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APOSTILA CNC

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CNC 
Apostila de Comando Numérico 
Prof. Luciano Sena, M. Eng. 
luciano.sena@ifc.edu.br 
Resumo 
Introdução à programação de máquinas de usinagem utilizando a programação CNC 
VERSÃO 01062021 
Sumário 
1. Apresentação ................................................................................................................................ 4 
2. Histórico ........................................................................................................................................ 5 
3. Conceito de Comando Numérico .................................................................................................. 6 
3.1. Comando Numérico - CN .................................................................................................. 6 
3.2. Máquina Ferramenta ........................................................................................................ 6 
4. Comando Numérico Computadorizado CNC ................................................................................ 7 
4.1. Vantagens e Benefícios de Equipamentos CNC ............................................................... 7 
4.2. Manutenção ..................................................................................................................... 8 
4.2.1. Considerações: ........................................................................................................ 8 
4.2.2. Características Mecânicas ....................................................................................... 9 
4.3. Princípio Básico de Funcionamento ............................................................................... 10 
4.4. Controle do Movimento ................................................................................................. 10 
5. PROGRAMAÇÃO .......................................................................................................................... 12 
5.1. Principais recursos disponíveis num CNC ....................................................................... 12 
5.2. Linguagem do CNC ......................................................................................................... 12 
6. Sistemas de Coordenadas ........................................................................................................... 13 
6.1. Sistema de Coordenadas Absolutas ............................................................................... 14 
6.2. Sistema de Coordenadas Incrementais .......................................................................... 14 
6.3. Exemplos de Sistema de Coordenadas .......................................................................... 15 
6.4. Revisão de trigonometria ............................................................................................... 16 
6.4.1. O que é a trigonometria? ...................................................................................... 16 
6.4.2. Trigonometria no triângulo retângulo .................................................................. 17 
6.4.3. Círculo trigonométrico .......................................................................................... 18 
6.4.4. Funções trigonométricas ...................................................................................... 18 
6.4.4.1. Função seno ................................................................................................ 19 
6.4.4.2. Função cosseno ........................................................................................... 19 
6.4.5. Identidades trigonométricas ................................................................................. 19 
6.4.5.1. Relação fundamental da trigonometria ..................................................... 19 
6.4.5.2. Funções inversas ......................................................................................... 19 
6.4.5.3. Identidades associadas à simetria .............................................................. 20 
6.4.6. Usos da trigonometria .......................................................................................... 20 
7. Estruturas e Características do Programa CNC ........................................................................... 20 
7.1. Estrutura de um programa CNC ..................................................................................... 20 
7.2. Meios de elaboração de programas CNC ....................................................................... 21 
7.2.1. Linguagem de programação automática APT ....................................................... 21 
7.2.2. Linguagem EIA/ISO ................................................................................................ 21 
7.2.3. Linguagem interativa ............................................................................................ 21 
7.2.4. Produção gráfica via "CAM" (Computer Aided Manufacturing) ........................... 21 
7.3. Estrutura de um programa EIA/ISO. ............................................................................... 22 
7.3.1. Caracteres especiais .............................................................................................. 22 
7.3.2. Funções de posicionamento ................................................................................. 22 
7.3.3. Funções especiais .................................................................................................. 22 
7.3.4. Importante: ........................................................................................................... 23 
7.3.5. Sequência necessária para programação manuscrita .......................................... 23 
7.3.5.1. -Estudo do desenho da peça, final e bruta ................................................. 23 
7.3.5.2. -Processo a utilizar ...................................................................................... 23 
7.3.5.3. -Ferramental voltado ao CNC ..................................................................... 23 
7.3.5.4. -Conhecer a máquina e o sistema de programação ................................... 24 
7.4. Sistemas de interpolação ............................................................................................... 24 
7.4.1. Interpolação linear ................................................................................................ 24 
7.4.2. Interpolação Circular ............................................................................................. 24 
7.5. Listas das funções preparatórias de deslocamento ....................................................... 25 
7.6. Funções Preparatórias ( G ) ............................................................................................ 25 
7.6.1. Lista das funções preparatórias G para Comando GE Fanuc 21 i ......................... 25 
7.6.1.1. Funções opcionais - GE Fanuc 21 i .............................................................. 26 
7.6.2. Lista das funções miscelâneas .............................................................................. 26 
7.6.2.1. Lista das funções miscelâneas ou auxiliares ............................................... 26 
7.6.2.2. Funções miscelâneas ou auxiliares - GE Fanuc 21 i .................................... 26 
7.6.3. NOTA ..................................................................................................................... 27 
7.6.4. Funções de Interpolação linear e circular ............................................................. 27 
7.6.4.1. Função G00 - Posicionamento rápido (aproximação e recuo) ................... 27 
7.6.4.2. Função G01 - Interpolação linear ............................................................... 28 
7.6.4.3. Função G02 - Interpolação circular (raio) – Sentido HORÁRIO .................. 28 
7.6.4.4. Função G03 - Interpolação circular (raio) – Sentido ANTI-HORÁRIO ......... 29 
7.6.4.5. Função G04 ................................................................................................. 317.6.4.6. Função G40 - Cancela compensação do raio da ponta da ferramenta ...... 32 
7.6.4.7. Função G41 - Compensação do raio da ponta da ferramenta à esquerda.32 
7.6.4.8. Função G42 - Compensação do raio da ponta da ferramenta à direita. .... 33 
7.6.5. Exercícios ............................................................................................................... 34 
7.6.6. Ciclos fixos de usinagem ....................................................................................... 34 
7.6.6.1. Função G33 ................................................................................................. 34 
7.6.6.2. Função G74 ................................................................................................. 36 
7.6.6.3. Função G74 ................................................................................................. 37 
7.6.6.4. NOTAS: ........................................................................................................ 37 
7.6.6.5. Função G75 ................................................................................................. 37 
7.6.6.6. NOTAS: ........................................................................................................ 38 
7.6.6.7. Função G75 ................................................................................................. 38 
7.6.6.8. NOTAS: ........................................................................................................ 38 
7.6.6.9. Função G79 ................................................................................................. 39 
7.6.6.10. Função G71 ............................................................................................... 40 
7.6.6.11. NOTAS: ...................................................................................................... 40 
7.6.6.12. Exemplo de aplicação do ciclo G71 e G70 com a mesma ferramenta. .... 40 
7.6.6.13. Função G70 ............................................................................................... 41 
7.6.6.14. NOTAS: ...................................................................................................... 41 
7.6.6.15. Função G63 ............................................................................................... 41 
7.6.6.16. Exemplo de programação: ........................................................................ 41 
7.6.7. Instruções para zerar a ferramenta: ..................................................................... 42 
7.6.7.1. Funções G54 à G59 (Coordenada de trabalho – Zero peça) ....................... 42 
7.7. Cálculos para um Programa CNC .................................................................................... 43 
7.7.1. Definição dos parâmetros de corte ...................................................................... 43 
7.7.1.1. Velocidade de corte (VC) ............................................................................ 43 
7.7.1.2. Avanço (Fn) ................................................................................................. 43 
7.7.1.3. Profundidade de corte (ap)......................................................................... 43 
7.7.1.4. Potência de corte (Nc) em [CV] .................................................................. 44 
 
