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Função e Hormônios da Hipófise

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Tutoria TBL 1 e PBL 1
Objetivos:
1. Analisar a função da hipófise e os hormônios secretados por ela;
2. Descrever a função dos hormônios adrenocorticais;
3. Diferenciar as anormalidades dos hormônios adrenocorticais (hipofunção e hiperfunção), relacionando com os sintomas apresentados (diabetes, hipertensão).
1-Analisar a função da hipófise e os hormônios secretados por ela;
A GLÂNDULA HIPÓFISE E SUA RELAÇÃO COM O HIPOTÁLAMO
 A glândula hipófise, também chamada de glândula pituitária, está situada na sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do cérebro e se liga ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário. 
 Ela é dividida em 2 porções, a hipófise anterior (adeno-hipófise), e a hipófise posterior (neuro-hipófise). Entre essas partes há a hipófise intermediária.
A hipófise anterior produz seis hormônios peptídeos:
1. Hormônio do crescimento (GH): promove o crescimento de todo o organismo, afetando a formação de proteínas, a multiplicação e a diferenciação celular. (produzido por somatotropos). Ele atua provocando o crescimento de quase todos os tecidos do corpo, capazes de crescer. Promove o aumento do tamanho das células e intensifica a mitose, promovendo multiplicação e diferenciação especificas de alguns tipos celulares como as células de crescimento ósseo e células musculares iniciais. 
 É notável que o GH tem atuação limitada em ossos, pois depois que as epífises dos ossos longos se unem, não é mais possível ocorrer crescimento adicional, mesmo que a maioria dos outros tecidos do corpo sejam capazes de continuar crescendo. 
 Esse hormônio também aumenta a síntese de proteínas na maioria das células do corpo;
aumento da mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo, aumentado o nível de ácidos graxos no sangue e aumentando sua utilização como fonte de energia; e redução da utilização de glicose pelo organismo por meio de 3 mecanismos: (1) reduz a captação de glicose pelos tecidos; (2) aumenta a produção de glicose pelo fígado; (3) aumenta a secreção de insulina. Inibindo também a gliconeogênese. Assim, ele aumenta a quantidade de glicose e a secreção de insulina gerando um efeito diabetogênico. Logo, seu excesso pode ocasionar efeitos semelhantes da DM II (não dependente de insulina). 
 Ou seja, ele aumenta a quantidade de proteínas do corpo utilizando as reservas de gorduras e conservando os carboidratos. 
 Ele promove a deposição de proteína nos tecidos por alguns mecanismos:
1- Aumenta o transporte de aminoácidos pela membrana celular;
2- Aumenta a tradução de RNA pelos ribossomos;
3- Aumenta a transcrição do DNA RNA no núcleo da célula;
4- Reduz o catabolismo de proteínas e aminoácidos.
 Ele aumenta a conversão de ácidos graxos em acetilcoenzima A (acetil-CoA) e sua utilização como fonte de energia em detrimento de carboidratos e/ou proteínas. Essa capacidade desse hormônio em utilizar gorduras somado ao seu efeito anabólico proteico promove um aumento de massa corporal magra.
 No osso ele promove seu aumento por meio do: (1) aumento da deposição de proteínas pelas células osteogênicas e condrócitos, levando ao crescimento ósseo, (2) aumento da reprodução dessas células e (3) conversão de condrócitos em células osteogênicas, causando, assim, a deposição de osso novo. Esse processo ocorre nas epífises e na adolescência de modo que ao final dela quase não resta alguma cartilagem epifisária para permitir o crescimento adicional. Nesse momento, ocorre fusão das epífises de modo que não e mais possível aumentar o comprimento do osso. Além disso, os osteoblastos, no periósteo e em algumas cavidades deposita osso novo, enquanto que os osteoclastos removem o osso antigo. Quando a deposição e maior que a reabsorção, o osso aumenta de espessura. Nesse caso, o GH estimula os osteoblastos. Esse processo pode continuar após a adolescência em ossos membranosos, como a mandíbula por exemplo.
