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Clínica Cirúrgica I Litíase Urinária ❖ Consiste na obstrução das vias urinárias por um cálculo, sendo mais incidente em homens entre 20 e 40 anos. Esses cálculos são formados, na maior parte das vezes, por oxalato de cálcio (85% - aparece no RX), ácido úrico (único tratável com medicação se for integralmente de ácido úrico), e estruvita (forma cálculos coraliformes – infecção de Proteus em curso). ❖ Anatomicamente, o ureter se divide em ureter proximal, médio e distal. Os principais locais em que os cálculos podem obstruir são na junção uretero-piélica, no cavalgamento dos vasos ilíacos e na entrada da bexiga urinária. FATORES PREDISPONENTES ✓ Supersaturação urinária; ✓ Desidratação; ✓ Infecção por bactérias desdobradoras da uréia (Proteus, Pseudomonas e Staphylococcus); ✓ Excesso de purinas ou oxalato na dieta (carnes processadas, bebidas alcóolicas, café, chocolate); ✓ Hipercalcemia. AVALIAÇÃO METABÓLICA ❖ É um processo avaliativo que objetiva identificar as possíveis causas (hereditárias ou esporádicas), consistindo na dosagem de PTH (pois pode haver hipercalcemia secundária a hiperparatireoidismo), cálcio, ácido úrico, creatina e urina 24h (dosar cálcio, sódio, oxalato, citrato e ácido úrico). Espera-se níveis baixos de todos os itens do exame de urina, exceto do citrato urinário (fator protetivo). ❖ Deve ser aplicada sobre crianças, pacientes com litíase bilateral ou múltipla, com cálculo coraliforme ou portadores de IRC (ou com apenas 1 rim). Ela deve ser aplicada sobre todos os pacientes com suspeita de litíase hereditária ou que sofram de litíase múltiplas. QUADRO CLÍNICO ❖ É caracterizado por dor lombar (se impactada na JUP) que pode irradiar para fossa ilíaca (se impactada próximo aos vasos ilíacos), acompanhada, se impactada na entrada com a bexiga, sensação de plenitude, dor em testículo e vagina. Dependendo do grau de obstrução, pode cursar com hidronefrose. DIAGNÓSTICO ❖ Deve ser feito inicialmente com exame de urina (observa-se hematúria e leucocitúria, além de cristais e cálcio ou oxalato nos sedimentos) associado ao RX. ❖ Se necessário, pode ser solicitado USG ou urotomografia (melhor exame para avaliar cálculo biliar) para confirmação. ABORDAGEM ❖ Deve haver intervenção terapêutica para todos os pacientes com dor clinicamente intratável, com infecção concomitante, baixa probabilidade de eliminação espontânea (avaliar tamanho e posição do cálculo) ou com obstrução significativa. Tamanho e chance de eliminação espontânea < 4 mm 80% 4 – 6 mm 59% > 6 mm 21% Posição e chance de eliminação espontânea Ureter superior 22% Ureter médio 46% Ureter inferior 71% MEDIDAS GERAIS ✓ Aumentar a ingesta de líquidos; ✓ Ingerir rotineiramente sucos cítricos (principalmente laranja); ✓ Reduzir a ingestão de sódio, cálcio e proteínas animais.; ✓ Aumentar a frequência de exercícios físicos. MEDIDAS ESPECÍFICAS ✓ Diuréticos tiazídicos (para hipercalciúria); ✓ Alopurinol (para hiperuricosúria); ✓ Citrato de potássio (para hipocitratúria). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO CRISE AGUDA ❖ Deve-se entrar com anti-inflamatório (diclofenaco e coxibes), anti-espasmódico (escopolamina) e analgésicos (dipirona). Se necessário, pode-se administrar opióides (tramadol e nalbufina). TERAPIA EXPULSIVA ❖ Alfa-bloqueadores (tamsulosina); ❖ Bloqueador de canal de cálcio (nifedipina, amlodipina). TRATAMENTO CIRÚRGICO ❖ Para cálculos renais e ureterais superiores: litotripsia extracorpórea (LECO), percutânea e ureteroscopia flexível. ❖ Para cálculos vesicais, uretrais ou ureterais inferiores: ureteroscopia semi-rígida.
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