as entidades 
corporativas constituídas sob forma de autarquias (como o CREA, CRC, CRM, 
CRECI, entre outros), que recebem da União a atribuição de exigir um tributo – 
a contribuição profissional ou corporativa (art. 149, caput, CF) – dos 
profissionais vinculados àquelas entidades profissionais. 
A delegação altera o sujeito ativo da relação tributária (o credor), mas 
não altera em nada a competência para quaisquer modificações legislativas 
sobre o tributo, como alterações de alíquotas e base de cálculo, as quais devem 
ser realizadas pelo ente instituidor. 
O § 1º do art. 7º determina que a delegação da capacidade tributária ativa 
outorga à entidade delegatária todas as garantias e privilégios processuais 
da pessoa política delegante, como prazos maiores para recorrer ou apresentar 
contestação: 
Capacidade Tributária Ativa
é o poder de:
cobrar exigir
fiscalizar o 
tributo
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 13 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que 
competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. 
No § 2º está prevista a possibilidade de ser revogada a delegação, a 
qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica que a tenha conferido: 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral 
da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. 
O esquema abaixo ajuda a visualizar as principais diferenças entre 
capacidade tributária ativa e competência tributária: 
 
Finalmente, é importante que você não confunda capacidade tributária com 
a função de arrecadar tributos. Veja o § 3º do art. 7º do CTN: 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas 
de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. 
Esse encargo ou função de arrecadar tributos, geralmente é realizado por 
entidades de direito privado, como as instituições bancárias e casas lotéricas. 
Trata-se de mero recebimento dos pagamentos efetuados pelos contribuintes 
para repasse ao Poder Público. Portanto, o arrecadador não tem ingerência na 
relação jurídico-tributária. 
 
COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA
Poder de instituir tributos
Atribuição legislativa
Poder indelegável 
(por ação ou omissão)
Conferida a um ente político
(União, estados, DF e municípios)
Emana da Constituição Federal
CAPACIDADE 
TRIBUTÁRIA ATIVA
Poder de exigir / administrar 
tributos
Atribuição administrativa
Poder delegável
Exercida por pessoa jurídica de
direito público 
(União, Estados, DF, Municípios, 
autarquias e fundações)
Capacidade
Tributária 
Ativa
Somente pode ser exercida por Pessoas 
Jurídicas de Direito Público: União, Estados, 
DF, Municípios e respectivas autarquias ou 
fundações
Arrecadação
de Tributos
Função pode ser desempenhada por Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado, como bancos e 
casas lotéricas
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 14 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
1.4 – Parafiscalidade 
A delegação da capacidade tributária ativa não implica necessariamente 
que os recursos arrecadados ficarão com o ente que recebeu essa capacidade, 
esse poder. No entanto, quando além dessa delegação, a pessoa recebe os 
recursos desse tributo, ocorre a chamada parafiscalidade. 
Parafiscalidade é o fenômeno em que se fazem presentes, 
cumulativamente, duas características: 
(1) uma lei delega a capacidade tributária ativa à determinada pessoa 
jurídica de direito público; 
(2) houve determinação legal de que a entidade delegatória (aquela que 
recebeu a delegação) fique com os recursos por ela arrecadados para 
sustentação de suas finalidades institucionais. 
Esquematicamente, podemos entender assim: 
 
 
Contudo, não confunda a parafiscalidade com a chamada “sujeição ativa 
auxiliar”. Nesta ocorre a arrecadação do tributo pelo ente delegatário, mas em 
nome do ente político competente para instituir o tributo. Ou seja, nesse caso, 
o “sujeito ativo auxiliar”, diferentemente da entidade parafiscal, éum mero 
agente com a função de recolher e repassar o tributo ao ente político. Por esse 
motivo, para distinguir parafiscalidade de “sujeição ativa auxiliar” é necessário 
verificar para quem se dirige o produto da arrecadação. 
 
3. (FEPESE/Pref. de Criciúma-SC/Fiscal de 
Rendas/2017) Com base no Código Tributário Nacional, assinale a alternativa 
correta. 
a) A competência tributária é delegável. 
b) Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito 
privado, da função de arrecadar tributos. 
c) O não exercício de determinada competência tributária por parte dos Estados 
autoriza a União a instituir o respectivo tributo. 
d) A atribuição constitucional de competência tributária compreende a 
competência legislativa plena e ilimitada. 
Delegação da 
capacidade tributária 
ativa
Determinação legal
para que delegatária 
fique com os recursos
arrecadados
Parafiscalidade
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 15 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
e) A capacidade tributária ativa é delegável, compreendendo as funções de 
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões 
administrativas em matéria tributária. 
Comentários: 
a) Errada – A competência tributária é indelegável. 
b) Errada – A função de arrecadar tributo pode ser delegada a pessoa de direito 
privado, porém essa delegação não constitui delegação de competência 
tributária. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas 
de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. 
c) Errada – O ente está autorizado pela CF a instituir tributo, a sua omissão não 
permite que outro ente o faça. 
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa 
jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha 
atribuído. 
d) Errada – A competência legislativa tributária não é ilimitada, restringe-se na 
verdade nas próprias limitações constitucionais ao poder de tributar previstos 
na CF. 
e) Correta – A capacidade tributária ativa é sim delegável, essa capacidade 
consiste na função de arrecadar, exigir e fiscalizar o tributo. Executando as leis, 
os serviços, os atos ou as decisões administrativas em matéria tributária. 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções 
de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou 
decisões administrativas em matéria tributária, 
Gabarito 3: E 
 