 O excesso de GH no organismo gera um efeito cetogênico pois a mobilização de gorduras do tecido adiposo fica tão acentuada que promove a formação de ácido acetoacético pelo fígado e liberado ao organismo gerando um quadro de cetose. Além disso, pode ocorrer também deposito de gordura no fígado.
 Sabe se que fatores relacionados ao estado nutricional da pessoa ou ao estresse estimulam a sua secreção: (1) jejum; (2) hipoglicemia ou baixa concentração de ácidos graxos; (3) exercício; (4) excitação; (5) trauma; (6) grelina, hormônio secretado pelo estomago antes das refeições. Além disso, nas 2 primeiras horas de sono profundo a quantidade de GH aumenta.
 Algumas anormalidades na secreção desse hormônio:
1- Pan-hipopituarismo: secreção reduzida de todos os hormônios da hipófise anterior, podendo ser congênita ou súbita;
2- Nanismo: as partes físicas do corpo se desenvolvem na proporção adequada entre si, porém o desenvolvimento é reduzido. Esse nanismo pode ser congênito ou por pan-hipopituitarismo.
3- Gigantismo: as células acidófiloas produtoras do hormônio GH na hipófise anterior ficam excessivamente ativas. Assim, todos os tecidos do corpo crescem rapidamente, inclusive os ossos. O gigante, em geral, apresenta hiperglicemia e as células beta das ilhotas de Langherans no pâncreas costumam degenerar. Ocorre na adolescência esse excesso.
4- Acromegalia: ocorre na fase adulta um excesso de GH. O aumento é, portanto, acentuado nos ossos das mãos e dos pés e em ossos membranosos, incluído nariz, testa, maxila e algumas vertebras.
2. Adrenocorticotropina (ACTH – corticotropina): controla a secreção de hormônios adrenais (suprarrenais) que afetam o metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras. (produzido por corticotropos)
3. Tireotropina (TSH): controla a secreção da tiroxina e da tri-iodotironina pela glândula tireoide. Esses hormônios controlam a velocidade das reações metabólicas no organismo. (produzido por tireotropos)
4. Prolactina (PRL): promove o desenvolvimento da glândula mamária e a produção de leite. (produzido por lactotropos).
5. FSH: Hormônio folículo estimulante (gonadotrófico). Ele estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e regula a espermatogênese nos testículos.
6. LH: Hormônio luteinizante (gonadotrófico). Dá origem à ovulação e à formação do corpo lúteo no ovário. Além disso estimula a produção de estrogênio e progesterona pelos ovários e a produção de testosterona pelos testículos. 
A hipófise posterior não produz hormônios, apenas secreta eles, sendo eles produzidos pelo hipotálamo em neurônios grandes, chamados neurônios magnocelulares localizados nos núcleos supraópticos e paraventriculares do hipotálamo.
1. ADH (antidiurético): também chamado de vasopressina, ele controla a excreção de água na urina;
2. Ocitocina: auxilia na ejeção do leite pelas glândulas mamarias durante a sucção pelo bebê. Auxilia também durante o parto e no final da gestação. 
 As células somatotrópicas se coram com corantes ácidos e por isso são chamadas de acidofílicas. Logo, tumores nessa região são chamados de tumores acidofílicos. 
 O HIPOTÁLAMO CONTROLA A SECREÇÃO HIPOFISÁRIA
 A hipófise posterior é controlada por sinais neurais que tem origem no hipotálamo. A região anterior é controlada por hormônios, chamados de hormônios liberadores e hormônios hipotalâmicos inibidores, secretados pelo hipotálamo. Esses hormônios são levados do hipotálamo para a hipófise anterior por meio de vasos porta hipotalâmico-hipofisários. Eles agem sobre as células glandulares controlando sua secreção.
 O hipotálamo é o centro coletor de informações relativas ao bem-estar interno do organismo, e grande parte dessa informação é utilizada para controlar as secreções dos vários hormônios hipofisários. Ele recebe sinalização da dor, experiência depressiva ou excitante, estímulos olfatórios e entre outros.
 A eminência mediana é a região mais inferior do hipotálamo e se liga, inferiormente, ao pedúnculo hipofisário. 
