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Sociologia 1 3º BIMESTRE - 1º ANO/2º ANO - SOCIOLOGIA UNIDADE: TRABALHO: ESTRUTURA SOCIAL E DESIGUALDADE SOCIAL 1 – PROCESSO DE TRABALHO E A DESIGUALDADE SOCIAL “A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída para qualquer parte (...) A gente não quer só comida A gente quer a vida como a vida quer” Você já escutou os versos acima e já parou para pensar sobre o que podemos fazer para ter tudo isto? Ou melhor, o que você, sua família, e seus amigos fazem para ter acesso a tudo isto? Sabemos que para viver temos que ter comida, água potável, roupas e uma moradia segura. Mas sabemos também que na sociedade capitalista o caminho para ter o acesso à “comida, diversão e arte” não é nada fácil, é uma verdadeira odisséia. Então, como é possível suprir estas necessidades básicas? Se “(...) a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte(...)”, o que fazemos afinal, para conseguirmos garantir e resolver estas questões? O que você faz? Agora, como estão nos versos da música, queremos ter a garantia que as chamadas questões materiais – a comida, a água potável, as roupas adequadas para cada tipo de estação, a casa com segurança – e as questões subjetivas – sentimentos, desejos, gostos – sejam resolvidas. Temos aqui, portanto, duas questões essenciais: o que é imediato ou básico são necessidades materiais do ser humano; o que é subjetivo são necessidades imateriais. Mas esta preocupação não é somente uma preocupação particular, mas de todas as sociedades ao longo da história humana. Como “(...) a gente não quer só comida (...)”, estas duas necessidades devem ser resolvidas, e na busca destas soluções, novas necessidade vão surgindo. Assim, o contorno do nosso cotidiano vai sendo desenhado na medida em que as soluções de todos os tipos vão se realizando. Para pensar sobre isso, vejamos como a Sociologia pode nos auxiliar. O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) afirmou que, para resolver as suas necessidades básicas, o ser humano vai se apropriando da natureza, estabelecendo relações com outros seres humanos, pensando sobre a sua vida e criando novas e novas necessidades. Como isso é possível? Imagine que você tem que construir um banco de praça e a matéria-prima é de “segunda mão”. Tendo o material, o que mais é necessário para construir o banco? Bem, o conhecimento de como fazê-lo, e de como utilizar o material reciclável e as ferramentas. Temos, portanto: (1) você – um SER HUMANO; (2) o CONHECIMENTO; (3) a natureza que já foi modificada, a MATÉRIA-PRIMA; (4) e os INSTRUMENTOS – máquinas, ferramentas e utensílios. São necessários todos estes elementos juntos para que o banco seja construído. Temos uma unidade que permite que você produza ou melhor construa o banco. Esta unidade é o que chamamos de PROCESSO DE TRABALHO. Foi com este processo que a humanidade construiu tudo o que existe na vida: ferramentas, máquinas, a matéria-prima transformada ou não (um exemplo disto é o ferro encontrado bruto na natureza, transformado em aço para a fabricação de tratores, ônibus, geladeiras, bicicletas), os prédios, os estádios de futebol, as escolas, as ruas e estradas, os ônibus espaciais... enfim um conjunto imenso de coisas. Se isolarmos o conhecimento, as ferramentas e a matéria-prima e retirar- mos você da construção do banco, vamos observar que o banco não será construído. Então consideramos você – o ser humano – o principal elemento desta unidade. Isto porque é você quem vai dar asas à imaginação (pois não é só de pão que vive o homem) e construir e transformar tudo que o cerca. Então, seguindo o raciocínio anterior, sabemos que para viver temos que resolver problemas de ordem material e básica como comer, beber, vestir e morar. Mas como nos indica a música não é só disto que vivemos. Ir ao cinema, sair com os amigos, ir ao futebol, participar das festividades na família, exercitar e exercer nossa sensibilidade e gosto por um tipo de roupa, de música, de filme, de time de futebol, de professor, e de amigo fazem parte desta busca de resoluções. Para isto, os seres humanos vêm modificando a natureza e tudo ao seu redor, até a nós mesmos. Já sabemos que o ser humano é o principal elemento do processo de produção. Se acompanhamos os jornais vamos perceber que as ações não caminham para a resolução das necessidades materiais e imateriais. A destruição do planeta e de outros seres humanos ocorrem indiscrimi- Sociologia 2 nadamente em quase todos os lugares do mundo. Isto é o que em Sociologia foi chamado de contradição, por Karl Marx, pensador alemão já citado anteriormente neste texto: a não-resolução das necessidades humanas mesmo tendo condições para fazê-lo. São problemas que a humanidade não resolveu desde que o gênero homo começou a dominar o planeta. Você sabe que nesta caminhada do ser humano, para resolver estas necessidades, ele desenvolve ligações com os outros seres humanos e várias formas de organizações sociais vão surgindo. Seguindo este raciocínio, é a unidade entre o ser humano, o conhecimento, os instrumentos e a matéria-prima, que possibilita a relação como o mundo natural e a criação do mundo social modificado. Vamos tentar entender como se desenvolvem estas ligações. Quando o homem se espalhou pelo mundo, saindo da África e convivendo, segundo as recentes