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Rhyan Coelho TUTORIA 03 – A ANEMIA DO SR. ALFEDRO Objetivo 01 – Descrever sobre o metabolismo da Vit. B12 e ácido fólico Objetivo 02 – Discorrer sobre as possíveis causas de pancitopenia Objetivo 03 – Explicar anemia megaloblástica Objetivo 04- Explicar a correlação da gastrectomia com a deficiência de Vit. B12 OBJETIVO 01 A vitamina B12 é sintetizada na natureza por microrganismos; os animais adquirem-na ingerindo alimentos de origem animal, pela produção interna das bactérias intestinais (não ocorre em humanos), ou pela ingestão de alimentos contaminados com bactérias. A vitamina é encontrada em alimentos de origem animal, como fígado, carne, peixe e laticínios, mas não ocorre em frutas, cereais e verduras; e consiste em um pequeno grupo de compostos, as cobalaminas. Rhyan Coelho ➔ Absorção Uma dieta normal contém um grande excesso B12, em relação às necessidades diárias. A B12 é liberada das proteínas às quais vem ligadas nos alimentos, combina- se com a glicoproteína fator intrínseco (IF), sintetizada pelas células parietais gástricas. O complexo IF-B12 pode, então, se ligar a um receptor de superfície específico para IF, a cubilina, que se liga a seguir com uma segunda proteína, amnionless, que promove endocitose do complexo cubilina/IF-B12 no íleo distal, no qual a B12 é absorvida e o IF é destruído. ➔ Transporte: as transcobalaminas A vit. B12 é absorvida para o sangue portal onde se liga `proteína plasmática transcobalamina (TC), que entrega a B12 à medula óssea e a outros tecidos. Embora a TC seja a proteína plasmática essencial para transferência de B12 para as células de organismo, a quantidade da B12 na TC em geral é muito baixa. A deficiência de TC causa anemia megaloblástica, uma vez que a B12 não entra na medula óssea (e em outras células) a partir do plasma, mas o nível sérico de B12 na deficiência de TC é normal. Isso ocorre pelo fato de a maioria da B12 no plasma estar ligada a outra proteína de transporte, a haptocorrina, que é uma glicoproteína amplamente sintetizada por granulócitos e macrófagos. Nas doenças mieloproliferativas, nas quais a produção de granulóticos é muito aumentada, os níveis de haptocorrina e B12 aumentam de maneira considerável no soro. A B12 ligada à haptocorrina não se transfere à medula; ela parece funcionalmente “Morta”. O ácido fólico é o composto-base de um grande grupo de compostos dele derivados, os folatos. O organismo humano é incapaz de sintetizar a estrutura do folato e necessita de folato pré-formado como uma vitamina. ➔ Absorção e transporte O folato dietético é convertido em metil-TFH durante a absorção pelo intestino delgado alto. Uma vez dentro da célula, ele é convertido em poliglutamatos de folato. Proteínas que ligam folato estão presentes nas superfícies celulares, incluindo o enterócito, e facilitam a entrada de folatos reduzidos nas células. Não há proteína plasmática específica que favoreça a tomada celular de folato. • Papéis fisiológicos: 1. Síntese de DNA, síntese de RNA, metilação do DNA – a vitamina b12 e o folato desempenham um papel crítico na síntese de DNA e RNA. A deficiência de qualquer uma das vitaminas pode, portanto, prejudicar a síntese de DNA, o que por sua vez pode fazer com que uma célula pare na fase de síntese de DNA do ciclo celular, cometa erros de replicação de DNA e/ou sofra morte por apoptose. O principal papel do folato na síntese de DNA é fornecer grupos metil que são adicionados a outras moléculas (ou seja, para atuar como um doador de um carbono). O principal papel da vitamina B12 é atuar como um co-fator na reação que recicla o 5-metil-tetra-hidrofolato de volta para o tetra-hidrofolato (THF), que pode então ser convertido em formas que podem atuar como doadores de um carbono. 