Buscar

DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO - Part

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Negócio Jurídico
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO
ENCARGO - Part. 1
> Introdução:
Além dos elementos estruturais e essenciais, que constituem requisitos de
existência e de validade do negócio jurídico, pode este conter outros
elementos meramente acidentais, introduzidos facultativamente pela
vontade das partes, não necessários à sua existência. Aqueles são
determinados pela lei; estes dependem da vontade das partes. Uma vez
convencionados, têm o mesmo valor dos elementos estruturais e
essenciais, pois que passam a integrá-lo de forma indissociável.
São três os elementos acidentais do negócio jurídico no direito brasileiro:
■ condição;
■ termo; e
■ encargo ou modo.
Essas convenções acessórias constituem autolimitações da vontade e são admitidas nos
atos de natureza patrimonial em geral (com algumas exceções, como na aceitação e
renúncia da herança), mas não podem integrar os de caráter eminentemente pessoal, como
os direitos de família puros e os direitos personalíssimos.
Elementos acidentais são, assim, os que se acrescentam à figura típica do ato para
mudar-lhe os respectivos efeitos. São cláusulas que, apostas a negócios jurídicos por
declaração unilateral ou pela vontade das partes, acarretam modificações em sua eficácia
ou em sua abrangência. A constituição, modificação ou extinção das relações jurídicas, ou
seja, os efeitos do negócio jurídico, colocam-se,
pois, no plano de sua eficácia.
Conceito: Condição é o evento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio
jurídico. Da sua ocorrência depende o nascimento ou a extinção de um direito. Sob o
aspecto formal, apresenta-se inserida nas disposições escritas do negócio jurídico, razão
por que, muitas vezes, se define como a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a
evento futuro e incerto (CC/1916, art. 114; CC/2002,art. 121). Nesse diapasão, Orlando
Gomes define condição como “a disposição acessória que subordina a eficácia, total ou
parcial, do negócio jurídico a acontecimento futuro e incerto”.
O Código Civil de 2002 simplificou o conceito, ao reunir, no art. 121, as disposições dos
arts. 114 e 117 do diploma de 1916, verbis: “Art. 121. Considera-se condição a cláusula que,
derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
evento futuro e incerto.”
A frase “derivando exclusivamente da vontade das partes” afasta do terreno das condições,
em sentido técnico, as condições impostas pela lei (condiciones iuris). Apesar de o
dispositivo supratranscrito se referir à vontade das partes (plural), cabe ressalvar, como
observou Zeno Veloso, que há negócios jurídicos unilaterais que admitem disposições
condicionais, como o testamento.
Elementos da condição:
Os requisitos ou elementos para que haja condição na acepção técnica são: a
voluntariedade, a futuridade e a incerteza. É necessário, portanto:
a) que a cláusula seja voluntária;
b) que o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico seja
futuro;
c) que também seja incerto.
■ Voluntariedade — já foi exposto que as partes devem querer e determinar o evento, pois
se a eficácia do negócio jurídico for subordinada por determinação de lei, não haverá
condição, mas, sim, conditio iuris.
■ Futuridade — a propósito preleciona Limongi França: “É de se observar que, em se
tratando de fato passado ou presente, ainda que ignorado, não se considera condição. É
oportuno o exemplo citado por Spencer Vampré (Curso, v. 1): ‘Prometo certa quantia se
premiado foi o meu bilhete de loteria que ontem correu’. Aí, de duas uma: ou o bilhete não
foi premiado — e a declaração é ineficaz; ou o foi — e a obrigação é pura e simples (e não
condicional). Cláusulas dessa natureza, quae ad praeteritum vel praesens tempus
referentur, são denominadas condições impróprias e já o direito romano não as considerava
condições propriamente ditas”. Na realidade, embora chamadas de condições impróprias,
não constituem propriamente condições. Do mesmo modo, não
se considera condição o evento futuro, ainda que incerto quanto ao momento, a cuja
eficácia o negócio está subordinado, mas que decorra da sua própria natureza, como a
morte em relação ao testamento. Sem o evento morte, este não tem eficácia. No entanto,
não há qualquer alteração estrutural do negócio, pois a morte é intrínseca a esse modo de
manifestação de última vontade.
■ Incerteza — o evento, a que se subordina o efeito do negócio, deve também ser incerto,
podendo verificar-se ou não. Por exemplo: pagar-te-ei a dívida se a próxima colheita não
me trouxer prejuízo.
Evidentemente, o resultado de uma colheita é sempre incerto. Se o fato futuro for certo, a
morte, por exemplo, não será mais condição, e sim termo.. A incerteza não deve existir
somente na mente da
pessoa, mas na realidade. Há de ser, portanto, objetiva. Deve ser incerteza para todos, e
não apenas para o declarante. Se o acontecimento fosse certo, ainda que tal certeza não
fosse conhecida das partes, teríamos uma condição necessária, que só em sentido
impróprio pode dizer-se condição.

Continue navegando