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OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS

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OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS 
 
Maria Helena Diniz.: Elementos acidentais (accidentalia negotii) consistem em 
estipulações acessórias, que as partes podem facultativamente adicionar ao negócio, 
para modificar alguma de suas consequências naturais, como a condição, o termo e o 
encargo ou modo. 
 
OBRIGAÇÕES PURAS E SIMPLES 
 
• Não são sujeitas aos elementos acidentais. 
 
• Efeitos imediatos. 
 
OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS 
 
• Seus efeitos condicionam-se a evento futuro e incerto (art.121, CC). Alteram a 
eficácia, pois a possibilidade de cobrança depende de futuro incerto. P. ex.: 
Casamento 
 
• Condição suspensiva ocorre quando, após o futuro incerto ocorrer, a obrigação não é 
imediata. 
 
• Quando a obrigação é imediata após a ocorrência do futuro incerto, chama-se 
obrigação resolutiva. 
 
• Determinada pretensão só existirá quando a condição ocorrer. 
 
• Deriva da vontade das partes. 
 
• Tecnicamente, requerem as seguintes características: 
 
- Voluntariedade, futuridade e incerteza. 
 
 
 
• Classificação das obrigações condicionais: 
 
- Causais: eventos futuros e incertos não associados à vontade das partes; 
 
- Potestativas: os efeitos ficam condicionados a boa vontade do indivíduo; 
 
- Mistas: associadas ao comportamento das partes, mas não exclusivamente; 
 
- Promíscuas: é aquela em que inicialmente é potestativa, porém, posteriormente, vem 
a perder esta característica ante a ocorrência de um fato superveniente, alheio à vontade 
do agente, que venha a dificultar sua realização. 
 
• Classificação das obrigações condicionais quanto ao modo de atuação: 
 
 
SUSPENSIVAS 
 
 RESOLUTIVAS 
 
• Não há direito adquirido; 
• Sem a condição, não há direito de 
ação (e não corre prazo 
prescricional); 
• Se a condição nunca ocorrer? 
Extinta será a obrigação. 
 
• Extingue, resolve o direito 
transferido pelo negócio, ocorrido 
o evento futuro e incerto; 
• Vigora o direito até a realização da 
condição; 
• O direito existe de imediato, assim 
como seus efeitos já se 
manifestam. 
 
 
CC 2002: 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento 
for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao 
contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem 
aproveita o seu implemento. 
 
 
 
 
OBRIGAÇÃO A TERMO 
 
C.R.G.: Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. 
Termo convencional é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a 
evento futuro e certo. Difere da condição, que a subordina a evento futuro e incerto. 
 
• Obrigação subordinada a acontecimento futuro e certo. 
• O “termo” marca o dia em que começa ou extingue a eficácia do negócio 
jurídico. Pode ser inicial (ou suspensivo) ou final (ou resolutivo). 
• O direito é adquirido. 
 
OBRIGAÇÃO MODAL 
 
C.R.G.: Obrigação modal (com encargo ou onerosa) é a que se encontra onerada por 
cláusula acessória, que impõe um ônus ao beneficiário de determinada relação jurídica. 
Normalmente associada a contratos de doação. Impõe ao beneficiário uma obrigação 
ligada à vontade do doador. 
 
• São pactos acessórios que existem em razão das liberalidades. 
• Exemplo: doações ou testamentos com “modo” ou “encargo”. 
 
C.R.G.: É comum nas doações feitas ao município, em geral com a obrigação de 
construir um hospital, escola, creche ou algum outro melhoramento público; e nos 
testamentos, em que se deixa a herança a alguém, com a obrigação de cuidar de 
determinada pessoa ou de animais de estimação. Em regra, é identificada pelas 
expressões “para que”, “a fim de que”, “com a obrigação de”. 
 
• O beneficiário tem um ônus a ser observado. 
• Ressalte-se que seu objeto pode ser uma ação ou uma abstenção. 
 
 
• O não cumprimento pode revogar a liberalidade (pode perder a doação). 
 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição 
suspensiva.

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