Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BFF2 Revisando anatomia e fisiologia da tireoide: • A tireoide é a maior glândula endócrina, com peso entre 15-20 gramas em adultos • Localiza-se na região anterior do pescoço sobre os primeiros anéis traqueais • Sua principal função é a produção de quantidades adequadas de hormônios tireoidianos (triiodotironina – T3 e Tiroxina – T4) para atender as demandas periféricas • A ausência completa de secreção tireoidiana faz com que o metabolismo basal caia para 40 a 50% do normal • Possui lobos direito e esquerdo e istmo • Folículos tireoidianos: tem células epiteliais cuboides produtoras de coloide; • Componente principal do coloide = tireoglobulina (glicoproteína); • Célula c – produz calcitonina • As células da tireoide são glandulares secretoras de ptn Síntese dos hormônios tireoidianos: • REG e Golgi sintetizam e secretam para os folículos a tireoglobulina (grande glicoproteína); a tireoglobulina é formada por vários AAS tirosina • O iodo proveniente da alimentação é reduzido a iodeto e absorvido no intestino delgado, vai para o plasma em direção a tireoide • A maior parte do iodeto é excretada pelos rins, mas uma parte é usado na síntese de hormônios tireoidianos • 1 - Captação: a tireoide capta e concentra rapidamente o iodeto proveniente do plasma através de cotransporte de sódio e iodo • A energia para bombear iodeto contra gradiente de concentração vem da bomba de Na+ K+ ATPase, que bombeia sódio para fora da célula, diminuindo sua concentração intracelular e gradiente de difusão facilitada para dentro da célula • O TSH estimula a atividade da bomba de iodeto nas células tireoidianas • O iodeto passa da membrana apical da célula, pela proteína pendrina (molécula contratransportadora de íons cloreto-iodeto), para a região do coloide; e quando ele passa as moléculas de tirosina são acrescentadas a ele; • A tireoide pode ter concentração até 30 vezes maior de iodo que o plasma • 2 - Oxidação: após sua captação o iodeto é oxidado em iodo nascente, que é capaz de se combinar diretamente com o AA tirosina (peroxidase ou tireoperoxidase – acompanhada de peróxido de hidrogênio - auxilia oxidação do iodeto e ajuda iodo a se combinar com tirosina); • Quando o sistema de peroxidase é bloqueado ou quando está hereditariamente ausente das células, a formação de hormônios tireoidianos cai a 0 • Em paralelo, ocorre a formação e secreção da tireoglobulina (com AA tirosina) • 3 - Organificação da tireoglobulina: fixação do iodo oxidado a tireoglobulina (no resíduo tirosina); formação de monoiodotirosina (MIT) - se somente um iodo for acrescentado a tirosina; formação de di- iodotirosina (DIT) - se for uma tirosina com 2 iodos • 4 - Acoplamento: síntese de HT; a união de 2 moléculas de DIT forma T4 (tiroxina ou tetraiodotironina); a união de 1 molécula de MIT e 1 molécula de DIT forma o T3 (tri-iodotironina) (forma mais potente) • A T4 permanece como parte da molécula de tireoglobulina • Enzima responsável pela oxidação, organificação, acoplamento = peroxidase (tireoperoxidase) • T3 e T4 se formam no interior da tireoglobulina • T3 e T4 ficam presos na tireoglobulina, e esta tireoglobulina é captada novamente pela célula por endocitose, e enzimas proteolíticas separam T3 e T4 da tireoglobulina • T3 e T4 livres entram na circulação • O que sobrou da molécula de tireoglobulina: iodo é retirado pela deiodinase (enzima) e a parte de AAS vai ser reaproveitada para nova síntese • Os hormônios tireoidianos são armazenados nos folículos em quantidades suficientes para suprir as necessidades normais do organismo por 2 a 3 meses; por isso, os efeitos fisiológicos de suas deficiências somente serão observados meses após a redução da produção • Deficiência de iodo: hipotireoidismo ex; sintomas podem incluir – fadiga, ganho de peso, alterações de humor, letargia • Bócio: resultante da falta de iodo; Liberação de T3 e T4 para a circulação sanguínea: • A maior parte da tireoglobulina não é liberada no sangue; ela é clivada formando T4 e T3, que são liberados • Formação de vesículas de pinocitose (com restos de tireoglobulina) a partir de pseudópodos das células que cercam porções de coloide; essas vesículas penetram pelo