 
1. Apresentação 
No desenvolvimento histórico das Máquinas Operatrizes de Usinagem, sempre se procurou 
soluções que permitissem aumentar a produtividade com qualidade superior e a minimização dos 
desgastes físicos na operação das máquinas. Muitas soluções surgiram, mas, até recentemente, nenhuma 
oferecia a flexibilidade necessária para o uso de uma mesma máquina na usinagem de peças com 
diferentes configurações e em lotes reduzidos. 
Um exemplo dessa situação é o caso do torno. A evolução do torno universal, levou a criação do 
torno revólver, do torno copiador e do torno automático, com programação elétrica ou mecânica, com 
emprego de “cames”, etc. Em paralelo ao desenvolvimento da máquina, visando o aumento dos recursos 
reprodutivos, outros fatores colaboraram com a sua evolução, que foi o desenvolvimento das 
ferramentas, desde as de aço carbono, aço rápido, metal duro às modernas ferramentas com inserto de 
cerâmica. As condições de corte impostas pelas novas ferramentas exigiram das máquinas novos 
conceitos de projetos, que permitissem a usinagem com rigidez e dentro destes, novos parâmetros. Então, 
com a descoberta e consequente aplicação do Comando Numérico à Máquina Operatriz de Usinagem, 
esta preencheu as lacunas existentes nos sistemas de trabalho com sistemas de peças complexas, 
reunindo a característica de várias dessas máquinas. 
2. Histórico 
Em 1950, já se dizia em voz corrente, que a cibernética revolucionária, completamente, as 
Máquinas Operatrizes de Usinagem, mas não se sabia exatamente como. Houve tendências iniciais de 
aplicar o computador para comando de máquinas, o que, de certa forma, retardou o aparecimento do 
CN. Somente quando este caminho foi abandonado por ordem econômica, principalmente, abriu-se para 
pesquisa e o desenvolvimento do que seria o “Comando Numérico” - CN. 
No conceito “Comando Numérico”, deveremos entender “Numérico”, como significando por meio 
ou através de números. Este conceito surgiu e tomou corpo, inicialmente nos idos de 1949/50, nos 
Estados Unidos da América e, mais precisamente, no Massachussets Institute of Tecnology – MIT, quando 
sob a tutela da Parsons Corporation e da Força Aérea dos Estados Unidos, desenvolveu-se um projeto 
específico que tratava do “desenvolvimento de um sistema aplicável às máquinas-ferramentas para 
controlar a posição de seus fusos, de acordo com os dados fornecidos por computador”, ideia, contudo, 
basicamente simples. 
Entre 1955 e 1957, a Força Aérea Norte-Americana utilizou em suas oficinas máquinas CN, cujas 
ideias foram apresentadas pela “Parson Corporation”. Nesta época, várias empresas pesquisavam, 
isoladamente, o CN e sua aplicação. 
O MIT, também participou das pesquisas e apresentou um comando com entradas de dados 
através de fita magnética. 
A aplicação ainda não era significativa, pois faltava confiança, os custos eram altos e a experiência 
muito pequena. Da década de 60, foram desenvolvidos novos sistemas, máquinas fora especialmente 
projetada para receber o CN, e aumentou muito a aplicação no campo da metalurgia. Este 
desenvolvimento chega a nossos dias satisfazendo os quesitos de confiança, experiência e viabilidade 
econômica. 
A história não termina, mas abre-se novas perspectivas de desenvolvimento, que deixam de 
envolver somente Máquinas Operatrizes de Usinagem, entrando em novas áreas. 
O desenvolvimento da eletrônica aliado ao grande progresso da tecnologia mecânica garante estas 
perspectivas de crescimento. Atualmente, as palavras “Comando Numérico” são frequentemente 
entendidas como soluções de problemas de usinagem, principalmente, onde não se justifica o emprego 
de máquinas especiais. O emprego de máquinas com CN, em substituição aos controles convencionais 
está em franca expansão. 
3. Conceito de Comando Numérico 
Como definição, pode-se dizer que o Comando Numérico é um equipamento eletrônico capaz de 
receber informações através de entrada própria de dados, compilar estas informações e transmiti-las em 
forma de comando à máquina operatriz, de modo que esta, com a intervenção mínima do operador, 
realize as operações na sequência programada. 
Para se entender o princípio básico de funcionamento de uma máquina-ferramenta a Comando 
Numérico, deve-se dividi-la, genericamente, em duas partes: o Comando Numérico e a Máquina 
Ferramenta. 
3.1. Comando Numérico - CN 
O CN é composto de uma unidade de assimilação de informações recebidas através da leitora de 
fitas, disquetes, cd’s, dvd’s, entrada manual de dados, redes físicas ou sem fio, além de outros usuais. Os 
sistemas de entrada ou assimilações mais modernos podem inclusive abranger sistemas de digitalização3d. Estes sistemas estão sempre em franca modernização. 
Além desta primeira, o CN também e composto por uma unidade calculadora, na qual as 
informações recebidas são processadas e transmitidas às unidades motoras da máquina-ferramenta. 
O circuito que integra a máquina-ferramenta ao CN é denominado de interface, o qual será 
programado de acordo com as características mecânicas da máquina. 
3.2. Máquina Ferramenta 
O projeto da máquina ferramenta deverá objetivar os recursos operacionais oferecidos pelo CN. 
Quanto mais recursos oferecer, maior a versatilidade. 
O CN pode ser utilizado em qualquer tipo de máquina ferramenta. Sua aplicação tem sido maior 
nas máquinas de diferentes operações de usinagem, como tornos, fresadoras, furadeiras, mandrilhadoras 
e centros de usinagem – Figura 3.1 
Basicamente, sua aplicação deve ser efetuada em empresas que utilizem as máquinas na usinagem 
de séries médias e repetitivas ou ferramentarias, que usinam peças complexas em lotes pequenos ou 
unitários. 
 
Figura 3.1 - Fresadora de Comando Numérico 
4. Comando Numérico Computadorizado CNC 
Após o advento dos microprocessadores, as máquinas de comando numérico passaram a ser 
controladas por estes componentes, surgindo, portanto, o CNC (Comando Numérico Computadorizado 
ou do inglês Computerized Numerical Control). O CNC possui uma unidade de controle (controlador), CPU 
dedicada, capaz de interpretar o programa CN e traduzi-lo em movimentos aos eixos – Figura 4.1. 
 
Figura 4.1 – O conceito básico do CNC no trabalho com máquinas 
4.1. Vantagens e Benefícios de Equipamentos CNC 
O primeiro benefício oferecido por todas as formas de máquinas-ferramentas de CNC é a melhoria 
da automação. A intervenção direta do operador na fabricação de peças pode ser reduzida ou pode ser 
eliminada. Muitas máquinas de CNC podem rodar sozinhas durante um ciclo de usinagem inteiro, 
deixando livre o operador para fazer outras tarefas. Isto dá ao usuário de CNC alguns benefícios que 
incluem redução da fadiga do operador, menos enganos causados por erro humano, e usinagem 
consistente com tempo definido para cada peça. 
Considerando que a máquina funciona controlada por um programa CNC, o nível de habilidade 
requerida do operador de CNC (relacionada à usinagem prática manual) também é reduzida comparada 
com uma máquina-ferramenta tradicional. 
O segundo benefício principal de tecnologia de CNC é a fabricação de peças consistentes e 
precisas. As máquinas de CNC de hoje ostentam incríveis precisões e características de repetibilidade. Isto 
significa que uma vez que um programa CNC é verificado, podem ser produzidas facilmente duas, dez, ou 
mil peças idênticas com a mesma precisão e consistência. 
Um terceiro benefício oferecido pela maioria das formas de máquinas-ferramentas de CNC é a 
flexibilidade. Considerando que estas máquinas rodam programas para executar as peças desejadas, 
fabricar diferentes peças é quase tão fácil quanto carregar e rodar programas diferentes em um 
computador. Uma vez que um programa CNC tenha sido verificado e executado para uma sequência de 
produção, ele pode ser facilmente gravado para ser recarregado no futuro. Isto conduz, contudo, a outro 
benefício: rápidas mudanças na produção, flexibilidade. 
Uma vez que estas máquinas são muito fáceis de preparação e operação, e como se pode carregar 
programas facilmente, elas permitem um pequeno tempo de preparação para iniciar uma nova produção. 
Isto é imperativo com as exigências de produção "just-in-time" nas indústrias de hoje. 
A seguir são resumidas as principais vantagens: 
1. Maior versatilidade do processo. 
2. Interpolações lineares e circulares. 
3. Corte de roscas. 
4. Sistema de posicionamento controlado pelo CN de grande precisão. 
5. Redução na gama utilizável de ferramentas. 
6. Compactação do ciclo de usinagem. 
7. Menor tempo de espera. 
8. Menor movimento da peça. 
9. Menor tempo de preparação da máquina. 
10. Menor interação entre homem e máquina. 
11. Uso racional de ferramentas, face aos recursos do comando/máquina. 
12. Simplificação dos dispositivos. 
13. Aumento da qualidade do serviço. 
14. Facilidade na confecção de perfis simples e complexos, sem a utilização de modelos. 
15. Repetibilidade dentro dos limites próprios da máquina. 
16. Maior controle sobre desgaste das ferramentas. 
17. Possibilidade de correção destes desgastes. 
18. Menor controle de qualidade. 
19. Seleção infinitesimal dos avanços. 
20. Profundidade de corte controlável. 
21. Troca automática de velocidade. 
22. Redução do refugo. 
23. Menor estoque de peças em razão da rapidez de fabricação. 
24. Maior segurança do operador. 
25. Redução da fadiga do operador. 
26. Economia na utilização de operários não qualificados. 
27. Rápido intercâmbio de informações entre os setores de planejamento e produção. 
28. Uso racional do arquivo de processos. 
29. Troca rápida de ferramentas. 
4.2. Manutenção 
A responsabilidade da manutenção é iniciada com a instalação correta da máquina quanto à: 
 Localização. 
 Fundação. 
 Alimentação (elétrica, pneumática). 
A manutenção deve ser dividida em: 
 Manutenção preventiva. 
 Manutenção corretiva. 
4.2.1. Considerações: 
i) A manutenção preventiva, que é previsível, desempenha um papel fundamental nas máquinas 
a CNC, sendo que, bem dosado, permite minimizar o tempo parado em Manutenção Corretiva. 
ii) A manutenção corretiva será mais eficiente quando houver disponibilidade de: 
a. Pessoal capacitado. 
b. Equipamento correto. 
c. Peças de reposição. 
4.2.2. Características Mecânicas 
De modo geral, pode-se dizer que as máquinas operadas com o auxílio de um CNC dispõem dos 
seguintes componentes: 
1. Ball-Screw – Também chamado: fusos de esferas recirculantes – Figura 4.2. 
2. Guias de baixo atrito e baixa resistência ao desgaste, as quais demandam boa lubrificação. 
3. Motorização: 
a. Motor principal – CA. 
b. Motores de adicionamento dos eixos – CC servomotores. 
4. Sistemas automáticos de fixação- placas hidráulicas, pneumáticas, elétricas etc. 
5. Torre Automática – motor elétrico central. 
 