2- Classificação doutrinária da Competência Tributária 
A doutrina classifica a competência tributária da seguinte forma: 
 
 
Competência tributária 
(segundo doutrina)
Comum Privativa Cumulativa Residual Extraordinária
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 16 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
1) Competência Comum: 
Pode ser exercida por todos os entes (União, Estados, DF e Municípios) 
de acordo com suas atribuições. Conforme o art. 145 da CF, a competência 
comum engloba taxas e contribuições de melhoria (chamados tributos 
vinculados ou contraprestacionais). O ente que prestar o serviço ou exercer o 
poder de polícia poderá usar sua competência tributária e instituir a taxa 
respectiva. O ente que realizar a obra pública que decorra valorização imobiliária 
poderá instituir a contribuição de melhoria. 
 
 
2) Competência Privativa: 
Somente pode ser exercida por um dos entes da Federação. Essa 
competência é dita privativa, pois, para cada um dos entes (União, Estados, DF 
e Municípios), há tributos enumerados exaustivamente na CF que só podem ser 
criados respectivamente por cada um deles. 
 Ressalta-se que, conforme os ensinamentos do direito constitucional, 
competências privativas são passíveis de delegação, ao contrário das 
exclusivas. Por esse motivo, em virtude da indelegabilidade da competência 
tributária, o mais correto seria utilizarmos a expressão competência exclusiva 
para nos referirmos à competência tributária. 
 No entanto, a terminologia privativa foi consagrada na doutrina do direito 
tributário e pode estar na sua prova. 
 Embora a competência privativa seja conhecida “como competência para 
instituir impostos”, a maioria da doutrina também insere na competência 
privativa da União os Empréstimos compulsórios (art. 148, CF) e as 
Contribuições especiais (art. 149 e 195, CF). 
 Já no plano de competência dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, temos as contribuições sociais para custeio do Sistema de 
Previdência e Assistência Social cobradas por cada ente de seus respectivos 
servidores estatutários (privativa em cada esfera: art. 149, § 1º, CF). 
 Por fim, temos a Contribuição de Iluminação Pública privativa dos 
Municípios e do Distrito Federal (art. 149-A CF). 
COMPETÊNCIA 
COMUM
Taxas
de polícia
de serviços
Contribuição de 
melhoria
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 17 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 A CF elenca 13 impostos e institui em relação aos impostos as seguintes 
competências privativas: 7 federais (art. 153, CF), 3 para Estados/DF (art. 
155, CF) e 3 para Municípios/DF (art. 156, CF). 
Quanto aos impostos, temos que a União pode instituir 7 impostos (Art. 
156 da CF): imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto 
de renda (IR), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre 
operações financeiras (IOF), imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), 
imposto sobre grandes fortunas (IGF). 
Os Estados e DF podem instituir 3 impostos (Art. 155), o imposto sobre 
a transmissão causa mortis e doação (ITCMD), o imposto sobre a circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação (ICMS) e o imposto sobre a propriedade de 
veículos automotores (IPVA). 
Os Municípios e DF podem instituir 3 impostos (Art. 156), o imposto 
sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), o imposto sobre a 
transmissão “inter vivos” de bens imóveis (ITBI) e o imposto sobre serviços 
(ISS). 
Esse rol de impostos em relação aos Estados, ao DF e aos Municípios é 
exaustivo. Na tabela a seguir, esquematizamos tudo para facilitar sua vida: 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 18 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 
3) Competência Cumulativa: 
Ocorre quando determinado ente acumula competências que, 
normalmente, seriam de outra esfera. Isso acontece em trêssituações: 
i) Criação de Territórios Federais (art. 147, CF): 
a. União acumula os impostos estaduais; 
b. Se não houver divisão em municípios, a União também acumula 
os impostos municipais; 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos 
estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, 
cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal 
cabem os impostos municipais. 
União
II
(Imposto de Importação)
IE
(Imposto de Exportação)
IR
(Imposto sobre a renda e 
proventos de qualquer 
natureza)
IPI
(Imposto sobre Produtos 
Industrializados)
IOF
(Imposto sobre operações 
de crédito, câmbio e 
seguro, ou relativas a 
títulos e valores 
mobiliários)
ITR
(Imposto sobre 
Propriedade Territorial 
Rural)
IGF
(Imposto sobre Grandes 
Fortunas)
Empréstimos
Compulsórios
Contribuições
Especiais, exceto a COSIP
Estados e DF
ITCMD
(Imposto sobre 
transmissão causa mortis 
e doação, de quaisquer 
bens ou direitos)
ICMS
(Imposto sobre operações 
relativas à circulação de 
mercadorias e sobre a de 
serviços de transporte 
interestadual e 
intermunicipal e de 
comunicações)
IPVA
(Imposto sobre a 
propriedade de veículos 
automotores)
•Contribuição social 
para custeio do 
Sistema de 
Previdência e 
Assistência Social 
DF e Municípios
IPTU
(Imposto sobre a 
propriedade predial e 
territorial urbana)
ITBI
(Imposto sobre a 
transmissão intervivos, 
por ato oneroso, de bens 
imóveis e de direitos 
reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, 
bem como cessão de 
direitos à sua aquisição)
ISS
(Imposto sobre serviços 
de qualquer natureza, 
definidos em lei 
complementar)
COSIP
(Contribuição para o 
Custeio do Serviço de 
Iluminação Pública)
•Contribuição social 
para custeio do 
Sistema de 
Previdência e 
Assistência Social 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 19 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
ii) DF acumula impostos que seriam municipais (art. 32, § 1º, CF): 
ISS, IPTU e ITBI. Ao DF é atribuída a possibilidade de instituir 6 
impostos, os três estaduais e os três municipais. Também cabe ao DF 
a instituição da previdência dos seus servidores e a COSIP. 
Art. 32 - § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências 
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. 
 