 É nessa eminencia mediana que os hormônios liberadores e inibidores são secretados,sintetizados por neurônios especiais. Esses neurônios enviam suas fibras nervosas para a eminencia e para o tuber cinereum, a extensão do tecido hipotalâmico no pedúnculo hipofisário.
 
Os principais hormônios liberadores e inibidores hipotalâmicos são:
· Hormônio liberador de tireotropina (TRH): provoca a liberação do TSH;
· Hormônio liberador de corticotropina (CRH): provoca a liberação do ACTH;
· Hormônio liberador do GH (GHRH) e hormônio inibidor do GH (GHIH), também chamado de somatostatina.
· Hormônio liberador da gonadotropina (GnRH): provoca a liberação do FSH e do LH;
· Hormônio inibidor da prolactina (PIH): provoca a inibição da secreção de prolactina.
2-Descrever a função dos hormônios adrenocorticais;
 As adrenais ou suprarrenais são compostas por 2 porções: medula adrenal e córtex adrenal. 
 A medula é funcionalmente relacionada ao SN simpático e secreta catecolaminas (epinefrina/adrenalina e norepinefrina/noradrenalina).
 O córtex da adrenal secreta os corticosteroides, hormônios sintetizados a partir do colesterol esteroide. Os 2 principais tipos de corticosteroides são os mineralocorticoides e os glicocorticoides. Além disso, o córtex da adrenal também secreta hormônios andrógenos que apresentam efeitos orgânicos iguais aos da testosterona.
 Os mineralocorticoides afetam os eletrólitos (minerais) dos líquidos extracelulares, em especial Na+ e K+. O principal é a aldosterona e sua concentração sanguínea depende da ingestão de Na+ e K+.
 Já os glicocorticoides promovem o aumento da concentração sanguínea de glicose (aumentam a glicemia) e possuem efeitos sobre o metabolismo de proteínas e lipídeos. O principal é o cortisol e sua concentração varia durante o dia sendo maior no início da manhã e menor a noite. 
 
· Zona glomerulosa: Secreta quantidades significativas de aldosterona por conterem enzimas aldosterona sintase. A secreção é controlada pela concentração de angiotensina II e de K+ no líquido extracelular.
· Zona fasciculada: Secreta cortisol e corticosterona, bem como pequenas quantidades de androgênios e estrogênios adrenais. A secreção é controlada pelo eixo hipotalâmico-hipofisário pelo ACTH.
· Zona reticular: Secreta os androgênios adrenais desidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona, além de pequenas quantidades de estrogênio e alguns glicocorticoides. Secreção controlada pelo ACTH e pelo hormônio estimulante do androgênio cortical (hipófise).
Obs.: Os hormônios adrenocorticais se ligam a proteínas plasmáticas. 90% a 95% do cortisol se liga especialmente à globulina ligadora de cortisol ou transcortina, e em menor quantidade à albumina. Essa ligação serve como reservatório para diminuir as rápidas flutuações nas concentrações de hormônios livres. Ajuda também a garantir distribuição relativamente uniforme dos hormônios adrenais aos tecidos.
Obs.: Os hormônios adrenocorticais são metabolizados no fígado. Os esteroides adrenais são degradados pelo fígado e conjugados, formando ácido glicurônico e sulfatos. São inativos e 25% deles é excretado na bile e, em seguida, nas fezes. O restante formado no fígado entra na corrente sanguínea, mas não são ligados a proteínas plasmáticas, sendo muito solúveis no plasma e rapidamente filtrado pelos rins e excretado na urina. Doenças hepáticas reduzem a inativação dos hormônios adrenocorticais e doenças renais reduzem a excreção dos conjugados inativos.
FUNÇÕES DOS MINERALOCORTICOIDES
A deficiência de mineralocorticoides provoca intensa depleção renal de NaCl e hipercalemia (potássio). Isso leva a uma redução do débito cardíaco que progride ao choque e óbito.
· ALDOSTERONA: Ela exerce cerca de 90% de toda atividade mineralocorticoide. 
 Ela (1) aumenta a reabsorção de Sódio (Na+) nos túbulos renais e (2) aumenta a secreção de Potássio (K+) pelas células epiteliais tubulares renais e, em menor quantidade, nos túbulos distais e ductos coletores. Logo, ela faz com que o sódio seja conservado no líquido extracelular enquanto o potássio é excretado na urina. 