Figura 4.2 – Fuso de esferas recirculantes utilizado em equipamentos CNC 
 
4.3. Princípio Básico de Funcionamento 
A Figura 4.3 ilustra, de modo semelhante à Figura 4.1, o princípio básico de funcionamento de uma 
máquina CNC. Note que, neste caso, ilustra-se a atuação do CNC numa máquina que poderia ser um torno 
mecânico, por exemplo. 
 
Figura 4.3 – Princípio Básico de Funcionamento 
A entrada de dados envia as informações para o comando, que envia sinais para o servo motor e 
para o conversor e é retroalimentado pelos encoder – Figura 4.4 – e pelo tacômetro. 
 
Figura 4.4 – Encoder rotativo básico 
4.4. Controle do Movimento 
A função mais básica de qualquer máquina de CNC é o controle do movimento de forma 
automático, preciso e consistente. Todos os tipos de equipamento de CNC possuem duas ou mais direções 
de movimento, chamados eixos. Estes eixos podem ser posicionados precisamente e automaticamente 
ao longo de seus cursos. Os dois principais tipos de eixo são: 
 
 lineares (conduzidos ao longo de uma trajetória reta) e 
 rotativos (conduzidos ao longo de um caminho circular). 
 
Em vez de produzir movimentos girando manivelas e volantes manualmente como é feito em 
máquinas-ferramentas convencionais, as máquinas de CNC permitem movimentos a partir de servo-
motores controlados pelo equipamento CNC e determinados pelo “programa-peça”. 
De forma genérica os tipos de movimento (rápido, linear e circular), a sequência de movimentos e 
os parâmetros de usinagem (avanço e velocidade de corte) podem ser programados em quase todos os 
tipos de máquinas-ferramentas CNC. 
A Figura 4.5 mostra o controle do movimento em uma máquina-ferramenta convencional, a qual 
é feita mediante o giro de uma manivela. A precisão do posicionamento é feita pelo operador que conta 
o número de voltas da manivela mais o número de graduações no volante. 
 
Figura4.5 - A movimentação em uma máquina-ferramenta convencional. 
A Figura 4.6 exibe a composição de um eixo linear de uma máquina-ferramenta CNC: O servo-
motor é acionado dando o movimento linear ao eixo através de um fuso de esfera. Um dispositivo de 
realimentação confirma que o fuso girou na quantidade desejada. 
 
Figura 4.6 – O CNC toma a posição através do programa CN. 
Entre os componentes básicos de um equipamento CNC está o fuso de esfera recirculante 
responsável pela transmissão do movimento circular para movimento retilíneo, isento de folgas. A Figura 
4.2 ilustra este tipo de fuso. 
5. PROGRAMAÇÃO 
Um programa de comando numérico pode ser definido como uma sequência lógica de 
informações para a usinagem de uma peça. Esta sequência deve ser escrita em códigos apropriados, de 
modo que o CNC interprete e emita os dados necessários à máquina, para que esta execute a operação 
programada. 
5.1. Principais recursos disponíveis num CNC 
De modo geral, uma máquina CNC dispõe dos seguintes recursos: 
 
 Vídeo para o perfil da peça e visualização do campo de trabalho da ferramenta. 
 Compensação do raio do inserto. 
 Programação de áreas de segurança. 
 Programação de quaisquer contornos. 
 Programação de velocidade de corte constante. 
 Programação com subprogramas. 
 Comunicação direta com o operador através do vídeo. 
 Sistema de autodiagnóstico. 
 Programação absoluta ou incremental nos deslocamentos. 
 Memorização dos programas por entrada manual de dados, fita perfurada ou por fita 
magnética. 
 Programação em milímetros ou polegadas. 
 
Saliente-se que estes itens podem variar de máquina para máquina. 
5.2. Linguagem do CNC 
De modo geral, pode-se fazer as seguintes considerações sobre os programas CNC: 
 
 O programa contém um cabeçalho, no qual costuma-se incluir diversas funções modais, 
com as definições gerais das operações a serem executadas. 
 Pode-se programar diretamente ou através de periféricos (leitora de fitas, disquetes, 
cd/dvd, cabos, redes sem fio, microcomputadores etc.). 
 Todo programa é constituído de blocos de informações, e estes terminam sempre com 
um código “EOB” (End of Block) no final de cada bloco, representado normalmente pelo 
sinal “; “ ou “ pelo sinal “ # ”. 
 O comando executa as FUNÇÕES na ordem correta, independente da forma na qual 
elas aparecem escritas dentro do bloco. 
6. Sistemas de Coordenadas 
Para determinar a sequência de posições e movimentos da ferramenta de corte em relação a peça 
trabalhada, é necessário estabelecer um sistema de coordenada padrão pelo qual as posições relativas 
serão especificadas. Usando uma fresadora como da Figura 6.1, como exemplo, o mandril de fixação da 
ferramenta de corte está fixo na posição vertical e a mesa movida é controlada em relação ao mandril. 
No entanto, por facilidade, é adotado o ponto de vista que a mesa está estacionária e o mandril move-se 
relativamente a esta. Consequentemente o sistema coordenado de eixos é estabelecido em relação à 
mesa da máquina (Groover e Zimmers, 1984). 
 
Figura 6.1 – Os seis principais eixos em comando numérico (Bedworth et al. 1991). 
Toda geometria da peça é transmitida ao comando com o auxílio de um sistema de coordenadas 
cartesianas – Figura 6.2. 
O sistema de coordenadas é definido no plano formando pelo cruzamento de uma linha paralela 
ao movimento longitudinal (z), com uma linha paralela ao movimento transversal (x). 
Todo movimento da ponta da ferramenta é descrito neste plano XZ, em relação a uma origem pré-
estabelecida (X0, Z0). Lembrar que X é sempre a medida do diâmetro. 
 
Figura 6.2 – Sistema de Coordenadas Cartesianas 
A origem (X0,Z0) pode ser estabelecida de duas maneiras diferentes, a saber: 
 
1. O sistema de coordenadas absolutas e 
2. O sistema de coordenadas incrementais. 
 
Note-se que o sistema o sistema pode se tornar tridimensional, se adicionado um eixo Y, normal 
ao plano X,Z e com mesma origem. 
6.1. Sistema de Coordenadas Absolutas 
Neste sistema, a origem é estabelecida em função da peça a ser executada, ou seja, podemos 
estabelecê-la em qualquer ponto do espaço para facilidade de programação. Este processo é denominado 
de “zero flutuante” – Figura 6.3. 
Como vimos, a origem do sistema é fixada como sendo os pontos X0, Z0. 
O ponto X0 é definido pela linha de centro do eixo-árvore. O ponto Z0 é definido por qualquer 
linha perpendicular à linha de centro do eixo- árvore. 
 
Figura 6.3 – Sistema de Coordenadas Absolutas 
Observação: 
O sinal positivo ou negativo introduzido na dimensão a ser programada é dado pelo quadrante, 
onde a ferramenta está situada – Figura 6.4. 
 
Figura 6.4 – Estudo de sinais em usinagem CNC 2d 
6.2. Sistema de Coordenadas Incrementais 
A origem deste sistema é estabelecida para cada movimento da ferramenta. 
Após qualquer deslocamento haverá uma nova origem, ou seja, para qualquer ponto atingido pela 
ferramenta, a origem das coordenadas passará a ser o ponto alcançado. 
Todas as medidas são feitas através da distância a deslocar-se. 
Se a ferramenta se desloca de um ponto A até B (dois pontos quaisquer), as coordenadas a serem 
programadas serão as distâncias entre os dois pontos, medidas (projetadas) em X e Z. 
 
Figura 6.5 – Sistema de Coordenadas Incrementais 
Nota-se que o ponto A é a origem do deslocamento para o ponto B; e B será a origem para um 
deslocamento até um ponto C, e assim sucessivamente. 
6.3. Exemplos de Sistema de Coordenadas 
A Figura 6.6 apresenta uma peça onde supõe-se que o percurso da ferramenta será contínuo de A 
até E, sequencialmente. 
O programa terá que definir as coordenadas das metas dos seguimentos do percurso, e isto pode 
ser feito tanto usando o sistema absoluto como o incremental. 
 