4) Competência Residual: 
Poder da União de criar (1) novos impostos (art. 154, I, CF) e (2) 
novas contribuições da seguridade social (art. 195, § 4º, CF) além dos 
casos previstos na CF, devendo respeitar os seguintes requisitos: 
 
 
 
A CF atribui à União a possibilidade de instituir um novo imposto. Estados, 
DF e Municípios não podem instituir novos impostos, suas permissões estão 
esgotadas no rol constitucional, já para a União existe a prerrogativa de instituir 
o chamado imposto residual. A instituição desse imposto deve ser feita por 
meio de Lei Complementar, não pode ser uma instituição de imposto já previsto 
para a União, além disso, esse novo imposto não pode ser cumulativo em 
relação à cadeia de produção e não pode ter fato gerador ou base de cálculo 
igual aos de outros impostos previstos na CF. A instituição do imposto residual 
não precisa vir precedida de nenhuma circunstância autorizativa, ou seja, pode 
ser instituído a qualquer tempo. 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, 
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
 
COMPETÊNCIA 
RESIDUAL 
Impostos
(art. 154, I, CF)
Competência da União
Instituição por Lei Complementar
Pode ser instituído a qualquer tempo
Inovação quanto ao fato gerador e base de cálculo 
Respeito ao princípio da não cumulatividade
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 20 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Exemplo: Não pode criar imposto residual que incida sobra a propriedade 
de veículo automotor, já que esse fato gerador já “pertence” ao IPVA. 
Há também a previsão constitucional de que a União institua uma nova 
contribuição para a seguridade social. É a aplicação da competência residual 
por meio da possibilidade de instituição de contribuição social residual. Os 
mesmos critérios adotados para a instituição do imposto residual devem ser 
aplicadas às contribuições residuais. 
Art. 195 - § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no 
art. 154, I. 
 
 O STF entende que a necessidade de inovação do fato gerador 
e base de cálculo relativos à contribuição da seguridade social residual deve ser 
analisada somente em relação às demais contribuições da seguridade social, 
não havendo impedimento para que sejam semelhantes a de impostos. 
 
CUIDADO!! Uma contribuição social residual poderá ter fatos geradores ou 
bases de cálculos de impostos já previstos na CF/88, uma vez que não há 
proibição alguma para tanto. 
 
