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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
InfectologIa IntensIva
Elaboração
Aliana de Oliveira Alburquerque Padilha
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 5
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INFECTOLOGIA INTENSIVA: UMA VISÃO HOLÍSTICA ................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
IMPACTO NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA .................................... 9
UNIDADE II
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI ................................................................ 13
CAPÍTULO 1
AFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO ..................................................................................... 13
CAPÍTULO 2
AFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO ........................................................................................... 23
CAPÍTULO 3
AFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA .................................................................................. 29
CAPÍTULO 4
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE POR MICRO-ORGANISMOS 
MULTIRRESISTENTES ................................................................................................................ 33
UNIDADE III
PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR ............................................................................................. 40
CAPÍTULO 1
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .................................................................................................... 40
PARA (NÃO) FINALIZAR ...................................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 47
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Desde a Antiguidade o homem tem procurado aliviar ou prolongar a vida de seus semelhantes, como 
podemos constatar em textos religiosos antigos e ruínas de construções próprias para a prestação de 
cuidados aos enfermos (LYONS; PETRUCELLI, 1978).
Nos últimos 300 anos, os hospitais passaram a ter atividades voltadas para a cura dos enfermos. 
A preocupação em se aprimorar neste aspecto dirigiu a atividade médica à procura de causas 
desencadeantes de doenças e à utilização de tecnologia para diagnóstico e tratamento, tornando o 
hospital um centro de referência para tratamento de doenças. (CAVALCANTE; et al., 2000).
A descoberta da microbiologia foi um avanço gigantesco para o controle da mortalidade hospitalar. 
O cientista Louis Pasteur (1822-1895) foi de fundamental importância para a teoria da microbiologia 
das doenças. Ele conseguiu, por meio de seus estudos e experimentos, provar que só vida origina 
vida. Entre 1860 e 1864, realizou várias experiências e constatou que os micróbios nunca surgiam 
num meio de cultura desde que este se conservasse estéril (ARROIO, 2006).
Hoje sabemos que a área que mais oferece riscos de infecção ao doente no ambiente hospitalar é 
a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com Cavalcante (2000), encontramos nas UTIs 
uma associação de fatores propícios ao surgimento de infecções hospitalares, tais como pacientes 
gravemente enfermos e intervenções invasivas. 
Os métodos invasivos, como a cateterização urinária, a intubação traqueal, a ventilação mecânica 
e os cateteres intravasculares são responsáveis por grande número das infecções. Embora as UTIs 
representem 5% a 10% dos leitos de um hospital, estima-se que nelas ocorram cerca de 25% das 
infecções hospitalares (MENEZES; et al., 2007).
Para o combate das infecções hospitalares é primordial a participação efetiva da equipe de saúde 
multidisciplinar, pois é por meio da adesão às práticas de controle de infecção que controlaremos 
a incidência de infecções relacionadas à assistência à saúde e melhoraremos a assistência 
implementada. 
Nesta disciplina trataremos destas e de várias outras questões inerentes ao controle de Infecção 
Hospitalar na UTI.
Objetivos
 » Apresentar os principais conceitos e aprofundar os conhecimentos teóricos sobre a 
disciplina em pauta.
 » Apresentaros principais fatores desencadeantes de infecção hospitalar na UTI e 
expor as principais práticas de controle de Infecção hospitalar, baseado nos fatores 
de risco.
8
 » Fornecer embasamento teórico para atuação científica dos profissionais da saúde 
frente às infecções relacionadas à assistência à saúde nas UTIs, no âmbito dos 
procedimentos mais realizados neste setor e que proporcionam maior risco de 
infecção para os pacientes críticos.
9
UNIDADE I
INFECTOLOGIA 
INTENSIVA:UMA 
VISÃO HOLÍSTICA
CAPÍTULO 1
Impacto na assistência à saúde na 
Unidade de Terapia Intensiva
A Infecção Hospitalar (IH) nada mais é do que uma infecção adquirida após a internação hospitalar, 
num prazo de 48-72 horas, e que não esteja no seu período de incubação. São também consideradas 
IH aquelas infecções adquiridas no hospital, mas que se manifestaram após a alta, assim como 
todas as infecções em recém nascidos (RN) exceto as transmitidas por via transplacentária.
Não são consideradas IH aquelas associadas à extensão ou complicações de infecções já presentes na 
admissão hospitalar, exceto se há mudança de patógeno ou forte evidência de aquisição de nova infecção.
A ocorrência de processos infecciosos está cada vez mais frequente em Unidades de Terapia Intensiva 
(UTIs). A presença de infecções relacionadas à assistência à saúde tem crescido assustadoramente 
nas UTIs e é a partir deste princípio que se faz necessária a adesão mais efetiva dos profissionais 
da saúde às medidas de controle e de prevenção de infecções, especialmente nos cuidados com 
pacientes internados nessas unidades e que tenham quebra de defesas.
O perfil atual da população dos hospitais é composta de debilitados, pacientes com extremos de 
idade e imunossuprimidos, portadores de doenças debilitantes como o câncer, doenças pulmonares, 
doenças cardíacas cuja abordagem tornou rotineiro o uso de múltiplos procedimentos invasivos, 
tratamentos medicamentos agressivos, incluindo a prescrição maciça de antimicrobianos e a 
execução de procedimentos cirúrgicos de grande porte. Neste contexto denominado pela quebra 
de barreiras de defesa com a modificação das interações ecológicas entre o homem e os micro-
organismos de sua microbiota, as infecções nasocomiais representam um grande desafio, pois 
formam parte inseparável dos processos que definem a prática hospitalar.
Segundo Boas e Ruiz (2004), as topografias mais frequentes de infecção hospitalar são aquelas 
relacionadas ao trato urinário, bem como pneumonia, infecção do sítio cirúrgico e sepsis; com 
distribuição percentual variando, respectivamente, de 40,8% a 42%, 11% a 32,9%, 8% a 24% e 
5% a 9,2%. A ocorrência de infecção hospitalar gera um acréscimo no período de internação (em 
torno de 4 dias), aumentando os custos e os índices de mortalidade.
10
UNIDADE I │ INFECTOLOGIA INTENSIVA:UMA VISÃO HOLÍSTICA
O trabalho do Núcleo de Infecção relacionada à Assistência à Saúde (NIRAS), mais conhecido 
como Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), é hoje de fundamental importância no 
tocante à implementação de programas de controle de infecção nos hospitais. Tal setor dá coesão 
aos programas dentro dos hospitais, porém é de responsabilidade dos profissionais que assistem o 
paciente na UTI a adesão a tais práticas de controle e prevenção de infecção. De acordo com Santos 
(2003):
... todos os profissionais de saúde precisam estar envolvidos no programa de 
controle de infecção, para que este se torne efetivo. O envolvimento cada vez 
maior do corpo assistencial no desenvolvimento do programa de controle de 
infecções da instituição, no planejamento das prioridades, na confecção de 
rotinas técnicas e nos protocolos é uma estratégia que vem sendo cada vez 
mais frequente nas CCIHs e cada vez mais estimulada pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
A CCIH é um órgão que regulamenta as atividades de controle e de prevenção de infecção nos 
hospitais e está diretamente ligada à diretoria do hospital, por isso seus membros, além de aptidão 
e capacidade, têm de conquistar o apoio do setor administrativo e o corpo clínico, para que suas 
políticas de controle, bem como seu poder deliberativo, sejam aprovados e seguidos.Vale a pena 
ressaltar que a CCIH deve conhecer o poder de sua autonomia dentro do hospital, para iniciar 
medidas de controle que vão desde cultura de vigilância à interdição de uma unidade. 
Cabe aqui conceituar vigilância epidemiológica para melhor entendimento. Segundo o Guia de 
Vigilância Epidemiológica (2005), a vigilância epidemiológica é um método sistemático de coleta, 
de consolidação e de análise de dados, que observa a distribuição topográfica e etiológica das IH, 
e os determinantes do processo ou evento infeccioso (uso de dispositivos etc). Sem vigilância 
epidemiológica não existe controle e (ou) prevenção de IH. A vigilância epidemiológica é um 
instrumento que temos para o diagnóstico de situação e identificação de onde temos que agir.
A formação e a execução da CCIH são respaldadas pela legislação descrita a seguir: Portaria no 
2.616/1998, Lei no 9.431/1997 e Resolução – RDC 48, de 2 de junho de 2000. 
De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde no 2.616/1998 é de competência da CCIH as 
seguintes ações.
1. Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar 
adequado às características e às necessidades da instituição, contemplando, no 
mínimo, ações relativas à(ao): 
 » implantação de um sistema de vigilância epidemiológica das infecções 
hospitalares, com o acompanhamento das infecções por meio de indicadores 
epidemiológicos das infecções hospitalares;
 » adaptação, implementação e supervisão das normas e das rotinas técnico-
operacionais, visando à prevenção e ao controle das infecções hospitalares;
11
INFECTOLOGIA INTENSIVA:UMA VISÃO HOLÍSTICA │ UNIDADE I
 » capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, em relação 
à prevenção e ao controle das infecções hospitalares;
 » uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares.
2. Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de 
Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de 
controle propostas pelos membros executores de CCIH.
3. Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e 
implantar medidas imediatas de controle.
4. Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios, e comunicar, periodicamente, à 
autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a 
situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na 
comunidade hospitalar.
5. Elaborar, impantar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacional, visando a limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções 
em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento.
6. Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando à prevenção e ao tratamento das infecções hospitalares.