ápice da célula • Fundição das vesículas com os lisossomos = vesículas digestivas com enzimas digestivas do lisossomos + coloide • Quebra de tireoglobulina pelas proteases • Liberação de T3 e T4, em sua forma livre, que se difundem pela base da célula tireoidiana, para capilares adjacentes • Quebra paralela do que restou pela deiodinase • Na digestão da tireoglobulina, que causa liberação de T3 e T4, as tirosinas iodadas também são liberadas das moléculas de tireoglobulina, mas não são secretadas para o sangue; seu iodo é clivado pela enzima deiodinase, que disponibiliza iodo para a reciclagem na glândula e formação de novas moléculas de hormônios tireoidianos • Alguns MIT e DIT não chegam a formar os hormônios, pois são degradados novamente e voltam para o processo de produção • Iodo restante também é reaproveitado • A tireoide normal produz 93% de tiroxina e apenas 7% de tri-iodotironina • A maioria do T3 circulante provem da conversão periférica do T4 em T3 por ação das deiodinases • O T4 tem ligação mais forte com proteínas plasmáticas; o T4 ao entrar na célula, muitas das vezes se combina com ptns intracelulares = forma de ser armazenado • T3 tem ligação mais fraca com ptns, por isso se desprende mais facilmente e começa a ser usado pelos tecidos • A maior parte da atividade biológica dos HT provem dos efeitos celulares do T3 • Maioria do T4, conforme vai sendo liberado mais lentamente das ptns do plasma e intracelulares, é convertido em T3 pela deiodinase (retira-se 1 átomo de iodo) • T3 tem afinidade 15x maior aos receptores dos HT que o T4 • T3 possui potência 4-10 vezes maior que o T4 Transporte de T4 e T3 aos tecidos: • Ao entrar no sangue, ocorre a fixação dos HT com as proteínas carreadoras sintetizadas pelo fígado • TBG = “Tiroxine Binding Globulin” (globulina de ligação da tiroxina) – ptn carreadora (principal) • Pré-albumina de ligação de tiroxina – ptn carreadora • Albumina – ptn carreadora • O fato desses hormônios serem carreados acoplados a ptns faz com que a metabolização desses hormônios seja reduzida • Os hormônios vão se desligando dessas ptns e entrando nas células conforme a necessidade celular • Por eles estarem ligados a ptns tem uma prevenção de perda renal desses hormônios e uma liberação lenta para os tecidos: T4 = a cada 6 dias – ligação mais forte as ptns; T3 = a cada 1 dia – ligação mais fraca as ptns • Ao penetrar as células, T3 e T4 se ligam a ptns intracelulares; a ligação de T4 é mais forte que de T3; logo, são armazenadas de novo, nas próprias células-alvo, e são usadas, ao longo de dias ou semanas Ação dos hormônios tireoidianos tem inicio lento e longa duração: • Após injeção de grande quantidade de tiroxina, praticamente não se detectam efeitos sobre o metabolismo durante 2/3 dias, demonstrando seu longo período de latência antes do início de sua atividade • As ações de T3 ocorrem mais rápido do que as de T4, com período de latência menor • A latência e prolongado período de ação desses hormônios se devem a suas ligações com ptns (plasma/ células), seguidas por sua lenta liberação Mecanismo de feedback hipotálamo- hipófise-tireoide: • O hipotálamo produz o TRH (hormônio liberador de tireotrofina), que chega a hipófise e se liga aos seus receptores na membrana dos tireotrofos, estimulando a síntese e liberação do TSH (tireotropina) • O TRH se liga a receptores de TRH na membrana das células hipofisárias, o que ativa o sistema de 2º mensageiro da fosfolipase, produzindo grande quantidade de fosfolipase C, que seguido pelacascata de outros 2º mensageiros leva a liberação de TSH • O TSH é liberado de forma pulsátil • O TSH atua na tireoide estimulando a produção de T3 e T4, que podem inibir a própria hipófise na produção de TSH como também o hipotálamo na produção de TRH • Alta produção de T3 e T4 = produção baixa de TRH e TSH • Exposição ao frio estimula a produção de hormônios tireoidianos: efeito resulta da excitação dos centros hipotalâmicos de controle da TE corporal; aumento da liberação de TRH; estímulo a produção e liberação de TSH; aumento do metabolismo basal • Agitação e ansiedade – estimulam sistema nervoso simpático – causam redução aguda da secreção de TSH – aumentam metabolismo e TE corporal • Seccionamento do pedúnculo hipofisário bloqueia efeitos emocionais e do frio, pois são mediados pelo hipotálamo • TSH – se liga ao seu receptor de membrana na célula folicular da tireoide estimulando o sistema ptnG/adenilciclase/AMPc causando seus principais efeitos • Principais efeitos do TSH: • Aumento da proteólise da tireoglobulina – quebra leva a liberação de T3 e T4 no sangue • Aumento da atividade da bomba de iodeto que aumenta a captação de iodeto pelas células glandulares – organificação da tireoglobulina • Aumento da iodização da tirosina • Aumento do tamanho e da atividade secretora das células tireoidianas; • Aumento do número de células tireoidianas; • Doença na tireoide que faz com que produza pouco hormônio tireoidiano: T4 e T3 diminuidos no plasma = TSH aumenta = para tentar estimular a tireoide a produzir mais = aumento de tamanho da tireoide mesmo ela não conseguindo produzir (hipertireoidismo) • A glândula tireoide secreta T3 e T4 • Os hormônios tireoidianos penetram nos neurônios hipotalâmicos inibindo liberação hipotalâmica de TRH (feedback negativo) • Os hormônios tireoidianos também inibem diretamente a hipófise, reduzindo a secreção de TSH • Assim, quando a produção hormonal tireoidiana está baixa, o aumento do TRH e TSH estimula a produção de T3 e T4 • Quando a produção hormonal tireoidiana está alta, há diminuição do TRH e TSH para inibir a produção de T3 e T4 Funções dos hormônios tireoidianos: • Ação nos receptores nucleares: • Aumenta a transcrição de genes; • Aumenta a atividade funcional em todo organismo através da produção de ptns principalmente • Metabolismo das gorduras: • Aumento da depleção das reservas de gordura (diminui) • Reduz concentrações de colesterol, TAG, fosfolipídios no plasma; • Aumento da concentração de ácidos graxos livres, pois são metabólitos finais do metabolismo das gorduras – isso acelera sua oxidação pelas células • Redução dos níveis de colesterol, fosfolipídios e TAG – pois ocorre catabolismo desses compostos, pra liberar ácidos graxos livres; aumento da secreção de colesterol na bile – outra forma de reduzir o colesterol • Metabolismo dos carboidratos: • Aumento da captação de glicose; • Glicólise acentuada; • Gliconeogênese aumentada; • Aumento da absorção gastrointestinal; • Aumento da secreção de insulina • Aumento da taxa de metabolismo basal • Alteração no apetite – HT aumenta • Aumento da rapidez do raciocínio e capacidade de concentração • Estimula reflexos tendinosos e a capacidade de contração muscular • Aumentam a reabsorção óssea • Efeito sobre crescimento (principalmente em crianças) – hiertireoidismo – crianças crescem muito, e precocemente, mas ossos se maturam mais rápido = altura final do adulto pode ser reduzidas • Produção de crescimento e desenvolvimento do cérebro na vida fetal e primeiros anos de vida • Necessidade aumentada de enzimas pelos HT, pois muitas enzimas corporais aumentam e precisam de vitaminas que atuem como enzimas/ cofatores H. tireoidianos ativam receptores nucleares: • Receptores de hormônio tireoidiano estão ligados as fitas de DNA; ao se ligarem ao h. tireoidiano, os receptores são ativados e iniciam o processo de transcrição = formação de RNAm, que são traduzidos nos ribossomos citoplasmáticos, formando novas ptns intracelulares • Hormônios tireoidianos parecem ter efeitos celulares que são independentes de seus efeitos na transcrição gênica: • Alguns efeitos dos hormônios ocorrem rápido para serem explicados pela síntese proteica ocorra e não serem inibidos pela transcrição/tradução gênica; isso ocorre no coração, hipófise e tecido adiposo • Ações não genômicas do hormônio: regulação de canais iônicos, fosforilação oxidativa, ativação de 2º mensageiros (como AMPc ou cascata de sinalização de proteinocinases) HT aumentam a atividade metabólica celular: • Metabolismo basal aumenta • velocidade de utilização dos alimentos para produção de energia é elevada; a velocidade de síntese/ catabolismo proteico aumentam; estimulação de processos mentais e atividades das outras glândulas endócrinas • T4 aumenta o número e atividade das mitocôndrias, o que aumenta a formação de ATP para fornecer energia para funções celulares • Um dos mecanismos que o