 
Figura 6.6 – Origem do Sistema de Coordenadas Absolutas 
A Tabela 6.1a seguir demonstras os valores dos deslocamentos entre pontos, para as coordenadas 
absolutas e para a incrementais. É no programa que se define as coordenadas das metas dos segmentos 
do percurso e isto pode ser feito tanto usando o sistema "ABSOLUTO" como o "INCREMENTAL". 
Tabela 6.1 – Valores dos deslocamentos entre pontos, para as coordenadas absolutas e para a incrementais. 
MOVIMENTO COORDENADAS 
ABSOLUTAS 
COORDENADAS 
INCREMENTAIS 
PARTIDA META EIXO DIREÇÃO 
De 
A 
B 
C 
D 
Para 
B 
C 
D 
E 
X 
80 
50 
30 
0 
Z 
20 
20 
30 
30 
X 
0 
-30 
-20 
-30 
Z 
20 
0 
10 
0 
 
O programa terá que definir as coordenadas das metas dos segmentos do percurso e isto pode ser 
feito tanto usando o sistema "ABSOLUTO" como o "INCREMENTAL". 
6.4. Revisão de trigonometria 
A trigonometria é a área da matemática que estuda a relação entre a medida dos lados de um 
triângulo e seus ângulos. Temos como principais razões trigonométricas o seno, o cosseno e a tangente, 
estudados também nos ciclos trigonométricos – Figura 6.7. 
 
Figura 6.7 - Razões trigonométricas no triângulo retângulo e ângulos notáveis. 
Há as identidades trigonométricas, que relacionam as razões trigonométricas entre si. O estudo da 
trigonometria, quando feito de forma mais aprofundada, ocorre com base nas funções trigonométricas 
— função seno e função cosseno da Figura 6.7. 
6.4.1. O que é a trigonometria? 
Ainda que o triângulo seja o polígono mais simples, ele é amplamente estudado. A trigonometria 
é a área da matemática que estuda e analisa a relação entre os lados dos triângulos e os seus ângulos. 
Acontece que foi percebido que um triângulo com um ângulo medindo α sempre possui os lados 
proporcionais entre si, o que permitiu uma grande evolução no estudo de triângulos. 
A trigonometria é comumente usada para encontrar valores desconhecidos de um triângulo 
retângulo, sendo aplicável em problemas no cotidiano. Esse estudo iniciou-se há muitos anos com os 
gregos e egípcios aplicando trigonometria nas navegações e astronomia. 
6.4.2. Trigonometria no triângulo retângulo 
A trigonometria teve seus primeiros estudos relacionados ao triânguloretângulo, e só 
posteriormente foi estudada no círculo trigonométrico e aplicada em outras situações. As razões 
trigonométricas no triângulo retângulo são conhecidas como cosseno, seno e tangente, sendo que cada 
uma deve ser aplicada em determinada situação, relacionando os lados do triângulo retângulo. 
 
Na trigonometria é essencial lembrar que os lados do triângulo são nomeados, o lado de frente ao 
ângulo de 90º é sempre a hipotenusa, ou seja, o maior lado do triângulo. 
 
Note que, na imagem, a hipotenusa é o lado c. 
Já os lados a e b são conhecidos como catetos, quando analisamos as posições desses lados em 
relação aos ângulos β e α, eles recebem nomes especiais. Quando um lado está em frente ao ângulo, ele 
é conhecido como cateto oposto, na imagem, o lado b é cateto oposto em relação ao ângulo β, e o lado 
a é oposto ao ângulo α, então, ser oposto ou não depende do ângulo que estamos estudando. 
O cateto que, junto à hipotenusa, forma o ângulo é conhecido como cateto adjacente. Note que o 
ângulo α é formado pela hipotenusa e pelo cateto b, logo, b é cateto adjacente ao ângulo α. 
Analogamente, o lado a é cateto adjacente do ângulo β. 
Conhecendo cada um dos lados do triângulo, as razões trigonométricas são: 
 
 
 
Assim, para resolver problemas envolvendo a trigonometria, é necessário sempre identificar qual 
das razões deve ser aplicada naquele contexto, para isso, basta analisar quais são os dois lados envolvidos 
em relação ao ângulo. 
Durante o estudo dessas razões trigonométricas, surge o que chamamos de ângulos notáveis. Os 
ângulos notáveis são ângulos comuns em problemas matemáticos, e os valores do seno, cosseno e 
tangente devem ser conhecidos. 
 
É preciso entender que os lados de um triângulo retângulo sempre serão proporcionais aos valores 
da tabela quando trabalhamos com ângulos notáveis. Quando o problema envolve um ângulo que não 
seja um dos três ângulos notáveis, podemos consultar a tabela trigonométrica para resolvê-lo. 
6.4.3. Círculo trigonométrico 
Utilizamos o plano para representar os valores de seno e cosseno para determinados ângulos. O 
círculo ou ciclo trigonométrico auxilia no trabalho com ângulos maiores que 90º. O desenvolvimento da 
trigonometria no ciclo permitiu perceber que existem ângulos simétricos aos ângulos do primeiro 
quadrante, o que alavancou os estudos da área, e, inclusive, a análise de uma função trigonométrica só é 
possível por conta da trigonometria no círculo. 
Para construir-se o círculo trigonométrico, basta um círculo de raio 1. No eixo horizontal, temos 
os valores do cosseno do ângulo, já no eixo vertical, temos os valores do seno do ângulo. 
 
Note então que os valores do seno e do cosseno para os ângulos notáveis e os ângulos simétricos 
a eles são representados como um par ordenado (cosseno, seno). 
6.4.4. Funções trigonométricas 
Temos como principais funções trigonométricas: seno e cosseno. Elas são conhecidas como 
funções periódicas porque, de período em período, o gráfico comporta-se de forma simétrica. 
Quando construímos o ciclo trigonométrico, é possível, para todo valor de x no intervalo [0, 2π], 
encontrar um ponto que represente esse valor. Sendo assim, cada número é associado a um ponto no 
plano trigonométrico. 
 Função seno 
Dado um número x pertencente ao conjunto dos números reais e A como o ponto que representa 
sua imagem no ciclo trigonométrico, definimos como função seno a função descrita pela lei de formação 
f(x) = sen (x), com domínio e contradomínio em R. 
O valor de x é o ângulo, podendo ser trabalhado em radianos ou em graus. O gráfico da função 
seno é conhecido como senoide. 
 
Analisando o gráfico, note que a imagem da função está sempre contida no intervalo [-1,1], já que 
o valor do seno nunca ultrapassa 1. Isso se deve ao fato da construção do círculo trigonométrico ter raio 
1. Note que, após 2π, o gráfico volta ao mesmo comportamento. 
 Função cosseno 
A função cosseno está definida nos mesmos parâmetros que a função seno, é uma função de R em 
R, cuja lei de formação é f (x) = cos (x). A diferença está somente nas imagens para os valores de x, e, 
ainda, a função cosseno tem um comportamento cíclico muito parecido com a função seno, com imagem 
limitada ao intervalo [-1, 1]. Seu gráfico é conhecido como cossenoide. 
 
6.4.5. Identidades trigonométricas 
As identidades trigonométricas são fórmulas que relacionam as razões trigonométricas. Essas 
identidades são utilizadas para resolução de problemas envolvendo trigonometria. 
 Relação fundamental da trigonometria 
Relaciona os valores do seno e do cosseno dado um mesmo ângulo, com base no teorema de 
Pitágoras. 
sen²x + cos² x = 1 
 Funções inversas 
São conhecidas, respectivamente, como cossecante, secante e cotangente e são identidades 
importantes da trigonometria. 
 