2. Hematopoiese – as células precursoras hematopoiéticas estão entre as células de divisão mais rápida do corpo e, portanto, são um dos tipos de células mais sensíveis à síntese anormal de DNA causada por deficiências de vit. B12 e folato. Rhyan Coelho OBJETIVO 02 A pancitopenia se refere a diminuições em todas as linguagens de sangue periférico. Muitos distúrbios que causam pancitopenia também podem causar bicitopenia (ou seja, diminuições em apenas duas linhas celulares). Em termos gerais, a pancitopenia pode ser causada por um ou mais dos seguintes mecanismos: • Infiltração/substituição da medula óssea – incluem malignidades hematológicas (p.ex., leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, síndromes mielodisplásicas), câncer metastático, mielofibrose e doenças infecciosas (p.ex., tuberculose miliar, infecções fúngicas). • Aplasia de medula óssea – distúrbios nutricionais (p.ex., deficiência de vit. B12 ou folato), anemia aplástica, doenças infeciosas (p.ex., HIV, hepatite viral, parvovírus B19), destruição imunológica e medicamentos estão entre as causas da aplasia da medula. • Destruição ou sequestro de células sanguíneas – A destruição excessiva de células sanguíneas ocorre na coagulação intravascular disseminada, púrpura de trombocitopenia trombótica e hematopoiese ineficaz (p.ex., síndromes mielodisplásicas, distúrbios megaloblásticos), enquanto o sequestro excessivo pode ser devido a hiperesplenismo (p.ex., de doenças do fígado, armazenamento, linfoma ou doenças auto-imunes). Algumas doenças podem causar pancitopenia por múltiplos mecanismos. Por exemplo, um linfoma pode infiltrar a medula óssea, causar hiperesplenismo, induzir destruição imunológica de células sanguíneas e exigir tratamento com agentes citotóxicos. Da mesma forma, a doença de Chron pode prejudicar a absorção de ferro, folato e vitamina B12; induzem um estado inflamatório que agrava a anemia; requerem ressecção intestinal parcial que afeta a absorção de nutrientes e calorias; e requerem tratamento com agentes mielossuprossores. As prováveis causas da pancitopenia são influenciadas pela geografia, condições socioeconômicas e doenças endêmicas. Como exemplos, a probabilidade de causas infecciosa (p, ex., malária, tuberculose, leishmaniose) ou nutricionais (por exemplo, deficiência de folato) de pancitopenia pode ser aumentada em alguns ambientes com recursos limitados. Da mesma forma, a prevalência da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o uso de álcool podem influenciar as principais causas da pancitopenia. A grande maioria da pancitopenia em adultos é causada por distúrbios adquiridos; raramente, um erro inato previamente não reconhecido pode ser responsável por citopenias que são detectados pela primeira vez na idade adulta. Rhyan Coelho Rhyan Coelho OBJETIVO 03 As anemias macrocíticas, caracterizadas por eritrócitos anormalmente grandes (VCM > 98 fL), têm várias causas, podendo ser subdivididas em megaloblásticas e não megaloblásticas, de acordo com os aspectos dos eritroblastos em desenvolvimento na medula óssea. ➔ Anemias megaloblásticas Constituem um grupo de anemias em que os eritroblastos na medula óssea mostram uma anormalidade característica – atraso da maturação do núcleo em relação à do citoplasma. O defeito básico responsável pela assincronia de maturação do núcleo é síntese defeituosa de DNA, em geral causado por deficiência de vitamina B12 ou de folato. Com menor frequência, anomalias do metabolismo dessas vitaminas e outros defeitos na síntese do DNA podem causar aspectos hematológicos idêntico. Base bioquímica da anemia megaloblástica. DNA forma-se por polimerização dos quatro trifosfato de desoxirribonucleico (adenina, guanina, citosina e timina). A hematopoese normal compreende intensa proliferação celular, que por sua vez implica a síntese de numerosas