Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉTIL (DSE) Gizelle Felinto CURIOSIDADES HISTÓRICAS ➢ 1940 → “O prazer é dos homens” • A sociedade era bastante patriarcal, fazendo com que o homem fosse o centro da família • O homem era quem buscava a atividade sexual no casamento ➢ 1960 – 1970 → “Sexo como ferramenta de prazer e comunicação entre parceiros” • O desenvolvimento de métodos contraceptivos e o desenvolvimento da sociedade em relação ao papel da mulher contribuíram para isso ➢ 190 – 1990 → “Ditadura do orgasmo” • Significa que hoje em dia, o prazer deve estar relacionado aos dois lados, e não apenas ao homem ➢ Atualmente, os problemas sexuais masculinos, principalmente a disfunção erétil e a ejaculação precoce, são muito mais frequentes. Isso se deve à maior procura desses pacientes por tratamento médico e à mudança dos costumes e da cultura ➢ Problemas sexuais masculinos mais frequentes: • Disfunção Sexual Erétil (DSE) → é a mais frequente em comparação a todos os outros problemas sexuais • Ejaculação Rápida (ER) DEFINIÇÃO ➢ A disfunção erétil é a incapacidade persistente em obter e/ou manter uma ereção suficiente para uma função sexual satisfatória • Muitas vezes, a ereção pode cessar no meio do ato sexual, por exemplo • Essa questão de função sexual satisfatória é bastante subjetiva, pois depende de cada indivíduo decidir o que lhe dá prazer ➢ Uma das grandes causas de disfunção erétil são os problemas psicológicos (disfunção sexual psicogênica) ➢ Antigamente a disfunção erétil era chamada de “Impotência Sexual”, porém, hoje em dia não se utiliza mais, pois é um termo estigmatizante, que marca o homem como incapaz de estabelecer uma atividade sexual EPIDEMIOLOGIA ➢ Segundo dados de 2007: • No Brasil, cerca de 30 milhões de homens maiores de 18 anos tinham disfunção erétil • Existem 1 milhão de novos casos de disfunção erétil por ano, entre 40 e 70 anos de idade ➢ Estudo da vida sexual do Brasileiro (2004) → esse estudo trouxe importantes pontos que norteiam o tratamento da disfunção erétil até os dias de hoje • Prevalência: ▪ A prevalência em homens com 40 a 70 anos é cerca de 48,8%: ✓ Ou seja, quase 50% dos pacientes acima de 40 anos têm disfunção erétil ✓ De acordo com o “grau” de disfunção erétil: o 26,6% tem disfunção erétil mínima o 18,3% moderada o 3,9% completa ▪ A prevalência e o grau de disfunção erétil aumentam com o avançar da idade • A disfunção erétil afeta o relacionamento interpessoal e compromete o bem-estar e a qualidade de vida do paciente: ▪ As principais áreas afetadas são: ✓ Amor próprio/autoestima (38%) ✓ Relacionamento com parceira/parceiro (30%) ✓ Trabalho (17%) ✓ Lazer e passeios (9%) ✓ Relacionamento social (8%) • Foi feita uma entrevista perguntando aos homens: ▪ “O que contribui para o bom desempenho sexual”: ✓ Para 70% dos homens entrevistados: o Atração física o Tempo suficiente e tranquilidade o Clima e ambiente apropriado o Relacionamento com afeto/sentimento ▪ “Os principais medos masculinos”: ✓ Para 30% dos entrevistados: o Não satisfazer a parceira o Gravidez indesejada o Ejacular muito rápido o Perder a ereção • Fatores que interferem negativamente no desempenho sexual: ▪ Cansaço (50%) ▪ Atividades diárias (34%) ▪ Pouco tempo (20%) ▪ Parceiro antigo (27%) ▪ Sexo com programação (16%) ▪ Ansiedade (24%) • Relação inversa com escolaridade → assim, homens com ensino superior têm menos disfunção erétil do que homens com baixo nível educacional ▪ Apesar de ser mais frequente em homens com baxa escolaridade, a disfunção erétil também atinge esses homens com renda e profissão diferenciada • A disfunção erétil independe da religião FATORES DE RISCO ➢ Idade → a incidência e a prevalência de disfunção erétil vão aumentando com o avançar da idade • 15% dos homens entre 18 – 25 anos apresentam disfunção • 26 – 40 anos (17%) • 41 – 60 anos (19%) • > 60 anos (31%) ➢ Tabagismo → 40 cigarros por dia ➢ Hábitos de Vida: • Obesidade • Sedentarismo • Má alimentação: ▪ Comer mais que o necessário 2 DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉTIL (DSE) Gizelle Felinto ▪ Comer menos que o necessário ▪ Alimentos gordurosos • Trabalhar em excesso, não tirar férias e não descansar em férias • Não ter insônia, mas dormir pouco por opção • Insônia • Dormir em excesso • Tomar medicamentos em excesso ➢ Mudanças socioeconômicas e fatores psicológicos: • Problemas econômicos fazem com que o paciente mude o seu padrão de vida, podendo impactar negativamente no psicológico desses indivíduos, aumentando-se o número de pacientes com ansiedade e depressão que apresentam a disfunção erétil ➢ Diabetes Mellitus (DM) → 50% dos diabéticos com mais de 10 anos de diagnóstico apresentam disfunção erétil ➢ Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ➢ Doença Cardiovascular e Dislipidemia: • A disfunção erétil pode ser um marcador de Doença Coronariana → muitas vezes, o paciente vai ao urologista com a queixa de disfunção erétil e, quando se pede os exames laboratoriais, esse homem apresenta colesterol e triglicerídeos altos, por exemplo ➢ Insuficiência Renal ➢ Esclerose Múltipla ➢ Parkinson ➢ Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ➢ Depressão ➢ Baixos níveis de Testosterona → esses pacientes não têm as ereções do sono REM (são as ereções noturnas que oxigenam os corpos cavernosos) • Geralmente, os homens tem 3 a 4 ereções a noite. Assim, quando há um baixo nível de testosterona essa quantidade diminui, fazendo com que os corpos cavernosos não tenham uma boa oxigenação ➢ Níveis elevados de Prolactina e Alterações Tireoidianas ➢ Uso de anti-hipertensivos, medicações neuropsicotrópicas e drogas ilícitas ➢ Cirurgia e traumas no Sistema Nervoso Central (incluindo o raquimedular) ➢ Cirurgias e traumas no peritônio, região pélvica e pênis → principalmente a Prostatectomia Radical ➢ Assim, existem várias causas de disfunção erétil, sendo causas arteriais, neurológicas, hormonais, cavernosas (principalmente a Doença de Peyronie), sistêmicas, psicológicas, uso de drogas... TIPOS DE DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉTIL ➢ Psicogênica ➢ Orgânica ➢ Mista AVALIAÇÃO BÁSICA ➢ ANAMNESE: • Na anamnese busca-se: ▪ Distinguir DSE orgânica de psicogênica e quantifica-la ▪ Identificar fatores de risco ▪ História sexual suscinta e da(o) parceira(o) ▪ Avaliação psicológica básica • Distinguir a Disfunção Erétil → Orgânica x Psicogênica: DSE ORGÂNICA DSE PSICOGÊNICA Pacientes mais velhos Pacientes mais jovens Fatores de risco presentes Fatores de risco ausentes Libido normal Libido pode estar diminuída Início gradual Início súbito Ansiedade e medo secundário Ansiedade e medo primário Piora progressiva Perda da ereção súbita e completa Ausência ou diminuição das ereções matinais Ereções matinais presentes Ausência ou diminuição das ereções noturnas Ereções noturnas presentes Disfunção erétil não é específica para a(o) parceira(o) Pode ser específica para a(o) parceira(o) Disfunção erétil não circunstancial Pode ser circunstancial Ereção na masturbação pode estar anormal Masturbação normal ▪ DSE Orgânica: ✓ Ex: diabetes mellitus ✓ Pacientes mais velhos ✓ Início gradual → o paciente vai perdendo a ereção ao longo do tempo ✓ Piora progressiva ✓ A disfunção não é específica para a(o) parceira(o) → não tem a ereção, independentemente de com quem ele está prestes a realizar a atividade sexual ✓ Não é circunstancial → os fatores externos (como o local, o uso de aparelhos eletrônicos) não influenciam na disfunção do paciente ▪ DSE Psicogênica: ✓ Pacientes mais jovens ✓ Início súbito: o Ex: paciente afirma que isso nunca havia acontecido com ele ✓ Perda da ereção é súbita e completa ✓ Pode ser específica para a parceira ✓Pode ser circunstancial • Quantificação → faz-se através de um questionário, que é o Índice Internacional de Função Erétil (IIFE-5) ▪ Geralmente, não se faz esse tipo de teste em consultas ambulatoriais, sendo feito mais em casos de pesquisas ▪ As perguntas são: 1. Com que frequência você foi capaz de ter ereção durante uma atividade sexual? 