7. Definir, em cooperação com a comissão de farmácia e terapêutica, política de 
utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a 
instituição.
8. Cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com 
vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no 
que diz respeito ao controle das infecções hospitalares.
9. Elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
10. Cooperar com a ação do órgão de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), bem 
como fornecer, prontamente, as informações epidemiológicas solicitadas pelas 
autoridades competentes.
11. Notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão 
do SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância 
epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou 
unidades dohospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva.
12. Notificar ao serviço de vigilância epidemiológica e sanitária do organismo de gestão 
do SUS os casos e os surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à 
utilização de insumos e (ou) produtos industrializados.
12
UNIDADE I │ INFECTOLOGIA INTENSIVA:UMA VISÃO HOLÍSTICA
Em linhas gerais devem-se implementar em todos os hospitais medidas para controle da resistência 
aos antibióticos na UTI, medidas para melhor adesão à higiene das mãos, diminuição da invasibidade, 
redução do tempo de internação e, sobretudo, recorrer à educação continuada para que a equipe 
multidisciplinar apresente uma melhor adesão a todas as atividades listadas, com o intuito de se 
prevenir Infecções relacionadas à assistência à saúde (CASELLAS, 2006).
 » Portaria no 2.616, de 12 de maio de 1998.
 » Lei no 9.431/97.
 » Resolução – RDC 48, de 2 de junho de 2000. 
13
UNIDADE II
INFECÇÕES RELACIONADAS 
À ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE NA UTI
CAPÍTULO 1
Afecções do trato respiratório
Pneumonia é conceituada como uma infecção aguda dos pulmões, que pode desencadear sinais e 
sintomas respiratórios, como tosse, dispneia, taquipneia, hiperprodução de secreção e desconforto 
torácico, além de sintomas sistêmicos não específicos, incluindo febre, fadiga, dores musculares 
e inapetência. As bactérias são as causas mais corriqueiras dessas infecções, e as pneumonias 
bacterianas são frequentemente as mais fáceis de serem prevenidas e tratadas (AMARAL; CORTES; 
PIRES, 2009).
As infecções do trato respiratório são muito representativas no Brasil e em todo o mundo, sendo 
responsáveis por alta morbidade e mortalidade. Devido ao alto número de germes que acometem 
o sistema respiratório e ao tempo necessário para se estabelecer um diagnóstico microbiológico 
preciso, muitas vezes, o tratamento torna-se empírico (MENDES; et al., 2003).
Os dados epidemiológicos nacionais sobre as infecções do trato respiratório, antes do ano de 2009, 
eram superficiais e imprecisos, devido a não existência de critérios epidemiológicos padronizados 
para o fechamento do diagnóstico. Hoje temos estes critérios bem-definidos, pois a ANVISA elaborou 
os Critérios Nacionais de Infecção do Trato Respiratório (ARANHA; et al., 2009).
De acordo com Jimenez (2006), entre as infecções na UTI, a pneumonia intra-hospitalar e suas 
variantes, a pneumonia associada à ventilação mecânica e a pneumonia associada a cuidados médicos 
ocupam lugares de destaque, por sua alta frequência. Segundo o mesmo autor, a pneumonia intra-
hospitalar é aquela que ocorre dentro de 48 horas pós-internação, e que não estava em incubação no 
início da internação.
A figura a seguir ilustra à esquerda um pulmão sadio e à direita outro com pneumonia no pulmão 
direito (parte esbranquiçada).
14
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
Figura 1: Ilustra 2 radiografias de tórax: à esquerda um pulmão sadio e à direita um pulmão com pneumonia.
Disponível em: http://www.mdsaude .com/2009/02/quais-sao-os-sintomas-da-pneumonia.html. Acesso em: 24 nov. 2011.
A pneumonia intra-hospitalar é a segunda infecção hospitalar mais frequente nos Estados Unidos, 5 
a 10 casos a cada 1.000 internações. Seu aparecimento aumenta o tempo de internação em 7 a 9 dias 
por paciente, além de aumentar, de forma significativa, os gastos com saúde por paciente (mais de 
40.000 dólares). As pneumonias intra-hospitalares representam 25% das infecções em UTI e 50% 
do uso de antibióticos. Apresenta altos índices de mortalidade, 33-59% (JIMENEZ, 2006).
Pneumonia associada à ventilação mecânica
A pneumonia associada à ventilação mecânica ocorre em 9% a 27% dos pacientes intubados. O risco 
por dia é de 3% nos primeiros 5 dias, 2% entre 5 e 10 dias, e de 1% após o décimo dia. Cinquenta 
por cento aparecem nos primeiros 4 dias. São divididas em precoces e tardias. As PAVM precoces 
ocorrem nos primeiros 4 dias, têm melhor prognóstico e, muito provavelmente, são causadas por 
micro-organismos sensíveis aos antibióticos. As tardias ocorrem após 5 dias de intubação, são 
causadas por micro-organismos multirresistentes e têm alta mortalidade (JIMENEZ, 2006).
No Brasil, entre as infecções que mais acometem pacientes graves, está a infecção pulmonar, 
principalmente pneumonias associadas à ventilação mecânica (MACHADO, 2003).
A PAV, segundo os critérios nacionais de infecção do trato respiratório (2009), só pode ser 
confirmada após 48 horas do inicio da ventilação mecânica até a sua suspensão. 
Considera-se o paciente em ventilação mecânica quando o mesmo se encontra com uma prótese 
ventilatória orotraqueal ou traqueostomia acoplada a um ventilador mecânico, o qual é definido 
como o dispositivo utilizado para auxiliar ou controlar a respiração de forma contínua, inclusive 
no período de desmame. Dispositivos utilizados para expansão pulmonar não são considerados 
ventiladores (ex.: CPAP), exceto se utilizados na traqueostomia ou pela cânula endotraqueal 
(ARANHA; et al., 2009).
As medidas de controle para PAV visam a reduzir a ocorrência de aspiração, evitar a transmissão 
cruzada, utilizar adequadamente os acessórios de terapia ventilatória, garantir o processamento 
rigoroso dos equipamentos e promover a educação permanente.
15
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
De acordo com COUTO (2003), os principais fatores de risco para PAV são as seguintes.
1. Fatores que amplificam a colonização de orofaringe e estômago
 » Uso de antimicrobianos
 » Permanência prolongada da UTI
 » Presença de doença pulmonar crônica
2. Condições que favorecem a aspiração ou refluxo
 » Intubação orotraqueal
 » Sonda nasogástrica ou nasoenteral
 » Posição dorsal
 » Alteração do nível de consciência (torpor, obnubilação, coma)
 » Cirurgia de cabeça, pescoço, tórax e abdômen
3. Ventilação mecânica prolongada
 » Quebra da técnica na manutenção da ventilação mecânica
 » Contato com mãos colonizadas/infectadas do pessoal assistencial
4. Fatores do hospedeiro
 » Extremos de idade
 » Desnutrição
 » Doença de base grave
 » Imunossupressão
A figura, a seguir, disponível no Manual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre os 
critérios Nacionais de Infecção relacionadas à Assistência à Saúde, com foco no trato respiratório 
(2009), expõe o fluxograma sobre os critérios nacionais para finalização do diagnóstico de PAV nas 
Unidades de Saúde.
16
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
Figura 2: Critérios nacionais para confirmação de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica.
CRITÉRIOS RADIOLÓGICOS
 » Paciente com doença de base com 2 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente novo ou progressivo
 › Opacificação
 › Cavitação
CRITÉRIOS RADIOLÓGICOS
 » Paciente sem doença de base com 1 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente novo ou progressivo
 › Opacificação
 › Cavitação
Sinais e sintomas
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Febre (temperatura axilar acima de 37.8ºC), sem outra 
causa
 › Leucopenia (abaixo de 4.000 cel/mm3) ou Leucocitose 
(acima de 12.000 cel/mm3)
Sinais e sintomas
Imunossuprimidos
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Febre (temperatura axilar acima de 37.8ºC), sem outra 
causa
 › Surgimento de secreção purulenta ou mudança das 
características da secreção ou aumento da secreção ou 
aumento da necessidade de aspiração.
 › Piora da troca gasosa (piora da relação 
PaO2/FiO2 ou aumento da necessidade de oxigênio ou 
aumento dos parâmetros ventilatórios).
Imunossuprimidos
Critérios laboratoriais
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Hemocultura positiva, sem outro foco de infecção
 › Cultura positiva do líquido pleural
 › Lavado broncoalveolar maior ou igual a 104 ufc/ml
 › Exame histopatológico com evidência de infecção 
pulmonar
Antígeno urinário ou cultura para legioneta spp.
 › Outros testes laboratoriais positivos para patógenos 
respiratórios(sorologia, pesquisa direta e cultura)
PNEUMONIA DEFINIDA 
MICROBIOLOGICAMENTE
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Surgimento de secreção purulenta ou mudança das 
características da secreção ou aumento da secreção ou 
aumento da necessidade de aspiração.
 › Piora da troca gasosa (piora da relação PaO2/FiO2 ou 
aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos 
parâmetros ventilatórios
PNEUMONIA DEFINIDA 
CLINICAMENTE
Fonte: ARANHA; et al., 2009.
De acordo com Lima et al. (2010), existem várias medidas de prevenção de PAV que devem ser 
adotadas pela equipe de Saúde.
Condutas gerais
 » Higienizar as mãos antes e após contato com o paciente intubado ou traqueostomizado 
e com secreções respiratórias, mesmo que tenham sido usadas luvas.