 Em excesso: Na+ aumento da quantidade total de sódio no sangue e redução da quantidade de potássio no líquido extracelular. Além disso provoca a natriurese de pressão, que é a elevação da pressão arterial pelo aumento do retorno venoso motivado pela reabsorção de grandes quantidades de sódio, puxando osmoticamente a água e elevando o volume no liquido extracelular. O aumento de pressão induz o aumento da excreção renal de sal e água, fenômeno conhecido por diurese de pressão, essa normalização da excreção de sal é chamada de escape de aldosterona, o balanço entre ingestão e eliminação de agua e sal fica normal, porem foi desenvolvida uma hipertensão até que os níveis de aldosterona voltem ao normal. 
 K+ O excesso também pode causar hipocalemia já que a aldosterona induz a excreção de potássio e também seu transporte do liquido extracelular para a célula. A deficiência de potássio gera fraqueza muscular, causado pela alteração da excitabilidade elétrica das fibras nervosas e musculares.
 H+ Provoca a secreção desses íons nas células intercaladas dos túbulos corticais, reduzindo sua concentração no liquido extracelular causando alcalose metabólica.
 Em falta: Na+ perda transitória de 10 a 20 gramas de sódio na urina por dia e ao mesmo tempo o potássio é rigorosamente conservado no líquido extracelular. Essa perda drástica de sódio promove redução do volume do liquido extracelular, isso gera desidratação extracelular grave levando também à baixa volemia podendo gerar choque. Sem tratamento, pode vir a óbito em dias.
 K+ Elevação intensa da concentração de potássio no liquido extracelular podendo causar grave toxicidade cardíaca, diminuição da força de contração e desenvolvimento de arritmias e até insuficiência cardíaca.
 
Obs.: O cortisol também contribui para a atividade mineralocorticoide, apesar da atividade da aldosterona ser 3000 vezes maior que a do cortisol, a concentração de cortisol no plasma é cerva de 2000 vezes maior que a da aldosterona.
 A regulação de sua secreção é desempenhada principalmente pela concentração de eletrólitos no liquido extracelular, do volume do liquido extracelular, do volume sanguíneo, da pressão arterial e entre outros, sendo possível citar que:
1. Aumento da [ ] de K+ no líquido extracelular aumenta a secreção de aldosterona;
2. Aumento da [ ] de angiotensina II no liquido extracelular aumenta a secreção de aldosterona;
3. Aumento da [ ] de Na+ no líquido extracelular reduz pouco a secreção de aldosterona;
4. ACTH é necessário para a secreção de aldosterona, porém tem pouco efeito sobre o controle dessa secreção.
 Assim, fica evidente que a concentração de potássio e o sistema renina-angiotensina são os mais importantes na regulação da secreção de aldosterona.
FUNÇÕES DOS GLICOCORTICOIDES
· CORTISOL (HIDROCORTISONA): 95% da atividade glicocorticoide resulta de sua secreção. O restante é resultado da corticosterona.
Ele estimula a (1) gliconeogênese (formação de carboidratos a partir de proteínas e algumas outras substancias) no fígado. Ele faz isso por 2 mecanismos:
1. Aumenta as enzimas necessárias para conversão de aminoácidos em glicose pelas células hepáticas;
2. Provoca a mobilização de aminoácidos a partir dos tecidos extra hepáticos principalmente dos músculos. Assim, mais aminoácidos são disponibilizados no plasma para entrar no processo de gliconeogênese pelo fígado, favorecendo a formação de glicose.
 Além disso, ele (2) reduz a utilização de glicose pelas células do organismo. Logo, tanto o estimulo a gliconeogênese quanto a redução da utilização da glicose provocam elevação da glicemia. Esse aumento da glicemia estimula a secreção de insulina. Em alguns casos essa concentração de glicose no sangue é tão grande que gera uma condição chamada diabetes adrenal.