2. Quando você teve ereções com estimulação sexual, com que frequência suas ereções permaneceram o suficiente para a penetração? 3. Durante a relação sexual, com que frequência você foi capaz de manter sua ereção depois de ter penetrado a(o) parceira(o)? 4. Durante a relação sexual, o quanto foi difícil para você manter sua ereção até o fim da relação? 5. Como você consideraria a sua confiança em conseguir ter e manter uma ereção? ▪ Pontuação do IIFE-5: 3 DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉTIL (DSE) Gizelle Felinto ✓ Ausência de DSE = 22 a 25 pontos ✓ DSE Leve = 12 a 21 pontos ✓ DSE Moderada = 8 a 11 pontos ✓ DSE Grave = 1 a 7 pontos ➢ EXAME FÍSICO: • Presença de Ginecomastia • Inspeção da genitália externa • Caracteres sexuais secundários • Sinais de Hipogonadismo → Ex: testículos amolecidos, assimétricos e/ou atrofiados • Avaliação Prostática (em indivíduos > 50 anos) ➢ EXAMES LABORATORIAIS: • Hemograma completo • Glicemia de jejum • Perfil lipídico completo • Dosagens hormonais: ▪ Testosterona total ▪ Hormônio Luteinizante (LH) → dificilmente solicita-se o LH ▪ Hormônio Folículo-Estimulante (FSH) ▪ Prolactina ▪ Hormônio Tireoestimulante (TSH) • Deve-se solicitar os exames mesmo quando se sabe que a causa é psicológica, pois isso faz com que o paciente se sinta valorizado e bem examinado → os exames virão normais, mas é essencial solicitá-los, principalmente naqueles pacientes que não aceitam muito bem que estão apresentando algum problema psicológico TRATAMENTO DSE PSICOGÊNICA, ORGÂNICA OU MISTA LEVE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ORAL ➢ A maioria dos casos de disfunção sexual são leves, podendo ser tratados pelo médico generalista, sem necessidade de encaminhamento para o Urologista, apenas se necessário ➢ HOME TEST (DROGAS ORAIS): • O que é → no início do tratamento para a DSE, inicia-se um medicamento oral por uma fase de teste, para saber se a droga terá efeito sobre a disfunção e quais os efeitos colaterais que o indivíduo pode apresentar • Inibidores da Fosfodiesterase Tipo 5: SILDENAFIL 50mg (Viagra®) VARDENAFILA 20mg (Levitra®) TADALAFILA 20mg (Cialis®) IODENAFILA 80mg (Helleva®) • Modo de usar: ▪ 2 vezes por semana por 4 a 8 semanas ▪ Após o período, o paciente deve retornar para ser reavaliado ▪ Diabéticos ou Pós-Prostatectomia Radical → devem utilizar dose dobrada da medicação ▪ Geralmente, nesse home test, pede-se para que o paciente no primeiro e segundo uso do remédio, faça com a masturbação, e não com sua(seu) parceira(o) → pois, alguns casos de disfunção podem ser relacionados à(ao) parceira(o) e fazendo o uso sozinho do medicamento o paciente pode ganhar mais confiança ▪ Além disso, deve-se orientar o paciente a fazer uso da medicação cerca de 1 hora ou 1 hora e meia antes da atividade sexual. Ainda, orienta-se o paciente a realizar as preliminares antes do sexo, para que se tenha um estímulo para a produção do GMPc • Vantagens dos medicamentos orais: ▪ Não invasivos e reversíveis ▪ São bem tolerados ▪ Tem eficácia comprovada • Contraindicação: ▪ Uso de medicações a base de nitratos/nitritos (Ex: Isordil, Sustrate, Balcor, Nifedipina...) → pois pode haver um efeito cruzado entre os medicamentos, podendo causar um acidente vascular ou um acidente isquêmico coronariano, por exemplo FISIOLOGIA DA EREÇÃO E COMO OS MEDICAMENTOS ORAIS ATUAM ➢ Tem-se um estímulo desencadeado pela manipulação genital local, que é transmitido pelas células endoteliais (endotelina), ativando a via do Óxido Nítrico (ON). Além disso, tem-se o estímulo Não- Adrenérgico Não-Colinérgico (NANC), que vem pelas vias dos sentidos (olfato, tato, visão, audição e paladar), sendo responsável também por ativar a via do óxido nítrico. Assim, essa via do óxido nítrico atua estimulando a Guanilil ciclase (Gc) a transformar o GTP em GMPc, que é o segundo mediador importante para o relaxamento do corpo cavernoso, provocando a ereção. Posteriormente, a Fosfodiesterase tipo 5 (PDE 5) degrada o GMPc em GMP, fazendo com