pesquisas da Paleoantropologia, com outras espécies do gênero, criou laços com os membros do seu grupo. Estes laços se estreitaram, ficando cada vez mais fortes, pois enfrentar a natureza – clima, vegetação, relevo, animais selvagens – revela-se uma aventura difícil e perigosa. Por isso, a união para garantir a existência passa a ser o elemento principal para continuar vivendo. Essas ligações são denominadas de relações sociais. Estamos vendo que, no início do processo de surgimento das primeiras formas de organização social estas relações eram coletivas. Então, o que significa dizer que essas relações eram coletivas? Imagine que você e seus amigos estão perdidos na floresta Amazônica e não conhecem o território, e necessitem fabricar instrumentos e utensílios. O mundo natural parece ameaçador e com certeza vocês buscarão ficar unidos, dividir igualmente a comida, a água, os cuidados com aqueles que estão doentes e com medo. Querem resolver tudo para que todos fiquem bem. Então, unidos, zelarão para que o grupo consiga sobreviver em um ambiente inóspito para o forasteiro. É muito importante observar que no processo de transformação da natureza, o homem vai modificando o espaço natural considerando as suas capacidades e as ferramentas que possui. É uma combinação e uma escolha entre a capacidade humana de transformação e aquilo que ele vai encontrar na natureza. O que resulta desta relação é uma nova realidade que continua a ser explorada. Então, no início da existência da humanidade (40.000 a.C.), havia uma relativa igualdade entre os membros de um mesmo agrupamento social. Relativa porque do ponto de vista das questões básicas de sobrevivência todos têm acesso a eles. Ao mesmo tempo estas sociedades eram hierarquizadas tanto com a divisão sexual do trabalho quanto com as demarcações etárias. Como sabemos disto? É só observarmos os povos indígenas brasileiros, antes da chegada dos europeus (século XIV da Era Cristã). A forma de organização e de resolução dos problemas de sobrevivência destes povos é exemplo deste período quando havia a necessidade de agir coletivamente, para enfrentar a natureza. Veja, os indígenas que habitam o Parque Nacional do Xingu e os Bosquínamos da África setentrional. Atualmente, são exemplos deste período (quando havia a igualdade descrita acima – 700.000 a.C. a 40.000 a.C.) em que, ao resolver suas necessidades básicas, o ser humano o fazia coletivamente. Com o aprimoramento dos instrumentose dos utensílios, e um controle maior sobre a natureza, com a agricultura e a domesticação dos animais, passa a existir em algumas regiões e entre alguns povos o acúmulo de alimentos. As casas são melhoradas para garantir um abrigo mais seguro e as roupas também acompanham estas mudanças com a utilização de novas matérias-primas para a sua confecção. Essas alterações acompanham a ocupação do espaço geográfico fazendo com que deixem de ser nômades e se transformem em povos sedentários. A Geografia, a História e a Sociologia são as Ciências que vão pensar o processo de trabalho interpretando como este se desenvolve nesta busca do ser humano de resolução das necessidades materiais e subjetivas. O armazenamento da água e alimentos fica mais aprimorado com a utilização da cerâmica como matéria- prima. O aperfeiçoamento da navegação e a utilização da roda e do transporte acompanham este ritmo. É Sociologia 3 importante frisar que estas transformações não são lineares nem evolutivas. Elas são desiguais e acompanham a forma utilizada por cada povo na sua região na ocupação do espaço e na criação da sociedade. Não podemos achar que todos fizeram da mesma maneira. Ao contrário, a forma de ocupação e o processo cultural revelam como cada povo enfrentou a natureza e foi resolvendo suas necessidades básicas. As formas mais apuradas de solução dos problemas imediatos: comer, beber, vestir e morar, na medida em que são resolvidos acabam criando outras e novas necessidades. Assim, locais onde é possível guardar os alimentos e a água vão sendo construídos para que estes sejam utilizados nos momentos de escassez, que são freqüentes e fazem com que as contradições (Lembra? A não-resolução das primeiras necessidades) assombrem os seres humanos. Vai ser necessário que alguns cuidem deste acúmulo e da sobra do que foi produzido ou consumido. Estes que vão cuidar do que todos produziram vão criar um grupo de segurança para auxiliá-los nesta nova tarefa. Este corpo de segurança, provavelmente são os mais fortes ou os que já tinham a tarefa de serem os guerreiros do grupo. Temos aqui um conjunto de pessoas que se desliga, se afasta daqueles que estão produzindo o necessário para a sobrevivência de todos. Você pode perguntar: quando isso ocorreu? Essas mudanças ocorrem na passagem do Neolítico para o surgimento da sociedade desigual (III milênio antes da Era Cristã), quando vai existir a propriedade e esta não vai ser coletiva. Este distanciamento em que alguns vão viver do TRABALHO que outros executam, permitiu o surgimento da desigualdade entre os seres humanos dentro da mesma sociedade. Essa desigualdade foi se aprofundando e as de- cisões sobre a distribuição do que foi produzido passam a ser realizadas por estes, que vão se tornando donos/proprietários das terras, dos animais, das ferramentas... Como isso é possível? Imagine que você está