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Disciplina: Necessidades Especiais e Educação Infantil- Módulo III Especialização em educação Infantil – 3º Período Síntese: O Trabalho Inclusivo nas Escolas de Educação Infantil Aluna: Regiane Aparecida Negri INCLUSÃO NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL RESUMO Este trabalho apresenta uma breve explanação crítica do que se discute pela temática Educação Inclusiva dentro do âmbito escolar, busca trazer o histórico construtivo em que se baseou aquilo que conhecemos por inclusão em suas diversas vertentes, bem como pontuar a visão da Inclusão pela escola e como a mesma recebe e se adapta a criança para que de fato faça valer a palavra Inclusão. INTRODUÇÃO A Educação Especial discutida hoje no Brasil teve seu histórico marcado por grandes acontecimentos e mudanças os quais transformaram a realidade das pessoas que necessitam de escolas e atendimentos “diferenciados”. Durante todo este processo de transformação, também foi possível compreender quem é esse público e como os avanços nas discussões e pesquisas nos levaram a compreender mais este processo e fato fazer o uso correto da forma e palavra Inclusão. Quando tratamos de Educação Inclusiva, primeiramente se torna necessário compreender o que é e qual seu papel na sociedade, segundo Fernandes (2007, p. 45) a inclusão é um: “Movimento ligado à valorização de TODAS as pessoas independente de suas diferenças individuais, inclusive àquelas com deficiências”. Da mesma forma Silva, (2015, p.9) fala que “o fato de que incluir precisa partir de um 2 processo educacional, o qual visa equiparar, interagir e socializar as pessoas com necessidades especiais, de maneira que todos aprendam juntos, sem acepção de ensino”. Segundo Fumegale (2012, p.6) A pessoa com deficiência, sempre foi considerada como alguém fora dos padrões normais pela ótica histórico-cultural, que sempre ditou para a sociedade, critérios para a normalidade. Muitos termos foram usados para identificar pessoas com deficiência e atravessaram décadas buscando assumir um sentido de inovação na busca pela superação de preconceitos. Assim, vemos a necessidade da discussão a cerca desta temática, para que todo processo educacional torne seu papel relevante diante da sociedade. Neste sentido, este trabalho irá fazer uma breve discussão sobre como escola, professores e alunos trabalham a questão da Inclusão dentro do espaço escolar. 1. A Escola Frente à Inclusão A Educação Inclusiva desde o marco histórico no qual tem passado, é um direito do cidadão assegurado por lei. Várias foram às conquistas neste âmbito, o que faz com que as instituições se adaptem a esses novos direitos adquiridos. Neste sentido, Fumegalli, (2012, p.12) nos mostra que, a constituição Federal assegura ao público inclusivo seu direito de atendimento especializado, pois Além disso, a Constituição Federal garante em seu Artigo 205 que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Em seguida, no Artigo 206, estabelece a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. O Atendimento Educacional Especializado, oferecido preferencialmente na rede regular de ensino, também é garantido na Constituição Federal (Artigo 208, Inciso III). Portanto, a Constituição Federal garante a todos os alunos a frequência no ensino regular, com base no princípio de igualdade. Assim, todo aluno tem direito de estar matriculado no ensino regular e a escola tem o dever de matricular todos os alunos, não devendo discriminar qualquer pessoa em razão de uma deficiência ou sob qualquer outro pretexto. Desta forma, a Constituição Federal de 1988, garante que, 3 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...) Fumegalli continua a nos dizer que, Portanto, a Constituição Federal garante a todos os alunos a frequência no ensino regular, com base no princípio de igualdade. Assim, todo aluno tem direito de estar matriculado no ensino regular e a escola tem o dever de matricular todos os alunos, não devendo discriminar qualquer pessoa em razão de uma deficiência ou sob qualquer outro pretexto. No entanto, apesar dos avanços e de entendermos os direitos assegurados por lei para a Inclusão, nos surge inúmeros questionamentos a esse respeito. Apesar de ser garantido o acesso e permanência dos alunos no ensino regular, o Estado nos garante o apoio? Escolas e salas de aulas adaptadas? Ou além da estrutura física, temos professores preparados para atender toda a sala, ou essa “inclusão” acaba se tornando uma “farsa” somente para dizer que estamos cumprindo o papel? A autora ainda segue nos mostrando que falar em Educação Inclusiva vai além das limitações físicas, ela no entanto “assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão”. Assim, questionamos quem são os excluídos? Porque ainda é necessário debater essas questões? Assim, Fumegalli, (2012, p.18) nos mostra que vivems em um mundo