5) Competência Extraordinária: 
Poder da União para instituir novo imposto em caso de guerra externa 
ou sua iminência: o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG). ATENÇÃO: o 
IEG só pode ser instituído em caso de guerra externa, iminente ou eclodida, e 
não uma mera “guerra civil”. 
Não há requisitos relativos à sua estrutura, podendo ter qualquer fato 
gerador, ou seja, pode ser até mesmo o FG de outro imposto já existente (sendo 
ou não esse imposto da competência da União). Não precisa respeitar os 
princípios da anterioridade anual e nonagesimal, não precisa de lei 
complementar, pode ser instituído por lei ordinária. 
Contribuições sociais residuais
Só podem ser 
criadas pela 
União
Criadas só por 
Lei
Complementar
Serão não-
cumulativas
Não podem 
ter FG ou BC 
próprios de 
outras 
contribuições
Obedece aos 
princípio da 
anterioridade
nonagesimal.
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 21 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
A União não precisa devolver o dinheiro arrecadado e o uso desses 
recursos não está vinculado a despesa específica. 
De acordo com o art. 154, II, da CF, deve ser gradativamente extinto 
cessadas as causas de sua criação. Então ATENÇÃO: o IEG poderá perdurar 
mesmo após a celebração da paz, desde que esteja sendo gradativamente 
extinto. 
 
 
Art. 154. A União poderá instituir: 
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, 
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 
Agora, vamos fazer uma comparação entre o IEG e os empréstimos 
compulsórios, pois as bancas adoram misturá-los, já que ambos podem ser 
criados em caso de guerra externa ou sua iminência. 
 
COMPETÊNCIA 
EXTRAORDINÁRIA:
IEG
Compete à União
Lei Ordinária ou MP
Pode ser cumulativoQualquer Fato Gerador ou Base de Cálculo
Deve ser provisório
Pode ser cobrado de imediato
(exceção à Anterioridade)
IEG
• Competência da União
• Não respeita anterioridade anual e 
nonagesimal
• Temporário
• Pode ser instituído por lei 
ordinária
• Não há necessidade de devolução
• União pode usar recursos 
arrecadados com qualquer
despesa pública
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
(em caso de guerra)
• Competência da União
• Não respeita anterioridade anual e 
nonagesimal
• Temporário
• Deve ser instituído por lei
complementar
• Necessário devolver recursos 
arrecadados
• Receita de arrecadação 
vinculada
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 22 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
O quadro abaixo resume aspectos importantes sobre a classificação da 
competência tributária. 
Competência Comum Privativa Cumulativa Residual Extraordinária 
União 
 
 
Taxas 
 
 
 
 
 
Contribuições 
de Melhoria 
 
II, IE, IPI, 
IOF, IR, ITR, 
IGF 
Empréstimos 
compulsórios 
Contribuições 
especiais, 
exceto COSIP 
Em 
Territórios 
Federais 
acumula 
impostos 
estaduais e, 
não havendo 
municípios, 
impostos 
municipais 
Novos 
impostos e 
contribuições 
da 
seguridade 
social 
 
Novos impostos 
em caso de 
guerra ou sua 
iminência – 
Impostos 
Extraordinários 
de Guerra. 
Estados 
ICMS, IPVA, 
ITDC 
Contribuição 
social 
previdenciária 
 
DF 
Idem a 
Estados 
Acumula 
impostos 
municipais 
(ISS, IPTU e 
ITBI) 
 
Municípios 
ISS, IPTU, 
ITBI, COSIP 
Contribuição 
social 
previdenciária 
 
 
4. (FCC/Pref. Recife-PE/Procurador/2014) 
Procurador Judicial do Recife recém empossado no cargo recebe a incumbência 
de apresentar estudo detalhado sobre competência tributária. Demonstrando 
profundo conhecimento sobre o tema, ele correlaciona corretamente os entes 
políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) aos respectivos tributos, 
conforme definido na Constituição Federal de 1988. É correto afirmar que são 
de competência do Distrito Federal: 
a) Contribuição sobre a receita ou faturamento das empresas, imposto sobre a 
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e imposto 
sobre a prestação de serviços de transporte intramunicipal. 
b) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos 
ou valores mobiliários; imposto predial e territorial urbano e imposto sobre a 
transmissão de bens imóveis. 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 23 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
c) Imposto sobre serviços de qualquer natureza, imposto extraordinário em caso 
de guerra externa e imposto sobre a propriedade de veículos automotores. 
d) Imposto sobre a prestação de serviço de comunicação, imposto predial e 
territorial urbano e imposto territorial rural. 
e) Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, 
de bens imóveis, por natureza; imposto sobre operações relativas à circulação 
de mercadorias e imposto sobre a doação, de quaisquer bens ou direitos. 
Comentários: 
Por disposição do art. 32, § 1º da CF: “Ao Distrito Federal são atribuídas as 
competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.” Logo, o DF 
possui como competência tanto os impostos estaduais (ICMS, ITCD e IPVA) 
como os municipais (IPTU, ISS e ITBI). Vejamos os erros de cada alternativa: 
a) Errada - Contribuição sobre a receita ou faturamento das empresas (União), 
imposto sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal (Estados) e imposto sobre a prestação de serviços de transporte 
intramunicipal (Municípios). 
b) Errada - Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas 
a títulos ou valores mobiliários (União); imposto predial e territorial urbano 
(Municípios) e imposto sobre a transmissão de bens imóveis (Municípios). 
c) Errada - Imposto sobre serviços de qualquer natureza (Municípios), imposto 
extraordinário em caso de guerra externa (União) e imposto sobre a 
propriedade de veículos automotores (Estado). 
d) Errada - Imposto sobre a prestação de serviço de comunicação (Estados), 
imposto predial e territorial urbano (Municípios) e imposto territorial rural 
(União). 
e) Correta - Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por 
ato oneroso, de bens imóveis, por natureza (Municípios); imposto sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias (Estados) e imposto sobre a 
doação, de quaisquer bens ou direitos (Estados). Portanto essa é a nossa 
resposta. 
Gabarito 4: E 
 
