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Fungos leveduriformes

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Fungos leveduriformes de importância médica
Além dos leveduriformes há os dimórficos: no nosso organismo é patógeno, mas também se apresentam como leveduras (filamentosos se não estão no nosso organismo, depois mudam). Leveduras=
- Malassezia furfur: agente etiológico da Pitiríase Vesicolor ‘’micose de praia’’, provoca lesões da pele e mudam a coloração, tornando a pigmentação hipocrômica, mais prevalente (em algumas é hipercrômica). Luz UV produz mais melanina, mas onde tem o fungo a melanina não é produzida com a mesma intensidade, tornando as lesões mais claras. 
Distribuição oblíqua, inclusive na nossa pele como integrante da microbiota normal, comum que a maioria da população tenha, mas vivendo de maneira comensal. Pode se tornar patogênica por alguns fatores: muita oleosidade na pele, fungo é lipofílico; mais prevalente em pós-puberdade e adultos jovens (entre 16 e 30 anos). Insolação dos países tropicais, torna-se mais prevalentes nesses locais.
Aspectos clínicos= manchas- máculas hipo ou hiper crômicas. Em alguns casos assumem consistência furfurácea (como farinha), pele podendo descamar. Pode ser localizada no corpo todo, mas as mais prevalentes são região cervical, tórax, face e MMSS. Há relação com exposição à luz do sol.
Diagnóstico laboratorial= micológico direto: raspado da lesão. Observa-se leveduras, algumas em brotamento, resultado vem como sugestão. A confirmação é feita através da associação com a clínica. Quando o raspado é dificultado é porque nem sempre tem consistência furfurácea, apenas a mancha. Para isso, existe técnica laboratorial em que se cola durex na parte manchada e não. Observa-se então aglomerados de células leveduriformes. Estruturas esféricas, algumas com brotamento. 
Lâmpada de Wood: emite luz fluorescente e onde tiver manchas na pele ficará com coloração diferenciada. De acordo com a cor pode deduzir qual é a lesão.
- Trichosporon beigelii: agente etiológico da Piedra branca. São nódulos claros ao redor dos pelos. Influência sobre fungos presentes no solo e nas vegetações. Pode fazer parte da microbiota da pele, mucosas oral e anal. Acomete a região púbica, então pode ser que transmita durante a relação sexual. Afeta igualmente ambos os sexos, todos os grupos etários, sendo a maior incidência em adultos jovens e homens. É apenas estética, em que os pelos terão ao redor nódulos brancos. No couro cabeludo pode se confundir com caspas. Nódulos podem variar de branco a castanho claro, possuem consistência macia/mole (nigra é dura), tamanhos e formas variados. Mais endêmica na região norte, não muito comum aqui. 
Diagnóstico= exame direto (pega pelo na pinça e leva pra microscópico): mostra nódulo ao redor do pelo, suficiente para confirmação. Também pode ser feito cultura (não precisa), espera-se 15 dias, apresentando pseudo-hifas através dos blastoconídeos.
-> Sistêmicas ou profundas, acometendo órgãos internos.
- Cryptococcus neoformans: agente etiológico da criptococose. Fungos que produzem cápsula. Também há o C. gattii, também acomete ser humano. Presente em excreta de aves, madeiras em putrefação, frutas e verduras com comportamento de decomposição. Ser humano pode inalar e tiver AIDS pode apresentar a doença.
Manifestações clínicas= forma de pneumonia atípica: tosse produtiva, as vezes hemoptise (catarro com sangue), dispneia progressiva. Antibiótico não tem eficácia. Meningoencefalite: pode chegar no sistema nervoso e causar sequelas. Número menor de casos também pode afetar a pele, lesões verrucosas disseminadas (5-10%).
Diagnóstico= vai depender da sintomatologia. Pneumonia: coleta escarro. SNC: coleta LCR. Exame direto: identifica a presença de cápsulas; cultura. Tuberculose pulmonar faz BAAR para identificar bacilos, mas se tiver células leveduriformes também consigo identificar. 