hormônio tireoidiano usa para aumentar o metabolismo corporal é através do aumento da bomba de Na+ K+ ATPase • Os HT aumentam a permeabilidade da MP das células aos íons sódio, o que aumenta a ativação da bomba de sódio e produção de calor Funções dos hormônios tireoideanos: • Aumentam a transcrição de um grande número de genes levando a ativação de enzimas que aumentam o metabolismo basal (atividade da bomba de Na+ e K+) • Aumentam o número e a atividade das mitocôndrias • Promovem necessidade aumentada de vitaminas, já que estas são substrato para formação de enzimas • Promovem redução de peso corporal (quantidades elevadas) • Promovem vasodilatação na maioria dos tecidos levando a um aumento do fluxo sanguíneo – falta de O2 nos tecidos leva a vasodilatação nos tecidos Função dos HT nos tecidos: • Vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo – por conta de aumento de metabolismo, o que requer utilização mais rápida de O2; o fluxo sanguíneo na pele aumenta = perda de calor • Aumento da frequência cardíaca (FC) – HT tem efeito direto sobre a excitabilidade cardíaca • Aumento do volume sanguíneo • Aumento do débito cardíaco (DC) • Força do batimento cardíaco: pequenos aumentos do HT (aumento da força do coração); grandes aumentos do HT (diminuição da força, pois prepondera catabolismo proteico, tendo pouca ptn naquele tecido) • Pressão arterial – pode aumentar com o aumento da FC e DC; pressão de pulso frequentemente aumenta devido ao maior fluxo sanguíneo pelos tecidos; • Aumento da respiração: metabolismo aumentado aumenta a utilização de oxigênio e formação de CO2 = ativam mecanismos que aumentam frequência e profundidade da respiração • Aumento da motilidade gastrointestinal: aumento da produção de secreções digestivas; hipertireoidismo = diarreia; hipotireoidismo = constipação • Efeitos excitatórios sobre SNC: o HT aumenta a velocidade de pensamento, mas também o dissocia; • Efeito sobre a função muscular: leves aumentos fazem com que o músculo reaja com vigor, mas quando a quantidade de hormônio fica excessiva os músculos enfraquecem por conta do catabolismo proteico; a falta de HT torna músculos vagarosos, que relaxam • Tremor muscular: atividade aumentada de sinapses neuronais nas áreas da medula espinal que controlam tônus muscular • Efeito sobre o sono: efeito exaustivo sobre musculatura e SNC = cansaço constante • Efeito sobre outras glândulas endócrinas: elevação do HT aumenta secreção de outras glândulas endócrinas, e aumenta as necessidades teciduais pelos hormônios; ex: aumento de T4 = aumento de metabolismo da glicose = elevação da secreção de insulina pelo pâncreas; aumenta a necessidade do PTH; aumenta a inativação de glicocorticoides adrenais pelo fígado – leva a elevação, por feedback,de ACTH, que aumenta secreção de glicocorticoides • Efeito do HT sobre função sexual: homens: excesso – impotência, falta – perda de libido; mulheres: falta – menorragia e polimenorreia, falta – ciclos menstruais irregulares e até mesmo amenorreia, perda de libido Hipo/hipertireoidismo: • Hipotireoidismo: • Fadiga; cansaço; sensibilidade ao frio; tendência a depressão; ganho inexplicável de peso; inchaço no rosto/ face infiltrada (mixedema); dores e rigidez musculares; cabelo fraco, seco, queda de cabelo; perda de memória; prisão de ventre; aumento do TSH; colesterol e triglicerídeos muito altos – pode levar a doença aterosclerótica se não for tratado; pele ressecada e áspera; raciocínio lento; rouquidão – comum pois tecidos ficam edemaciados; fraqueza muscular; ritmo cardíaco mais lento; • Mixedema: quantidade aumentada de acido hialurônico e sulfato de condroitina, ligados a ptns, forma excesso de gel tecidual nos espaços intersticiais; edema é deprimível • Bócio coloide endêmico causado por deficiência de iodo: falta de iodo impede produção de T3 e T4 = não há hormônios para inibir a produão de TSH, que passa a ser excessiva; TSH estimula as células tireoidianas a secretar grande quantidade de coloide da tireoglobulina nos folículos e a glândula torna-se cada vez maior; porém devido a falta de iodo, a produção de T3 e T4 não ocorre • Hipertireoidismo: na maioria dos pacientes a tireoide aumenta; cada célula aumenta sua secreção por