trabalhando no campo e as pessoas que cuidam do armazenamento observam que se não for estipulada uma cota de consumo para cada família, não terão comida suficiente para o próximo período de escassez. Então devem, para garanti-la, criar punições para aqueles que não cumprirem o que foi determinado. Que tipo de punição? Algo como ter que trabalhar em dobro, dar os seus animais, dar as ferramentas que utilizam – daí, para trabalhar tem que utilizar as ferramentas de outros. Viu como começou a propriedade do que chamamos meios de produção – ferramentas, matérias-primas, os galpões e prédios. A forma de divisão da sociedade em que uns são proprietários dos meios de produção – ferramentas, matérias-primas, conhecimentos – e outros são somente proprietários da força de trabalho – energia gasta no dia- a-dia e o conhecimento de como executar a sua tarefa no processo produtivo – é a base para o que chamamos de sociedade capitalista. Esta diferença entre os seres humanos vão marcar as relações sociais que passaram a estabelecer a partir do fortalecimento das duas classes sociais: os donos dos meios de produção e os proletários. Podemos, assim, buscar no passado da humanidade muitas das explicações para a situação complicada que é a busca do emprego hoje. As soluções se inscrevem no plano daquilo que chamamos de conquistas da humanidade; mas não podemos esquecer o que chamamos de contradições. São elas que vão marcar estas conquistas e nos alertar para perguntar sobre o principal elemento do trabalho que é o ser humano. Bem, voltando às questões do início do texto, vamos ver que a humanidade, para resolver as questões materiais e subjetivas (ter “comida, diversão e arte”) vai construindo o seu cotidiano, e que este já foi predominantemente coletivo, mas se modificou com a transformação da natureza. Surge a desigualdade entre os seres humanos e essa, por sua vez, vai marcar o dia-a-dia da sociedade. Assim, o que não podemos esquecer é que, na medida em que a humanidade vai se apropriando da natureza, modifica o espaço que a cerca e desenvolve não só ações criativas, mas também destrutivas – o aquecimento global – conseqüência do desmatamento, da poluição pelo dióxido de carbono, pela poluição de rios e solos, pela retirada de minerais de maneira predatória– sem citar a matança de animais e a destruição do seu hábitat. E é justamente por isso que não podemos desejar somente a comida, pois junto dela deve vir a água potável, a vestimenta adequada, a casa segura, o acesso ao conhecimento, às artes, à Filosofia. Tudo o que foi criado pelo ser humano com a intenção de resolver os problemas para viver, e também as soluções para os problemas como os indicados acima relacionados com as ações destrutivas. Pense sobre as soluções que podem ser dadas para resolver estas novas questões – a destruição da natureza, que estão diretamente ligadas às necessidades materiais e subjetivas apontadas no início e nas indagações finais da música “Comida” referenciada no texto. Essa busca de saídas para resolver as contradições entre produção e escassez – de alimentos, de água, de moradia, de escolas, de segurança, de saúde, de lazer de acesso à “diversão e arte” – transforma o ser humano em um ser que supera limites. Assim, uma indagação deve permanecer quando olhamos os problemas e vemos a dor e o sofrimento de muitos: “Você tem fome de quê?” Podemos fazer uma lista interminável de necessidades materiais e subjetivas que não foram resolvidas, mas com certeza o item Justiça deve aparecer. Sabia que a idéia (e, portanto uma necessidade subjetiva) de justiça é uma construção humana? Muitas vezes para resolver- mos questões materiais, nós recorremos a uma Sociologia 4 questão subjetiva, como a justiça. Então para sobreviver, o ser humano construiu tudo que temos – transformando a natureza, construindo relações sociais e também elaborando discussões complexas sobre as necessidades subjetivas. Leia nos versos da música e perceba como eles formam uma unidade: “(...)bebida é água /comida é pasto / você tem sede de quê? / você tem fome de quê? / a gente não quer só comida /a gente quer comida, diversão e arte”(. ) !!!! 2 - DIFERENTES MODOS DE PRODUÇÃO: Quando falamos em economia, a maioria das pessoas geralmente entende e cria uma imagem de números e cálculos em suas cabeças. Não poderia ser diferente, uma vez que os telejornais utilizam termos incompreensíveis como inflação, juros, déficit, superávit. Falam muito sobre a queda do índice da bolsa de valores, alta do dólar. Parece que nunca compreenderemos de fato do que trata a economia, contudo, entender economia é muito mais simples do que imaginamos. Podemos definir economia como: “A forma pela qual o conjunto de indivíduos existentes em uma sociedade participa da produção, da distribuição e do consumo de seus bens e serviços.” Quando falamos em bens, estamos nos referindo a qualquer coisa ou matéria produzida pelo homem: automóveis, roupas, sapatos, alimentos, móveisetc. Serviços referem-se a atividades desenvolvidas pelo homem, tão diversas como uma consulta médica, o atendimento ao público em um banco, ou em um posto do INSS etc. Bens e serviços são desenvolvidos pelo homem a partir da sua capacidade física e intelectual, a qual chamamos de força de trabalho. É através do trabalho que o homem transforma e domina a