 » Elevar a cabeceira da cama do paciente de 30° a 45° para evitar aspiração do 
conteúdo gástrico, caso não exista contraindicação.
17
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
 » Verificar a posição da sonda gástrica ou enteral antes de infundir a dieta.
 » Aspirar adequadamente as secreções acima da região glótica antes de manipular o 
“cuff” da cânula endotraqueal.
 » Ajustar volume da dieta enteral, baseado no volume gástrico residual.
 » No pós-operatório, estimular a respiração profunda e a deambulação o mais precoce 
possível.
 » Não realizar rotineiramente culturas de vigilância (secreção traqueal, equipamentos 
etc.).
 » Não administrar antimicrobianos rotineiramente para prevenção de pneumonia.
Entubação
 » Usar luvas estéreis, máscara, óculos de proteção e avental.
 » Evitar a contaminação da cânula antes da introdução na orofaringe.
Traqueostomia.
 » Traqueostomia convencional deve ser realizada em sala de cirurgia, exceto nos 
casos de urgência.
 » Traqueostomia percutânea pode ser realizada à beira do leito. Para esse 
procedimento, o operador deve utilizar paramentação completa, colocar campos 
estéreis cobrindo todo o paciente e preparar a pele do paciente com clorexidina 
degermante seguido de clorexidina alcoólico.
 » Utilizar luvas estéreis para trocar a cânula de traqueostomia.
 » O curativo da traqueostomia deve ser trocado diariamente e/ou quando úmido e/
ou sujo.
Aspiração orotraqueal
 » Usar luvas estéreis, máscara cirúrgica e óculos de proteção.
 » Utilizar sonda de aspiração estéril de uso único para a aspiração orotraqueal.
 » Aspirar sempre que houver necessidade e não em intervalos pré-fixados.
 » Aspirar os pacientes intubados na seguinte ordem: traqueia, nariz e, por último, a 
boca.
 » Trocar sistema fechado de aspiração (trachecare) quando visivelmente sujo ou com 
mau funcionamento.
 » O calibre da sonda de aspiração não deve ser superior à metade do diâmetro do 
calibre da cânula endotraqueal. O “cuff” deve ser testado antes do procedimento.
 » Usar soro fisiológico estéril para fluidificar a secreção espessa (1 a 2 ml criança e 3 
a 5 ml adulto).
18
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
Ventiladores mecânicos
 » As peças de extensão, conectores avulsos e circuitos devem ser trocados entre 
pacientes e devem ser submetidas à desinfecção de alto nível ou esterilização.
 » Os circuitos respiratórios não devem ser trocados rotineiramente. Trocar somente 
quando visivelmente sujo ou com mau funcionamento.
 » Até o momento, o uso de filtros não mostrou redução na incidência de pneumonias 
hospitalares, portanto não estão recomendados para este fim. Se forem utilizados, 
não há necessidade de troca rotineira.
 » O condensado que acumula no circuito deve ser desprezado, a fim de evitar que 
retorne ao paciente ou ao umidificador.
 » A máquina interna dos ventiladores e respiradores não devem ser esterilizados ou 
desinfetados rotineiramente entre pacientes.
Pneumonia relacionada à assistência à saúde 
em pacientes sem ventilação mecânica
A pneumonia adquirida no hospital, ou seja, pneumonia nasocomial, nada mais é do que uma 
infecção pulmonar que ocorre após 48 horas da internação hospitalar e que frequentemente é 
tratada na unidade de internação, não se relacionando à intubação orotraqueal ou à ventilação 
mecânica. Ela pode se classificar como precoce (quando seu surgimento ocorre até o quarto dia 
de hospitalização) ou tardia (quando se inicia após 5 dias de internação hospitalar) (AMARAL; 
CORTES; PIRES, 2009).
Os principais fatores de risco listados por Amaral, Cortes e Pires (2009) que proporciona o 
desenvolvimento de pneumonias nasocomiais são: pacientes idosos, desnutrição, doenças de 
base, rebaixamento do nível de consciência, doenças pulmonares e cardiológicas, manipulação do 
paciente pela equipe hospitalar, uso de sondas ou de cânula nasogástrica, traqueostomia, macro 
ou microaspiração de secreção traqueobrônquica, uso prévio de antimicrobianos, trauma grave, 
broncoaspiração de micro-organismos da orofaringe, administração de antiácidos, permanência em 
posição supina e transporte intra-hospitalar.
Assim como a PAV, a pneumonia relacionada à assistência à saúde em pacientes que não estão em 
VM também possui critérios nacionais para confirmação do seu diagnóstico. A figura, a seguir, expõe 
o fluxograma que norteia a conclusão do diagnóstico de pneumonia em pacientes sem ventilação 
mecânica.
19
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
Figura 3: Critérios nacionais para confirmação de Pneumonia Relacionada à Assistência à Saúde em Pacientes 
sem Ventilação Mecânica.
CRITÉRIOS RADIOLÓGICOS
 » Paciente com doença de base com 2 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente novo ou progressivo
 › Opacificação
 › Cavitação
CRITÉRIOS RADIOLÓGICOS
 » Paciente sem doença de base com 1 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente novo ou progressivo
 › Opacificação
 › Cavitação
Sinais e sintomas
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Febre (temperatura axilar acima de 37.8ºC), sem outra 
causa ou Leucopenia (abaixo de 4.000 cel/mm3) ou 
Leucocitose (acima de 12.000 cel/mm3)
 › Alteração do nível de consciência, sem outra causa, em 
pacientes com mais de 70 anos de idade
Sinais e sintomas
Imunossuprimidos
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Febre (temperatura axilar acima de 37.8ºC), sem outra 
causa
 › Surgimento de secreção purulenta ou mudança das 
caracteísticas da secreção ou aumento da secreção ou 
aumento da necessidade de aspiração
 › Início ou piora da tosse, dispneia ou taquipneia.
 › Aumento da necessidade de oferta de oxigênio
 › Ausculta com roncos ou estertores
 › Hemoptise
 › Dor Pleurítica
 › Alteração do nível de consciência, sem outra causa em 
pacientes com mais de 70 anos de idade
Critérios laboratoriais
 » Pelo menos 1 dos critérios abaixo:
 › Hemocultura positiva, sem outro foco de infecção
 › Cultura positiva do líquido pleural
 › Lavado broncoalveolar maior ou igual a 104 ufc/
ml ou aspirado traqueal (apenas para pacientes com 
traqueostomia) com contagem de colonias maior ou 
igual a 104 ufc/ml
 › Exame histopatológico com evidência de infecção 
pulmonar
 › Antígeno urinário ou cultura para legioneta spp.
 › Outros testes laboratoriais positivos para patógenos 
respiratórios (sorologia, pesquisa direta e cultura)
Imunossuprimidos
PNEUMONIA RELACIONADA 
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
SEM VENTILAÇÃO 
MECÂNICA DEFINIDA 
MICROBIOLOGICAMENTE
PNEUMONIA RELACIONADA 
À ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE EM PACIENTES 
IMUNOSSUPRIMIDOS SEM 
VENTILAÇÃO MECÂNCIA
 » Pelo menos 2 dos critérios abaixo:
 › Surgimento de secreção purulenta ou mudança das 
características da secreção ou aumento da secreção
 › Início ou piora da tosse, dispneia, taquipneia
 › Aumento da necessidade de oferta de oxigênio
 › Ausculta com roncos ou estertores
PNEUMONIA RELACIONADA 
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
SEM VENTILAÇÃO DEFINIDA 
CLINICAMENTE
Fonte: ARANHA; et al., 2009.
Ocasionalmente, o diagnóstico de pneumonia para os pacientes que não estão com suporte 
ventilatório avançado pode ser muito simples, baseando-se apenas emsinais e sintomas e em 
20
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
uma única e definitiva radiografia torácica. Porém, quando o paciente possui uma condição não 
infecciosa (por exemplo: edema pulmonar compensado e insuficiência cardíaca congestiva) faz-
se necessário radiografias torácicas seriadas para a devida análise e separação dos processos 
pulmonares infecciosos e não infecciosos. Para auxiliar a sancionar casos complexos, pode ser 
benéfico considerar as radiografias do dia que foi fechado o diagnóstico, 3 dias antes do diagnóstico, 
e nos dias 2 e 7 após o diagnóstico (ARANHA; et al., 2009).
Um dos fatores mais importantes que são responsáveis pelas pneumonias nasocomiais é a higiene 
oral inadequada. Os autores Amaral, Cortes e Pires (2009) afirmam que:
A boca sofre colonização contínua, apresentando praticamente metade de 
toda a microbiota presente no corpo humano e, em adição a esse fato, a placa 
bacteriana serve de reservatório permanente de micro-organismos, podendo 
determinar infecções à distância. Para o desenvolvimento de pneumonia 
adquirida no hospital, há a necessidade de que patógenos alcancem o trato 
respiratório inferior e sejam capazes de vencer os mecanismos de defesa do 
sistema respiratório, que incluem os mecânicos (reflexo glótico, reflexo da tosse 
e sistema de transporte mucociliar), humorais (anticorpos e complemento) 
e celulares (leucócitos polimorfonucleares, macrófagos e linfócitos)... Quase 
metade dos adultos sadios apresenta aspiração de secreção da orofaringe em 
algum momento durante o sono, e esse número aumenta para 70% quando 
se trata de pacientes com depressão do nível de consciência. A condição de 
higiene oral está relacionada com o número de espécies de bactérias presentes 
na boca.