- Sporothrix schenckii: agente etiológico da esporotricose. Se tornando cada vez mais comum na nossa região, entrando na lista de doenças com notificação compulsória. Está presente no mundo inteiro (distribuição cosmopolita). A princípio encontrada no ambiente, principalmente vegetações: folhas, cascas de árvores, madeiras, roseiras, espinhos de plantas, algas, bambus, terra, insetos, poeira. Porém pessoas que mexem com madeireiras e jardinagem podem através desses ambientes lesionarem a pele, entrando na mesma e carregando esse fungo. Há aumento dos pets, gatos e felinos também são hospedeiros e podem ser acometidos pela doença. Quando arranham o dono podem transmitir para o ser humano. Tornou-se uma doença ocupacional dos veterinários. 
Aspecto clínico= Síndrome linfocutânea: vaso linfático carreia o fungo; há cadeia de nódulos na região subcutânea por trauma, inflamando. Podem ulcerar, fazendo complicações, gerando infecções secundárias e podem necrosar. Como fungo migra, onde tem infecção e onde vaso passa vão surgindo novos nódulos, parecendo um terço. Síndrome cutânea fixa: lesão apenas no local que é nodular, centro necrótico-ulcerativo, crostas e exsudação purulenta. Diferentes aspectos em pápula, verruga ou manchas. Síndrome cutânea disseminada: toda a pele é afetada, comprometimento geral do estado do paciente (febre, mal-estar, enjoo). Síndrome extracutânea: comprometimento de órgãos internos como fígado, pulmão, TGI, SNC, olhos, baço... sistêmica que se espalha pelo corpo todo. Essas duas últimas são mais graves e chegam nesse estado em casos de imunodeficiência.
Diagnóstico= laboratório não costuma coletar/colocar a mão, pois é muito invasivo e gera complicações. Cultura, pois leveduras estão presente em pouca quantidade nesses nódulos. Quando tem levedura vai se multiplicar, formando colônia, porém mudando seu aspecto. De levedura passa a ter característica filamentosa, ou seja, hifas parecendo margaridas com vários colídeos (esporos livres na extremidade das hifas). É o diagnóstico diferencial. É um dimórfico.
- Lacazia loboi: É uma doença rara, comum apenas na Amazônia. Doença de Jorge Lobo ou blastomicose queloidiana ou lobomicose. Levedura ainda não cultivada em laboratório. Quem identificou por biópsia, histopatologia todas tinham lesões queloidiformes, principalmente perto da orelha (carrega tronco de árvore).
- Paracoccidioides brasiliensis: agente etiológico da paracoccidiomicose. Chamamos de paracocco. É a mais frequente no Brasil (80% dos casos). Maior taxa de mortalidade dentre as micoses sistêmicas. Transmissão ocorre com pessoas que fazem manejo do solo, sendo os homens os mais acometidos entre 30-50 anos. Homem pode ser contaminado jovem, mas há um período de latência e sintomas demoram muito para aparecer.
Imunofisiopatologia: no ambiente se apresenta na forma de filamentoso, porque é um fungo dimórfico e vai gerar estruturas formadoras de esporos, como os conídios. E indivíduo inala essas estruturas e cerca de 12hr depois nos alvéolos (conídios ultrapassaram barreiras de defesa) vão germinar e pela transformação de saprófita e de temperatura do ambiente para nossa corporal, a germinação gera leveduras, que vão se multiplicar, provocando alveolite (inflamação nos alvéolos). 