natureza, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida ou até mesmo para a sua destruição, como por exemplo através da poluição atmosférica provocada por uma fábrica etc. Todas as vezes em que os elementos da natureza são apropriados economicamente pelo homem, eles se transformam em recursos naturais. Assim podemos chamar as árvores (matéria- bruta) que são cortadas em toras (matéria-prima) para a produção de móveis ( produto final) Instrumento de produção é qualquer bem utilizado pelo homem na transformação da matéria prima e produção de outros bens e serviços. Definimos desta forma as ferramentas de trabalho, as máquinas e equipamentos (instrumentos de produção diretos), assim como o local de trabalho e a energia elétrica que utilizamos (instrumentos de produção indiretos), sendo assim as matérias-primas e os instrumentos de produção formam o conjunto de meios materiais necessários à produção de qualquer tipos de bens ou serviços; a esses meios materiais chamamos de meios de produção. Uma das caracterísitcas que vai diferenciar os diversos tipos de sociedades que se organizaram historicamente é a forma pela qual o homem, através do trabalho, utilizou os meios de produção que estavam disponíveis em seu meio.A associação entre o trabalho humano e os meios de produção chamamos de forças produtivas. Cada sociedade possuí o seu conjunto de forças produtivas. Um conceito que define a forma pela qual os diversos homens ou agrupamentos se relacionam entre si em todo processo de produção material existente na sociedade chama-se: relações de produção.As relações de produção vão determinar, juntamente com as forças produtivas, a organização e o funcionamento da sociedade como um todo, estabelecendo as distinções entre os diferentes modos de produção que caracterizam a humanidade. 2.1 MODO DE PRODUÇÃO PRIMITIVO / SOCIEDADES SEM ESTADO A chamada “ comunidade primtiva” foi a primeira forma de organização social dos seres humanos quando deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários, ou seja, com a “descoberta” da agricultura e a domesticação dos animais os homens fixaram-se, pois não precisavam mais sair em busca do alimento e passaram a cultivar a terra e a criar animais. Nesse tipo de modo de produção, os homens trabalhavam coletivamente, repartindo entre si o resultado da pesca, da coleta de frutos e raízes, da caça. Não existia propriedade privada e as relações de produção eram caracterizadas pela ajuda mútua entre todos os membros da coletividade. Não existia o Estado, e a sociedade não era divida em classes sociais. Nessas comunidades tem origem a especialização de funções, ou seja, uns caçam, outros plantam, uns fabricam utensílios, outros cuidam dos rituais religiosos. Apesar da utilização do termo “primitivo” por muitos autores ao referirem-se a essas sociedades, devemos chamar atenção para: 1 - Não devemos considerá-las como atrasadas em relação a outras formas de organização social.Essa idéia conduziria à adoção de uma teoria evolucionista, como se um certo tipo de sociedade pudesse suceder a outro tipo através da história, o que não corresponde a realidade, já que, até hoje, esse modo de produção pode ser encontrado em tribos existentes na Amazônia, na África e na Oceânia. 2 – Trata-se, na verdade, de sociedades extremamente complexas, principalmente do ponto de vista da sua cultura, o que foi demonstrado, amplamente por inúmeras pesquisas realizadas por antropólogos. 3 – Dentro desta forma de classificação existem sociedades distintas entre si sob o aspecto cultural, o que se reflete na sua forma de organização social. A idéia de “modo de produção primitivo” está sendo utilizada apenas para destacar principalmente os elementos econômicos comuns que estão presentes nessas diferentes sociedades. Sociologia 5 2.2 - MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA/ ESCRAVOCRATA A escravidão não é um fenômeno novo. Sua presença é notada nas sociedades paleo - orientais como Egito e Mesopotâmia. Também de Roma e Grécia nos vêem relatos da presença de cativos nestas civilizações. Variando de caráter, sempre se marcou esta prática pela submissão de uma pessoa a outra, tendo nesta relação uma idéia de posse, fosse temporária, como no Egito ou permanente como em Roma, o escravo era propriedade de outra pessoa. Suas vontades, desejos, aspirações, passavam antes pelo crivo da submissão e da humilhação, uma vez que é inerente ao homem ser livre. Negamos a idéia de Aristóteles que conforme nos lembra Jaime Pinsky (1993,p13), entendia como natural à submissão do escravo. O filósofo macedônio se esquecia, talvez pela abundância de cativos em sua época, da historicidade desta condição, uma vez que a ninguém é natural a submissão, esta naturalização de uma idéia cultural embasa a prática discursiva dos defensores de tal sistema, uma vez que nada fazem além de levar a cabo certas disposições do meio natural que os cerca. A presença do escravo no Brasil é inerente ao próprio sistema econômico aqui implantado. Contudo, algumas considerações devem ser feitas. Devemos nos lembrar que a utilização do escravo deveu-se principalmente a falta de contingente populacional em Portugal capaz de dar conta da colonização e utilização de forma proveitosa destas terras, deste modo, o escravo teve de ser feito e trazido ao Brasil por ser elemento