2.1 – Bitributação e Bis In Idem 
Esses dois conceitos estão relacionados ao conteúdo sobre competência 
tributária e são de grande importância em nosso estudo. Em ambos casos, a 
mesma situação é definida na lei como fato gerador de mais de uma 
incidência tributária. 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 24 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Bis in idem que quer dizer “duas vezes sobre a mesma coisa”, ocorre 
quando o mesmo ente tributante exige diferentes tributos do mesmo 
contribuinte com base no mesmo fato gerador. Em princípio, não é 
inconstitucional. Exemplo: é o caso da tributação do lucro pela União com o 
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e com a Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido (CSLL). Não pode bis in idem no caso da competência residual da 
União dos impostos e das contribuições, já que esse novo imposto não pode 
incidir sobre fato gerador de outro imposto ou de outra contribuição 
respectivamente. 
Bitributação ocorre quando entes tributantes diversos exigem tributos 
do mesmo contribuinte com base no mesmo fato gerador. É vedada em nosso 
ordenamento jurídico, o que é consequência do próprio regime constitucional de 
distribuição de competências. Exemplo: um imóvel localizado no limite entre 
dois Municípios em que o seu proprietário recebe o carnê do IPTU dos dois 
Municípios, isso não pode acontecer, pois é uma bitributação, dois entes 
diferentes cobrando do mesmo contribuinte pelo mesmo fato gerador. 
No entanto, existem dois casos em que a CF considera a bitributação 
legítima: 
(1) empréstimo compulsório e 
(2) imposto extraordinário em caso de guerra externa ou sua iminência, 
cujos fatos geradores podem estar compreendidos ou não na competência 
tributária da União. Na instituição do IEG a União pode escolher um fato gerador 
típico de outro imposto de sua instituição, nesse caso, seria caracterizado um 
bis in idem ou a União pode usar um fato gerador típico de outro ente, seria um 
caso de bitributação. Essa situação é permitida, já que decorre de uma situação 
extraordinária, porém temporária. 
Outro caso apontado pela doutrina em que pode haver legítima 
bitributação é aquele que envolve países diferentes, especialmente no quese 
refere à tributação da renda. Quando um brasileiro recebe rendimentos por um 
trabalho realizado no exterior pode ser que os dois países relacionados cobrem 
imposto de renda, exceto se houver um tratado internacional entre eles 
regulando esta situação. 
 
Bis in idem
Mesmo ente tributante
cobra tributos sobre 
mesmo fato gerador
Não é inconstitucional
Ex: IRPJ e CSLL
Bitributação
Entes tributantes diversos
cobram tributos sobre 
mesmo fato gerador
Inconstitucional
(em regra)
Exceções - CF permite: 
empréstimo compulsório e IEG
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 25 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
3 - Repartição das Receitas Tributárias 
 Os entes federativos possum autonomia financeira extamente porque têm 
a competência para instituir seus próprios tributos, mas há ainda outra forma 
de os entes menores conseguirem recursos. Essa outra forma é a repartição da 
receita dos tributos de acordo com a previsão constitucinal. A CF determina que 
entes maiores repartam e repassem parcela do valor arrecadado com o tributo 
ao ente menor. Essa repartiçaõ de receita tributária ocorre de acordo com as 
regras constitucionais. 
Esse é um assunto recorrente em provas, sendo que, nesse caso, é 
suficiente nos restringirmos à leitura da CF, arts. 157 a 160. 
Enquanto a distribuição da competência tributária entre os entes da 
federação representa a divisão do próprio poder de tributar, a distribuição das 
rendas tributárias é a divisão do produto da arrecadação dos tributos. 
A repartição das receitas tributárias é um dos meios para a efetividade 
da aplicação do princípio federativo. A distribuição é sempre realizada do ente 
maior para o menor, ou seja, da União para os Estados; da União para os 
Municípios e dos Estados para os Municípios. 
Dentre as espécies tributárias apenas os impostos e a CIDE-
combustíveis se submetem a essa repartição. Alguns impostos não serão 
repartidos. Os impostos Municipais não são repartidos, portanto, não há 
repartição de receita de IPTU, ITBI e nem de ISS. Não há também repartição 
de receita do imposto Estadual ITCMD. Não se reparte receita também de alguns 
dos impostos da União como o II, o IE, o IGF e o IEG. 
 