substâncias como DNA, RNA e proteínas;em especial, é necessário que a quantidade de DNA seja duplicada exatamente. Tanto os folatos como a vitamina B12 são indispensáveis para a síntese de timidina, um dos nucleotídeos que compõem o DNA, e a carência de um deles tem como consequência menor síntese de DNA. Os folatos participam dessa reação na forma de N5-N10- metilenotetraidrofolato, que cede um radical metil (CH3) à desoxiuridinamonofosfato (dUMP), transformando-a em timidinamonofosfato (dTMP) que, por sua vez, será incorporado ao DNA. A vitamina B12 participa indiretamente nesta reação, funcionando como coenzima da conversão de homocisteína em metionina, transformando simultaneamente o 5-metiltetraidrofolato em tetraidrofolato, a forma ativa de folato que participa da síntese de timidina. Rhyan Coelho Na ausência de vitamina B12, o folato vai se transformando em 5-metiltretaidrofolato, uma forma de transporte do folato, inútil para síntese de timidina e do DNA. A síntese inadequada de DNA tem como consequência modificações do ciclo celular, retardo da duplicação e defeitos no reparo do DNA. Por outro lado, a síntese de RNA não está alterada, pois a timidina não é necessária para sua síntese; não há, portanto, redução da formação de proteínas citoplasmáticas e do crescimento celular. Devido principalmente à lentidão da divisão celular na fase S do ciclo celular, há aumente do número de células com quantidade de DNA entre o diploide e o tetraploide. A maioria dessas células com lesões cromossômicas graves não é capaz de completar a divisão celular, sendo prematuramente destruídas na medula óssea. Essa desorganização cromossômica é reversível após o tratamento adequado. A intensa desordem da maturação nuclear das três linhagens, mais evidentes na série eritroide, produz um aumento de morte celular intramedular: apenas 10 a 20% dos eritrócitos sobrevivem e tornam-se viáveis para o sangue periférico (hematopoese ineficaz). Como resultado, além da anemia macrocítica, com megaloblastos na medula óssea e número de reticulócitos normal ou baixo, pode também ocorrer neutropenia, com neutrófilos polissegmentados e moderada plaquetopenia. • Deficiência de vitamina B12 – Nos países ocidentais, a deficiência de vitamina B12 em geral decorre de anemia perniciosa (adisoniana). Com menor frequência pode ser provocada por veganismo (vegetarianismo estrito) no qual falta B12 na dieta; gastrectomia e doenças do intestino delgado. Não há síndrome de deficiência de B12 como resultado de consumo excessivo ou perda da vitamina, de modo que a deficiência inevitavelmente leva ao menos dois anos para desenvolver-se, isto é, o tempo necessário para que haja depleção dos depósitos ao ritmo de 1 a 2 𝜇g/dia, quando se estabelece severa má-absorção de B12. O óxido nitroso, no entanto, é capaz de inativar rapidamente a B12 do organismo. o Anemia perniciosa: É causada por agressão autoimune à mucosa gástrica, levando à atrofia do estômago. A parede do estômago torna-se delgada, com infiltrado de linfócitos e plasmócitos na lâmina própria. Pode ocorrer metaplasia intestinal. Há acloridria, e a secreção de IF torna-se ausente ou quase ausente. Aumenta a gastrina sérica. A infecção por Helicobacter pylori pode iniciar uma gastrite autoimune: em pacientes jovens, causa anemia ferropênica; em idosos, causa anemia perniciosa. o Anticorpos: 90% dos pacientes têm, no soro, anticorpos contra células parietais, dirigidos contra H+/K+-ATPase gástrica, e 50%, anticorpos tipo I ou anticorpos bloqueadores do IF, que inibem a ligação de IF à B12. 