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Estudo caso-controle

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EPIDEMIOLOGIA: 
ESTUDO DE CASO-CONTROLE 
 
 
CONCEITO: 
➔ É um estudo OBSERVACIONAL do tipo ANALÍTICO. 
➔ Os indivíduos que participam do estudo são selecionados com base na presença (CASO) ou ausência 
(CONTROLE) de um desfecho. 
➔ Formam-se 2 grupos = CASO e CONTROLE que são comparados entre si quanto a uma determinada 
exposição de interesse. 
➔ É um bom tipo de estudo para estudar DOENÇAS RARAS. 
➔ Medida de associação: ODD RATIO. 
➔ Medida de frequência: NÃO EXISTE → pois os grupos já foram separados antes. Dessa forma, dentro 
do grupo dos CASOS, a incidência e a prevalência são de 100%. Já no grupo dos CONTROLES, a 
frequência dos casos é de 0%. 
➔ É um estudo RETROSPECTIVO: tem acompanhamento da população “para trás”. Faz isso analisando os 
registros hospitalares, perguntando para os indivíduos, etc. 
➔ Monta-se uma tabela 2x2 contendo: 
• Casos expostos 
• Casos não expostos 
• Controles expostos 
• Controles não expostos 
 
DESENHO BÁSICO DO ESTUDO: 
➔ O ponto de partida é o DESFECHO para se descobrir a causa. 
➔ Baseado no desfecho os grupos serão formados. 
➔ A análise é feita através do ODD RATIO (OR), que é uma estimativa de ocorrência da exposição. 
➔ Exemplo: 
 
 CASO: câncer de 
pulmão 
CONTROLE: sem o 
câncer 
Total: 
EXPOSIÇÃO: 
tabagismo 
180 80 260 
NÃO EXPOSIÇÃO: 
não fumantes 
20 120 140 
Total: 200 200 400 
 
• Algumas interpretações possíveis: 
o Dentre todas as pessoas que não fumavam (140), 20 tiveram câncer de pulmão. 
o Das 200 pessoas que tiveram câncer de pulmão, 180 fumavam. 
 
• Taxa de exposição nos casos: 180 = 90% 
 200 
• Taxa de exposição nos controles: 80 = 40% 
 200 
Portanto: há uma suposição de que o fator tabagismo está associado com a ocorrência aumentada 
de câncer de pulmão. Portanto, ele pode ser considerado um FATOR DE RISCO e podemos afirmar 
que a exposição tem relação causal com a ocorrência da doença. 
• Para calcular ODD RATIO: 
a x d = 180 x 120 = 21.600 = 13,5. 
b x c 80 x 20 1600 
 
Dessa forma, a CHANCE de os indivíduos tabagistas desenvolverem câncer de pulmão é 13,5 vezes 
maior em relação aos indivíduos não tabagistas. 
 
OBS: na prova, tem que fazer a tabela. 
 
RAZÃO DE CHANCES = ODD RATIO (RC = OR): 
OR = DOENTES EXPOSTOS x NÃO DOENTES NÃO EXPOSTOS 
 NÃO DOENTES EXPOSTOS x DOENTES NÃO EXPOSTOS 
➔ Mede o efeito do fator em estudo no desenvolvimento do desfecho clínico. 
➔ NÃO é a chance da doença e sim a chance da EXPOSIÇÃO. Ou seja, no exemplo acima, trata-se da 
chance de os TABAGISTAS desenvolverem câncer de pulmão e não ao contrário. 
➔ Descrição do resultado: a chance de exposição entre os casos é x vezes a chance de exposição entre os 
controles. 
➔ Interpretação do resultado: 
• OR > 1: significa que a exposição ao fator sob estudo AUMENTA a chance de adoecer. 
• OR < 1: significa que a exposição ao fator sob estudo DIMINUI a chance de adoecer. 
• OR = 1: significa que NÃO EXISTE ASSOCIAÇÃO entre a doença e a exposição. 
➔ Exemplo de 2 estudos hipotéticos: 
• Um tem OR = 13,5 
• O outro tem OR = 3,52. 
Adotando o intervalo de confiança igual a 95%, o estudo que tem a maior magnitude é o PRIMEIRO. 
 
 
 
OBS: chance e risco são conceitos diferentes do ponto de vista epidemiológico. Devido a isso, temos que 
prestar atenção quando for utilizar esses termos!!! 
 