no qual é possível ser diferente, porém se torna difícil viver essa diferença, pois A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens gozem de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da condição de viverem a salvo do temor e da necessidade, por um mundo em que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da igualdade de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da justiça e da paz mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que representa um movimento internacional do qual o Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55 Apud Fumegalli, 2012,p.18). É importante compreendermos que a educação Inclusiva é uma construção coletiva, no qual várias partes precisam trabalhar em conjunto para que ela possa de 4 falo ser ofertada, ela não é feita apenas pelas diretrizes e seus aspectos legais, ela é construída também na escola por todos. Para Facion, 2009, p. 203) “Incluir não é simplesmente levar uma criança com deficiência a frequentar o ensino regular. A inclusão é uma conquista diária para a escola, para a criança e para seus pais. Todo dia é um dia novo na inclusão” Borges (2002) tem como objetivo chamar a atenção para saber qual a noção que os educadores têm sobre deficiência e inclusão. Os nosso educadores estão preparados para atender as nossa crianças especiais no cenário escolar hoje? Notando que a maioria das crianças passam maior parte da sua vida na escola, e a educação é uma parte da sociedade onde o processo inclusivo acontece por meio de decretos, leis e diretrizes nacionais. No entanto, a instituição escolar que deveria ser a mais bem preparada para receber estas crianças especiais acaba sendo a grande causadora das dificuldades. Segundo Mantoan (2003, p. 97) é preciso que haja uma globalização do ensino e que o ato de ensinar se torne maior do que se é, pois, A educação inclusiva deve ser entendida como uma tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e com um meio de assegurar que os alunos, que apresentam alguma deficiência, tenham os mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos direitos dos seus colegas escolarizados em uma escola regular. Para Silva e Arruda (2014, p.6) os professores se sentem inseguros no que tange a Educação Inclusiva, pois a formação inicial deste trabalho não garante com segurança a compreensão das diversas inclusões, assim, Talvez o que deixe o professor mais preocupado, seja a insegurança em relação à sua inexperiência, já que nos cursos superiores aprendeu apenas a lidar com a teoria e não teve acesso às práticas pedagógicas, diretamente com alunos especiais.No que consiste à educação, o dia a dia da escola e da sala de aula exigem que o professor seja capaz de organizar as situações de aprendizagem considerando a diversidade dos alunos. Essa nova competência implica a organização dos tempos e dos espaços de aprendizagem, dos agrupamentos dos alunos e dos tipos de atividades para eles planejadas. 5 O que talvez seja necessário é primeiro a compreensão do papel do professor em relação à criança, a formação continuada também se torna de grande importância para que haja uma formação de maior qualidade e assim, formar-se cidadão com qualidade e igualdade. Segundo Vitta Et all. (2010, p.416) há uma importância bastante relevante na educação infantil para o desenvolvimento da criança, desta forma os autores nos deixam claro que o acesso da criança com deficiência na educação infantil é excepcionalmente válido. O autor ainda discute que ainda há muitas discussões a cerca de adaptações nos currículos e nos recursos humanos, porém dentro da educação infantil essa discussão ainda está engatinhando. Percebamos o quanto é necessário essas adaptações de acordo com o publico da escola e a realidade desta sociedade, somente desta forma podemos garantir o acesso com igualdade. Em uma pesquisa feita com professores da secretaria municipal de educação de Bauru, Vitta et all. (2010) mostrou que a maioria dos professores compreendem a deficiência “vinculada ao senso comum” definidas as ideias de “incapacidade, diferença e anomalia”, somente poucos profissionais compreendem ou tem dificuldade em definir a deficiência e estes ressaltam que todas as pessoas em suas características peculiares possuem certas dificuldades com atividades que exerçam em seu dia a dia. Vale discutir aqui o entendimento que nós professores temos sobre a deficiência, desta forma como o autor nos coloca sobre a importância de adaptações aos currículos, vemos a necessidade de olhar para a criança e compreender delas habilidades específicas, pois cada avanço para ela é uma conquista, ou seja, se torna um avanço dentro de sua aprendizagem. A maioria dos professores entrevistados pela pesquisa, mostra a dificuldade que as escolas e os profissionais tem em trabalhar com a inclusão, a maioria sentem-se despreparadas, pois relatam a falta de espaço físico adaptados e materiais para trabalhos como livros em braile e equipamentos para deficientes auditivos, muitos também relataram que as escolas possuem esse equipamento, mas que os professores não sabem como utilizar. 