 Identidades associadas à simetria 
Devido à simetria das funções, temos que: 
 sen ( -x) = -sen (x) 
 cos (-x) = cos (x) 
 tan (-x) = -tan (x) 
6.4.6. Usos da trigonometria 
A trigonometria pode ser aplicada em qualquer situação que envolva triângulos, retângulos ou 
não. Nos triângulos não retângulos, utilizamos o que conhecemos como lei dos senos e lei dos cossenos. 
Há aplicações em diversas situações de cálculo de distâncias inacessíveis, e aplicações para o estudo de 
ondas utilizando-se as funções seno e cosseno. 
Ao longo da história, as primeiras aplicações da trigonometria que se destacam foram nas 
navegações e também na astronomia. Hoje existem aplicações dela nas engenharias, arquitetura, 
programação, no estudo de movimentos na física (como movimento inclinado, força de atrito, e qualquer 
situação que envolva vetores), entre outras áreas. 
Na programação CNC, a trigonometria é essencial, dadas as trajetórias descritas nas 
movimentações desenvolvidas. 
7. Estruturas e Características do Programa CNC 
Ao término desta unidade você conhecerá as principais linguagens e formas de programação para 
máquinas à CNC, assim como, a estrutura de programação para tornos CNC utilizando a Norma ISO 6983, 
e será capaz de identificar um programa elaborado na linguagem EIA/ISO. 
7.1. Estrutura de um programa CNC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2. Meios de elaboração de programas CNC 
São diversos os meios de elaboração de programas CNC, sendo os mais usados: 
7.2.1. Linguagem de programação automática APT 
No surgimento do CN, no início dos anos 50, a primeira linguagem de programação utilizada foi a 
APT (Automatic Programmed Tool). Atualmente só é utilizada como ferramenta auxiliar na programação 
de peças com geometrias muito complexas, principalmente para máquinas de 4 e 5 eixos. 
A linguagem APT é uma linguagem de alto nível. 
7.2.2. Linguagem EIA/ISO 
Linguagem de códigos, também conhecida como códigos G. É na atualidade a mais utilizada 
universalmente, tanto na programação manual, como na programação gráfica, onde é utilizado o CAM. 
Os códigos EIA/ISO foram criados antes mesmo do aparecimento das máquinas CNC, eles eram 
usados nos escritórios em máquinas de escrever automáticas que utilizavam cartões perfurados. 
A linguagem EIA/ISO é considerada de baixo nível. 
7.2.3. Linguagem interativa 
Programação por blocos parametrizados, possui blocos prontos e não usa códigos. 
Ex. linguagem MAZATROL aplicando às máquinas MAZAK. 
7.2.4. Produção gráfica via "CAM" (Computer Aided Manufacturing) 
Não é mais uma linguagem de programação e sim uma forma de programar em que o programador 
deverá possuir os conhecimentos de: processos de usinagem; materiais; ferramentas e dispositivos para 
usinagem; informática para manipulação de arquivos; máquinas (avanços, rotações e parâmetros); 
domínio de um software de CAD e um de CAM. 
Descrevendo de uma maneira simplificada, apenas para fácil entendimento, o programador entra 
com o desenho da peça, que pode ser feito no próprio CAM ou em desenhos recebidos do CAD (Computer 
Aided Design), define matéria-prima (tipo e dimensões), ferramentas e demais parâmetrosde corte, 
escolhe o pós-processador de acordo com a máquina que fará a usinagem e o software de CAM se 
encarregará de gerar o programa, utilizando os códigos da linguagem EIA/ISO. 
7.3. Estrutura de um programa EIA/ISO. 
O programa CNC é constituído de: 
 Caracteres: É um número, letra ou símbolo com algum significado para o Comando. 
(Exemplo:2, G, X, /, A, T). 
 Endereços: É uma letra que define uma instrução para o comando. (Exemplo: G, X, Z, F). 
 Palavras: É um endereço seguido de um valor numérico. (Exemplo:G01 X25 F0.3). 
 Bloco de Dados: É uma série de palavras colocadas numa linha, finalizada pelo caractere; 
(Exemplo: G01 X54 Y30 F.12;) 
 Programa: É uma série de blocos de dados (Finalizada por M30). 
7.3.1. Caracteres especiais 
 (;) - Fim de bloco: (EOB - End Of Block). Todo bloco deve apresentar um caractere que 
indique o fim do bloco. 
 ( ) - Comentário: Os caracteres parênteses permitem a inserção de comentários. Os 
caracteres que vierem dentro de parênteses são considerados comentários e serão 
ignorados pelo comando. 
7.3.2. Funções de posicionamento 
O comando trabalha em milímetros para palavras de posicionamento com ponto decimal. 
 Função X – Aplicação: Posição no eixo transversal (absoluta) X20 ; ou X-5 ; 
 Função Z – Aplicação: Posição no eixo longitudinal (absoluta) Z20 ; ou Z-20 ; 
 Função U – Aplicação: Posição no eixo transversal (incremental) U5 ; ou U-5 ; (Usado em 
programação feita em coordenadas absolutas) 
 Função W – Aplicação: Posição no eixo longitudinal (incremental) W5 ; ou W-5 ; (Usado em 
programação feita em coordenadas absolutas) 
7.3.3. Funções especiais 
 Função O (usada no comando GE Fanuc 21i) Todo programa ou sub-programa na memória 
do comando é identificado através da letra “O” composto por até 4 digitos, podendo variar 
de 0001 até 9999. Para facilitar a identificação do programa, recomenda-se inserir um 
comentário, observando-se o uso dos parênteses. Ex.: O5750 (Flange do eixo traseiro); 
 Função N Define o número da sequência. Cada sequência de informação pode ser 
identificada por um número de um a quatro dígitos, que virá após a função N. Esta função 
é utilizada em desvios especificados em ciclos, e em procura de blocos. Exemplo: 
 
N50 G01 X10 ; 
N60 G01 Z10 ; 
Não é necessário programar o número de sequência em todos os blocos de dados A 
sequência aparecerá automaticamente após a inserção de cada bloco de dados, a não ser 
que seja feita uma edição fora da sequência do programa ou após sua edição completada. 
 Função F – Geralmente nos tornos CNC utiliza-se o avanço em mm/rotação, mas este 
também pode ser utilizado em mm/min. O avanço é um dado importante de corte e é 
obtido levando-se em conta o material, a ferramenta e a operação a ser executada. F0.3 ; 
ou F.3 ; 
 Função T – A função T é usada para selecionar as ferramentas informando à máquina o 
seu zeramento (PRE-SET), raio do inserto, sentido de corte e corretores. Programa-se o 
código T acompanhado de no máximo quatro dígitos. Os dois primeiros dígitos definem a 
localização da ferramenta na torre e seu zeramento (PRE-SET), e os dois últimos dígitos 
definem o número do corretor de ajustes de medidas e correções de desgaste do inserto. 
Exemplo: T0202 ; Podem-se programar até 12 ferramentas e 32 corretores. O giro de torre 
e o movimento dos carros não podem estar no mesmo bloco que a função T, ela deve ser 
programada em uma linha de maneira isolada. 
7.3.4. Importante: 
O raio do inserto (R) e a geometria da ferramenta (T) devem ser inseridos somente na página de 
geometria de ferramentas. 
7.3.5. Sequência necessária para programação manuscrita 
A seguir é descrita a sequência necessária para uma programação manuscrita usada na 
programação de máquinas CNC. 
Os eventos a serem analisados são os seguintes: 
 -Estudo do desenho da peça, final e bruta 
O programador deve ter habilidade para comparar o desenho (peça pronta), com a dimensão 
desejada na usinagem com máquina de comando numérico computadorizado. 
Há necessidade de uma análise sobre a viabilidade da execução da peça, levando-se em conta as 
dimensões exigidas, o sobremetal existente da fase anterior, o ferramental necessário, a fixação da peça, 
zero peça e etc. 
 -Processo a utilizar 
É necessário haver uma definição das fases de usinagem para cada peça a ser executada, 
estabelecendo-se assim, o sistema de fixação adequada à usinagem. 
 -Ferramental voltado ao CNC 
A escolha do ferramental é importantíssima, assim como a sua posição na torre. É necessário que 
o ferramental seja colocado de tal forma que não haja interferência entre si e com o restante da máquina. 
Um bom programa depende muito da escolha do ferramental adequado e da fixação deste, de modo 
conveniente. 
 -Conhecer a máquina e o sistema de programação 
São necessários tais conhecimentos por parte do programador, para que este possa enquadrar as 
operações de modo a utilizar todos os recursos da máquina e do comando, visando sempre minimizar os 
tempos e fases de operações, e ainda assim garantir a qualidade do produto. 
7.4. Sistemas de interpolação 
Existem dois sistemas de interpolação, comumente utilizados na programação CNC 
7.4.1. Interpolação linear 
A trajetória programada em uma sentença é percorrida com uma orientação linear, de qualquer 
ângulo, com qualquer velocidade de avanço ( entre 1 a 5000 mm/min ). 
Conhecido o ponto de partida “A”, pode-se atingir qualquer ponto “B”, com um avanço 
estabelecido, sempre em movimentação retilíneo. 
Pode-se usinar qualquer perfil cônico, isto é, pode-se estabelecer uma usinagem cônica de 
qualquer ângulo. 
 