chave da produção. Todos sabemos que “modo de produção” consiste no conjunto de atividades econômicas existentes em determinada época, o modo de produção escravista trata-se de uma atividade econômica não somente utilizada nas colônias portuguesas, as colônias do sul da chamada Nova Inglaterra (Estados Unidos) também utilizavam a mão de obra escrava, mas não da mesma forma que Portugal o fazia. Como base econômica Portugal tinha o trafico negreiro, a Virginia, Geórgia, Carolina do Norte e do Sul e Maryland dedicaram-se ao plantio de produtos tropicais para exportação, como fumo, arroz e posteriormente algodão. O cultivo era conhecido como plantation e, assim como em terras brasileiras, era feito em grandes propriedades, ou seja, latifúndios, sob o regime escravo, porém não baseavam a sua economia na comercialização de mão de obra escrava. Enfim o escravismo aproxima-se mais da escravidão da idade antiga do que da escravidão patriarcal oriunda da própria África. O africano ao ser separado de sua sociedade e trazido para o “novo mundo” passaria por um processo de dessocialização, o que implicou em despersonalização. Para os colonizadores, os escravos eram considerados como coisas, e dificilmente poderiam entender que um cativo possuísse personalidade, alegavam que o negro não tinha alma. No que tange ao tratamento diferenciado entre negros cativos do engenho e os urbanos, o fator de semelhança baseava-se na obediência o “ser” obediente ou “não ser” caracterizava o escravo como um “bom escravo” ou “um mau escravo” para seu proprietário, e o obediente logicamente valia mais no mercado e esse fator também definia os seus constantes castigos, já que o escravo obediente aguentava a rotina desumana de trabalho forçado sem lamentação, falava a língua de seu senhor, rezava para o Deus do seu senhor e não fugia, mero cativo, o trabalhador escravizado seria ajustado, “bem ou mal” “ao aparelho de produção por uma combinação mais ou menos eficaz de violência, agrados, persuasão etc”. Por muito tempo a historiografia descrevia o escravo como vítima ou como herói, mas nunca como agente do sistema. Sendo agentes dentro da malha escravista, a relação entre cativos e os seus senhores variavaentre a violência e a barganha, muitas vezes marcada por uma negociação maliciosa, alguns autores afirmam que era fundamental para o bom funcionamento do sistema escravista, se os senhores ou barões cediam e concediam pouquíssimas vezes para melhor controlar, os escravos pediam, e aceitavam muitas vezes para melhor viver, algo mais do que sobreviver, quando a negociação falhava ou nem se quer acontecia o resultado eram fugas constantes, rebeliões, assassinatos, suicídios, ou seja, sem algum tipo de negociação era impossível o controle desse sistema, ou se perderiam todos os escravos. Essa massa populacional transferida da África para as colônias não pode ser considerada apenas como força de trabalho eles também são formadores da sociedade brasileira e não objetos que ajudaram a construir o Brasil e a enriquecer os portugueses. O tráfico de escravos, a escravidão e a reprodução de cativos na costa africana podem ser considerados como fatores decisivos na sociedade brasileira exercendo influência direta em seu âmbito econômico, social e cultural. Alguns historiadores e sociólogos atribuem ao escravismo colonial a gênese da produção capitalista do Brasil, sobretudo após a abolição, em particular na referência ao desenvolvimento de quatro grandes regiões, Rio de janeiro, São Paulo, Sul e Nordeste. Hoje como se não bastasse todos os acontecimentos anteriores decorrentes da escravidão, esse crime repugnante ainda continua a ser cometido na sociedade brasileira. Em pleno século XXI foram descobertas fazendas que estão utilizando trabalho escravo. O governo federal em parceria com ONGs está procurando grandes empresas para participar-lhes da situação legal de alguns de seus principais fornecedores. Foram descobertas inúmeras fazendas que ainda utilizam a mão de obra escrava, porém hoje a dinâmica utilizada é diferente, com a argumentação mais elaborada para manterem os “cativos” trabalhando, estas fazendas estão na “lista suja” do trabalho escravo. 2.3 - MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL/FEUDALISMO Característico do Japão até o século XVIII e da EUROPA ocidental durante toda a idade média, o feudalismo era baseado em relações servis de produção, senhores feudais e servos, e na propriedade do senhor sobre a terra. Diferente do escravo, o servo poderia trabalhar uma parte da terra do senhor em seu próprio benefício, mas era Sociologia 6 obrigado a pagar diversos impostos ao senhor feudal e a obedecer às leis que eles estabeleciam. Quando o senhor feudal resolvia arrendar a terra seu servo permanecia como sendo parte do patrimônio, além disso este mesmo servo devia obediência e satisfação ao senhor feudal, não podiam nem ao menos casar-se sem autorização do senhor com alguém de outro feudo e no caso de viúvas, estas também só podiam se casar novamente com alguém da escolha do senhor feudal e no caso de não desejarem casar-se novamente deviam pagar uma multa ao senhor. Mesmo em caso de falecimento do chefe da família, o seu herdeiro devia pagar uma quantia determinada ao senhor se desejasse permanecer naquele feudo cuidando de sua terra e em sua moradia, porém