Partindo deste princípio, chega-se à conclusão de que a higiene oral realizada de forma adequada 
nos pacientes internados na UTI e que apresentam algum comprometimento neurológico ajuda 
na prevenção, de forma significativa, do surgimento de pneumonia nasocomial. De acordo com o 
mesmo autor supracitado, o uso de antissépticos e antimicrobianos orais como forma de prevenção 
da pneumonia nasocomial tem sido amplamente estudado e utilizado nos hospitais nacionais e 
internacionais.
A higiene oral é um dos inúmeros métodos de se adotar para prevenir pneumonia hospitalar. Outras 
intervenções simples, mas que têm uma repercussão gigantesca na assistência preventiva para 
pneumonia são: manter a cabeceira elevada entre 30o e 45o, proporcionar acompanhamento pela 
fonoaudiologia, orientar a equipe multidisciplinar sobre forma adequada de administração da dieta, 
assim como sua consistência, checagem diária do posicionamento da sonda nasoenteral (caso o 
paciente esteja utilizando), entre outros.
Pneumonia neonatal e pediátrica
Rodrigues et al. (2011) relatam que os óbitos por pneumonia entre os anos de 1991 a 2007, no Brasil, 
diminuíram 74% entre bebês e 56% entre crianças de 1 a 4 anos. Axelsson e Silverdal (2011) falam 
que a pneumonia é o principal causador de morte em crianças, sendo responsável por cerca de 20% 
21
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
das mortes entre menores de 5 anos. Ainda de acordo com Axelsson e Silverdal (2011), há cerca de 
4 milhões de novos episódios de pneumonia infantil a cada ano no Brasil.
Para maior conhecimento acerca dos critérios nacionais para confirmação dos casos de pneumonia 
neonatal e pediátrica, seguem os fluxos descritos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
 » No período neonatal (crianças com menos de 4 semanas)
 Figura 4: Critérios nacionais para confirmação de Pneumonia Relacionada à Assistência à 
Saúde em crianças com menos de 4 semanas.
RAIO X
 » RN com alguma das doenças de base abaixo:
 › Síndrome do desconforto respiratório
 › Edema pulmonar
 › Displasia broncopulmonar
 » Deverá ser realizado 2 ou mais raio x seriados com pelo 
menos 1 dos achados:
 › Infiltrado persistente novo ou progressivo
 › Consolidação
 › Cavitação
 › Pneumatocele
RAIO X
 » Paciente sem doenças de base com 1 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente novo ou progressivo
 › Consolidação
 › Cavitação
 › Pneumatocele
Sinais e Sintomas
 » Piora da troca gasosa (ex.: piora da relação PaO2/FiO2, aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos parâmetros 
ventilatórios) + 3 dos parâmetros abaixo:
 › Instabilidade térmica (temp. axilar > de 37.5ºC ou < que 36.0ºC) sem outra causa conhecida
 › Leucopenia ou leococitose com desvio a esquerda (considerar leucocitose ≥ 25.000 ao nascimento ou ≥ 30.000 entre 12 e 
24 horas ou acima de 21.000 (tirar ou ) ≥ 48 horas e leucopenia ≤ 5.000
 › Mudança do aspecto da secreção traqueal, aumento da secreção respiratória ou aumento da necessidade de aspiração e 
surgimento de secreção purulenta
 › Sibilância, roncos
 › Bradicardia (< 100 batimentos/min) ou taquicardia (> 160 batimentos/min)
Fonte: ARANHA; et al., 2009.
22
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
 » Em crianças com mais de 4 semanas e menos de 12 anos de idade
Figura 5: Critérios nacionais para confirmação de Pneumonia Relacionada à Assistência à Saúde em crianças 
com mais de 4 semanas e menos de 12 anos de idade.
Sinais e sintomas
Crianças > 4 sem. e ≤ 1 ano
 » Piora da troca gasosa (ex.: piora da relação PaO2/FiO2, 
aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos 
parâmetros ventilatórios) e 3 dos parâmetros abaixo:
 › Instabilidade térmica (temp. axilar > de 37.5ºC ou < de 
35.0ºC) sem outra causa conhecida
 › Leucopenia (< 4.000 cel/mm3) ou leucocitose (≥ 
15.000 cel/mm3) e desvio a esquerda (≥ 10% 
bastonetes)
 › Mudança dos aspecto da secreção traqueal, ou 
aumento da necessidade de aspiração ou surgimento de 
secreção purulenta
 › Sibilância, roncos
 › Bradicardia (< 100 batimentos po rminuto) ou 
taquicardia (> 160 batimentos por minuto)
Sinais e sintomas
Crianças entre 1 e 12 anos
 » Pelo menos três dos critérios abaixo:
 › Febre (temperatura axilar acima de 37.8ºC) ou 
hipotermia (< 36ºC) sem outra causa conhecida
 › Leucopenia (< 4.000 leuc./mm3) ou leucocitose (≥ 
15.000 leuc./mm3)
 › Mudança dos aspecto da secreção traqueal, ou 
aumento da necessidade de aspiração ou surgimento de 
secreção purulenta
 › Sibilância, roncos
 › Piora da troca gasosa (ex.: piora da relação PaO2/FiO2, 
aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos 
parâmetros ventilatórios)
RAIO X
 » Paciente com doenças de base com 2 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente, novo ou progressivo
 › Consolidação
 › Cavitação
 › Pneumatocele em ≤ 1 ano
RAIO X
 » Paciente sem doenças de base com 1 ou mais raio x 
seriados com um dos seguintes achados:
 › Infiltrado persistente, novo ou progressivo
 › Consolidação
 › Cavitação
 › Pneumatocele em ≤ 1 ano
Fonte: ARANHA; et al., 2009.
23
CAPÍTULO 2
Afecções do trato urinário
O trato urinário representa uma das principais topografias das infecções hospitalares agora 
denominadas de infecções relacionadas à assistência à saúde. Já na década de 1980, as Infecções do 
Trato Urinário (ITU) correspondiam a cerca de 40% do total de infecções nasocomiais reportadas 
ao Center for Diseases Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos da América (EUA), com 
prevalência variável entre 1% a 10%, sendo maior em UTIs, onde representavam a terceira infecção 
mais frequente (MIRANDA; JÚNIOR; COSTA, 2009).
A maioria dos casos de ITU hospitalar ocorre após cateterização do trato urinário, prática bastante 
comum em pacientes hospitalizados com incapacidades funcionais crônicas: 89% das UTIs 
hospitalares são associadas ao uso de cateter vesical e 5% a 10% a outras manipulações do trato 
urinário. Aproximadamente 10% dos pacientes são cateterizados durante a internação hospitalar, 
com uma duração média de 4 dias. Entre 10% a 20% dos pacientes cateterizados tem bacteriúria e 
2% a 6% desenvolvemsintomas de ITU (MIRANDA; JÚNIOR; COSTA, 2009).
O termo bacteriúria refere-se à presença de bactéria na urina, sem invasão tecidual. Na infecção 
do trato urinário, há a invasão tecidual desses micro-organismos, causando inflamação local, que 
desencadeia sinais e sintomas característicos desta infecção. O diagnóstico da ITU baseia-se na 
presença de bacteriúria associada a sinais e/ou sintomas que denotem inflamação de segmento do 
trato urinário, tais como: febre, dor lombar ou abdominal, leucocitúria, piúria, urgência miccional 
ou disúria (TURCATO JR., 2009).
Diversos fatores influenciam a ocorrência de ITU em pacientes hospitalizados: técnica, duração 
da cateterização, qualidade no manuseio e do cuidado para com o cateter, além do grau de 
susceptibilidade do hospedeiro, particularmente nos casos de pacientes com idade avançada, 
debilitados, imunocomprometidos e de puérperas.
Devido ao potencial de complicações, o cateter urinário deve ser evitado ao máximo, considerando-
se o uso de alternativas que minimizem o risco de infecção e traumatismo. Quando a cateterização, 
se for realmente necessária, deve-se rever regularmente a necessidade da manutenção do cateter, 
removendo-o o mais precocemente possível (TURCATO JR., 2009).
Segundo Basso (2009), as indicações do cateterismo são estas.
 » Medida do débito urinário e controle rigoroso de urina em pacientes críticos.
 » Investigação urodinâmica ou diagnóstica.
 » Cirurgias de bexiga ou obstruções urinárias.
 » Patologias neurológicas, lesões medulares ou bexiga neurogênica.
 » Deficits cognitivos, incontinência urinária ou deficiência física.
 » Irrigação terapêutica da bexiga.
24
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
A imagem abaixo ilustra o posicionamento de um cateter vesical de demora em ambos os sexos.
Figura 6: Posicionamento de cateter vesical de demora, na mulher e no homem.
Disponível em: http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/06/06/estudo-de-caso-retencao-urinaria/. Acesso em: 30 nov. 2011.
Existem vários cuidados que são importantes na manutenção do cateter vesical de demora, evitando 
assim complicações infecciosas. As mãos dos profissionais da saúde devem ser higienizadas antes e 
após manipulação do cateter; deve-se realizar higiene perineal e do meato urinário, no mínimo, uma 
vez ao dia, com água e sabão; a bolsa coletora deve ser mantida sempre abaixo do nível da bexiga para 
manter fluxo contínuo da urina por gravidade (devendo ser esvaziada sempre que cheia); entre outros 
(BASSO, 2009).