O esquema abaixo resume a forma como acontece a repartição: 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 Prof. Cadu Carrilho 26 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Receita da União para: Estados e DF Municípios 
1 - IRPF incidente na fonte sobre rendimentos pagos 
a servidores públicos 
 
100% 
(referente a seus servidores) 
100% 
(referente a seus servidores) 
2 - IOF sobre ouro ativo financeiro, conforme a origem 30% 70% 
3 - Impostos Residuais 
 
20% XXX 
4 - ITR XXX 50% ou 100% 
(se houver delegação da capacidade tributária ativa) 
5 -CIDE Combustíveis 29%, dos quais 25% 
6 - IPI 
10% Proporcionalmente 
ao valor das respectivas 
exportações de produtos 
industrializados, dos quais 
 
25% 
 
7 - IR + IPI 
(49% da receita é repartida!) 
 
 
Fundo de participação dos 
Estados 
21,5% 
Fundo de participação dos Municípios 
22,5% // 3% 
(Setor Produtivo N, NE, CO) 
1% dezembro // 1% julho 
 
 
Receita dos Estados para: 
 
Municípios 
 
8 - IPVA 
50% 
(sobre veículos licenciados em seus territórios) 
9 - ICMS 
25% 
(3/4, no mínimo, na proporção do valor 
adicionado em seus territórios 
e até 1/4 conforme 
dispuser lei estadual) 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 27 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Vou transcrever abaixo os dispositivos constitucionais, se quiser pode se abster 
de ler, já que a tabela acima já explica bem a repartição de receitas. 
1 - O imposto de renda é de competência e arrecadação da União, porém a 
CF autoriza que o produto da arrecadação do imposto de renda que incide sobre 
a renda dos servidores públicos fiquem com os entes a que o servidor 
pertence.Esse repasse é válido e deve ser feito tanto em âmbito Estaudal como 
em âmbito Municipal. 100% desse valor vai para o ente federado. 
Exemplo: caso de um servidor público Estadual que receba um salário e com 
esse salário tem que pagar imposto de renda, esse imposto será retido na fonte 
pelo Estado “patrão” e esse mesmo Estado fica com esses recursos. 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos 
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a 
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que 
instituírem e mantiverem; 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos 
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a 
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que 
instituírem e mantiverem; 
 
2 - O IOF da União que incide sobre o ouro, quando for um ativo financeiro ou 
instrumento cambial, será repartido de acordo com a origem de maneira que 
30% seja destinado ao Estado ou DF e 70% para o Município. 
Art. 153 - § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de 
que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; 
a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do 
montante da arrecadação nos seguintes termos: 
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, 
conforme a origem; 
II - setenta por cento para o Município de origem. 
 
3 - O imposto residual que pode ser instituído pela União deverá ter 20% da 
sua receita repassadas aos Estados ou DF. 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União 
instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 28 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
4 - Em relação ao ITR, imposto da União, temos que 50% pertencerá ao 
Município em que estiver localizado o imóvel rural. Caso o Município faça a opção 
de fiscalizar e cobrar esse imposto, ficará com 100% da arrecadação. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União 
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles 
situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 
153, §4º, III; 
Art. 153 - § 4º - O ITR: III - será fiscalizado e cobrado pelos 
Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não 
implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia 
fiscal. 
 
5 - A CIDE-combustíveis será repartida de maneira que 29% fiquem com os 
Estados na forma da lei e desses 29%, que são repassados aos Estados, 25% 
devem ser repassados aos Municípios. 
Art. 159. A União entregará: III - do produto da arrecadação da 
contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 
4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, 
distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso 
II, c, do referido parágrafo 
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a 
cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus 
Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. 
 
6 - 10% do IPI devem ser repassados aos Estados ou DF, proporcionalmente 
aos valor em relação às exportações de prosutos industrializados. 
Art. 159. A União entregará: II - do produto da arrecadação do imposto 
sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito 
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de 
produtos industrializados. 
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco 
por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, 
observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I 
e II. 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 29 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
7 – A soma da arrecadação do IR mais o IPI será repartida. De modo que 
49% desse valor desse ser entregue, ficando 21,5% ao Fundo Estadual, 
22,25% ao Fundo Municipal, 3% para programas de desenvolvimento de 
regiões carentes do país, 1% ao Fundo de participação dos Municípios para ser 
entregue em dezembro e 1% ao Fundo de participação dos Municípios para ser 
entregue em julho. 
 