muitas vezes; • Causas do hipertireoidismo: bócio tóxico, tireotoxicose, Doença de Graves • Perda de peso repentina (devido ao alto metabolismo); taquicardia; ansiedade; irritabilidade e nervosismo; aumento de apetite; tremor nas mãos – aumento de atividade nas sinapses que controlam o tônus muscular; redução da sudorese; intolerância ao calor; queda de cabelo; fraqueza muscular e fadiga – catabolismo excessivo; dificuldade para dormir – insônia; olhos arregalados (protusão dos globos oculares = exoftalmia); intestino solto; agitação; muita energia, apesar de muito cansaço; menstruação irregular • A exoftlamia pode provocar estiramento do nervo óptico, comprometendo a visão • Olhos também são lesados pois não se fecham completamente quando a pessoa pisca/dorme = superfícies epiteliais dos olhos ficam ressecadas, irritadas e infectadas = ulceração da córnea • Causa da protusão ocular = edema dos tecidos retro-orbitais e alterações degenerativas nos músculos extraoculares • Hipertireoidismo – doença de Graves – forma de hipertireoidismo mais comum; é uma doença autoimune na qual anticorpos (imunoglobulinas estimulantes da tireoide – TSIs) contra receptores de TSH se ligam a estes receptores ativando os mesmos e promovendo o aumento da produção de hormônios tireoidianos; • Pode ocorrer aumento da glândula – pois células da glândula estão produzindo muitos hormônios; • TSH diminui (suprimido pelo excesso de T3 e T4); • Olhos arregalados, dor de cabeça, suor, inchaço na garganta, palpitações cardíacas, náuseas e diarreia, perda de peso, tremor, menstruação irregular, fraqueza muscular • Hipotireoidismo – doença de Hashimoto – principal forma de hipotireoidismo; • É uma doença auto-imune na qual são produzidos anticorpos contra células tireoidianas e ocorre a destruição do tecido glandular com redução da produção hormonal; • A tireoide da maioria desses pacientes apresenta tireoidite autoimune = inflamação da tireoide; • TSH aumentado • Diferença entre hipertireoidismo e hipotireoidismo: • Hipotireoidismo: PODE haver aumento da tireoide por conta da deficiência de iodo, por ex; ou seja, nem sempre a glândula vai estar diminuída, é variável • Hipertireoidismo: glândula aumentada • Cretinismo: • Hipotireoidismo extremo em fetos, bebês ou crianças; • Pode resultar da ausência congênita da tireoide, sua incapacidade de produzir hormônio tireoidiano devido a defeito genético ou da ausência de iodo na dieta • Ocorre deficiência do crescimento corporal e retardo mental • OBS.: hormônios tireoidianos são importantes no desenvolvimento fetal, e logo após o nascimento no desenvolvimento cerebral do bebe; durante a gravidez os fetos recebem hormônios tireoidianos da mãe, pois passam pela placenta; mas se depois que nascer, a criança que não possuir tireoide ou tiver lesão nela = danos cerebrais, podendo causar retardos mentais e uma deficiência no crescimento Fisiologia das adrenais: • Córtex suprarrenal tem origem mesodérmica; medula tem origem neuroectodérmica • Glândulas suprarrenais tem de 5 a 8g • Medula produz principalmente adrenalina e noradrenalina, estando sob controle do SNS • Córtex está sob controle do eixo hipotálamo- adenohipófise e secreta corticoesteroides (mineralocorticoides, glicocorticoides e andrógenos) • Zona glomerulosa – constitui 15% do córtex adrenal, produz (aldosterona) mineralocorticoides; • Zona fasciculada – constitui 75% do córtex; produz glicocorticoides (cortisol); • Zona reticulada – produz androgênios (desidroepiandrosterona – DHEA – pouca ação nos homens) • Fibra pré-ganglionar simpática chega na medula adrenal, estimulando a produção de adrenalina e noradrenalina • Adrenalina, efeitos: aumento da pressão arterial e taquicardia; aumento do débito cardíaco; aumento da glicemia e lipólise; broncodilatação; midríase; redução dos movimentos do TGI; redução da micção • Corticoides exógenos: medicação que pode inibir cortisol que é produzido normalmente na zona fasciculada • Hormônios do córtex adrenal: • Derivados do colesterol • Células do córtex sintetizam pequena quantidade de colesterol a partir do acetato • 80% do colesterol usado para a síntese dos esteroides é dado por LDL no plasma circulante • O ACTH estimula a síntese de