vale a pena ressaltar que a terra que cabia ao servo camponês mal podia ser trabalhada para suprir as necessidades de subsistência da sua família, pois a terra a ser arada primeiro era a do senhor, a ser semeada também, a colheita etc, em caso de intempéries a plantação a ser salva primeiro também era a do senhor, logo entende-se que este servo não passava de uma espécie de escravo, possuindo apenas nova nomenclatura e uma relação minimamente diferenciada. Durante a idade moderna, com a formação dos grandes Estados nacionais europeus, desenvolveu-se uma fase de transição, na qual conviviam lado a lado diversas características do feudalismo e novas relações de produção, desenvolvidas por uma classe social em ascensão, a burguesia, formada por comerciantes que enriqueceram principalmente a partir das grandes navegações. O conflito entre a velha aristocracia feudal e os interesses burgueses deram origem às revoluções Inglesas do século XVII e à Revolução Francesa do século XVIII ( a partir de 1789). A Revolução Francesa é considerada como o grande marco da história do Ocidente, já que pôs fim à sociedade estamental, inaugurando a Idade Contemporânea e a hegemonia do modo de produção capitalista. 2.4 - MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO O modo de produção denominado asiático também existiu na antiguidade, predominantemente na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates (Hoje, Iraque), na China e na Índia. Apesar do termo asiático, esse tipo de organização sócio-econômica também prevaleceu em algumas regiões de outros continentes, como a África (Egito antigo) e a América (Astecas,no atual México, e os Incas na região dos Andes). No modo de produção asiático as terras pertenciam ao Estado, não sendo propriedade privada das classes sociais dominantes, no entanto o Estado era encarnado na pessoa do Imperador, fosse ele o Inca Americano ou o Faraó egípcio. Em torno dele, formavam-se os grupos privilegiados parasitários, como nobres, sacerdotes, funcionários e guerreiros, que consumiam totalmente o excedente produzido por escravos e camponeses. A agricultura, base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. Na verdade, esses camponeses (ou aldeões) tinham acesso à coletividade das terras de sua comunidade, ou seja, pelo fato de pertencerem a tal comunidade, eles tinham o direito e o dever de cultivar as terras desta. Todas as comunidades deviam tributos e serviços ao Estado ao qual estavam submetidas, representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó que se apropriavam do excedente agrícola (produção que supera o consumo imediato), distribuindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e guerreiros. Lembrando que este "excedente" era, frequentemente, extorquido mais pelas necessidades da "nobreza" do que por realmente ser um excedente propriamente dito nas comunidades. Esse Estado todo-poderoso, onde os reis ou imperadores eram considerados verdadeiros deuses, intervinha diretamente no controle da produção. Nos períodos entre as safras, era comum o deslocamento de grandes levas de trabalhadores (servos e escravos) para a construção de imensas obras públicas, principalmente canais de irrigação e monumentos. Essa produção de excedentes em benefício do Estado é que proporcionou a constituição de grandes exércitos e de obras monumentais, tais como pirâmides, templos e canais de irrigação. Esse tipo de poder, também denominado despotismo oriental, marcado pela formação de grandes comunidades agrícolas e pela apropriação dos excedentes de produção, caracteriza a passagem das sociedades sem classes das primitivas comunidades da pré-história (modo de produção primitivo) para as sociedades de classes. Nestas, predominam a servidão entre explorados e exploradores, embora a propriedade privada ainda fosse pouco difundida. Guardadas as particularidades históricas, pode-se afirmar que os primeiros Estados surgidos no Oriente Próximo (egípcios, babilônios, assírios, fenícios, hebreus, persas) também na América pré-colombiana nas sociedades incas e maias desenvolveram esse tipo de sociedade. Essas sociedades também podem ser consideradas sociedades hidráulicas, pois também dominaram técnicas de drenagem e utilização da força de rios para agricultura. Por fim, a servidão coletiva era o modo de pagamento para o rei ou faraó pela utilização de suas terras. Outro aspecto que marca o modo de produção "asiático" é a diferenciação social, onde sacerdotes, servos e reis possuem funções sociais diferentes. 2.5 - MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA Grandes mudanças começaram a ocorrer em toda a Europa independentemente da vontade daqueles que detinham o poder e a riqueza,a partir do século XV, o comércio já era a principal atividade econômica na Europa, nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou algumas cidades europeias em aumentar seu mercado para além dos limites nacionais Sociologia 7 e continentais. Essas mudanças ocorreram de forma gradativa, imperceptíveis para aqueles que viviam naquela época. Começaram a surgir novos grupos sociais: comerciantes, artesãos e camponeses livres, algo impossível durante o período feudal, pois a dificuldade de mobilidade social era fato. A partir daí, ocorreu a decadência do feudalismo; a servidão