que a ereção cesse ➢ Ação dos medicamentos Inibidores da Fosfodiesterase tipo 5: • Esses medicamentos atuam bloqueando a ação da fosfodiesterase tipo 5 (PDE 5), impedindo que ela degrade o GMPc em GMP e, consequentemente, impedindo que a ereção cesse. Assim, o GMPc se acumula nas células do corpo cavernoso, produzindo um maior relaxamento e fazendo com que a ereção seja mais demorada • Assim, diante desse mecanismo de ação, vê-se que esses medicamentos são facilitadores de ereção, e não indutores, pois os medicamentos indutores são, por exemplo, um vasodilatador injetado no corpo cavernoso TRATAMENTO PSICOLÓGICO ➢ Alguns pacientes, além da disfunção erétil, também apresentam fatores psicológicos agindo sobre esse problema ➢ Fatores Predisponentes e Precipitantes: • Formação restrita (religiosa/cultural) 4 DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉTIL (DSE) Gizelle Felinto • Experiencia sexual escassa (“mitos sexuais”) • Experiencia sexual traumática • Distúrbios no relacionamento familiar • Infidelidade conjugal • Problemas de trabalho ou financeiros • Expectativas x realidades • Envelhecimento • Depressão e ansiedade • Perda da parceira (“Síndrome do Viúvo”) ➢ Fatores Mantedores: • Ansiedade em relação à performance • Diminuição da atração por um dos parceiros • Comunicação escassa • Medo da intimidade • Relacionamento sexual pobre • Casamentos de conveniência ➢ Assim, quando se detecta que os pacientes apresentam algum ou alguns desses fatores listados acima, deve-se encaminhá-lo para um acompanhamento psicológico, mais precisamente o sexólogo DSE ORGÂNICA MODERADA OU GRAVE AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR ➢ As disfunções sexuais moderadas e graves necessitam de acompanhamento com o Urologista ➢ TESTE DE EREÇÃO FÁRMACO-INDUZIDA (TEFI): • Indicação → todo paciente com Disfunção Erétil, excetuando-se aqueles de causa psicogênica • Contraindicações: ▪ Hipersensibilidade às drogas ▪ Infecção local ▪ Prótese peniana • Como é feito: ▪ Injeta-se uma solução no corpo cavernoso, que pode ser uma das seguintes: ✓ Medicações feitas em laboratórios de manipulação: Papaverina + Fentolamina (Bimix®) Papaverina + Fentolamina + Clorpromazina (Trimix®) Papaverina + Fentolamina + Clorpromazina + Prostaglandina (Tetramix®) ✓ Medicação que já pode ser comprada pronta na farmácia: Prostaglandina (Carveject®)→ dose de 10 a 20mcg ❖ A caixa já vem pronta com todo o material necessário para a aplicação (lenço umedecido, seringa, solução para diluir...) → é devido a isso que as prostaglandinas são mais utilizadas do que as medicações manipuladas ▪ Assim, ao injetar uma dessas medicações, coloca-se o paciente em um ambiente adequado, com um estímulo sexual (Ex: revistas e vídeos de conteúdo sexual). Desse modo, quando o paciente apresentar a ereção, deve-se fazer um Ultrassom com doppler (USG doppler) • Ultrassom com Doppler → analisa a velocidade de fluxo sanguíneo • Resultados obtidos no teste → quando se tem a resposta erétil do paciente, pode-se observar: ▪ Flacidez ou Tumescência peniana → TEFI negativo ▪ Rigidez parcial ou Rigidez plena → TEFI positivo • TEFI positivo → exclui disfunção venoclusiva e apenas 10 a 15% podem ter alterações vasculares arteriais • TEFI negativo → significa que existem alterações vasculares (arteriais ou venosas) ▪ Esses pacientes com TEFI negativo acabam necessitando de prótese peniana• Complicações do teste: ▪ Sangramento/Hematoma ▪ Infecção ▪ Dor no local da aplicação ▪ Injeção intrauretral e Lesão de uretra ▪ Priapismo: ✓ É uma emergência urológica! ✓ Definição → ereção persistente e frequentemente dolorosa, sem desejo sexual ✓ Ex: aplica-se a medicação e o paciente passa 2 a 4 horas com a ereção, sem o desejo sexual ✓ Consequência → essa ereção prolongada provoca maior consumo de oxigênio e de glicose, aumentando os radicais e o CO2, que fazem com que o paciente tenha isquemia e necrose do pênis ➢ AVALIAÇÃO VASCULAR → USG doppler peniano: • O ideal é que a realização desse ultrassom seja associada