35% têm um segundo anticorpo anti-IF (tipo II ou precipitante), que inibe seu sítio de ligação ileal. • Deficiência de folato – Em geral, decorre de dieta pobre em folato, isolada ou em combinação com uma condição em que haja aumento de utilização ou má-absorção de folato. Um turnover celular excessivo, de qualquer tipo, incluindo gravidez, é a principal causa de aumento das necessidades de folato, pois há mais moléculas degradadas pelo aumento de síntese de DNA. O mecanismo pelo qual os anticonvulsivantes e os barbitúricos causam deficiência ainda é controverso. O álcool, a sulfassalazina e outros compostos podem ter efeitos múltiplos no metabolismo de folato. Aspectos clínicos da anemia megaloblástica. A instalação em geral é insidiosa com sintomas e sinais gradativamente progressivos de anemia. O paciente pode ter icterícia leve pelo excesso de catabolismo de hemoglobina resultante do aumento da eritropoiese ineficaz na medula óssea. Glossite (língua com aspecto de carne bovina crua, e ardência com alimentos ácidos), estomatite angular e sintomas leves de má- absorção, com perda de peso, podem estar presentes, causados pelas alterações epiteliais. Púrpura decorrente de trombicotopenia e hiperpigmentação generalizada são raras). Muitos pacientes assintomáticos, são diagnosticados quando o hemograma, solicitado por outro motivo, mostra macrocitose. Rhyan Coelho A deficiência da síntese de DNA afeta a divisão celular em outros tecidos em que há rápida multiplicação, em especial os epitélios do tubo digestivo, originando queixas de diarreia, glossite (ardência, dor e aparência vermelha da língua, “língua careca”), queilite e perda do apetite. Pode ser encontrada discreta a moderada esplenomegalia. A deficiência de vitamina B12 determina ainda uma degeneração do cordão posterior da medula espina, cuja base bioquímica seria a carência de S- adenosil-metionina resultante de menor suprimento de metionina, pelo bloqueio da mesma reação homocisteína-metionina. O quadro resultante, denominado “degeneração combinada subaguda da medula espinhal”, inclui sensações parestésicas dos pés (formigamento ou picada de agulhas), pernas e tronco, seguidas de distúrbios motores, principalmente dificuldades da marcha, redução da sensibilidade vibratória, comprometimento da sensibilidade postural, marcha atáxica, sinal de Romberg, e comprometimentos das sensibilidades termoalgésica e dolorosa “em bota” ou “em luva”. O envolvimento do cordão lateral é menos frequente, manifestando-se por espasticidade e sinal de Babinski. A tríade de fraqueza, dor na língua e parestesias é clássica na deficiência de vitamina B12, mas os sintomas iniciais variam muito. São também comuns as manifestações mentais como a depressão e os déficits de memória, disfunção cognitiva e demência, além de distúrbios psiquiátricos graves como alucinações, paranoias, esquizofrenia. A deficiência de folatos não causa envolvimento do sistema nervoso, mas a deficiência durante a gravidez aumenta a incidência de defeitos de tubo neural em RN: anencefalia, espinha bífida ou encefalocele. Rhyan Coelho Diagnóstico. Para o diagnóstico correto, em geral, 3 são as abordagens nesses pacientes: a primeira é reconhecer se a anemia megaloblástica está presente; a segunda é distinguir entre as deficiências de vitamina B12 e folato; e a terceira é a determinação da causa. • Achados laboratoriais. o Sangue periférico – os principais achados são anemia macrocítica, leucopenia, trombocitopenia, acompanhados de anisocitose, macrocitose com macro-ovalócitos, poiquilocitose, e granulóticos polissegmentados. A contagem de reticulócitos é normal ou baixa, mas o cálculo do índice de reticulócitos corrigido indica anemia hipoproliferativa. Em resumo, tem-se como manifestação uma pancitopenia associada à macrocitose. No entanto, a macrocitose pode estar mascarada pela coexistência de carência de ferro, talassemia ou anemia por doença crônica, que são doenças que produzem microcitose e hipocromia, e nesses casos pode-se observar anemia dimórfica, com duas populações de células. Também