da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei. A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário. Foram dois séculos de amadurecimento até a Revolução Industrial (1750). As inovações técnicas aliadas às riquezas provenientes das áreas colonizadas acabaram por promover um acúmulo de capital e uma crescente expansão da economia. O capitalismo se tornou o modo de produção dominante a partir da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra. Surgiu, assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a capacidade de produzir e, consequentemente, os lucros. A riqueza provinha, então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do comércio. Assim, o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação política e econômica do mundo e pela partilha dos territórios asiáticos e africanos1, de acordo com seus próprios interesses. O resultado da competição foi o imperialismo expresso pelo domínio econômico de uma nação sobre outra, na tentativa de manter o abastecimento de matérias-primas e os mercados consumidores, o que teve como consequências o militarismo, o nacionalismo, o racismo e a hierarquização das nações. A partir da Segunda Guerra Mundial, com as potências europeias enfraquecidas e em crise, surgem os EUA como grandes investidores externos, graças ao acúmulo de capital e a seu crescente poder político-militar. O capitalismo entra em uma nova fase, financeira ou monopolista, com a expansão de grandes empresas2, o incessante acúmulo de capitais em escala mundial, o monopólio e a internacionalização da produção. Uma das características do modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção; tais relações baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção, livre concorrência e livre iniciativa (economia de mercado); lucro como objetivo; presença de duas classes sociais: burguesia e proletariado. Referências bibliográficas Sociologia / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – 266 p. ISBN: 85-85380-41-1 1. Sociologia. 2. Ensino médio. 3. Ensino de sociologia. 4. Teorias sociológicas. 5. Instituições sociais. 6. Cultura. 7. Trabalho. 8. Ideologia. 9. Movimentos sociais. I. Folhas. II. Material de apoio pedagógico. III. Material de apoio teórico. IV. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. V. Título Sociologia 8 ATIVIDADE 1) Os versos da canção enunciadas no início do texto fala sobre a necessidades humanas. Você leu, escutou os versos acima e já parou para pensar sobre o que podemos fazer para ter tudo isto? a) Sabemos que para viver não é necessário ter comida, água potável, roupas e uma moradia segura. b) sabemos também que na sociedade capitalista o caminho para ter o acesso à “comida, diversão e arte” é muito fácil. c) os versos música expressam chamadas questões materiais – a comida, a água potável, as roupas adequadas para cada tipo de estação, a casa com segurança – e as questões subjetivas – sentimentos, desejos, gostos – sejam resolvidas. d) A necessidades materiais e imaterias do ser humano é somente uma preocupação particular, que surgiu com o modo de produção capitalista, não sendo uma preocupação de todas as sociedades ao longo da história humana. e) Todas as alternativas estão corretas 2) Na busca de soluções para as necessidades humanas, soluções e novas necessidade vão surgindo. Assim, o contorno do nosso cotidiano vai sendo desenhado na medida em que as soluções de todos os tipos vão se realizando. Para pensar sobre isso, como a Sociologia pode nos auxiliar? Assinale a alternativa correta. a) O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) afirmou que, para resolver as suas necessidades básicas, o ser humano vai se apropriando da natureza, estabelecendo relações com outros seres humanos, pensando sobre a sua vida e criando novas e novas necessidades. b) Para resolver as necessidades básicas é preciso ter somente o material. c) Apenas o conhecimento humano é suficiente para o ser humano resolver as suas necessidades materiais. d) Para resolver as necessidades humanas é necessário apenas instrumentos e matéria – prima. e) Todas as afirmativas estão corretas. 3) Os seres humanos vêm modificando a natureza e tudo ao seu redor, até a nós mesmos, para resolver necessidades essenciais. O processo de produção é a unidade responsável pela resolução dessas neceessidades. Sobre os elementos necessários ao processo de produção, assinale a alternativa correta. a) Tendo o material, não precisa de mais nada para produzir bens e serviços. b) o conhecimento de como fazer bens e serviços não é mais importante, já que na sociedade capitalista é a máquina que produz mercadorias. c) os elementos do processo de produção são: (1) você – um SER HUMANO; (2) o CONHECIMENTO; (3) a natureza que já foi modificada, a MATÉRIA-PRIMA; (4) e os INSTRUMENTOS – máquinas, ferramentas e utensílios. d) Se isolarmos o conhecimento, as ferramentas e a matéria-prima e retirar- mos você da construção do banco, mesmo assim haverá o processo de trabalho. e) Todas as alternativas estão erradas. 