ao TEFI • Nos casos de TEFI inconclusivo → pode-se fazer a avaliação arterial complementar (Arteriografia das Artérias Pudendas). Porém, dificilmente necessita-se desse exame, pois o ultrassom e o TEFI já dão uma boa noção do caso • O que se analisa: ▪ Pico sistólico → valor normal > 30cm/s ▪ Índice de resistência → valor normal > 0,8 ➢ Condutas: • TEFI positivo → tratamento medicamentoso (Ex: Viagra) com ajuste das doses ou terapias intermediárias (Ex: Vacuoterapia) Rigidez Flacidez 5 DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉTIL (DSE) Gizelle Felinto • TEFI negativo → prótese peniana TERAPIAS INTERMEDIÁRIAS ➢ VACUOTERAPIA: • Como é feito → Coloca-se um aparelho no pênis. Esse aparelho tem uma pressão negativa e faz com que a circulação peniana aumente ▪ Pressão negativa (200 – 250cmH2O) ▪ Enchimento peniano ▪ Obstrução da saída venosa → deve-se colocar um anel de borracha na base do pênis para que o sangue não saia • Vantagens: ▪ Não invasivo e reversível ▪ Ereção suficiente para penetração • Desvantagens: ▪ Difícil manuseio ▪ Ereção não fisiológica (durando 30min) com dificuldade na ejaculação → pois quando se coloca o aparelho e ele puxa a pressão, fazendo o pênis encher, é necessário colocar uma liga na base do pênis para que o sangue não saia. Assim, a ejaculação terá um obstáculo, devido a presença dessa liga, fazendo com que essa ejaculação seja dolorosa ➢ FARMACOTERAPIA INTRACAVERNOSA: • Quando vê-se que o TEFI funcionou. Assim, aproveita-se para ensinar o paciente a fazer a aplicação do medicamento sozinho para iniciar essa farmacoterapia intracavernosa • Vantagens: ▪ Opção intermediária (quando há falha da terapia oral) ▪ É eficaz, obtendo-se ereções rígidas • Desvantagem: ▪ Invasiva e “anti-natural” • Contraindicações: ▪ Infecção local (fúngica ou bacteriana, por exemplo) → pois se houver infecção pode-se acabar levando essa infecção para dentro do corpo cavernoso ▪ Anemia falciforme ou Esfercitose → pois essas já são condições de priapismo. Assim, se for administrada a medicação, o paciente terá priapismo ▪ Obesidade abdominal → pois muitos não conseguem ver o pênis para aplicar a medicação ▪ Baixa acuidade visual ▪ Falta de destreza manual • Complicações: ▪ Priapismo ▪ Hematomas/Equimoses (2 – 10%) ▪ Fibrose do corpo cavernoso → pode ocorrer quando se aplica a medicação apenas no mesmo lugar, por isso que é importante sempre mudar o local da aplicação ▪ Episódios vasovagais e síncopes → ocorrem quando se injeta rapidamente o vasodilatador e não dá tempo de essa medicação se espalhar pelo pênis e causar seu efeito. Assim, a medicação vai diretamente para o sistema sanguíneo, dilatando sistemicamente, ao invés de dilatar apenas o pênis ▪ Lesão uretral → quando se injeta a medicação na uretra ao invés de injetar no corpo cavernoso TRATAMENTO CIRÚRGICO ➢ PRÓTESE PENIANA: • Indicação → disfunção erétil grave, com TEFI negativo • Coloca-se um aparelho de reabilitação dentro dos corpos cavernosos • Tipos de próteses: ▪ Maleável (silicone + liga metálica) → custa cerca de 6 a 10 mil reais ▪ Inflável com 2 ou 3 volumes → custa cerca de 60 mil reais ✓ Uma parte fica dentro do corpo cavernoso, outra no meio dos testículos e o reservatório na região retropúbica ✓ Não permite a versatilidade de se ter uma tumescência e uma ereção (enchimento e esvaziamento) • Cuidados ao se colocar uma prótese: ▪ Antibioticoprofilaxia e antissepsia rigorosa ▪ Usar sonda de Folley → para evitar lesão uretral ▪ Cuidados no manuseio da prótese (abrir para usar) • Complicações: ▪ Hematoma, Lesão uretral, Infecção, Fibrose ▪ Perfuração da albugínea do corpo cavernoso → quando se coloca uma prótese maior do que o necessário ▪ Defeitos mecânicos da prótese → principalmente a prótese inflável ▪ Fratura da prótese ▪ “Bico de Concorde” → quando se coloca uma prótese menor do que se deveria ▪ Insatisfação com o tamanho e a espessura ▪ Extrusão da prótese (pela uretra ou glande) → quando se coloca uma prótese muito grande Maleável Inflável
Compartilhar