ocorre leucopenia com neutropenia, podendo os leucócitos chegar até abaixo de 2.000/uL, embora seja rara a ocorrência de infecções graves; trombocitopenia com 30.000 a 100.000 plaquetas/uL. o Medula óssea– o quadro citológico medular é muito característico, e quando a punção é realizada precocemente, antes do uso de medicamentos com vitamina B12 ou folatos, o diagnóstico de anemia megaloblástica pode ser firmado com segurança. Há intensa hiperplasia da medula óssea, com acentuada hiperplasia da linhagem eritroide, que é composta por megaloblastos: eritroblastos mais volumosos que o normal, com núcleos mais granulados e menos condensada. o Dosagem das vitaminas – esses testes compreendem as dosagens de vitamina B12 sérica, folato sérico e folato eritrocitário. Na deficiência de folatos, tanto o folato sérico quanto eritrocitário estão diminuídos, enquanto que os níveis de vitamina B12 estão normais ou aumentos. O folato eritrocitário é mais acurado na avaliação dos depósitos de folatos, porque não sofre influência de drogas ou dieta, mas tem caído em desuso. Na deficiência de vitamina B12 os níveis de colabamina estão geralmente baixos e os de folato normais. Entretanto, os níveis subnormais ou mesmo normais de vitamina B12 podem ocorrer em indivíduos com carência, em especial idosos. o Pesquisa de metabólitos – Nos casos de dúvida diagnóstica, a dosagem sérica de ácido metilmalônico e de homocisteína total pode auxiliar na diferenciação das duas anemias megaloblásticas. Ambos os metabólitos estão aumentados em cerca de 95% dos casos de deficiência de vitamina B12, enquanto que o aumento de homocisteína (sem aumento do ácido metilmalônico) ocorre em 91% na deficiência de folatos. No entanto, o alto custo desses exames faz com que sejam reservados para situações de dúvidas diagnósticas. o Identificação da causa - A forma mais direta e simples, atualmente, de identificar a anemia perniciosa é a realização de endoscopia gástrica com biópsia nos pacientes em que se revela uma anemia megaloblástica com baixos níveis de vitamina B12. Se houver sinais de gastrite atrófica, o diagnóstico provável é de anemia perniciosa, e a execução de outros exames somente é necessária se houver dúvidas ou se o quadro for atípico. O teste de Schilling avalia indiretamente a absorção de vitamina B12 e consiste na ingestão oral da vitamina B12 marcada, seguida de medida da vitamina B12 radiativa excretada na urina no período de 24 horas após a ingestão oral: baixa excreção significa que pouca vitamina foi absorvida. A pesquisa de anticorpos antifator intrínseco e anticélula parietal, e a ausência de produção de ácido clorídrico pelo estômago após estímulo máximo (acloridria) contribuem para confirmar o diagnóstico de anemia perniciosa. Outros exames endoscópicos e radiológicos do tubo digestivo auxiliam no diagnóstico das afecções ileojejunais. Rhyan Coelho Tratamento. A mais importante medida no tratamento dessas anemias consiste em identificar a causa e removê-la, se possível. Só excepcionalmente há necessidade de tratar esses pacientes com transfusões sanguíneas, uma vez que a reposição adequada do nutriente é acompanhada de pronta resposta, com rápida normalização hematológica. Nos casos em que há concomitância com carência de ferro, o tratamento deve ser simultâneo, caso contrário não haverá recuperação completa dos níveis de hemoglobina • Tratamento da deficiência de vitamina B12 A anemia perniciosa deve ser tratada com vitamina B12 por via parenteral por toda a vida, uma vez que o defeito de absorção é irreversível. Existem numerosos esquemas terapêuticos que se baseiam na noção de recompor os depósitos com doses iniciais repetidas, seguidas de injeções periódicas a intervalos regulares para suprir as necessidades. Por exemplo, injeções de 5 mg semanais no primeiro