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RECURSOS ELEITORAIS I. CONCEITO A parte que se sente desfavorecida com decisão emitida dispõe do direito de recurso para provocar reexame da espécie. Este recurso é uma complementação ao direito de ação, uma vez que implica o prosseguimento do contraditório processual estabelecido, por iniciativa da parte que se sinta de algum modo prejudicada com o pronunciamento judicial. Em síntese, podem ser apresentadas as seguintes características do recurso jurisdicional: · a preexistência de relação processual; · antecedente emissão de ato decisório por órgão judiciário; · a provocação de uma das partes, inconformada com o resultado desfavorável. Por intermédio do próprio órgão prolator da decisão; · a preexistência do contraditório processual; · impedimento a que se corporifique o efeito de coisa julgada; a emissão de novo julgamento sobre as partes afetadas pelo recurso perante a mesma ou diante de autoridade julgadora de superior instância. II. RECURSOS CONTRA DECISÕES DOS JUIZES ELEITORAIS Considerando a competência que a lei prevê para os Juízes Eleitorais (CE, art.35), contra suas decisões em lato sensu são oponíveis os seguintes recursos. São espécies de recursos eleitorais: 1. Apelação Criminal Eleitoral; 2. Recurso em Sentido Estrito; 3. Revisão Criminal; 4. Recurso Inominado. Todos estes recursos serão de competência do tribunal Regional Eleitoral, salvo a possibilidade de retratação existente no Recurso em Sentido Estrito (CPP, art. 589, parágrafo único) e no Recurso Inominado (CE, art. 267, § 7º). 2.1. APELAÇÃO CRIMINAL ELEITORAL Este recurso está elencado no art. 362, previsto para as sentenças criminais em matéria eleitoral, pouco importando se absolutória ou condenatória. Tito Costa lembra que ele "corresponde à apelação no processo penal comum" ("Recursos em Matéria Eleitoral", RT, SP, 3ª ed., 1990, p. 186). Este recurso, na sua consistência ontológica, é idêntico à Apelação do art. 593 do CPP a ele se aplicando o que sobre ela dispõe aquele diploma legal, observadas as particularidades do Código Eleitoral. Características: · Pode ele ser proposto por petição ou termo, em 10 dias a contar da intimação da sentença. · Se o apelante quiser apresentar razões, deverá fazê-lo nesse mesmo prazo, porquanto a lei não oferece outra oportunidade para tal. · Devolve ao tribunal ad quem toda a matéria objeto da controvérsia, constante da denúncia e da contestação feita pelo réu, seja quaestio juris, seja quaestio facti. · Pode ser total ou parcial a inconformidade. · Quando for oposto pelo próprio réu, deverá ser formalizado só por termo nos autos, lavrado pelo escrivão eleitoral. Como já se viu, é o único recurso eleitoral que, com acerto, tem efeito suspensivo, em regra. Não terá quando a apelação for só do Assistente (CPP, art. 598, caput). Finalmente, o Assistente da Acusação não pode apelar quando o réu for condenado, faltando-lhe, para tal, legítimo interesse. E também, não é de se conhecer de seu apelo, tão pouco, quando o objetivo for só a exasperação da pena ou quando tiver o mesmo escopo já manifestado pelo recurso do Ministério Público. 2.2. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Interpõe-se o Recurso em Sentido Estrito, em matéria eleitoral, com base no art. 364 do C.E., c.c. arts. 581 a 592 do CPP. Sua Tramitação no segundo grau de jurisdição se dará na forma dos arts. 609 a 618 do mesmo Código e essas regras, além do que dispuser o regimento interno do Tribunal Regional Eleitoral, presidirão o seu trâmite. Também, como a Apelação Criminal Eleitoral, pode ser formulado por petição ou por termo nos autos e seu prazo será de 5 dias a contar da intimação ou da decisão recorrida. A apresentação de razões é fundamental para seu conhecimento, à medida em que elas delimitarão o campo impugnado do decisório a quo, proporcionando, ou não, a modificação da decisão, já que é recurso de retratação (CPP, art. 589, caput). A jurisprudência, todavia, ora lhe exige razões, ora entende serem elas dispensavam. 