esteroides adrenais; ele aumenta o numero de receptores de LDL nas células adrenocorticais, e a atividade de enzimas que liberam o colesterol da LDL • O ACTH estimula as células adrenocorticais a produzir esteroides por aumentar o AMPc, que ativa enzimas intracelulares que causam formação de hormônios adrenocorticais • A etapa limitante de produção de todos os hormônios adrenocorticais: conversão do colesterol em pregnolona a partir da enzima proteinocinase A, estimulada pelo ACTH • Os hormônios adrenocorticais se ligam a ptns plasmáticas: • Serve como reservatório para diminuir as rápidas flutuações nas concentrações de hormônios libres; também ajuda a garantir distribuição relativamente uniforme dos hormônios adrenais aos tecidos • Os hormônios adrenocorticais são metabolizados no fígado: • Esteroides adrenais são degradados pelo fígado e conjugados, formando ácido glicurônico e sulfatos; • Os conjugados (substancias inativas) vão para a circulação (são solúveis) e são filtrados pelos rins e excretados na urina; parte deles são eliminados na bile/fezes • Doenças hepáticas reduzem acentuadamente a inativação dos hormônios adrenocorticais, e doenças renais reduzem a excreção dos conjugados inativos • Dependência do ACTH: • Zona glomerulosa ---- ACTH “independente” (o ACTH tem efeito mais discreto sobre essa região) – pois existem outros estímulos nessa região; ACTH não é principal estimulador da produção de aldosterona • ACTH tem ação maior sobre zonas fasciculada e reticulada (ACTH dependentes) • Hipotálamo produz a secreta CRH, indo para a hipófise anterior, onde há a produção do ACTH, que vai pela corrente sanguínea até o córtex adrenal, estimulando a produção principalmente de cortisol e androgênios, mas também de aldosterona • Síntese e secreção de ACTH em associação ao hormônio melanócito-estimulante, lipotropina e endorfina: • Quando o ACTH é secretado na hipófise anterior, hormônios com estruturas químicas semelhantes são secretados simultaneamente • Issoocorre pois o gene transcrito para formar a molécula de RNA que causa a síntese de ACTH, inicialmente forma um pré-pró-hormonio chamado pro-opiomelanocortina (POMC) • O POMC é precursor do ACTH, e peptídeos como o hormônio melanócito-estimulante (MSH), beta- lipotropina, beta-endorfina • Na doença de Addison, por ex, a secreção de ACTH está elevada, podendo aumentar os hormônios derivados do POMC • Nos melanócitos presentes entre a derme e epiderme o MSH estimula a formação de melanina • A baixa produção de aldosterona e cortisol pode levar ao aumento da produção de ACTH e MSH • O próprio ACTH pode agir em receptores do MSH, levando a pigmentação em áreas que geralmente não são pigmentadas • É provável que ACTH seja mais importante que MSH na determinação de quantidade de melanina na pele, por conta de sua maior secreção • Pigmentação da pele e mucosas na insuficiência adrenal primaria: elevando a ACTH – por ação do ACTH e MSH = deposição de melanina = machas escuras Aldosterona (mineralocorticoide): • Efeitos da aldosterona: aumento da reabsorção de Na+ e H2O e secreção de K+ pelas células epiteliais tubulares renais; aumento da volemia; aumento da pressão arterial; aumento da excreção de K+ e H+ (eliminados na urina) • A secreção de íons H+ ocorre em troca pelo sódio, nas células intercaladas dos túbulos corticais • Excesso de aldosterona = baixa de K+ e H+ no LEC; baixa de H+ = alcalose metabólica; aumento da quantidade total de sódio • Falta de aldosterona = acidose metabólica • Diminuição da pressão arterial, volume sanguíneo e sódio dietético estimula a produção de renina, que causa a estimulação do sistema renina-angiotensina, para restaurar o volume sanguíneo • Aldosterona alta inibe a renina • Sem os mineralocorticoides, a concentração de K+, no LEC, se eleva acentuadamente, Na+ e Cl- são rapidamente eliminados do organismo, e os volumes do LEC e sangue são reduzidos = redução do DC + desidratação extracelular grave = levam ao choque circulatório (morte pode ocorrer em poucos dias) • O excesso de aldosterona aumenta o volume do LEC e pressão arterial mas apresenta pequeno efeito sobre a concentração plasmática de sódio: quando o sódio é reabsorvido pelos túbulos ocorre a absorção