Não há recomendação de troca rotineira do cateter, exceto quando ocorrer obstrução do cateter 
ou do tubo coletor; suspeita ou evidência de incrustações na superfície interna do cateter, violação 
ou contaminação do cateter; mau funcionamento do cateter; urina com aspecto purulento no saco 
coletor e febre sem outra causa reconhecida (TENKE; et al., 2008).
Os profissionais responsáveis pelo controle de infecção devem avaliar a qualidade dos procedimentos 
de inserção e manutenção dos cateteres urinários de forma sistemática, não apenas por meio das 
taxas, mas realizando observação dos processos. Para que isso ocorra, faz-se necessário a aplicação 
de um check list de processos que incluam os seguintes dados.
1. Inserção do cateter
 » Higiene das mãos antes e após a inserção.
 » Higiene íntima e antissepsia do meato.
 » Uso de antisséptico.
 » Material estéril.
 » Técnica asséptica.
 » Lubrificante utilizado.
 » Uso de coletor fechado.
25
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
2. Manutenção do cateter
 » Higiene das mãos antes e após manusear o cateter e saco coletor.
 » Uso de luvas ao manusear o cateter e o sistema de drenagem.
 » Cuidados na drenagem da urina.
 » Fixação do cateter.
 » Fixação do saco coletor.
Infecção do trato urinário relacionada à 
assistência à saúde no adulto
As infecções do trato urinário relacionadas à Assistência à Saúde (RAS) no adulto podem ser 
classificadas, segundo Chebabo et al. (2009) assim.
1. ITU relacionada a procedimento urológico (cateterismo vesical).
2. ITU não relacionada a procedimento urológico.
3. ITU sintomática.
4. ITU assintomática (também chamada de bacteriúria assintomática).
Segue o conceito de cada uma das classificações citadas.
1. ITU – RAS: qualquer infecção do trato urinário relacionada a procedimento 
urológico.
2. ITU – RAS: não relacionada a procedimento urológico diagnosticada após a admissão 
em serviço de saúde e para a qual não são observadas quaisquer evidências clínicas 
e não está em seu período de incubação no momento da admissão. 
3. ITU – RAS sintomática: definida pela presença de ao menos um dos seguintes 
critérios.
 » Paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas, sem outras causas 
reconhecidas: febre (>38ºC), urgência, frequência, disúria, dor suprapúbica 
ou lombar e apresenta uma cultura de urina positiva com mais de 105 unidades 
formadoras de colônias por ml de urina (UFC/ml) de um uropatógeno (bactérias 
Gram negativas, Staphylococcus saprophyticus ou Enterococcus spp), com até 
duas espécies microbianas.
26
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
 » Paciente com pelo menos dois dos seguintes sinais ou sintomas, sem outras causas 
reconhecidas: febre (>38ºC), urgência, frequência, disúria, dor suprapúbica ou 
lombar e pelo menos um dos seguintes.
a. Presença de esterase leucocitária ou nitrato na análise da urina.
b. Presença de piúria em espécime urinário com mais de 10 leucócitos/ml ou 
mais de 10 leucócitos por campo de imersão na urina não centrifugada.
c. Presença de micro-organismos no Gram da urina não centrifugada.
d. Pelo menos dois urinoculturas com repetido isolamento do mesmo 
uropatógeno com mais de 102 UFC/ml em urina não coletada por micção 
espontânea.
e. Isolamento de menos de 105 UFC de um único uropatógeno em urinocultura 
obtida de paciente sob tratamento com um agente efetivo para ITU.
f. Diagnóstico de ITU pelo médico assistente.
g. Terapia apropriada para ITU instituída pelo médico.
4. ITU – RAS assintomática: definida pela presença de ao menos um dos seguintes 
critérios.
 » Paciente está ou esteve com um cateter vesical em até 7 dias antes da urinocultura, 
apresenta urinocultura positiva com mais de 105 UFC/ml de até duas espécies 
microbianas e não apresenta febre (>38ºC), urgência, frequência, disúria, dor 
suprapúbica ou lombar.
 » Paciente do sexo feminino que não utilizou cateter vesical nos 7 dias anteriores 
à coleta de urina e apresenta duas urinoculturas com mais de 105 UFC/ml, com 
isolamento repetido do mesmo micro-organismo (até duas espécies microbianas) 
em urina colhida por micção espontânea ou apresenta uma urinocultura positiva 
com mais de 105 UFC/ml de até duas espécies microbianas, em urina colhida por 
cateter vesical, e não apresenta febre (>38ºC), urgência, frequência, disúria, dor 
suprapúbica ou lombar.
 » Paciente do sexo masculino que não utilizou cateter vesical nos 7 dias anteriores 
à coleta de urina e apresenta uma urinocultura positiva com mais de 105 UFC/
ml de até duas espécies microbianas em urina colhida por micção espontânea ou 
por cateter vesical e não apresenta febre (>38ºC), urgência, frequência, disúria, 
dor suprapúbica ou lombar.
27
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
Infecção do trato urinário relacionada à 
assistência à saúde na criança 
Lactentes (1 mês a 2 anos)
De acordo com Chebabo et al. (2009), a definição de ITU em lactentes de 1 mês a 2 anos de vida 
deve preencher um dos seguintes critérios.
 » Presença de um dos seguintes sinais e sintomas com início em mais de 48 horas, 
sem causa reconhecida: febre, baixo ganho ponderal, vômitos, diarreia, urina de 
odor fétido, dor abdominal, aparecimento de incontinência urinária em lactentes 
que já tinham controle esfincteriano. Acrescido desse critério é necessário uma 
urocultura positiva para qualquer crescimento em amostras obtidas através depunção suprapúbica, exceto Staphylococcus coagulase negativa, em que o ponto de 
corte é >103 UFC/ml).
 » Presença de um dos seguintes sinais e sintomas com início em mais de 48 horas, 
sem causa reconhecida: febre, baixo ganho ponderal, vômitos, diarreia, urina de 
odor fétido, dor abdominal, aparecimento de incontinência urinária em lactentes 
que já tinham controle esfincteriano. Somado a esse critério é necessário mais dois 
dos seguintes: piúria ou esterase leucocitária positiva; bacterioscopia positiva pelo 
GRAM em urina não centrifugada e nitrito positivo.
Crianças entre 2 e 5 anos
Os sintomas de frequência urinária, disúria e urgência urinária podem estar ausentes nesse grupo 
etário. A definição de ITU-RAS deve preencher um dos seguintes critérios.
 » Presença de um dos seguintes sinais e sintomas com início em mais de 48 horas sem 
causa reconhecida: febre, vômitos, urina de odor fétido, dor abdominal e (ou) em 
flancos, aparecimento de incontinência urinária em pacientes que já tinham controle 
esfincteriano, frequência urinária, disúria, urgência urinária, e urocultura positiva 
para qualquer crescimento em amostras obtidas através de punção suprapúbica, 
exceto Staphylococcus coagulase negativa, em que o ponto de corte é >103 UFC/ml);
 » Presença de um dos seguintes sinais e sintomas com início em mais de 48 horas 
sem causa reconhecida: febre, vômitos, urina de odor fétido, dor abdominal e (ou) 
em flancos, aparecimento de incontinência urinária em pacientes que já tinham 
controle esfincteriano, frequência urinária, disúria, urgência urinária, e dois dos 
seguintes: piúria ou estearase leucocitária positiva; bacterioscopia positiva pelo 
GRAM em urina não centrifugada e nitrito positivo.
28
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
Crianças maiores que 5 anos
A presença de ITU é acompanhada dos sinais e sintomas clássicos deste tipo de infecção. A definição 
de ITU-RAS deve preencher um dos seguintes critérios.
 » Presença de um dos seguintes sinais e sintomas com início em mais de 48 horas 
sem causa reconhecida: febre, vômitos, urina de odor fétido, dor abdominal e/ou 
em flancos, aparecimento de incontinência urinária em pacientes que já tinham 
controle esfincteriano, frequência urinária, disúria, urgência urinária. Acrescido 
deste critério é necessário uma urocultura positiva para qualquer crescimento em 
amostras obtidas através de punção suprapúbica, exceto Staphylococcus coagulase 
negativa, em que o ponto de corte é >103 UFC/ml.
 » Presença de um dos seguintes sinais e sintomas com início em mais de 48 horas 
sem causa reconhecida: febre, vômitos, urina de odor fétido, dor abdominal e/ou 
em flancos, aparecimento de incontinência urinária em pacientes que já tinham 
controle esfincteriano, frequência urinária, disúria, urgência urinária e dois dos 
seguintes: piúria ou estearase leucocitária positiva; bacterioscopia positiva pelo 
GRAM em urina não centrifugada e nitrito positivo.
A aspiração suprapúbica é uma técnica utilizada para a coleta de amostra de urina em crianças. É 
realizada por meio de uma punção da parede abdominal em direção ao fundo da bexiga, de modo 
a transfixar a mesma através de uma agulha entre 3,5cm e 4cm de comprimento devidamente 
acoplada a uma seringa. O procedimento deverá ser precedido de uma antissepsia com clorexidina 
alcoólica ou PVP-I. O paciente deverá estar deitado, com os membros inferiores mantidos fletidos 
em “posição de sapo” e não deve ter urinado na última hora antes do procedimento. Atenção para 
a realização de aspiração forte, pois poderá desencadear lesão de mucosa (CHEBABO et al., 2009).
 » Trato Urinário: Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à 
Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Set., 2009.