2.3. REVISÃO CRIMINAL É recurso de benefício privativo do réu definitivamente condenado, tanto em sentença de primeiro grau como em acórdãos. Regem a Revisão Criminal os arts. 621 a 631 do CPP e sua aplicação aos crimes eleitorais se dá autorizada pelo art. 364 do Código Eleitoral. Nos Tribunais, os respectivos regimentos deverão dispor sobre os julgamentos das revisões criminais (RI-STF, artigos 263 a 272). 2.4. RECURSO INOMINADO Estes são os recursos a que se referem o artigo 265 do Código Eleitoral, relativamente aos atos, resoluções ou despachos dos juízes eleitorais. Evidentemente que esses atos, resoluções ou despachos não serão relativos à matéria criminal eleitoral. Essas decisões e as interlocutórias no processo penal eleitoral estão a desafiar a Apelação Criminal Eleitoral, Recurso em Sentido Estrito, Habeas Corpus ou Mandado de Segurança, soluções previstas no Código de Processo Penal ou em outras leis processuais comuns e não no Cód. Eleitoral. A lei, tampouco aqui, lhe deu nome próprio, chamando-o de "recurso", simplesmente. Todavia, regulou seu trâmite de forma sumária nos arts. 266 e 267 do Código Eleitoral. É proposto, sempre, não havendo indicação especial, no prazo de 3 dias (CE, art. 258). Entendemos, ainda que o Recurso Inominado é o adequado para atacar sentença que julga a Ação de Impugnação de Pedido de Registro de Candidatura, prevista e regulada do art. 3º ao artigo 8º da LC 64, de 18.5.90 (Lei das Inelegibilidades). Do mesmo modo, será ele interposto contra sentença que julgar a Ação de Impugnação de mandato Eletivo, onde propugnamos seja adotado o mesmo rito processual, dos arts. 3º ao 8º. E, por último, também indicamos o Recurso Inominado para a decisão que julgar a Investigação Judicial Eleitoral, forte no artigo 258 do Cód. Eleitoral e, no art. 22, XIV, da Lei Complementar 64/90. III. PRAZOS Código Eleitoral: Art.258.Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto em três dias da publicação do ato, resolução ou despacho. Lei 9.504/97: Art.96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se: I. Aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; II. Aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais; III. Ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial. §8° Quando cabível recurso contra a decisão, este deverá ser apresentado no prazo de vinte e quatro horas da publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado ao recorrido o oferecimento de contrarrazões, em igual prazo, a contar da sua notificação. IV. PRINCÍPIOS a) Taxatividade: as espécies recursais devem estar previstas expressamente em lei, de competência da União. b) Unicidade ou unirrecorribilidade: é cabível um único recurso para impugnar determinado ato judicial; c) Fungibilidade: permite que um recurso incorretamente interposto seja aceito como o adequado, observando-se algumas condições. Proibição da Reformatio in pejus: se somente uma das partes recorreu, proíbe-se o agravamento da situação sub judice; d) Dialeticidade: e necessário demonstrar as razões de fato e de direito que justificam a propositura do recurso. V. EFEITOS DO RECURSO Obstar a coisa julgada; Devolutivo: transfere a matéria sob análise para a apreciação do órgão judiciário diverso (juízo ad quem) daquele que proferiu a decisão judicial (a quo). Essa é a regra geral. Suspensivo: A decisão impugnada é privada de produzir os efeitos nela determinados enquanto não houver o trânsito em julgado. Impede-se a execução provisória. Substitutivo: A decisão doTribunal ad quem substitui a do órgão judicial recorrido. O efeito suspensivo suspende os efeitos da condenação, quando se trata de processo cível e processo eleitoral, em regra no processo cível o Recurso