7.4.2. Interpolação Circular 
A trajetória da ferramenta é percorrida com uma orientação circular, com qualquer raio, nos 
sentidos horário e anti-horário, e com qualquer velocidade entre 1 a 5000 mm/min. 
Algumas informações são necessárias para a programação de arcos, tais como: 
 ponto final do arco, 
 sentido do arco, 
 centro do arco (pólo) 
Pode-se programar qualquer tipo de círculo, formando ou não quadrantes perfeitos: 
 
7.5. Listas das funções preparatórias de deslocamento 
Aas principais funções preparatórias de programação para máquinas CNC são mostradas a seguir. 
7.6. Funções Preparatórias ( G ) 
As funções preparatórias indicam ao comando o modo de trabalho, ou seja, indicam à máquina o 
que fazer, preparando-a para executar um tipo de operação, ou para receber uma determinada 
informação. Essas funções são dadas pela letra G, seguida de um número formado por dois dígitos (de 00 
a 99 no caso do comando GE Fanuc 21i). 
As funções podem ser: 
MODAIS – São as funções que uma vez programadas permanecem na memória do comando, 
valendo para todos os blocos posteriores, a menos que modificados ou cancelados por outra função da 
mesma família. 
NÃO MODAIS – São as funções que todas as vezes que requeridas, devem ser programadas, ou 
seja, são válidas somente no bloco que as contém. 
7.6.1. Lista das funções preparatórias G para Comando GE Fanuc 21 i 
 G00 - Avanço rápido 
 G01 - Interpolação linear 
 G02 - Interpolação circular horária 
 G03 - Interpolação circulara anti-horária 
 G04 - Tempo de permanência 
 G20 – Referência de unidade de medida (polegada) 
 G21 – Referência de unidade de medida (métrico) 
 G28 – Retorna eixos para referência de máquina 
 G33 – Ciclo de roscamento 
 G40 – Cancela compensação do raio da ferramenta 
 G41 – Ativa compensação do raio da ferramenta (esquerda) 
 G42 – Ativa compensação do raio da ferramenta (direita) 
 G63 - Zeramento de ferramentas utilizando o Leitor de posição (TOOL EYE) 
 G70 – Ciclo de acabamento 
 G71 – Ciclo automático de desbaste longitudinal 
 G72 – Ciclo automático de desbaste transversal 
 G73 – Ciclo automático de desbaste paralelo ao perfil final 
 G74 – Ciclo de furação / torneamento 
 G75 – Ciclo de canais / faceamento 
 G76 – Ciclo de roscamento automático 
 G77 – Ciclo de torneamento paralelo / cônico 
 G78– Ciclo de roscamento semiautomático 
 G79 – Ciclo de faceamento paralelo / cônico 
 G90 - Sistema de coordenadas absolutas 
 G91 - Sistema de coordenadas incrementais 
 G92 - Estabelece limite de rotação (RPM) 
 G94 - Estabelece avanço x / minuto 
 G95 - Estabelece avanço x / rotação 
 G96 - Estabelece programação em velocidade de corte constante 
 G97 - Estabelece programação em RPM 
 Funções opcionais - GE Fanuc 21 i 
 C - Posicionamento angular do eixo árvore 
 G10 - Gerenciador de vida da ferramenta 
 G22 - Área de segurança 
 G37 - Sistema de compensação automática de ferramenta 
 G54 à G59 - Referência de coordenada de trabalho 
 G65 - Macro B 
 G80 – Cancela ciclos de furação 
 G83 - Ciclo de furação 
 G85 - Ciclo de mandrilar 
7.6.2. Lista das funções miscelâneas 
 Lista das funções miscelâneas ou auxiliares 
 M00 - Parada de programa 
 M01 - Parada de programa opcional 
 M02 - Final de programa 
 M03 - Gira eixo árvore sentido horário 
 M04 - Gira eixo árvore sentido anti-horário 
 M05 - Parada do eixo árvore 
 M08 - Liga refrigeração 
 M09 - Desliga refrigeração 
 M30 - Final de programa e retorno 
 Funções miscelâneas ou auxiliares - GE Fanuc 21 i 
 M18 - Cancela modo posicionamento eixo árvore 
 M19 - Eixo árvore em modo posicionamento 
 M20 - Aciona alimentador de barras 
 M21 - Para alimentador de barras 
 M24 - Placa travada 
 M25 - Placa destravada 
 M26 - Retrai a manga do cabeçote móvel 
 M27 - Avança manga do cabeçote móvel 
 M36 - Abre porta automática do operador 
 M37 - Fecha porta automática do operador 
 M38 - Avança aparador de peças 
 M39 - Retrai aparador de peças 
 M40 - Seleciona modo operação interna da placa 
 M41 - Seleciona modo operação externa da placa 
 M42 - Liga limpeza de placa 
 M43 - Desliga limpeza de placa 
 M45 - Liga sistema limpeza cavacos proteções 
 M46 - Desliga sistema limpeza cavacos proteções 
 M49 - Troca de barra 
 M50 - Retrai leitor de posição de ferramenta (Tool Eye) 
 M51 - Avança leitor de posição de ferramenta (Tool Eye) 
 M76 - Contador de peças 
 M86 - Liga o transportador de cavacos 
 M87 - Desliga o transportador de cavacos 
 M98 - Chamada de um sub-programa 
 M99 - Retorno de um sub-programa 
7.6.3. NOTA 
Para comandos de fabricantes diferentes uma mesma função pode ter significados diferentes, mas 
a maioria das funções, o seu significado é comum a quase todos os comandos. 
7.6.4. Funções de Interpolação linear e circular 
A seguir, são apresentadas as funções de interpolação linear e circular usadas no torno CNC com 
suas respectivas sintaxes. 
 Função G00 - Posicionamento rápido (aproximação e recuo) 
Os eixos movem-se para a meta programada com a maior velocidade de avanço disponível na 
máquina. Na linha GALAXY essa velocidade é de 18 m/min no eixo X e 24 m/min no eixo Z e é processado 
inicialmente à 45º até uma das metas “X” ou “Z” programadas, para depois deslocar-se em um só eixo até 
o ponto final desejado. 
Sintaxe: 
G0 X_ _ _ Z_ _ _ ; 
onde: 
 X = coordenada a ser atingida (valores em diâmetro) 
 Z = coordenada a ser atingida (comprimento) 
A função G0 é um comando modal. Esta função cancela e é cancelada pelas funções G01, G02 e 
G03. 
 Função G01 - Interpolação linear 
Com esta função obtém-se movimentos retilíneos entre dois pontos programados com qualquer 
ângulo, calculado através de coordenadas e com um avanço (F) pré-determinado pelo programador. Esta 
função é um comando modal, que cancela e é cancelada pelas funções G00, G02 e G03. 
Sintaxe: 
G1 X_ _ _ Z_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 X = coordenada a ser atingida (valores em diâmetro) 
 Z = coordenada a ser atingida (comprimento) 
 F = avanço de trabalho (mm/rotação) 
 
 
 Função G02 - Interpolação circular (raio) – Sentido HORÁRIO 
Esta função executa operação de usinagem de arcos pré-definidos através de uma movimentação 
apropriada e simultânea dos eixos. Esta função G02 é um comando não-modal, que cancela e é cancelada 
pelas funções G00, G01 e G03. 
Sintaxe: 
G2 X_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ ; 
ou 
G2 X_ _ _ Z_ _ _ I_ _ _ K_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 X = posição final do arco 
 Z = posição final do arco 
 R = valor do raio 
 I = coordenada do centro do arco 
 K = coordenada do centro do arco 
 F = avanço de trabalho (opcional) 
 
 Função G03 - Interpolação circular (raio) – Sentido ANTI-HORÁRIO 
Esta função executa operação de usinagem de arcos pré-definidos através de uma movimentação 
apropriada e simultânea dos eixos. Esta função G03 é um comando não-modal, que cancela e é cancelada 
pelas funções G00, G01 e G02. 
Sintaxe: 
G3 X_ _ _ Z_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ ; 
ou 
G3 X_ _ _ Z_ _ _ I_ _ _ K_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 X = posição final do arco 
 Z = posição final do arco 
 R = valor do raio 
 I = coordenada do centro do arco 
 K = coordenada do centro do arco 
 F = avanço de trabalho (opcional) 
Observações: 
Na programação de um arco devem-se observar as seguintes regras: 
 O ponto de partida do arco é o início da ferramenta. 
 Programa-se o sentido de interpolação circular G02 ou G03 (horário ou anti-horário). 
 Juntamente com o sentido da interpolação programa-se as coordenadas do ponto final do 
arco com X e Z. 
 Juntamente com o sentido do arco e as coordenadas finais, programa-se a função R (valor 
do raio), ou então, as funções I e K (coordenadas do centro do arco). 
7.6.4.4.1. Função R - Arco definido por raio 
É possível programar “interpolação circular” até 180º com o auxílio da função R, discriminando o 
valor do raio sempre com sinal positivo. 
7.6.4.4.2. Função I e K - Arco definido por centro polar 
As funções I e K definem a posição do centro do arco, onde: 
 I é paralelo ao eixo X. 
 K é paralelo ao eixo Z. 
7.6.4.4.3. NOTAS: 
As funções I e K são programadas tomando-se como referência, a distância do ponto de início da 
ferramenta ao centro do arco, dando o sinal correspondente ao movimento. 
A função “I” deve ser programada em raio. Caso não seja possível fazer o arco o comando acusará 
erro. 
7.6.4.4.4. Exemplo de aplicação de G02 e G03. 
Exemplo de aplicação de G02 e G03 com a função R: 
 
