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NEUROCIRURGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 1 Patologias Neurocirúrgicas Disciplina: Bases Anatômicas e Radiológicas em Neurocirurgia FASM MAYARA SUZANO DOS SANTOS TURMA XIV A 6º Semestre – 2021.2 Bases Anatômicas e Radiológicas NEUROCIRURGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 2 LOBO PARIETAL CASO CLÍNICO ETIOLOGIA FATORES DE RISCO FISIOPATOLOGIA Feminino, 55 a, cefaleia intensa há 3 meses que piora durante a madrugada associada a vômitos com sensação de embaçamento visual bilateral. AP: DVP pós-meningite aos 8 anos HD: Hipertensão Intracraniana1 Meningite TU de SNC Meningite Obstrução da drenagem liquórica → represamento do líquor intracraniano → ↑ pressão intracraniana No caso mencionado, a paciente apresentava TU no ventrículo lateral que impedia a drenagem do LCR e ventriculomegalia. ▪ HIC → distensão de estruturas nervosas presentes nas meninges, especificamente a duramáter na base do crânio, paredes dos vasos e nervos periféricos (n. trigêmio) → cefaleia que piora no peíodo noturno → ↓ RV cerebral, ↑ do conteúdo liquórico subaracnoide (refluxo pelo forame magno) e ↑ CO2 (causa acidose = vasodilatação = ↑ fluxo sanguíneo cerebral) ▪ HIC → distensão da área postrema (bulbo) → vômito em jato → melhora da cefaleia, em decorrência da hiperventilação pós-vômito (causa alcalose = vasoconstrição = ↓ fluxo sanguíneo cerebral) ▪ HIC → garroteamento do n óptico → dificulta RV pelo nervo → edema papilar → visão turma pela compressão nervosa e edema QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Tríade da HIC: ▪ Cefaleia intensa, holocraniana, pulsátil (pode ser variável) com piora durante a noite/madrugada ▪ Vômitos em jato (não precedido por náusea) que podem aliviar a cefaleia ▪ Papiledema → manifesta-se com visão turva RNM Ressecção macroscópica total através de acesso pelo sulco intraparietal2 NEUROCIRURGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 3 LOBO PARIETAL ANATOMIA: Ventrículo lateral: ▪ Corno anterior ▪ Corpo ventricular ▪ Trígono (átrio) → contém o corpo do plexo coróide ▪ Corno lateral (temporal) ▪ Corno posterior (occipital) LOBO PARIETAL, SEUS LÓBULOS E SULCOS Lobo parietal → imediatamento atrás do sulco central Lóbulos parietais superior e inferior → imediatamente posterior ao sulco pós central e anterior ao sulco parieto-occipital Giro supramarginal + Giro angular = lóbulo parietal inferior Sulco intermédio de Jensen → entre os giros supramarginal e angular Sulco intraparietal → entre os dois lobulos parietais, tem início no sulco pós-central → o acesso através deste leva até o teto do ventrículo NEUROCIRURGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 4 LOBO PARIETAL ANATOMIA: Sulco intraparietal termina na projeção superior do sulco parieto-occipital (assim denominado na vista medial do hemisfério). Localiza-se, na superfície craniana, a 0,5-1 paralelo a sutura lambdóide, 3-4 cm da linha média → localizar a protuberância occipital (inion) que se encontra a 7 cm inferiormente ao lambda. Ou encontra-se através do sulco pós-central (6,5-7 cm da sutura coronal). NEUROCIRURGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 5 LOBO PARIETAL RADIOLOGIA: QUADRO 2. Acessos cirúrgicos do ventrículo lateral Os sulcos cerebrais caminham em direção ao ventrículo, por essa razão é factível que se utilize esse acesso cirúrgico para o ventrículo. Além disso, o risco de lesão parenquimatosa é menor, por atravessar menor quatidade de parênquima. Entretanto, em algumas situações, as artérias que passam pelos sulcos podem ser lesadas causando maior lesão parenquimatosa que se utilizar um acesso intraparenquimatoso. QUADRO 1. Hipertensão intracraniana por TU RNM em T2 (acima) e T1 (abaixo) Massa em hipersinal no interior do ventrículo lateral E, com presença de LCR circundando e sem manifestações clínicas além da HIC (comprovando que o TU realmente está restrito ao ventrículo). Captação de contraste importante na imagem. NEUROCIRURGIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 6 REFERE NCIAS Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 6 ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2011 NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007. Neuropatimagem – UNICAMP. Disponível em www.anatpat.unicamp.br http://www.anatpat.unicamp.br/