 » TENKE, P.; et al.. European and asian guidelines on management and 
prevention of catheter-associated urinary tract infections. International 
Journal of Antimicrobial Agents, v. 31, supplement 1, p. 1 – 116, Feb, 2008.
29
CAPÍTULO 3
Afecções de corrente sanguínea
O Cateter Venoso Central (CVC) é um instrumento amplamente utilizado em Unidade de Terapia 
Intensiva. Eles são dispositivos invasivos empregados para infusão de medicamentos e soluções 
endovenosas em paciente com limitação de acesso venoso periférico, para infusão de nutrição 
parenteral, uso de drogas vasoativas, mensuração de pressão venosa central, como também para 
tratamento hemodialítico (SANTOS; LEAL; CAVALHEIRO, 2006).
A imagem abaixo ilustra um dos locais de inserção do CVC, que é a veia subclávia. Outros locais 
comumente utilizados são: veias jugulares e femorais.
Figura 7: Ilustração do local de inserção de um cateter venoso central.
Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/esp_imagepages/19861.htm. Acesso em: 20 nov. 2011.
Os cuidados com cateteres venosos centrais vão desde o momento de sua inserção até a diária 
manutenção de seu posicionamento e permeabilidade. As recomendações gerais relacionadas aos 
cuidados com os acessos intravasculares são os seguintes.
 » Restringir ao máximo o uso do cateter e retirá-los sempre que o seu uso não for 
mais indicado.
 » Treinar continuamente profissionais de saúde nas técnicas de manutenção de CVC.
 » Avaliar diariamente o local de inserção do cateter através do curativo por inspeção 
e palpação, a fim de identificar sinais de infecção.
 » Higienizar as mãos antes e após manipulação dos dispositivos intravasculares.
 » Fazer a antissepsia no local de inserção com antisséptico (álcool a 70%, clorexidina 
2%, dentre outros).
30
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
 » Utilizar gaze estéril ou curativo transparente para cobrir o local de inserção do cateter.
 » Trocar o curativo quando este se apresentar úmido, sujo ou solto.
 » Trocar equipos, conexões, extensões e acessórios a cada 72 horas de uso.
 » Utilizar linha de infusão (equipos e acessórios) própria e única para nutrição 
parenteral, hemoderivados e soluções lipídicas.
 » O equipo para infusão de nutrição parenteral deverá ser trocado até 24 horas, que 
corresponde ao prazo máximo da infusão.
 » Desinfetar o injetor lateral de medicamentos do equipo com álcool a 70% antes e 
após utilizá-lo.
 » Não há indicação de troca pré-programada de cateteres visando a minimizar 
processos infecciosos.
 » Trocar cateteres inseridos sob condições de urgência assim que possível, quando a 
adesão às técnicas assépticas não puder ser assegurada.
De acordo com Santos, Leal e Cavalheiro (2006), a infecção é uma importante complicação 
relacionada ao uso de Cateter Venoso Central (CVC). A imigração de bactérias da pele (Pericateter) 
para o subcutâneo, e posteriormente para o sangue, é considerada o principal mecanismo na 
patogênese da sepse relacionada ao CVC. Outras complicações citadas pelo autor são: tromboflebite, 
dor ou desconforto durante a realização do procedimento, hematomas, embolia gasosa, embolia 
pulmonar, tamponamento cardíaco, entre outros.
A infecção associada ao cuidado à saúde, principalmente relacionada à CVC, é um sério problema e um 
desafio no que tange ao seu controle, em nível mundial. As consequências de uma infecção relacionada 
à cateter são drásticas, na maioria das vezes irreversíveis, pois mostra uma alta letalidade nos que 
acomete. Há etiologia complexa e multifatorial. Estudos destacam a situação clínica do paciente, o 
tipo de cateter, sua composição, a técnica de inserção, a localização, a frequência de manipulação 
do sistema e a duração da cateterização como aspectos que merecem maior atenção (FERREIRA; 
ANDRADE; FERREIRA, 2011).
A contaminação pode advir da própria flora do paciente ao atravessar o exterior do cateter ou por 
contaminação de hemoderivados, soluções de nutrição parenteral, medicamentos, como também 
através das mãos dos profissionais de saúde, que hoje é o principal meio de contaminação e de 
maior repercussão na infecção hospitalar.
De acordo com a Sociedade Brasileirade Infectologia (2001), no momento da passagem do acesso 
central, o médico responsável pelo procedimento deve agir conscientemente, pois um deslize nas 
práticas assépticas leva a uma grave complicação para o doente. Já ressaltamos que as mãos dos 
profissionais são o principal meio de infecção e devem ser higienizadas com técnica adequada e com 
produtos antissépticos, como o PVP-I degermante ou clorexidina a 2%. Após higienização das mãos, 
deve-se proceder com a paramentação completa, utilizando-se gorro, máscara, capote, luvas estéreis 
e óculos de proteção. Antes do início do procedimento, deve-se preparar adequadamente a pele do 
31
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
paciente através da aplicação de um antisséptico degermante, seguido do alcoólico; posteriormente, 
aplica-se campos estéreis para passagem de cateter.
Existem conceitos diferentes quando se fala em infecção por cateter.
 » Flebite: inflamação, dor e calor ao redor do cateter de inserção periférica, com ou 
sem a associação com trombose.
 » Contaminação do cateter: o cateter pode conter micro-organismos, porém há baixa 
probabilidade de ser foco de infecção relacionada a cateter (contagem de colônias pela 
técnica semiquantitativa inferior a 15 unidades formadoras de colônias (ufc/placa).
 » Colonização do cateter: cultura semiquantitativa positiva, maior que 15 ufc/placa 
pela técnica semiquantitativa ou quantitativa positiva (mais que 1000ufc/ml) na 
ausência de sinais clínicos de infecção.
 » Bacteremia relacionada à cateter ou infecção primária de corrente sanguínea: 
a correlação de causa e efeito entre o cateter e a bacteremia é difícil. Aqui será 
definido como o isolamento de um mesmo micro-organismo de cultura de sangue 
e de cateter positivo pela cultura quantitativa ou semiquantitativa, não havendo 
outro foco infeccioso identificável.
 » Infecção do sítio de inserção do cateter (infecção local): sinais locais de infecção sem 
evidência de infecção de corrente sanguínea. Na prática, eritema, calor, edema, ou dor 
local podem não refletir uma infecção. Devem estar associados à presença de secreção 
purulenta e/ou cultura quantitativa ou semiquantititativa do cateter positiva.
 » Infecção do túnel: termo somente utilizado para cateteres de longa permanência, 
como os de Hickman e Broviac. Caracteriza-se por celulite circundando o trajeto 
subcutâneo do cateter em 2cm ou mais a partir do óstio.
Os agentes infecciosos mais frequentes nas infecções relacionadas a cateteres vasculares dependem do 
tipo de procedimento, porém predominam estafilococos, principalmente, coagulase negativa, S. Aureus 
e Cândida SPP.
Infecção Primária de Corrente Sanguínea 
(IPCS)
As Infecções Primárias da Corrente Sanguínea (IPCS) são aquelas infecções que decorrem 
consequências sistêmicas graves, bacteremia ou sepse, sem foco primário identificável. As 
infecções relacionadas à corrente sanguínea podem ser divididas naquelas com hemocultura 
positiva, e naquelas somente com critérios clínicos, clinicamente confirmadas e laboratorialmente 
conformadas.
Segundo os critérios nacionais de Infecção relacionada à assistência à saúde, pode-se definir IPCS 
laboratorialmente confirmada como aquela que preenche um dos seguintes pré-requisitos.
 » Critério 1: Paciente com uma ou mais hemoculturas positivas coletadas 
preferencialmente de sangue periférico; o patógeno não está relacionado com 
infecção em outro sítio.
32
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
 » Critério 2: Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (>38°C), 
tremores, oligúria (volume urinário <20 ml/h), hipotensão (pressão sistólica menor 
ou igual a 90mmHg), e esses sintomas não estão relacionados com infecção em 
outro sítio + Duas ou mais hemoculturas (em diferentes punções com intervalo 
máximo de 48h) com contaminante comum de pele (ex.: difteroides, Bacillus spp, 
Propionibacterium spp, estafilococos coagulase negativo, micrococos).
 » Critério 3: (Para crianças > 30 dias e < 1ano) pelo menos um dos seguintes sinais 
ou sintomas: febre (>38°C), hipotermia (<36°C), bradicardia ou taquicardia (não 
relacionados com infecção em outro sítio) + duas ou mais hemoculturas (em 
diferentes punções com intervalo máximo de 48h) com contaminante comum de 
pele (ex.: difteroides, Bacillus spp, Propionibacterium spp, estafilococos coagulase 
negativo, micrococos).
Já a IPCS clinicamente confirmada é aquela que preenche um dos seguintes critérios.
 » Critério 1: Pelo menos de um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (>38°), 
tremores, oligúria (volume urinário <20 ml/h), hipotensão (pressão sistólica menor 
ou igual a 90mmHg) ou (não relacionados com infecção em outro sítio) + todos os 
seguintes: a) hemocultura negativa ou não realizada; b) nenhuma infecção aparente 
em outro sítio; c) médico institui terapia antimicrobiana para sepse.