4) Acerca do modo de produção primitivo, assinale a alternativa correta: a) Nesse tipo de modo de produção, os homens trabalhavam individualmente b) Não se repartiam entre si o resultado da pesca, da coleta de frutos e raízes, da caça. c) Existia propriedade privada e as relações de produção eram caracterizadas pela individualidade d) Existia o Estado, e a sociedade era dívida em classes sociais e) A chamada “comunidade primitiva” foi a primeira forma de organização social dos seres humanos quando deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários, ou seja, com a “descoberta” da agricultura e a domesticação dos animais os homens fixaram-se, pois não precisavam mais sair em busca do alimento e passaram a cultivar a terra e a criar animais. 5) A escravidão não é um fenômeno novo, sua presença é notada nas sociedades paleo-orientais como Egito e Mesopotâmia. Também de Roma e Grécia nos veem relatos da presença, aliás maciça, de cativos nestas civilizações. Sobre o modo de produção escravista / escravocrata, marque a alternativa correta. a) Embora fossem escravos, as vontades, desejos, aspirações dos escravos eram respeitados, uma vez que é inerente ao homem ser livre. b) A presença do escravo no Brasil não se relacionava com o próprio sistema econômico aqui implantado.c) Variando de caráter, sempre se marcou esta prática pela submissão de uma pessoa a outra, tendo nesta relação uma idéia de posse, fosse temporária, como no Egito ou permanente como em Roma, o escravo era propriedade de outra pessoa. Sociologia 9 d) Devemos nos lembrar que a utilização do escravo deveu-se principalmente a falta de contingente populacional em Portugal capaz de dar conta da colonização e utilização de forma proveitosa destas terras, deste modo, o escravo teve de ser feito e trazido ao Brasil por ser elemento chave da produção. e) O modo de produção escravista trata-se de uma atividade econômica somente utilizada nas colônias portuguesas. 6) Característico do Japão até o século XVIII e da EUROPA ocidental durante toda a idade média, o feudalismo era baseado em relações servis de produção, senhores feudais e servos, e na propriedade do senhor sobre a terra. Sobre as características do feudalismo, marque a alternativa correta. a) Embora trabalhando nas terras do senhor feudal, o servo não lhe devia obediência e satisfação ao senhor. b) feudal, não podiam nem ao menos casar-se sem autorização do senhor com alguém de outro feudo e no caso de viúvas, estas também só podiam se casar novamente com alguém da escolha do senhor feudal e no caso de não desejarem casar-se novamente deviam pagar uma multa ao senhor. c) Diferente do escravo, o servo poderia trabalhar uma parte da terra do senhor em seu próprio benefício, mas era obrigado a pagar diversos impostos ao senhor feudal e a obedecer às leis que eles estabeleciam. d) em caso de falecimento do chefe da família do servo, o seu herdeiro não devia pagar quantia determinada ao senhor se desejasse permanecer naquele feudo cuidando de sua terra e em sua moradia. e) A terra que cabia ao servo camponês era a principal terra a ser trabalhada para suprir as necessidades de subsistência da sua família, a terra do senhor era arada e semeada depois. 7) Grandes mudanças começaram a ocorrer em toda a Europa independentemente da vontade daqueles que detinham o poder e a riqueza, a partir do século XV, o comércio já era a principal atividade econômica na Europa, nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou algumas cidades europeias em aumentar seu mercado para além dos limites nacionais e continentais. Sobre o modo de produção capitalista, assinale a alternativa correta. a) Embora tenha ocorrido mudanças no modo de produção, não se observou o surgimento de novos grupos sociais, pois no modo de produção capitalista não existia mobilidade social era fato. b) A partir daí, ocorreu a decadência do feudalismo; a servidão da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei. c) Ocorreu a redução do comércio internacional, consolidando o sistema capitalista dentro de uma sociedade em que não existe classes sociais d) uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, foram em enfraquecidas. e) o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário. 8) O modo de produção denominado asiático também existiu na antiguidade, predominantemente na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates (Hoje, Iraque), na China e na Índia. Apesar do termo asiático, esse tipo de organização socioeconômica também prevaleceu em algumas regiões de outros continentes, como a África (Egito antigo) e a América (Astecas no atual México, e os Incas na região dos Andes). Sobre o modo de produção asiático, marque a alternativa correta. a) No modo de produção asiático as terras pertenciam ao Estado, não sendo propriedade privada das classes sociais dominantes, no entanto o Estado era encarnado na pessoa do Imperador, fosse ele o Inca Americano ou o Faraó egípcio. b) Em torno dele, formavam-se os grupos privilegiados, como nobres, sacerdotes, funcionários e guerreiros, que consumiam totalmente o excedente produzido por escravos e camponeses. c) Todas as comunidades deviam tributos e serviços ao Estado ao qual estavam submetidas, representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó que se apropriavam do excedente agrícola (produção que supera o consumo imediato). d) a produção de excedentes em benefício do Estado é que proporcionou a constituição de grandes exércitos e de obras monumentais, tais como pirâmides, templos e canais de irrigação. e) Todas as alternativas estão corretas.
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