tem efeito suspensivo e no processo eleitoral em regra o Recurso não tem efeito suspensivo e sim devolutivo RECURSOS ELEITORAIS I. CONCEITO A parte que se sente desfavorecida com decisão emitida dispõe do direito de recurso para provocar reexame da espécie. Este recurso é uma comp lementação ao direito de ação, uma vez que implica o prosseguimento do contraditório processual estabelecido, por iniciativa da parte que se sinta de algum modo prejudicada com o pronunciamento judicial. Em síntese, podem ser apresentadas as se guintes características do recurso jurisdicional: · a preexistência de relação processual; · antecedente emissão de ato decisório por órgão judiciário; · a provocação de uma das partes, inconformada com o resultado desfavorável. Por intermédio do próprio órgão p rolator da decisão; · a preexistência do contraditório processual; · impedimento a que se corporifique o efeito de coisa julgada; a emissão de novo julgamento sobre as partes afetadas pelo recurso perante a mesma ou diante de autoridade julgadora de superior i nstância. II. RECURSOS CONTRA DECISÕES DOS JUIZES ELEITORAI S Considerando a competência que a lei prevê para os Juízes Eleitorais (CE, art.35), contra suas decisões em lato sensu s ão oponíveis o s seguintes recurso s . São espécies de recursos eleitorais: 1 . A pelação C rimi nal Eleitoral; 2 . Recurso em Sentido Estrito ; 3. Rev isão Criminal ; 4. Recurso Inominad o . T odos estes recursos serão de competência do tribu n al Regional Eleitoral, salvo a possibilidade de retratação existente no Recurso em Sentido Estrito (CPP, art. 589, parágrafo único) e no Recurso Inomin ado (CE, art. 267, § 7º ) . 2. 1. APELAÇÃO CRIMINAL ELEITORAL Este recurso está elencado no art. 362, previsto para as sentenças criminais em matéria eleitoral, pouco importando se absolutória ou condenatória . T i to Costa lembra que ele "corresponde à apelação n o processo penal comum" ("Recursos em Matéria Eleitoral", RT, SP, 3ª ed., 1990, p. 186). RECURSOS ELEITORAIS I. CONCEITO A parte que se sente desfavorecida com decisão emitida dispõe do direito de recurso para provocar reexame da espécie. Este recurso é uma complementação ao direito de ação, uma vez que implica o prosseguimento do contraditório processual estabelecido, por iniciativa da parte que se sinta de algum modo prejudicada com o pronunciamento judicial. Em síntese, podem ser apresentadas as seguintes características do recurso jurisdicional: a preexistência de relação processual; antecedente emissão de ato decisório por órgão judiciário; a provocação de uma das partes, inconformada com o resultado desfavorável. Por intermédio do próprio órgão prolator da decisão; a preexistência do contraditório processual; impedimento a que se corporifique o efeito de coisa julgada; a emissão de novo julgamento sobre as partes afetadas pelo recurso perante a mesma ou diante de autoridade julgadora de superior instância. II. RECURSOS CONTRA DECISÕES DOS JUIZES ELEITORAIS Considerando a competência que a lei prevê para os Juízes Eleitorais (CE, art.35), contra suas decisões em lato sensu são oponíveis os seguintes recursos. São espécies de recursos eleitorais: 1. Apelação Criminal Eleitoral; 2. Recurso em Sentido Estrito; 3. Revisão Criminal; 4. Recurso Inominado. Todos estes recursos serão de competência do tribunal Regional Eleitoral, salvo a possibilidade de retratação existente no Recurso em Sentido Estrito (CPP, art. 589, parágrafo único) e no Recurso Inominado (CE, art. 267, § 7º). 2.1. APELAÇÃO CRIMINAL ELEITORAL Este recurso está elencado no art. 362, previsto para as sentenças criminais em matéria eleitoral, pouco importando se absolutória ou condenatória. Tito Costa lembra que ele "corresponde à apelação no processo penal comum" ("Recursos em Matéria Eleitoral", RT, SP, 3ª ed., 1990, p. 186).
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