Macrófagos e células dendríticas fagocitam e apresentam para linfócito T. Tendência: fungo tentar escapar da fagocitose e torna linfócito T hipersensibilizado de tipo 4, que é a tardia, formando os granulomas. Nosso organismo tenta aprisionar os fungos dentro dos granulomas e entra em um estado de latência, sem sintomas aparentes, permanecendo por muito tempo, fungo ainda pode ficar vivo. Fungo vivo pode entrar no sangue e se disseminar (disseminação hematogênica) e gerar manifestações tardias nas mucosas, linfonodos, fígado, baço, suprarrenal e ossos, 10-30 anos depois da infecção. Problema maior é pela formação de granulomas, é semelhante a tuberculose. 
Forma aguda: juvenil. Linf T polarizando pra TH1, que estimula mais células fagocitárias, até formar os granulomas. Algumas pessoas não respondem com TH1, somente com TH2. TH2 estimula linfócito B e anticorpos mais produzidos são os que mudam a classe para IgE ao invés de IgG e IgM. Sendo que a célula que aumenta é o eosinófilo,o que seria no caso de um verme. Assim, indivíduo não tem resposta imunológica correta. Evolução rápida da doença com febre, adenomegalia, aumento do fígado e baço, osteoarticular e cutâneo, levando até a óbito ainda jovem. A mortalidade é ainda maior. Forma crônica: ocorre nos adultos, 90% dos casos. Pulmões prejudicados em 90% dos casos. 
Na radiografia se observa cavitações dos pulmões, pensamos nas bacterianas primeiro por serem mais prevalentes. Se for lesão cutânea são ulcerativas e verrucosas, sendo necessário fazer o diagnóstico laboratorial diferencial.
Diagnóstico: direto- leveduras com brotamentos radiais ao redor da célula-mãe, parecendo leme de navio.
- Histoplasma capsulatum: agente etiológico da Histoplasmose, chamada de doença das cavernas. Transmissão se dá pelo contato com excretas de morcegos, ou seja, faz sua decomposição também de galinhas ou outras aves. Comum nas américas. 90-95% é assintomática. Alguns focos de calcificação na radiografia por granulomas não são comprometedores ao sistema respiratório. 
Forma pulmonar aguda: semelhante a pneumonia com febre alta, cefaleia, mialgia, astenia, tosse seca, dor no peito e dispneia. Forma pulmonar crônica: expectoração produtiva por tosse prolongada e pode liberar catarro com sangue, fibrose pulmonar. 
Forma disseminada: mortalidade 90% dos casos, ocorre com imunodeprimidos.
Diagnóstico: coleta do escarro, cultura- colônia com aspecto de algodão, observando hifas. No direto faz biópsia e há macrófagos com citoplasma repleto de leveduras.
- Candida spp: agente etiológico da candidíase. C. albicans é a mais prevalente. É a mais evoluída em termo laboratorial, já conseguiu fazer testes bioquímicos de acordo com o metabolismo da levedura, chegando na espécie e tendo evolução no diagnóstico. É possível ser feito um antifungiograma para saber qual aanti-fúngico será útil. São fungos espalhados no mundo inteiro (cosmopolita), a maioria a tem em sua microbiota normal da pele, cavidade oral, trato genital- comensal. 
As infecções podem ser endógenas, contato direto ou por via hematogênica (cuidado com sondas e cateteres). Catéter IV contaminado vai formar biofilme, contaminar paciente e terá fungemia.
Manifestações clínicas: autolimitantes, mas podem produzir doença aguda ou crônica, superficial ou profunda
· Candidíase superficial: pele- lesões eritematosas (vermelhidão), exsudativas, pruriginosas. Mais comum nas dobrinhas.
· Mucosas: estomatite ‘’sapinho’’- eritema, exsudato, pontilhado branco e cremoso; pode ter quelite angular (canto dos lábios)
· Vulvovaginites: leucorreia branca e leitosa, eritema, prurido, ardência à micção
· Sistêmica: varia de acordo com órgão; fungemia; principalmente em pessoas com HIV
Diagnóstico: amostras variadas, observaremos leveduras e algumas podem fazer pseudohifas (blastoconídios). Cultura, crescimento de colônias.

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