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007) 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de 
qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e 
nove por cento), na seguinte forma: 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação 
dos Estados e do Distrito Federal; 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de 
Participação dos Municípios; 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor 
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas 
instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos 
regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do 
Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei 
estabelecer; 
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será 
entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; 
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será 
entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; 
 
8 - Os Estados repassarão 50% do IPVA aos Municípios em relação aos 
veículos licenciados em seu território. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus 
territórios; 
 
9 - Do ICMS devido aso Estados, repassa-se 25% aos Municípios. Esse valor 
repassado segue uma regra de proporção, 3/4 são repassados de acordo com 
o valor adicionado nas operações e 1/4 de acordo com a lei estadual. 
 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 30 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, 
mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes 
critérios: 
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas 
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de 
serviços, realizadas em seus territórios; 
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso 
dos Territórios, lei federal. 
 
Como a repartição das receitas tributárias tem por objetivo garantir a 
autonomia financeira dos entes políticos, a CF estipulou um regramernto para 
proibir que os entes estipulassem condições desrazoáveis para a entrega dos 
recursos: 
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao 
emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos 
relativos a impostos. 
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e 
os Estados de condicionarem a entrega de recursos: 
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. 
 
*O inciso II refere-se à aplicação dos recursos mínimos em ações e serviços 
públicos de saúde. 
 
5. (FGV/SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal/2011) A CRFB traça 
as linhas gerais para a repartição das receitas tributárias nos arts. 157 a 161. É 
correto afirmar que a Constituição determina que 
a) o produto da arrecadação do ITR seja dividido entre Estados e Municípios, 
relativamente aos imóveis neles situados, exceto se o Município fiscalizar e 
cobrar o referido imposto. 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 31 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
b) a União entregue 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do 
IPI aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das 
respectivas exportações de produtos industrializados. 
c) seja vedada a retenção à entrega dos recursos atribuídos a partir das receitas 
tributárias aos Estados, Municípios e ao DF, exceto adicionais e acréscimos 
relativos a impostos. 
d) caiba à lei ordinária disciplinar os aspectos relativos à repartição de receitas 
tributárias. 
e) pertençam aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) do produto da 
arrecadação do ICMS do Estado sobre a circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação. 
Comentários: 
Trouxemos aqui uma questão da FGV para aquecimento. 
a) Errada - A CF, art. 158, II, determina que 50% da arrecadação do ITR seja 
destinada aos municípios, relativamente aos imóveis rurais neles situados, ou 
100%, caso o imposto seja fiscalizado e cobrado por eles. Tais recursos não são 
repartidos com os Estados. 
b) Errada- O percentual correto é de 10% (CF, art. 159, II). 
c) Errada - “É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego 
dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a 
impostos” (CF, art. 160, caput). 
d) Errada - Cabe a lei ordinária complementar disciplinar os aspectos relativos 
à repartição de receitas tributárias (CF, art. 161). 
e) Correta - Conforme CF, art. 158, IV. 
Gabarito 5: E 
 
Vamos praticar bastante!!! 
 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 32 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
4 – Questões Comentadas 
 
EXERCÍCIOS DE COMPETÊNCIA 
 
6. (FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal/2016) Relativamente aos tributos de 
competência dos entes federados, a Constituição Federal 
a) não autoriza a União a instituir impostos que sejam da competência dos 
Municípios, exceto no caso de guerra interna ou golpe de Estado. 
b) autoriza a União a instituir impostos extraordinários, que também sejam da 
competência dos Estados, devendo entregar-lhes 50% da receita auferida, a 
título de repartição de receita. 
c) permite apenas aos Municípios instituir e cobrar a contribuição de melhoria. 
d) autoriza a União a instituir impostos novos, não previstos no texto 
constitucional, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou 
base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição, cabendo aos 
Estados e ao Distrito Federal 20% dessa arrecadação, a título de repartição de 
receita. 
e) autoriza a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituir 
impostos, taxas, contribuições sociais e de melhoria, cabendo somente à União 
instituir empréstimos compulsórios. 
Comentários: 
a) Errada – A União não pode instituir impostos que sejam da competência dos 
Municípios, essa proibição permanece mesmo em caso de golpes de Estado. 
b) Errada – Os impostos extraordinários só podem ser instituídos em caso de 
guerra ou sua iminência. Pode usar como fato gerador o mesmo de um imposto 
Estadual, mas não há que se falar nesse caso em repartição de receita. 
c) Errada – Contribuição de melhoria é de competência comum aos entes, 
qualquer ente pode instituir contribuição de melhoria. 
d) Correta – Os impostos residuais podem ser instituídos pela União nos termos 
dessa alternativa, atente para o detalhe da repartição de receita para os Estados 
que ficam vinte porcento da arrecadação do imposto residual. 
e) Errada – Em regra, não cabe aos Estados e Municípios instituírem 
contribuições sociais. 
Gabarito 6: D 
 