 Ele também (3) reduz o depósito de proteínas nas células corporais, exceto no fígado. Isso é causado pelaredução da síntese proteica e pelo catabolismo das proteínas já presentes na célula. Entretanto, ele (4) aumenta as concentrações de proteínas nos hepatócitos. 
 Outra ação do cortisol é a (5) mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo, aumentando a concentração de ácidos graxos livres no plasma e sua utilização para geração de energia. Essa maior mobilização de gorduras, combinada à maior oxidação de ácidos graxos nas células contribuem para que o metabolismo celular deixe de utilizar glicose e passe a utilizar ácidos graxos para geração de energia em momentos de jejum ou estresse.
 Em excesso: Pode causar a diabetes adrenal, enfraquecer os músculos pela redução do deposito de proteínas e também prejudicar as funções imunológicas dos tecidos linfoides.
Pode causar também obesidade, um tipo peculiar em que há deposição excessiva de gordura no tórax e na cabeça gerando sinais clínicos chamados de “giba de búfalo” e “face em lua cheia”.
 O estresse físico ou neurogênico provoca aumento da secreção de ACTH pela adeno hipófise e, assim, aumento da secreção de cortisol. Alguns tipos de estresse são: traumas em geral; infecção; calor ou frio intensos; cirurgias; injeção de substancias necrosantes sob a pele; injeção de noradrenalina e outros fármacos simpatomiméticos; doenças debilitantes e etc. 
 O alto nível de cortisol também tem efeitos (6) anti-inflamatórios a partir de dois efeitos básicos: bloqueia os estágios iniciais do processo inflamatório, antes mesmo do início da inflamação ou se a inflamação já iniciou, acelera sua resolução e sua velocidade de regeneração. Ele faz isso pelos seguintes efeitos: 
1. Estabiliza as membranas dos lisossomos, isso torna sua membrana mais difícil de ser rompida dentro das células, logo, as enzimas proteolíticas (armazenadas nos lisossomos) liberadas pela célula lesada que provocariam a inflamação são reduzidas;
2. Reduz a permeabilidade dos capilares, reduzindo a perda de plasma para os tecidos;
3. Reduz a migração de leucócitos para a área inflamada e a fagocitose da célula lesada. Resultados da diminuição da formação de prostaglandinas e leucotrienos (vasodilatadores, aumentam a permeabilidade capilar e a mobilidade de leucócitos) pela ação do cortisol;
4. Suprime o sistema imunológico pela redução da reprodução de linfócitos. Há supressão dos linfócitos T reduzindo, assim, as reações teciduais que promovem a inflamação;
5. Reduz a liberação de interleucina-1 a partir dos leucócitos, isso atenua a febre e essa atenuação reduz o grau de vasodilatação.
 O cortisol reduz o número de eosinófilos e linfócitos no sangue, logo, a linfocitopenia ou eosinopenia induz a superprodução de cortisol pelas adrenais. Da mesma forma, a administração de grandes doses de cortisol provoca atrofia significativa de todos os tecidos linfoides do organismo, o que rediz sua produção de células T e de anticorpos. Assim, a imunidade é reduzida.
 De alguma forma o cortisol também (7) induz a produção de hemácias por mecanismos desconhecidos, já que é visto que em excesso provoca policetemia e ao contrário, a interrupção de sua secreção resulta em anemia.
 A regulação de sua secreção é estimulada pelo ACTH. Seu principal efeito é o de ativação da adenililciclase na membrana celular, induzindo a formação de AMPc (segundo mensageiro). O AMPc ativa enzimas intracelulares que causam a formação dos hormônios adrenocorticais.
 O estresse físico ou mental aumenta a secreção de ACTH e consequentemente de cortisol. Os estímulos dolorosos causados pelo estresse físico ou lesão nos tecidos são transmitidos centralmente por meio do tronco cerebral e finalmente, para a eminencia mediana do hipotálamo.
 A imagem ao lado representa o mecanismo de regulação da secreção de glicocorticoides.
ANDROGÊNIOS ADRENAIS
 Os androgênios adrenais (mais importante é a desidroepiandrosterona) são continuamente secretados pelo córtex adrenal, especialmente durante a vida fetal. 
 Progesterona e Estrogênio são secretados em quantidades minúsculas.