Sentido de usinagem adotado 1; 2; 3; 4 
 
 O0003 (Exercício 03); 
 N10 G21 G40 G90 G95; 
 N20 G0 X300 Z300 T00; 
 N30 T0101 (acabamento); 
 N40 G54; 
 N50 G96 S220; 
 N60 G92 S3500 M4; 
 N70 G0 X0 Z65; 
 N80 G1 Z60 F.5; 
 N90 X34 F.2; 
 N100 G3 X54 Z50 R10; 
 N110 G1 Z40; 
 N120 G2 X70 Z32 R8; 
 N130 G1 X74; 
 N140 X80 Z29; 
 N150 X85; 
 N160 G0 X300 Z300 T00; 
 N130 M30; 
7.6.4.4.5. Exemplo de aplicação de G02 e G03 com a função I e K: 
 
Sentido de usinagem adotado 1; 2; 3; 4 
 
 O0003 (Exercício 03); 
 N10 G21 G40 G90 G95; 
 N20 G0 X300 Z300 T00; 
 N30 T0101 (acabamento); 
 N40 G54; 
 N50 G96 S220; 
 N60 G92 S3500 M4; 
 N70 G0 X0 Z65; 
 N80 G1 Z60 F.5; 
 N90 X34 F.2; 
 N100 G3 X54 Z50 I0 K-10; 
 N110 G1 Z40; 
 N120 G2 X70 Z32 I8 K0; 
 N130 G1 X74; 
 N140 X80 Z29; 
 N150 X85; 
 N160 G0 X300 Z300 T00; 
 N130 M30; 
 Função G04 
Aplicação: Tempo de permanência. 
Entre um deslocamento e outro da ferramenta, pode-se programar um determinado tempo de 
permanência da mesma. A função G4 executa uma permanência, cuja duração é definida por um valor 
“P”, “U” ou “X” associado, que define o tempo gasto em segundos. 
A função G04 requer: 
G04 X_ _ _ ; (segundos) 
ou 
G04 U_ _ _ ; (segundos) 
ou 
G04 P_ _ _ ; (milésimos de segundos) 
 
 Função G40 - Cancela compensação do raio da ponta da ferramenta 
A função G40 deve ser programada para cancelar as funções previamente solicitadas como G41 e 
G42. Esta função, quando solicitada pode utilizar o bloco posterior para descompensar o raio do inserto 
programado na página “offset” da máquina, utilizando avanço de trabalho G01. 
A função G40 é um código MODAL e está ativa quando o comando é ligado. O ponto comandado 
para trabalho encontra-se no vértice entre os eixos X e Z. 
 
 Função G41 - Compensação do raio da ponta da ferramenta à esquerda.A função G41 seleciona o valor da compensação do raio da ponta da ferramenta, estando a mesma 
à esquerda da peça a ser usinada, vista na direção do curso de corte. 
A função de compensação deve ser programada em um bloco exclusivo, seguido por um bloco de 
aproximação com avanço de trabalho (G01). Neste bloco de aproximação, a compensação do raio da 
ferramenta é interpolada dentro deste movimento, o qual, recomenda-se, seja feito sem corte de 
material. 
O lado de corte “T” e o raio “R” da ponta da ferramenta devem ser informados na página de 
geometria da ferramenta “offset” da máquina. 
A função G41 é MODAL, portanto, cancela e é cancelada pela G40. 
 Função G42 - Compensação do raio da ponta da ferramenta à direita. 
Esta função é similar a função G41, exceto que a direção de compensação é a direita, vista em 
relação ao sentido do curso de corte. 
A função G42 é MODAL, portanto, cancela e é cancelada pela G40. 
Códigos para compensação do raio da ferramenta 
 
 
7.6.4.8.1. Raio da ponta da ferramenta 
OBS : O lado de corte - T e o raio da ponta ferramenta – R - devem ser informados na página de 
dimensões da ferramenta 
Exemplo de programação 
N080 G00 X0 Z55; 
N090 G42; 
N100 G01 Z50 F.1; 
N110 X16; 
N120 X20 Z48; 
N130 Z30; 
N140 X40 Z18; 
N150 X43; 
N160 G40; 
N170 G01 X45 F0,5; 
N180 G00 X250 Z250 T00 
N190 M30; 
7.6.5. Exercícios 
1. Faça o programa CNC percorrendo o contorno da peça no sentido de A para B: 
 
2. Fazer o programa do perfil abaixo usando as interpolações linear e circular. Usar as funções G02 e 
G03 com I e K: 
 
7.6.6. Ciclos fixos de usinagem 
Ao término desta unidade você conhecerá os principais ciclos de usinagem usados na programação 
CNC 
 Função G33 
A função G33 executa o roscamento no eixo X e Z, onde cada profundidade é programada 
explicitamente em bloco separado. 
A função G33 requer: 
 X = diâmetro final do roscamento 
 Z = posição final do comprimento da rosca 
 de incremental no eixo “X” 
 F = passo da rosca; 
 R = valor da conicidade incremental no eixo “X” 
7.6.6.1.1. Notas 
Não há a necessidade de repetirmos o valor do passo (F) nos blocos posteriores de G33. 
Recomenda-se deixar, durante a aproximação, uma folga de duas vezes o valor do passo da rosca 
no eixo “Z”. 
A função G33 é modal. 
 
 
 
 Função G74 
Aplicação: Ciclo de furação. 
A função G74 como ciclo de furação requer: 
G74 R_ _ _ ; 
G74 Z_ _ _ Q_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 R = retorno incremental para quebra de cavaco no ciclo de furação 
 Z = posição final (absoluto) 
 Q = valor do incremento no ciclo de furação (milésimo de milímetro) 
 F = avanço de trabalho 
NOTAS: 
 Após a execução do ciclo a ferramenta retorna automaticamente ao ponto posicionado. 
 Quando utilizarmos o ciclo G74 como ciclo de furação não poderemos informar as funções 
“X” e “U” no bloco. 
 
 Função G74 
Aplicação: Ciclo de torneamento. 
A função G74 como ciclo de torneamento requer: 
G74 X_ _ _ Z_ _ _P_ _ _ Q_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 X = diâmetro final do torneamento 
 Z = posição final (absoluto) 
 P = profundidade de corte (raio / milésimo de milímetro) 
 Q = comprimento de corte (incremental / milésimo de milímetro) 
 R = valor do afastamento no eixo transversal (raio) 
 F = avanço de trabalho 
 NOTAS: 
 Para a execução deste ciclo, deveremos posicionar a ferramenta no diâmetro da primeira 
passada. 
 Após a execução do ciclo a ferramenta retorna automaticamente ao ponto de 
posicionamento. 
 
 Função G75 
Aplicação: Ciclo de canais. 
A função G75 como ciclo de canais requer: 
G75 R_ _ _ ; 
G75 X_ _ _ Z_ _ _ P_ _ _ Q_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 R = retorno incremental para quebra de cavaco (raio) 
 X = diâmetro final do canal 
 Z = posição final (absoluto) 
 P = incremento de corte (raio / milésimo de milímetro) 
 Q = distância entre os canais (incremental / milésimo de milímetro) 
 F = avanço de trabalho 
 NOTAS: 
 Neste ciclo os canais deverão ser equidistantes, com exceção do último. 
 Após a execução do ciclo, a ferramenta retorna automaticamente ao ponto posicionado. 
 
 Função G75 
Aplicação: Ciclo de faceamento. 
A função G75 como ciclo de faceamento requer: 
G75 X_ _ _ Z_ _ _ P_ _ _ Q_ _ _ R_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 X = diâmetro final do faceamento 
 Z = posição final (absoluto) 
 P = incremento de corte no eixo “X” (raio / milésimo de milímetro) 
 Q = profundidade de corte por passada no eixo “Z” (milésimo de milímetro) 
 R = afastamento no eixo longitudinal para retorno ao “X” inicial (raio) 
 F = avanço de trabalho 
 NOTAS: 
 Para execução deste ciclo, deveremos posicionar a ferramenta no comprimento do 1º 
passe de desbaste. 
 Após a execução do ciclo, a ferramenta retorna automaticamente ao ponto posicionado. 
 
