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Aula 2 – diabetes mellitus BIOSSÍNTESE DA INSULINA → A síntese de insulina requer processamento enzimático pós translacional de precursores de alta massa molecular. A remoção desses peptídeos sinalizadores ocorre pela ação de uma exopeptidase semelhante a carboxipeptidase e de uma endopeptidase semelhante a tripsina → A insulina é sintetizada como uma preproinsulina (MM = 11.500) pelos ribossomos que estão em contato com o retículo endoplasmático rugoso. A sequência pré, contendo 23 aminoácidos hidrofóbicos direciona o polipeptídeo para as cisternas do RER, onde essa sequência é então removida. O resultado é a formação da proinsulina (MM = 9000) que fornece a conformação necessária para a geração das pontes dissulfeto da insulina. A proinsulina consiste da insulina ligada a uma sequência de aminoácidos denominada peptídeo C. A proinsulina é transportada para o aparelho de golgi onde ocorre a remoção do peptídeo C e posterior empacotamento da insulina em grânulos secretórios, esses grânulos atravessam o citoplasma em direção a membrana plasmática. → O peptídeo C está presente nos grânulos em quantidades equimolares a insulina. Após estimulação apropriada os grânulos maduros se fundem a membrana plasmática e liberam seus conteúdos no fluido extracelular via exocitose. Em condições fisiológicas a insulina se apresenta na forma monomérica com massa molecular de 5500. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS ATRIBUÍDAS AO PEPTÍDEO C → O peptídeo C já foi associado a melhora do quadro de neuropatia e nefropatia diabética, bem como da inflamação vascular. Estudos in vitro tem indicado que o peptídeo C poderia ativar o ppargama, um fator de transcrição nuclear da família dos receptores nucleares hormonais, que parece desempenhar papel regulatório importante na inflamação. → Alguns supostos efeitos fisiológicos favoráveis incluem: ativação da proteína quinase C, da Na+K+-ATPase e da óxido nítrico sintase. → Esse peptídeo pode ser um parâmetro útil na avaliação da quantidade de insulina secretada. Em situações na qual o indivíduo usa insulina exógena ou produz anticorpos contra sua própria insulina, a imunoanálise do peptídeo C fornece uma medição indireta dos níveis de insulina endógena produzida pelo indivíduo. Nessas circunstâncias, a quantificação do peptídeo C fornece uma avaliação da funcionalidade das células β das ilhotas pancreáticas. SECREÇÃO DA INSULINA → O pâncreas humano secreta de 40 a 50 unidades de insulina diariamente, o que representa cerca de 15 a 20% da quantidade do hormônio estocado nesta glândula. A secreção da insulina ocorre através de padrão pulsátil e não contínuo. → O processo de secreção da insulina requer energia envolvendo o sistema microtúbulo microfilamento das células β das ilhotas pancreáticas. A glicose plasmática é um importante estímulo para a secreção de insulina. → Nas vizinhanças das células β, a glicose é transportada para o citoplasma pelo transportador glut2, o qual não é dependente de insulina. Imediatamente, a glicose é convertida a glicose-6-fosfato pela enzima hexoquinase 4, também conhecida como glicoquinase. Isto ativa a via glicolítica, permitindo a entrada de mais glicose para o interior da célula e aumentando a concentração de ATP intracelular. → A secreção de insulina é iniciada pelo aumento da razão ATP/ADP na célula, que provoca o fechamento do canal de potássio sensível ao ATP, despolarizando a membrana. Em resposta a esta despolarização abre-se um outro canal iônico na membrana, o canal de cálcio dependente da voltagem. → O aumento dos íons cálcio livre no citoplasma da célula estimula a primeira fase de secreção da insulina, que é intensa e curta, levando de 10 a 15 minutos. → Essa primeira fase da secreção de insulina é determinada pela glicemia, por níveis elevados de glicose no sangue. → Já a segunda fase é tardia e dura até 2 horas, é menos intensa e mais prolongada e depende de outros estímulos, como por exemplo aminoácidos de cadeia ramificada e diacilglicerol.
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