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Respostas das perguntas mais comuns - P2 de HPE.
 
1) O que distingue a obra de Marshall da abordagem neoclássica dos 'fundadores'? 
Como Pigou, sucessor de Marshall em Cambridge, reformula o pensamento 
econômico de seu mestre? 
A grande invenção de Marshall foi a análise do equilíbrio parcial. Ao contrário de Jevons e 
Walras, conectou diretamente a teoria da utilidade à teoria da demanda. Formulou assim, a 
teoria do "excedente (ou renda) do consumidor". Para Walras o agente em concorrência 
perfeita era um tomador de preços. Marshall via o equilíbrio competitivo como uma situação 
limite, onde nenhum agente tivesse poder de monopólio, atribuindo este estado à operação no 
mercado de um grande número de agentes, ou seja, uma situação endogenamente 
determinada. Resumindo: Um desequilíbrio produz primeiro uma variação nas quantidades, e 
só posteriormente, como conseqüência dessas alterações, uma variação nos preços, o que, 
aliás, é de se esperar em situações próximas à concorrência perfeita. 
Pigou mudou a ênfase do estudo de Marshall: Da análise da operação do processo competitivo 
e da perspectiva histórica, Pigou partiu para uma análise formal. Isso gerou críticas do 
próprio Marshall, que afirmou que seu discípulo errou ao usar uma análise estática para tratar 
de questões dinâmicas. Pigou redefiniu a firma representativa marshalliana como uma firma em 
busca de uma posição de equilíbrio e identificou o equilíbrio marshalliano como o "equilíbrio 
competitivo perfeito". 
 
 
2) Quais as principais inovações de Schumpeter vis a vis o esquema walrasiano? 
Como ele consegue compatibilizar suas contribuições com dito esquema? 
Schumpeter era um grande admirador de Walras, porém teve de reinterpretá-lo para 
poder desenvolver suas próprias teorias. Para Schumpeter, a dinâmica real do sistema 
capitalista é gerada pelo comportamento de um tipo de agente diferente do tradicional: o 
empresário inovador, que visa o lucro. Daí a impossibilidade de existência de concorrência 
perfeita. O lucro é criado pela diferença entre receitas e despesas, e é uma renda ativada pela 
inovação. Ao defender o processo competitivo como uma "destruição criativa" que 
desencadearia o crescimento econômico através da inovação, Schumpeter estaria mais próximo 
de Marx e dos clássicos do que dos neoclássicos e de Walras. Ele também estudou as 
transformações estruturais do capitalismo de uma forma evolutiva e as suas transformações. 
Para ele, o crescimento econômico não ocorre uniformemente no tempo, mas se dá através de 
flutuações cíclicas. 
 
 
 3) Qual o sentido da expressão "Revolução Keynesiana"? 
Por que a abordagem keynesiana desautoriza a visão neoclássica de que o pleno 
emprego poderia ser alcançado por meio de alterações nos preços relativos? 
Keynes reverte a “causação” entre poupança e investimento, argumentando que o componente 
Investimento é autônomo. É ele que gera a poupança necessária para o financiamento e não o 
contrário! Investimento resulta em renda, e esta em poupança. Emprego e produto dependem 
do investimento, desautorizando a visão clássica (emprego dependendo do investimento e não 
de sua composição). 
A idéia de que os níveis de produto e emprego dependem das decisões de investimento implica 
que, se o nível de emprego depende do nível de investimento e não da sua composição, a visão 
neoclássica que o pleno emprego é alcançado por meio de alterações nos preços relativos dos 
fatores e as conseqüentes mudanças na demanda relativa, deixa de ter relevância teórica. 
 
 
 
 
 
 
 
4) Qual o alvo da crítica de Sraffa nos seus artigos de 1925 e 1926? 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
Quais as principais direções que aponta, para superação dos problemas que levanta 
naqueles artigos? 
Sraffa identificou uma dificuldade lógica (um dilema) na análise marshalliana 
de equilíbrio concorrencial. Sraffa contrariava a hipótese de concorrência perfeita de Marshall, 
chamando a atenção para a existência de imperfeições de mercado, tais como a posse de 
recursos naturais específicos, privilégios legais e o controle de uma dada quantidade da 
produção total. O dilema criado, para a teoria tradicional de concorrência perfeita, pela 
suposição de custos crescentes, pode ser resolvido ou pela introdução de uma curva de 
demanda para uma firma isolada que desce da esquerda para a direita, ou pelo abandono da 
abordagem de equilíbrio parcial em favor do equilíbrio geral, para se poder levar em conta 
os movimentos das curvas de custo induzidos por economias externas à firma ou ao setor. A 
solução proposta por Sraffa pressupunha a ausência de indiferença por parte dos compradores 
de bens, relativamente aos diferentes produtores. 
 
 
5) Quais os elementos similares e os distintos, entre o modelo de crescimento de 
Von Neumann e os sistemas walrasiano e clássico? 
O modelo de crescimento de Von Neumann tem muitas características em comum com os 
sistemas teóricos clássicos e marxistas: o tratamento do consumo dos trabalhadores como um 
dado tecnológico; a imagem do capitalista como agente encarregado da acumulação do capital; 
uma teoria do valor onde os preços não dependem da utilidade ou de elementos subjetivos; 
o uso de uma noção de equilíbrio que pode ser interpretada como equilíbrio reprodutivo; e, 
finalmente, a predominância de reprodutibilidade relativamente à escassez. Porém, o modelo 
deixa de apresentar várias características típicas do sistema neoclássico, além do conceito 
de escassez: a crença na soberania do consumidor ou na predominância das condições da 
demanda sobre as da oferta na determinação dos preços e quantidades produzidas. O modelo 
de Von Neumann também resolve um dos principais problemas do esquema walrasiano: o da 
sobre-determinação das equações do sistema, eliminando a hipótese da existência de uma 
dotação inicial de fatores dada exogenamente.
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio

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