osmótica de quantidade quase equivalente de água; além disso, pequenos aumentos da concentração de sódio no LEC estimulam a sede e o aumento da ingestão hídrica = volume do LEC aumenta tanto quanto a quantidade de sódio retido • A elevação da pressão arterial aumenta a excreção renal de sal e água = natriurese de pressão e diurese de pressão • A normalização da excreção de sal e água pelos rins como resultado da natriurese e diurese de pressão é o escape de aldosterona; porém, o indivíduo ainda apresentará hipertensão enquanto ele estiver exposto a altos níveis de aldosterona • O excesso de aldosterona causa a perda de íons K+, e além disso estimula o transporte de K+ do LEC para a maioria das células do organismo = intensa redução da concentração plasmática de potássio = hipocalemia = fraqueza muscular grave, por conta de alteração da excitabilidade elétrica das membranas das fibras nervosas e musculares, impedindo a transmissão normal dos P.A. • A deficiência de aldosterona pode resultar na elevação de K+ para valores acima do normal no LEC = toxicidade cardíaca = diminuição da força de contração + arritmias; concentrações progressivamente maiores de potássio podem levar a insuficiência cardíaca • Efeito da aldosterona nas glândulas sudoríparas e salivares e células intestinais: • A aldosterona aumenta a reabsorção de cloreto de sódio (produzido nas glândulas), e a secreção de potássio pelos ductos excretores • Glândulas sudoríparas – importante para conservar sal corporal em TE quentes • Glândulas salivares – importante para conservar sal, quando se perde grande quantidade de saliva • A aldosterona estimula a absorção intestinal de sódio, impedindo sua perda nas fezes; na ausência de aldosterona a absorção de sódio pode ser insuficiente, levando a incapacidade de absorver cloreto de sódio e água = diarreia • Mecanismo celular de ação da aldosterona: • A aldosterona se difunde para o interior das células epiteliais tubulares • No citoplasma dessas células, a aldosterona se combina a receptores mineralocorticoidoes proteicos • O complexo aldosterona-receptor ou um produto desse complexo se difunde para o núcleo, induzindo o DNA a formar RNAm, relacionados com o processo de transporte de sódio e potássio • O RNAm age em conjunto com o ribossomos, formando ptns; as ptns em conjunto são necessárias para o transporte de sódio, potássio e hidrogênio, através da MP • O sódio do lúmen tubular entra na célula tubular renal através de canais de sódio (ENAC) • Então, o sódio é bombeado para fora da célula pelas bombas de sódio e potássio (estimuladas pela enzima adenosina trifosfatase sódio-potássio), das membranas basolaterais • Assim, a aldosterona não apresenta efeito maior imediato sobre o transporte de sódio • Existem medicamentos que bloqueiam ENAC, bloqueando o efeito da aldosterona • A espironolactona inibe a ligação da aldosterona com seu receptor, bloqueando seus efeitos – pode ser usado no hiperaldosteronismo • Regulação de secreção de aldosterona: • 1 – elevação de K+ no LEC aumenta muito a secreção de aldosterona • 2 – Elevação de angiotensina 2 no LEC aumenta acentuadamente a secreção de aldosterona • 3 – A elevação da concentração de íons Na+ no LEC reduz muito pouco a secreção de aldosterona; a hiponatremia estimula a secreção • 4 - O ACTH é necessário para a secreção de aldosterona, mas tem pequeno efeito sobre o controle de secreção • A concentração de K+ e o sistema renina- angiotensina no liquido extracelular são os fatores mais importantes na regulação da secreção de aldosterona! • A angiotensina 2 causa a hipertrofia especificamente da zona glomerulosa, sem exercer efeito sobre outras zonas • Quando a ingestão de sódio e volume do LEC são reduzidos, a angiotensina 2 estimula a secreção de aldosterona • Caso a formação da angiotensina 2 seja bloqueada pelo inibidor da ECA, haverá redução da concentração plasmática de aldosterona (sem alterar significativamente o colesterol) • OBS.: a ausência total de ACTH pode reduzir significativamente a secreção de aldosterona • Hiperaldosteronismo: • Primário: causa mais comum (75%) – adenoma (tumor benigno) unilateral hipersecretante – síndrome de Conn; critério diagnóstico – redução plasmática