 » Critério 2: (Para crianças > 30 dias e < 1ano) pelo menos um dos seguintes sinais 
ou sintomas: febre (>38°C), hipotermia (<36°C), bradicardia ou taquicardia (não 
relacionados com infecção em outro sítio) + todos os seguintes: a) hemocultura 
negativa ou não realizada; b) nenhuma infecção aparente em outro sítio; c) médico 
institui terapia antimicrobiana para sepse
Resumindo tudo que foi mencionado com relação à prevenção de infecção relacionada à cateter, 
devemos frisar com mais intensidade os seguintes aspectos: o principal fator de risco para o 
desenvolvimento da infecção de corrente sanguínea é o uso do cateter e o tempo de permanência 
do mesmo, porém existem outros fatores associados ao uso deste dispositivo que merecem 
consideração. A técnica e o cuidado na inserção do cateter, local de inserção, número de lumens, 
material de fabricação do cateter, tipo de cateter usado, e cuidado de manipulação da linha venosa 
merecem um cuidado adicional. As medidas preventivas recomendadas envolvem a retirada, assim 
que possível, do cateter, técnica asséptica rigorosa na inserção do cateter, uso de cateter de uso 
único lúmen sempre que possível, curativo com técnica asséptica protegendo a pele junto ao ponto 
de inserção durante a permanência do cateter central, técnica asséptica no preparo de soluções 
usadas nas linhas venosas centrais, uso de linha ou lúmen exclusivo para administração de nutrição 
parenteral total, cuidado na manipulação do sistema, evitando contaminação. Recomenda-se 
estabelecer protocolos de cuidados de cateteres centrais de grupos treinados especialmente para 
manipulação e manutenção destes dispositivos (SILVA; RAVANELLO, 2009).
 » Corrente Sanguínea: Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência 
à Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, set. 2009.
 » PEDROSA, T.; M.; G.; Couto; R.; C. Prevenção da infecção relacionada aos 
dispositivos Intravasculares. __In: COUTO, R. C.; et al. infecção hospitalar e 
outras complicações não infecciosas da doença: epidemiologia, controle e 
tratamento. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
33
CAPÍTULO 4
Infecções relacionadas à assistência 
à saúde por micro-organismos 
multirresistentes
A habilidade das diferentes espécies bacterianas, incluindo aquelas causadoras de doenças em 
humanos, para resistir à ação dos agentes antibacterianos tornou-se um problema global e de 
prevalência crescente. A grande promessa dos antibióticos, um dos principais avanços médicos 
da segunda metade do século XX, dissipou diante do implacável desenvolvimento de resistência 
pelas bactérias contra as quais a terapia é direcionada. Não existe uma única bactéria clinicamente 
importante que não tenha desenvolvido algum tipo de resistência aos agentes antimicrobianos, 
situação antecipada pelos pesquisadores desde a inauguração da era antibiótica (RICARDO, 2009).
Segundo o mesmo autor citado, a importância clínica dos micro-organismos resistentes foi 
fortemente impulsionada todavia pela presença crescente de indivíduos com comprometimento 
dos mecanismos de defesa sob tratamento médico,pelo uso intensivo de novos dispositivos e 
procedimentos invasivos, pela escassez de recursos para os programas de controle de infecção 
hospitalar e pela baixa acurácia de alguns métodos laboratoriais rotineiros para detectar os novos 
fenótipos de resistência. Além disso, acumularam-se evidências de que as infecções por micro-
organismos resistentes aumentam os custos assistenciais, a permanência hospitalar e a morbidade 
e mortalidade, quando comparadas às infecções causadas por cepas susceptíveis da mesma espécie.
Micro-organismos Multirresistentes (MMR) são micro-organismos resistentes a diferentes 
classes de antimicrobianos examinados em análises microbiológicas. A resistência aos agentes 
antibacterianos pode ser um fenômeno inato a determinada espécie ou adquirido através de 
um dos mecanismos de transferência genética entre bactérias. Alguns pesquisadores também 
definem micro-organismos pan-resistentes, como aqueles com resistência comprovada in vitro 
a todos os antimicrobianos testados em exame microbiológico.
A descrição inédita do fenômeno da resistência inata ou natural aos antibióticos é atribuída à 
Fleming, ao descobrir o primeiro antibiótico, no ano de 1929 – a penicilina. Ele demonstrou que as 
bactérias do grupo colitifoide (enterobactérias) e o bacilo piociânico (pseudomonas aeruginosa) não 
sofriam a ação inibitória da penicilina. A resistência natural constitui uma característica biológica 
dos micro-organismos de uma espécie particular. Em contrapartida a resistência adquirida reflete 
uma verdadeira mudança na composição genética da bactéria, tornando resistente um micro-
organismo que, anteriormente, era susceptível ao agente antimicrobiano (RICARDO, 2009).
A forma mais importante de aquisição hospitalar de bactérias multirresistentes é através da 
transmissão de um paciente infectado ou colonizado para outro paciente susceptível, via mãos dos 
profissionais de saúde transitoriamente contaminadas. As UTIs são reservatórios habituais das 
bactérias multirresistentes. A transmissão entre os pacientes é ampliada no referido setor, pois há 
uma menor adesão à higienização das mãos que, segundo a Nota Técnica No 1/2010 da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária está diretamente associada ao trabalho em demasia.
34
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
O sucesso dos programas que visam a diminuir a resistência bacteriana é limitado. Nenhuma 
medida isolada mostrou-se capaz de conter o problema, o que justifica a recomendação simultânea 
de várias abordagens. Ainda, assim, o contínuo aumento da prevalência de resistência antibiótica 
nos hospitais expõe a fragilidade das diversas medidas adotadas e evidencia a nossa incapacidade 
em conter o problema.
É compreensível que pacientes portadores dos fatores de risco clássicos (doença de base grave e 
escore de gravidade elevado, complicações cirúrgicas, transplantes de órgãos, falência renal, entre 
outros) apresentem maior chance de infecção por MMR. Esse risco aumentado resulta da exposição 
desses indivíduos aos procedimentos invasivos e dispositivos médicos, bem como da depressão das 
defesas do hospedeiro e exposição maciça a antibióticos.
Sabidamente, pouco se pode fazer para modificar a seriedade da doença de base dos pacientes. 
Para proteção daqueles mais debilitados e vulneráveis às medidas de prevenção, devem ser mais 
consistentes, bem como o tratamento com antibióticos mais apropriados.
Existem várias medidas de controle para se tentar evitar a disseminação dos MMR no ambiente 
hospitalar. As precauções básicas e adicionais destinam-se a interromper as vias de transmissão 
dos micro-organismos nos hospitais e são dirigidos a proteger o paciente e o profissional de saúde 
de adquirir micro-organismos de importância epidemiológica. São as medidas mais importantes e 
devem ser observadas por todos os profissionais de saúde no atendimento de qualquer paciente ou 
usuário de saúde, independentemente do seu diagnóstico ou suspeita de infecção (ARAÚJO; et al., 
2005). 
As precauções básicas são medidas adotadas à prevenção de infecção na qual se aplica ao contato com 
sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções de todos os pacientes, independentemente de sua 
condição infecciosa. Portanto independem da presença ou da ausência de sangue visível. Também 
se aplicam à pele lesada e às membranas mucosas dos pacientes. A aplicação das precauções básicas 
inclui a utilização de luvas de procedimento não estéril (para proteção do profissional), uso de capotes 
e propés, uso de máscara cirúrgica e óculos de proteção e cuidado na utilização de perfuro cortante 
(ARAÚJO; et al., 2005). 
Todos os profissionais da saúde devem manter sempre as precauções básicas para todos 
os pacientes. Faz-se necessário, todas as vezes que entrar no ambiente do paciente, 
observar os “5 momentos” para realizar a higienização das mãos. De acordo com Júnior 
e Costa (2009), a higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida 
primária, mas muito importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. 
Por este motivo tem sido considerada como um dos pilares da prevenção e do controle 
de infecções nos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão de 
micro-organismos multirresistentes. 
35
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
A figura, a seguir, mostra os cinco momentos que são primordiais para a realização da higiene das 
mãos.
Figura 8: OPAS; ANVISA, 2008b.
1 ANTES DE CONTATO COM O PACIENTE
QUANDO? Higienize as mãos antes de entrar em contato com o paciente.
POR 
QUÊ?
Para a proteção do paciente, evitando a transmição de micro-organismos presentes nas mãos 
do profissional e que podem causar infecções.
2
ANTES DA REALIZAÇÃO 
DE PROCEDIMENTO 
ASSÉPTICO
QUANDO? Higienize as mãos imediatamente antes da realização de qualquer procedimento asséptico.
POR 
QUÊ?
Para a proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos das mãos do 
profissional para o paciente, incluindo os micro-organismos do próprio paciente.
3
APÓS RISCO DE 
EXPOSIÇÃO A FLUÍDOS 
CORPORAIS
QUANDO?
Higienize as mãos imediatamente após risco de exposição a fluídos corporais (e após a 
remoção de luvas).
POR 
QUÊ?
Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência imediatamente próximo ao 
paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do paciente a outros profissionais ou 
pacientes.
4 APÓS CONTATO COM O PACIENTE
QUANDO?
Higienize as mãos após contato com o paciente, com as superfícies e objetos próximos a ele e 
ao sair do ambiente de assistência ao paciente.
POR 
QUÊ?
Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência à saúde, incluindo as superfícies 
e os objetos próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do próprio 
acidente.
5
APÓS CONTATO COM AS 
ÁREAS PRÓXIMAS AO 
PACIENTE
QUANDO?
Higienize as mãos após tocar qualquer objeto, mobilia e outras superfícies nas proximidades do 
paciente – mesmo sem ter tido contato com o paciente.