mês, seguidas de injeções de 5 mg mensais. Pacientes idosos com atrofia gástrica e má absorção por dificuldade de dissociação da vitamina B12 do alimento e vegetarianos beneficiam-se preventivamente com doses orais da vitamina em torno de 50 µg/ dia (doses maiores podem ser usadas sem efeitos indesejáveis). A vitamina B12 está disponível em várias formulações e pode ser administrada por várias vias, incluindo intramuscular, subcutânea profunda, oral ou sublingual. ●Parenteral - A dose típica para crianças é de 50 a 100 mcg por via parenteral uma vez por semana até que a deficiência seja corrigida e depois uma vez por mês (cianocobalamina) ou uma vez a cada dois meses (hidroxocobalamina); as doses orais em crianças não estão bem estabelecidas. A dose típica para adultos é de 1000 mcg por via parenteral uma vez por semana até que a deficiência seja corrigida e, em seguida, uma vez por mês (cianocobalamina) ou uma vez a cada dois meses (hidroxocobalamina). ●Oral - Em adultos com absorção normal, a dosagem oral é igualmente eficaz na dose de 1000 mcg por via oral uma vez por dia. Para indivíduos com absorção prejudicada de vitamina B12, a terapia com doses orais muito altas de vitamina B12 oral (por exemplo, 1000 a 2000 mcg por dia) será eficaz, desde que a dose seja alta o suficiente para fornecer absorção por meio de um mecanismo que não requer intrínseco ou um íleo terminal funcional (isto é, difusão passiva / ação de massa). A anemia perniciosa é uma condição potencialmente vitalícia que impede a vitamina B12 absorção e, portanto, é geralmente tratada com vitamina B12 parenteral, que é tipicamente administra da por injeção intramuscular ou subcutânea profunda em uma dose inicial de 1000 mcg (1 mg) uma vez por semana durante quatro semanas, seguido por 1000 mcg uma vez por mês. A terapia é continuada indefinidamente. Conforme observado acima, altas doses de vitamina B12 oral (1000 a 2000 mcg [1 a 2 mg] por dia) também são uma opção, desde que não haja sintomas agudos de anemia ou complicações neurológicas e a adesão seja garantida Alterações na anatomia gastrointestinal que afetam a produção do fator intrínseco ou a absorção do complexo fator intrínseco-vitamina B12 incluem cirurgia bariátrica, gastrectomia, síndrome da alça ileal e outras. Se a alteração for permanente, o tratamento indefinido com vitamina B12 parenteral geralmente é apropriado. Se a alteração for revertida, a terapia pode ser descontinuada, embora seja razoável verificar o nível de vitamina B12 vários meses após a interrupção da terapia. Indivíduos com dietas que carecem de vitamina B12 (por exemplo, veganos, vegetarianos, bebês amamentados exclusivamente por mães com deficiência de vitamina B12) devem ter absorção normal por via oral e podem ser tratados com suplementos orais que fornecem a quantidade recomendada. https://www.uptodate.com/contents/cyanocobalamin-vitamin-b12-drug-information?search=anemia+megalobl%C3%A1stica&topicRef=7154&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/cyanocobalamin-vitamin-b12-drug-information?search=anemia+megalobl%C3%A1stica&topicRef=7154&source=see_link Rhyan Coelho Rhyan Coelho • Tratamento da deficiência de folato A deficiência de folato é geralmente tratada com ácido fólico oral (1 a 5 mg por dia). Esta dose é geralmente suficiente, mesmo se houver má absorção, porque é consideravelmente superior à permissão dietética recomendada de 200 mcg (0,2 mg). Para aqueles com uma causa reversível de deficiência, a terapia geralmente é administrada por um a quatro meses ou até que haja evidência laboratorial de recuperação hematológica. Para aqueles com uma causa crônica de deficiência de folato, a terapia pode ser administrada indefinidamente. O ácido fólico intravenoso pode ser apropriado em certos ambientes, como indivíduos que são incapazes