 Função G79 
Aplicação: Ciclo de faceamento paralelo. 
A função G79 descreve seu ciclo paralelo ao eixo “X”, auxiliando nos trabalhos de desbaste como 
ciclo de faceamento. 
A função G79 como ciclo de faceamento requer: 
G79 X_ _ _ Z_ _ _ F_ _ _ ; 
onde: 
 X = diâmetro final do faceamento 
 Z = posição final (absoluto) 
 F = avanço de trabalho 
 
 Função G71 
Aplicação: Ciclo automático de desbaste longitudinal. 
A função G71 deve ser programada em dois blocos subsequentes, visto que os valores relativos a 
profundidade de corte e sobremetal para acabamento nos eixos transversal e longitudinal são informados 
pela função “U” e “W”, respectivamente. 
A função G71 no primeiro bloco requer: 
G71 U_ _ _ R_ _ _ ; 
onde: 
 U = valor da profundidade de corte durante o ciclo (raio) 
 R = valor do afastamento no eixo transversal para retorno ao Z inicial (raio) 
A função G71 no segundo bloco requer: 
G71 P_ _ _ Q_ _ _ U_ _ _ W_ _ _ F_ _ _; 
onde: 
 P = número do bloco que define o início do perfil 
 Q = número do bloco que define o final do perfil 
 U = sobremetal para acabamento no eixo “X” (positivo para externo e negativo para o 
interno/ diâmetro) 
 W = sobremetal para acabamento no eixo “Z” (positivo para sobremetal à direita e negativo 
para usinagem esquerda) 
 F = avanço de trabalho 
 NOTAS: 
 Após a execução do ciclo, a ferramenta retorna automaticamente ao ponto posicionado. 
 Não é permitida a programação da função “Z” no bloco que define o perfil a ser usinado. 
 Exemplo de aplicação do ciclo G71 e G70 com a mesma ferramenta. 
 
O0071 (Ciclo de desbaste longitudinal); 
N10 G21 G40 G90 G95; 
N20 G0 X200 Z200 T00; 
N30 T0101 (Desbaste); 
N40 G55; 
N50 G96 S200; 
N60 G92 S2500 M4; 
N70 G0 X80 Z75; 
N80 G71 U2.5 R2; 
N90 G71 P100 Q200 U1 W0.2 F0.25; 
N100 G0 X16; 
N110 G42; 
N120 G1 Z70 F.2; 
N130 X20 Z68; 
N140 Z55; 
N150 G2 X30 Z50 R5; 
N160 G1 X50; 
N170 Z40; 
N180 X80 Z25; 
N190 G40; 
N200 G1 X85; 
N210 G70 P100 Q200; 
N210 G0 X200 Z200 T00; 
N220 M30; 
 Função G70 
Aplicação: Ciclo de acabamento. 
Este ciclo é utilizado após a aplicação dos ciclos de desbaste G71, G72 e G73 para dar o acabamento 
final da peça sem que o programador necessite repetir toda a sequência do perfil a ser executado. 
A função G70 requer: 
G70 P_ _ _ Q_ _ _ ; 
onde: 
 P = número do bloco que define o início do perfil 
 Q = número do bloco que define o final do perfil 
As funções F, S e T especificadas nos blocos G71, G72 e G73 não tem efeito, mas as especificadas 
entre o bloco de início do perfil (P) e final do perfil (Q) são válidas durante a utilização do código G70. 
 NOTAS: 
 Após a execução do ciclo, a ferramenta retorna automaticamente ao ponto posicionado. 
 Função G63 
Aplicação: Zeramento de ferramentas utilizando o leitor de posição (TOOL EYE) 
Para as máquinas com leitor de posição de ferramenta, o processo para dimensionamento dos 
balanços das feramentas (PRE-SET), é executado através da programação da funcão G63, que executa o 
zeramento de forma semi- automática. 
A função G63 como ciclo de zeramento de ferramenta requer: 
G63 T___ A___ (K___); 
onde 
 T = determina o número da ferramenta a ser medida. 
 A = posição de toque do sensorem relação a geometria da ferramenta. 
 K = distância real entre a face da torre e o centro do superte (Obrigatório quando A=7) 
 Sendo: K=30 (GALAXY 10) 
 K=31 (GALAXY 20) 
 K=40 (GALAXY 30) 
 Exemplo de programação: 
O0001 (Zeramento); 
N10 G21 G40 G90 T00; (Bloco de segurança) 
N20 G63 T01 A03; 
N30 G63 T02 A07 K30; (Fator Galaxy 10=30mm) 
N40 M50; (Recolhe sensor Tool eye) 
N50 M30; (Fim do programa) 
7.6.7. Instruções para zerar a ferramenta: 
1. Posicionar a ferramenta mais comprida na torre em posição de segurança na máquina. 
2. Descer o “TOOL EYE” através do MDI (Função M51). 
3. Posicionar a torre via JOG num ponto que não haja interferência da ferramenta posicionada 
e o sensor , compreendendo menos de 30mm de distância. 
4. Recolher o “TOOL EYE” através do MDI (Função M50). 
5. Selecionar o programa de preset (G63). 
6. Acionar AUTO. 
7. Acionar CYCLE START. 
A seguir os eventos que ocorrem: 
 A torre posiciona a 1ª ferramenta a ser presetada. 
 O TOOL EYE desce automaticamente. 
 O CNC emite um bip, e é ativado o modo de operação MPG que ficará no aguarde da 
intervenção do operador. 
 O operador deve posicionar a ponta de contato da ferramenta no sentido X, deixando-a 
com 2 a 10mm de folga de distância do TOOL EYE. 
 Acionar CYCLE START (Aguardar até que a ferramenta seja sensorada e ativado o modo 
MPG, para intervenção do operador). 
 O operador deve então acionar o eixo Z e afastar a ferramenta para uma área segura. 
 Acionar CYCLE START. 
OBSERVAÇÃO: Os eixos serão conduzidos automaticamente até a posição onde foi iniciado a 
execução do ciclo de zeramento. 
 O ciclo se repetirá quantas vezes forem as ferramentas a serem presetadas e depois o TOOL 
EYE será recolhido automaticamente e finalizando o programa . 
 Após o zeramento em X e Z deve-se informar os valores da torre e o lado de corte na página 
de geometria da ferramenta do offsetting da máquina. 
 Funções G54 à G59 (Coordenada de trabalho – Zero peça) 
Aplicação : Definição da coordenada de trabalho (Zero peça) 
Para se definir o zero peça utilizando o deslocamento de trabalho, deve-se seguir o procedimento 
abaixo: 
 Ativar ferramenta a ser utilizada no processo de zeramento através do MDI. 
 Ativar o zero peça desejado G54 e G59 através do MDI. 
 Movimentar os eixos através do MPG até tocar a ponta da ferramenta na face da peça 
conforme desenho abaixo; 
 
 Ativar a página OFFSET SETTING e teclar softkey , até ser exibido softkey “TRAB”. 
 Acionar o softkey “TRAB”. 
 Selecionar zero desejado G54 até G59. 
 Posicionar o cursor no campo “Z” e: 
1. Caso deseje o zero na face do material digitar “Z0” e acionar softkey “MEDIR”. 
2. Caso deseje o zero no encosto das castanhas como no exemplo digitar “Z80” (neste 
caso medir o comprimento do material colocando seu valor, e acionar o softkey 
“MEDIR”. Observação: O CNC calculará e definirá automaticamente o valor zero peça. 
7.7. Cálculos para um Programa CNC 
Ao término desta unidade você conhecerá as principais grandezas e fórmulas envolvidas em um 
processo de usinagem com o torno CNC. 
NOTA: Um bom programa depende de um bom processo, levando sempre em consideração a 
ordem de operações e de ferramental. 
7.7.1. Definição dos parâmetros de corte 
Em função do material a ser usinado, bem como da ferramenta utilizada e da operação executada, 
o programador deve estabelecer as velocidades de corte, os avanços e as potências requeridas da 
máquina. Os cálculos necessários na obtenção de tais parâmetros são: 
 Velocidade de corte (VC) 
A velocidade de corte é uma grandeza diretamente proporcional ao diâmetro e a rotação 
da árvore, dada pela fórmula: 
 
 Avanço (Fn) 
O avanço é um dado importante de corte e é obtido levando-se em conta o material, a ferramenta 
e a operação a ser executada. 
Geralmente nos tornos com comando numérico utiliza-se o avanço em mm/rotação mas este pode 
ser também definido em mm/min 
 Profundidade de corte (ap) 
A profundidade de corte é um dado importante para usinagem e é obtido levando-se em conta o 
tipo da ferramenta, geralmente estabelecida pelo fabricante da mesma em catálogos em mm. 
 Potência de corte (Nc) em [CV] 
Para evitarmos alguns inconvenientes durante a usinagem tais como sobrecarga do motor e 
conseqüente parada do eixo-árvore durante a operação, faz-se necessário um cálculo prévio da potência 
a ser consumida, que pode nos ser dada pela fórmula:

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