6 Essa questão se torna muito importante ao ser discutida, pois além de estruturas físicas, a escola precisa capacitar seus profissionais para a utilização de materiais auxiliares, penso também que cabe ao professor se interessar mais em aprender a trabalhar com a inclusão, pois todos os relatos em trabalhos que analisamos, vemos os mesmos discursos de dificuldade em trabalhar, mas penso que o interesse em aprender a trabalhar também precisa ser ressaltado, pois se não houver, sempre haverá um impecílio que nos prenda a acomodação. Pereira e Matsukura (2013, p.138) fa uma importante observação, ele nos mostra que o fato de “rotular” a criança, dizer que essa ou aquela é laudada por tal motivo, muitas vezes leva a escola a se afastar da responsabilidade de ensino que lhe é proposta, pois A rotulação da criança no contexto escolar, por conta das suas características pessoais ou familiares, de certa forma insenta a escola pela responsabilidade pelo fracasso do aluno. Portanto, o comportamento destedeve ser analisado levando-se em consideraçãoalém das suas condições pessoais, seu meio familiar; escolar e social. Lembrando que a escola tem um papel fundamental no processo de desenvolvimento da criança. Cabe aqui ressaltar que este é um ponto fundamental na questão da inclusão, pois o que vemos é que a grande preocupação nas maiorias das entrevistas feitas por estes trabalhos, são as estruturas físicas da escola, e sempre que o aluno não consegue atingir tais habilidades propostas, este é colocado como rotulado, “pois não conseguiu por tal motivo”. É importante frisar que cada um tem suas limitações e que se torna necessário que olhemos para a criança tal como cada uma é, e busquemos melhores formações como profissionais para que possamos ajudar a cada criança avançar dentro de suas limitações. O respeito e o reconhecimento de cada aluno é a peça fundamental para a construção cloetiva de educação igualitária. 2. Conclusão A partir das discussões feitas á cerca da temática Educação Inclusiva e diante do processo histórico em que se passou ao longo dos anos, podemos constatar pelas leituras em referenciais teóricos que a Constituição Federal ao longo de sua 7 existência, buscou assegurar á todos o cidadão acesso e permanência com igualdade á todos os cidadãos. O reconhecimento da Inclusão se tornou necessário devido ao quadro em que a sociedade vem se encontrando. O que de fato nos chama á atenção e nos leva a uma discussão maior é o fato que, por mais que na lei tenha-se o direito de igualdade, o mesmo ainda se encontra distante, devido a inúmeros fatores que o levam a isso, seja eles arquitetônicos ou social. O fato é que ainda precisa avançar muito na conscientização do cidadão e do seu papel na sociedade. Ainda encontramos o fato da distância entre escola e comunidade, o que torna este trabalho ainda mais difícil. É preciso, no entanto, que a cultura escolar neste país seja modificada, e que o conhecimento e a busca por ele se torna essencial em nossas vidas, somente assim podemos chegar a uma sociedade mais justa como a real Inclusão de todos. 3. Referências bibliográficas FACION, J. R. Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2008. FERNANDES, E. M. Educação para todos, saúde para todos: a urgência da adoção de um paradigma multidisciplinar nas políticas publicas de atenção a pessoas portadores de deficiências. Benjamim Constant, Rio de Janeiro, 2007. FUMEGALLI, R.C.V, Inclusão Escolar: O Desafio De Uma Educação Para Todos? Ijuí – RS 2012. Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/716/ritamono grafia.pdf?sequence=1 acesso em: 15 de janeiro de 2018. Mantoan, Maria Teresa Eglér . A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL – DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO ESCOLAR. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade – LEPED/Unicamp. disponivel em < http://www.lite.fe.unicamp.br/cursos/nt/ta1.3.htm > http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/716/ritamonografia.pdf?sequence=1 http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/716/ritamonografia.pdf?sequence=1 http://www.lite.fe.unicamp.br/cursos/nt/ta1.3.htm 8 Silva, Taiane Vieira. INCLUSÃO ESCOLAR: RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA . Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16662_8048.pdf acesso em 15 de janeiro de 2018. SILVA, Ana Paula Mesquita da; ARRUDA, Aparecida Luvizotto Medina Martins. O Papel do Professor Diante da Inclusão Escolar. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 5 – nº 1 – 2014. http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16662_8048.pdf
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