de tomar uma medicação oral (por exemplo, devido a vômitos ou obtundação) ou aqueles que têm anemia grave ou sintomática devido à deficiência de folato e, portanto, têm uma necessidade mais urgente de correção rápida. É importante estar ciente de que a administração de ácido fólico pode reverter parcialmente algumas das anormalidades hematológicas associadas à deficiência de vitamina B12; entretanto, as manifestações neurológicasda deficiência de vitamina B12 não são tratadas com ácido fólico. Assim, a administração de ácido fólico a um indivíduo com deficiência de vitamina B12 pode mascarar a deficiência de vitamina B12 não tratada ou mesmo piorar as complicações neurológicas (estas últimas por razões que não são totalmente claras). Por causa disso, o teste para (e o tratamento de) deficiência de vitamina B12 pode ser apropriado em certos pacientes em tratamento com ácido fólico: ●Teste para deficiência de vitamina B12 em indivíduos com suspeita de deficiência de folato, aqueles com deficiência de folato cuja anemia e / ou macrocitose não remite com o tratamento com ácido fólico e / ou aqueles que desenvolvem novos sintomas neurológicos após o tratamento com ácido fólico. ●Administre vitamina B12 a indivíduos com anemia megaloblástica que estejam sendo tratados com ácido fólico antes que os resultados do teste de vitamina B12 estejam disponíveis. ●Administre vitamina B12 a indivíduos com deficiência de folato que desenvolvam sintomas neurológicos após o tratamento com ácido fólico. Idealmente, o teste de deficiência de vitamina B12 também é enviado, mas a administração de vitamina B12 não deve ser atrasada enquanto se espera os resultados. • Avaliação e monitoramento da resposta ao tratamento Uma resposta hematológica à vitamina B12 e / ou ácido fólico deve ocorrer dentro de um período de tempo previsível como abaixo, desde que a medula óssea esteja funcionando normalmente e não haja outras causas de anemia. Os marcadores laboratoriais melhoram nas seguintes escalas de tempo: ●Marcadores de hemólise - Dia 1 a 2 ●Reticulocitose - Dia 3 a 4 ●Anemia - semanas 1 a 2 (melhora inicial) e semanas 4 a 8 (normalização) ●Neutrófilos hipersegmentados - Dia 10 a 14 ●Leucopenia e / ou trombocitopenia - Semana 2 a 4 Alguns indivíduos podem desenvolver hipocalemia durante a semana inicial de tratamento, pois há captação acentuada de potássio durante a produção de novas células sanguíneas, mas é improvável que seja clinicamente significativo. https://www.uptodate.com/contents/folic-acid-drug-information?search=anemia+megalobl%C3%A1stica&topicRef=7154&source=see_link Rhyan Coelho OBJETIVO 04 A gastrectomia consiste na retirada de parte ou de todo o estômago, refazendo o transito gastrointestinal através de anastomose com o duodeno. Berto, Burini (2001) destaca que a manutenção de um bom estado nutricional necessita da disponibilidade de todos os nutrientes, e para receber esses ingredientes é importante que a ingestão ocorra normalmente. Nesse processo o tubo digestivo é parte fundamental. O estômago exerce papel de reservatório de alimento. O alimento sofre alterações no estômago, como modificação no tamanho e a ação do suco gástrico. Sendo assim, qualquer alteração no estômago pode levar a danos no processo de digestão, prejudicando no delgado a absorção de nutrientes. Portanto nos levam a compreender que na gastrectomia o processo de digestão e absorção de nutrientes se torna deficientes. Berto, Burini (2001) relatam que a anemia megaloblástica ocorre devido à retirada da mucosa gástrica no procedimento de gastrectomia, sendo esta a responsável pela produção do FI e este por sua vez, é responsável pela absorção da vitamina B12, tendo esta deficiência o paciente é sobreposto a um quadro de anemia megaloblástica
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