 Normalmente, tem efeito fraco em humanos. É possível que parte do desenvolvimento precoce dos órgãos sexuais masculinos resulte da secreção, na infância, de andrógenos adrenais. 
 Eles também exercem efeitos leves em mulheres, uma boa parte do crescimento dos pelos pubianos e axilares, em mulheres, resulta da ação desses hormônios.
 Em tecidos extra-adrenais, alguns dos androgênios adrenais são convertidos em testosterona.
3- Diferenciar as anormalidades dos hormônios adrenocorticais (hipofunção e hiperfunção), relacionando com os sintomas apresentados (diabetes, hipertensão):
· Hipoadrenalismo (insuficiência adrenal) – Doença de Addison: Incapacidade do córtex adrenal de produzir hormônios adrenocorticais suficientes, causado por atrofia primaria ou lesão do córtex adrenal. Em alguns casos, a insuficiência adrenal provém de um comprometimento da hipófise, apresentando uma falha na produção de ACTH, sendo, portanto, uma insuficiência secundária.
 Seus distúrbios são:
1. Deficiência de mineralocorticoides;
2. Deficiência de glicocorticoides;
3. Pigmentação por melanina: ocorre uma deposição de melanina de maneira não uniforme nas áreas de pele fina, como mucosa dos lábios e os mamilos. Acredita-se que isso ocorre devido a diminuição de cortisol, aumentando por feedback negativo a secreção de ACTH e, simultaneamente MSH.
· Hiperadrenalismo – Síndrome de Cushing: Hipersecreção pelo córtex da adrenal. Leva a quantidades anormais de cortisol e de androgênios. Pode ocorrer por (1) adenomas na hipófise anterior, causando hiperplasia adrenal pelo excesso de ACTH; por (2) anormalidades no hipotálamo, resultando em níveis de CRF (Hormônio liberador de corticotropina) que estimula a secreção de ACTH; (3) “Secreção ectópica” de ACTH por tumor e (4) adenomas do córtex adrenal. Ela também pode ocorrer quando doses de glicocorticoides são administradas durante longos períodos, por motivos terapêuticos. 
 Seus distúrbios são:
1. Mobilização de gorduras da parte inferior do corpo e sua deposição nas regiões torácicas e epigástricas, gerando aparência de giba de búfalo. 
2. Fascies em “lua cheia”
3. Hipertensão em 80% dos pacientes devido aos leves efeitos mineralocorticoides do cortisol.
4. Hiperglicemia (200mg/dL pós prandial).
5. Redução das proteínas teciduais, exceto fígado.
· Aldosteronismo primário – Síndrome de Conn: causado por tumor das células da zona glomerulosa que secreta grandes quantidades de aldosterona. Em alguns casos, o córtex hiperplásico adrenal secreta aldosterona em vez de cortisol. 
 Seus distúrbios são:
1. Hipocalemia (podendo causar momentos de paralisia muscular);
2. Alcalose metabólica leve;
3. Ligeira redução do volume do liquido extracelular e do sangue;
4. Aumento muito pequeno da [ ] plasmática de sódio;
5. Hipertensão.
· Síndrome androgenital: Ocasionalmente o tumor adrenocortical secreta quantidades excessivas de androgênios, causando intensos efeitos masculinizantes em todo o corpo.
 Se isso ocorrer em mulher, ela desenvolverá características viris, incluindo o crescimento de barba, masculinização da voz, ocasionalmente calvície, crescimento do clitóris assemelhando-se a um pênis e deposição de proteínas na pele, especialmente nos músculos, gerando características masculinas típicas.
 Se isso ocorrer no homem pré-puberal, o tumor provoca as mesmas características que na mulher, além do rápido desenvolvimento do órgão sexual masculino.
 Se isso ocorre no homem adulto, as características virilizantes são geralmente obscurecidas, sendo difícil de diagnosticar. 
 Nessa síndrome a excreção urinária de 17-cetosteroides (derivados do androgênio) pode ser 10 a 15 vezes maior que o normal. Esse achado pode ser usado no diagnóstico.
Referências bibliográficas:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151567/cfi/6/194!/4/70/2/2@0:49.4

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