POR 
QUÊ?
Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência à saúde, incluindo superfícies e 
objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do 
paciente a outros profissionais ou paciente.
Já as precauções adicionais são indicadas como complemento às precauções básicas durante a 
assistência a pacientes com diagnóstico suspeito ou confirmado de infecção ou colonização por 
36
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
agentes epidemiologicamente importantes. As precauções adicionais são divididas em: precauções por 
gotículas, precauções por aerossóis e precauções de contato. A seguir, faremos uma breve descrição 
de cada uma delas.
A precaução por gotícula está indicada para pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, causada 
por micro-organismo transmitido por via inalatória através de gotículas maiores que 5μ (micra) e 
que se dissemina em curta distância (ARAÚJO;et al., 2005). Nestes casos, faz-se necessário o uso 
de um quarto privativo e da máscara cirúrgica. 
Já a precaução por aerossol é mandatório quando o paciente encontra-se com suspeita ou 
diagnóstico confirmado de doença causada por agente transmissível pela via aérea superior através 
de partículas infectantes aerossolizadas. As partículas contaminadas exaladas pelas vias aéreas do 
pacientes, nestes casos, são menores que 5μ e são filtradas apenas pela máscara N 95 (CUNHA; 
JOHNSON, 2009). 
A precaução de contato, que é a que vamos nos deter mais nos próximos parágrafos, é indicada para 
pacientes com infecção, suspeita ou confirmada, ou colonização por micro-organismos transmitidos 
por contato direto ou indireto. 
A comunidade científica internacional considera patógenos multirresistentes causadores de 
infecções relacionadas à assistência em saúde: Enterococcus spp resistente aos glicopeptídeos, 
Staphylococcus spp. resistente ou com sensibilidade intermediária a vancomicina, Pseudomonas 
aeruginosa, Acinetobacter baumannii, e enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos 
(ertapenem, meropenem ou imipenem) (SOUZA; et al., 2010).
De acordo com o autor citado, tem crescido, de uma forma rápida nos hospitais brasileiros, os 
casos de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos. Tais bactérias formam uma enzima 
(carbapenemase) que inativa todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindo os carbapenêmicos. 
A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é uma enzima que foi identificada inicialmente em 
Klebsiella pneumoniae pela primeira vez, em 2001, nos Estados Unidos, mas pode ser produzida 
por outras enterobactérias.
De acordo com Ricardo (2009), as principais medidas adotadas pelos profissionais que assistem o 
paciente colonizado por MMR são as seguintes.
 » Manter esses pacientes em quarto privativo ou com pacientes que compartilhem a 
mesma situação.
 » Instituir isolamento de contato, ou seja, uso de luvas e avental toda vez que houver 
contato como paciente. Tanto as luvas quanto o avental devem ser desprezados 
dentro do próprio quarto do paciente, seguida da lavagem das mãos com sabão 
antisséptico.
 » O uso de luvas não substitui a lavagem das mãos antes e após a prestação dos 
cuidados ao paciente.
37
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
 » Se não for possível o quarto privativo, manter esse leito próximo da parede e pode-
se até colocar no chão uma fita delimitando o leito. Isto tem apenas efeito de alertar 
o profissional da área da Saúde que for manipular o paciente que são necessárias 
precauções de contato.
 » Colocar sinalização por meio de placas, indicando que equipamento de proteção 
individual devem ser utilizados: luvas, aventais etc.
 » Usar termômetro, estetoscópio, esfigmomanômetro individualizados para esses 
pacientes ou promover a desinfecção antes e após seu uso, friccionando com álcool a 
70%.
 » Se possível, deixar um funcionário exclusivo para os cuidados desses pacientes.
 » Evitar o transporte desnecessário pelo hospital e se for preciso, fazê-lo seguindo as 
precauções.
A higiene das superfícies para o controle de bactérias multirresistentes é uma maneira muito eficaz 
de diminuir a carga microbiana no ambiente hospitalar. A área ou unidade do paciente é o espaço 
físico onde o paciente permanece a maior parte do tempo, durante o seu período de internação. 
Em geral, envolve o leito, o mobiliário e os equipamentos de uso exclusivo do paciente, assim como 
o piso e as paredes próximas ao leito. Tal higiene, quando o paciente estiver em isolamento de 
contato, deve ser realizada com desinfetante, por exemplo, o álcool a 70%.
 A tabela, a seguir, mostra o tipo e duração das precauções de isolamento recomendadas de acordo 
com a infecção, condição ou agente etiológico.
Tabela 1. Precauções de isolamento: Tipo e duração.
INFECÇÃO/CONDIÇÃO/AGENTE
PRECAUÇÕES
tipo duração
Abscesso (em drenagem, grande) Obs.: 1 C DD
Adenovirose em lactente e pré-escolar G, C DD
Actinomicose P
Amebíase P
Angina de Vicent P
Antrax: cutâneo e pulmonar P
Ascaridíase P
Aspergilose P
Bactérias multirresistentes (colonização, infecção) C
Babesiose P
Botulismo P
Brucelose P
Candidíase P
Caxumba G Obs.: 2
Celulite (extensa; secreção não contida) C DD
Clostridium difficile (enterocolite) C DD
Citomegalovírus P
38
UNIDADE II │INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI
INFECÇÃO/CONDIÇÃO/AGENTE
PRECAUÇÕES
tipo duração
Cólera C DD
Conjuntivite hemorrágica aguda C DD
Coqueluche C Obs.: 3
Criptococose P
Gastroenterite (paciente incontinente) C DD
Dengue P
Dermatofitose P
Denovanose (granuloma inguinal) P
Difteria cutânea C CN, Obs.: 4
Difteria faríngea C CN, Obs.: 4
Endometrite P
Enterobíase P
Enterocolite C
Enterovirose em lactente e pré-escolar C DD
Epiglotite por H. Influenzae G T 24 horas
Escabiose C T 24 horas
Estafilococcias – furunculose em crianças C DD
Febre amarela P
Febre por arranhadura de gato P
Febre por mordedura de rato P
Febre reumática P
Febre tifoide C
Gangrena gasosa P
Gonorreia P
Guillain barré P
Hepatite Viral – tipo A (paciente incontinente) C Obs.: 5
Herpes simples – mucocutâneo disseminado C DD
Herpes Zoster – disseminado ou em pacientes imunodeprimidos A, C Obs.: 6
Hanseníase P
Hantavirose pulmonar P
Impetigo C T 24 horas
Infecção de ferida (extensa) C DD
Influenza Obs.: 7 G DD
Leptospirose P
Malária P
Meningite – por H. Influenzae (definida ou suspeita) G T 24 horas
Meningite meningocócica (definida ou suspeita) G T 24 horas
Meningococcemia G T 24 horas
Organismos multirresistentes – infecção ou colonização gastrointestinal, respiratória 
ou cutânea Obs.: 8
C CN
Oxiuríase P
Pediculose C T 24 horas
Peste pneumônica G T 24 horas
Pneumonia – adenovìrus G, C DD
Pneumonia – (crianças) G T 24 horas
Raiva C
Rubéola - Congênita C Obs.: 09
Rubéola – outras formas G Obs.: 10
39
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UTI │ UNIDADE II
INFECÇÃO/CONDIÇÃO/AGENTE
PRECAUÇÕES
tipo duração
Sarampo A DD
Tétano P
Tuberculose pulmonar A Obs.: 11
Varicela A, C Obs.: 6
Ulcera de decúbito grande com secreção não contida Obs.: 1 C DD
C - precaução de contato. G - precaução respiratória para gotículas. P - precaução padrão. 
A - precaução respiratória para aerossóis duração. DD - precaução durante a doença. 
CN - precaução até cultura negativa. T - terapia eficaz.
 Fonte: ARAÚJO; et al., 2005.
Na tabela, abaixo, estão expostas algumas observações complementares relacionadas à tabela 
anterior.
Tabela 2. Observações complementares relacionadas à Tabela 1.
No Observação Especial
1 Sem curativo ou curativo que não contém toda drenagem.
2 Até 9 dias, após o início da parotidite.
3 Até 5 dias, após o início da terapêutica adequada. 
4 Até 2 culturas negativas, colhidas em dias diferentes.
5
Manter precaução para crianças menores de 3 anos durante a hospitalização. Em crianças de 3 a 14 anos, até 14 dias, após o início dos sintomas. 
Para os demais, até 7 dias após o início dos sintomas.
6
Até que todas as lesões estejam na fase de crosta. O período de incubação da varicela é de 10 a 16 dias, até no máximo de 21 dias. Após a 
exposição de suscetíveis, avaliar o uso de imunoglobulina varicela zoster (VZIG) e, se possível, dar alta. Os expostos suscetíveis, se internados, devem 
permanecer isolados a partir do 10o dia da exposição até p 21o depois da última exposição (ou 28o dia, se fez uso de VZIG). Pessoas suscetíveis não 
devem entrar no quarto de isolamento. Pessoas não suscetíveis não necessitam usar máscara. 
7
Esta recomendação possui dificuldades práticas para aplicação, especialmente em epidemias. Nessas situações, o corte deve ser realizado ou, pelo 
menos, o contato com pacientes de alto risco deve ser evitado. 
8 Patógenos multirresistentes devem ser definidos de acordo com critérios epidemiológicos de cada hospital ou setor.
9 Durante qualquer internação até 1 ano de idade, exceto se culturas de nasofaringe e urina sejam negativas

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