SELEÇÃO DE CASOS E CONTROLE: 
➔ Grupo CASO: 
• Usar definições rigorosas do desfecho a ser estudado. 
• Tem que ter rigor diagnóstico específico. 
A partir dessa tabela, podemos 
perceber que existe associação 
causal entre a dose de etinilestradiol 
e a presença da lesão cervical 
induzida pelo HPV apenas no NIC 1, 
pois foi o único resultado que 
apresentou significância estatística. 
➔ Grupos CONTROLES: derivado da mesma população que gerou os casos, porém NÃO são portadores da 
doença. 
➔ Os entrevistadores devem estar cegados (TÉCNICA DO BLINDING OU DO CEGAMENTO) à situação do 
indivíduo a ser entrevistado por meio de questionários padronizados. É utilizada essa técnica para 
evitar resultados induzidos, como por exemplo por meio da entonação da voz e da forma como a 
pergunta é feita. Dessa forma, evita-se VIÉS, que é todo erro evitável existente em estudos. 
➔ Casos e controles pertencem à população com risco de desenvolver o desfecho (DOENÇA) em estudo, 
sendo que os casos já desenvolveram e os controles ainda não. 
 
DEFINIÇÃO E SELEÇÃO DOS CASOS: 
➔ São necessárias fontes de informações que possam constituir o caso e controle. 
➔ Incluir no estudo casos que possam fornecer dados completos e informações confiáveis. 
➔ Selecionar amostra representativa da população dos casos, incluindo pacientes com critérios 
diagnósticos significativos. Exemplos: 
• Sintomas clínicos 
• Resultados laboratoriais 
• Métodos de imagem 
➔ Expor os critérios para definir os casos 
➔ A coleta de informações pode ser feita através de: 
• Entrevistas com o paciente ou familiares 
• Prontuários 
• Atestados de óbito. 
➔ Incluir casos INCIDENTES para melhor associação entre a doença e fator de risco. 
➔ Obter informação referente ao hábito ANTES do aparecimento da doença. 
 
DEFINIÇÃO E SELEÇÃO DOS CONTROLES: 
➔ Controles são todos os indivíduos LIVRES da doença. Entretanto, são casos potenciais. 
➔ Medidas prioritárias: 
• Incluir controles advindos da mesma população de risco que originou os casos. 
• Selecionar controles independentemente da exposição em estudo. 
➔ Fontes possíveis: 
• Hospitais 
• População geral 
• Amigos 
• Parentes 
• Vizinhos dos casos 
➔ Aplicar os mesmos critérios de inclusão e exclusão dos casos → isso assegura a comparabilidade entre 
grupos. 
➔ Ideal é manter a proporção de 1 caso para 1 controle (1:1): 
• É algo mais técnico. 
• Pode-se também aumentar a proporção até: 1 caso para 4 controles. Isso não altera os 
resultados. 
 
OBS: perdas acima de 20% torna o estudo INVIÁVEL, pois não se pode substituir uma pessoa por outra. 
Quando um indivíduo diz que não quer participar de uma pesquisa, ele tem o direito de fazer isso e é, 
dessa forma, considerada uma PERDA. 
 
TIPOS DE VIÉSES: 
➔ Conceito: ERROS SISTEMÁTICOS que ocorrem no estudo distorcendo o resultado. 
➔ VIÉSES DE SELEÇÃO: 
• Surgem durante a seleção dos participantes dos grupos CASO e CONTROLE. 
• Podem ocorrer pelas situações: 
o Diagnóstico preferencial dos casos expostos 
o Baixa taxa de participação 
o Erros na seleção dos controles 
➔ VIÉSES DO RESPONDENTE: ocorre quando a informação sobre a exposição fornecida pelos 
participantes do estudo DIFERE em função de ser ele um caso ou controle. 
➔ VIÉS DO OBSERVADOR: ocorre quando o processo de obtenção da informação pelo investigador 
DIFERE se o informante é um caso ou um controle. 
 
PAREAMENTO: 
➔ Para cada caso selecionado, são escolhidos um ou mais controles idênticos com relação a certas 
características que não o fator a ser estudado. 
➔ Garante que o grupo de casos e controles venha de uma população semelhante. 
➔ Variáveis a serem pareadas/ igualadas: 
• IDADE 
• SEXO 
• LOCAL DE RESIDÊNCIA 
• NÍVEL SOCIOECONÔMICO 
 
 
REFERÊNCIAS: 
➔ MARTINS, Ávila Bicca et al. Epidemiologia. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
➔ PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
➔ ROUQUAYROL, M. Z.; GURGEL, M. Epidemiologia e saúde. 8 ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018. 752 p.

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