7. (FCC/SEGEP-MA/Procurador/2016) Sobre a competência tributária, 
considere os itens a seguir. 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 33 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
I. Muito embora a competência tributária seja privativa, a União pode instituir 
impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal no âmbito dos 
Territórios Federais. 
II. A competência tributária pode ser exercida por outro ente na hipótese 
específica do ente constitucionalmente competente não instituir o tributo que 
tem previsão de repartição constitucional de receitas. 
III. A imunidade tributária expressa a incompetência do ente para instituição do 
tributo na situação ali prevista, podendo ser fixada na Constituição Federal ou 
em lei complementar. 
IV. A competência para instituição de tributos é privativa, ou seja, quando 
atribuída a um ente político os demais estão automaticamente proibidos de 
instituí-lo, visto não ser admitido ser tributado duas vezes por um mesmo fato 
imponível. 
É correto o que se afirma APENAS em 
a) I, III e IV. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) I, II e III. 
Comentários: 
I - Correta – Cabe à União a instituição dos impostos estaduais nos Territórios 
Federais criados. 
II - Errada – Se o ente competente não instituir seu tributo, não pode outro 
ente se apropriar dessa competência, ou seja, a competência tributária não 
pode ser exercida por outro ente. 
II - Errada – Imunidade pressupõe origem constitucional, portanto, isenção ou 
não incidência pode ser concedida por lei complementar, mas não será chamada 
de imunidade. 
IV - Correta – Diante de tudo que falamos essa se torna uma assertiva um pouco 
duvidosa, já que vimos a possibilidade de a União, por exemplo, instituir um 
imposto extraordinário sobre o mesmo fato de outro ente. Essa situação, no 
entanto, configura uma exceção, ou seja, em condições normais a competência 
privativa realmente é privativa, e não se pode admitir a bitributação. 
Gabarito 7: B 
 
C
óp
ia
 r
eg
is
tr
ad
a 
pa
ra
 J
ef
fe
rs
on
 F
er
na
nd
es
 (
C
P
F
: 3
32
.3
70
.2
08
-5
0)
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Direito Tributário 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Cadu Carrilho 
 
Prof. Cadu Carrilho 34 de 91 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
8. (FCC/Pref. Teresina-PI/Auditor Fiscal/2016) O Código Tributário 
Nacional estabelece que a atribuição constitucional de competência tributária 
para os Estados instituírem impostos como o IPVA 
a) compreende o compartilhamento da competência legislativa com os 
Municípios localizados em seu território, em razão de parte da receita deste 
imposto pertencer aos Municípios. 
b) compreende a competência legislativa plena a respeito desse imposto, 
ressalvadas as limitações existentes, contidas na Constituição Federal, nas 
Constituições dos Estados e observado o disposto no CTN. 
c) será, quando não exercida pelo Estado, exercida pelos Municípios nele 
localizados, que deverão fiscalizá-lo e cobrá-lo. 
d) pode ser delegada aos Municípios localizados em seu território, quando esses 
Municípios optarem, na forma da lei, por fiscalizá-lo e cobrá-lo, e desde que 
essa delegação não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de 
renúncia fiscal. 
e) pode ser definitivamente perdida, a favor da União, quando o Estado não a 
exercer por três anos consecutivos, ou por cinco intercalados, subsistindo a 
repartição de suas receitas com os Municípios localizados no Estado que não 
exerceu sua competência. 
Comentários: 
a) Errada – Não há para o IPVA compartilhamento de competência do Estado 
com Municípios, mas há sim a repartição de receitas desse imposto do Estado 
com o Município. 
b) Correta – O IPVA é um imposto de competência dos Estados, não há uma lei 
geral sobre esse imposto, então, os Estados podem exercer competência plena 
em relação a esse imposto, dede que respeitem as limitações constitucionais ao 
poder de tributar previstas no ordenamento jurídico como a CF, o CTN e as 
Constituições Estaduais. 
c) Errada – Município não pode instituir IPVA, mesmo que o Estado fique omisso 
em relação a criação desse imposto. 
d) Errada – O Estado não pode delegar a competência tributária sobre IPVA aos 
Municípios. 
e) Errada – Não existe essa possibilidade de perda da competência tributária 
constitucionalmente prevista. 
Gabarito 8:

Continue navegando