de renina • Secundário: ocorre em decorrência de doenças como a insuficiência hepática – diminuição da metabolização de mineralocorticoides = mais aldosterona circulante • Quadro clínico: hipertensão arterial; hipervolemia – edema; hipopotassemia.; alcalose metabólica; efeito do primário – paralisia muscular ocasional por conta de hipocalemia • Tratamento – cirúrgico – retira-se parte da suprarrenal caso encontre o tumor que está causando o aumento; espironolactona – bloqueio dos receptores de aldosterona • O hiperaldesteronismo primário está presente em mais de 10% do pacientes hipertensos • Mais prevalente em hipertensos de difícil controle • Uma minoria apresenta hipocalemia (geralmente mais tardia) • O rastreio deve ser realizado em hipertensos com hipocalemia espontânea ou provocadas por diuréticos, hipertensos resistentes e hipertensos com tumor abdominal • A relação aldosterona/ renina plasmática > ou igual 30 com aldosterona > 15 sugerem diagnóstico • A confirmação é feita com dosagem de aldosterona após aporte de sódio • Após confirmação, prosseguir com exame de imagem • Hipoaldosteronismo: • Lesão das adrenais – insuficiência suprarrenal primária • 80% auto-imune • Quadro clínico: hiper-potassemia; hiponatremia;hipovolemia; acidose; hipotensão arterial Glicocorticoides: • 95% da atividade glicocorticoide resulta da secreção de cortisol (hidrocortisona) • Estímulos para sua produção: luz solar, hipoglicemia, estresse emocional e/ou físico • Cortisol pode inibir hipotálamo (na produção de CRH) ou hipófise (na produção de ACTH) • Pico de cortisol costuma ser pela manhã: mais baixos no final da noite; horário em que se mais tem infarto é pela manhã – pode se relacionar com esse pico do cortisol • Corticoide é como se fosse um cortisol exógeno, podendo inibir hipotálamo/hipófise, logo, a adrenal começa a produzir pouco; e o uso prolongado do medicamento pode causar uma insuficiência da suprarrenal • O stress estimula hipotálamo na produção de CRH, que estimula hipófise a produzir ACTH • A secreção de cortisol é controlada pelo ACTH • Cortisol (lipossolúvel) ao entrar na célula se liga a receptor no citoplasma, e o complexo hormônio- receptor entra no núcleo, se liga ao DNA, ocorrendo transcrição para RNAm, vai ter tradução, formando ptns, e essas ptns vao realizar uma série de atividades ligadas a ação desse hormônio • Efeitos dos glicocorticoides no metabolismo glicídico: • Estimulam gliconeogênese de AAS em glicose (na célula hepática), logo, promovem catabolismo proteico muito grande; • O cortisol aumenta as enzimas que convertem AAS em glicose pelas células hepáticas; • Aumentam a glicemia através da gliconeogênese; • Aumentam a resistência a insulina (principalmente no tecido adiposo e músculo esquelético) – menos glicose entra nas células – efeito diabetogênico – tendência a hiperglicemia • Essa resistência a insulina ocorre por conta do efeito dos glicocorticoides de induzir aumento de ácidos graxos livres, que podem prejudicar a ação da insulina nos tecidos; • Diabetes adrenal – a insulina reduz apenas moderadamente a glicemia (menos que na diabetes pancreática) por conta da resistência à insulina • Metabolismo proteico: : • Redução de depósitos de ptns nas células, exceto no fígado = redução da síntese de ptns e maior catabolismo proteico • Cortisol reduz a formação de RNA e síntese proteica nos tecidos extra-hepáticos, especialmente músculos e tecidos linfoides • Excesso de cortisol = músculos fracos + funções imunológicas reduzidas • Ptns plasmáticas e hepáticas se elevam • Maior utilização de AAS pelo fígado = maior desaminação de AAS, aumento da síntese proteica, maior formação de ptns plasmáticas, aumento da gliconeogênese • Osso – redução da matriz óssea, com colágeno - osteoporose, fraturas espontâneas, parada de crescimento; • Musculo esquelético – redução de ptns do musculo - fraqueza muscular, invalidez; • Celular subcutâneo – mais pobre em colágeno – rugas, flacidez, estrias violáceas (abdômen em avental) • Metabolismo lipídico: • Mobiliza ácidos graxos do tecido adiposo = aumento da concentração de ácidos graxos livres no plasma – aumenta sua utilização para produção de energia • Aumento da oxidação de ácidos graxos nas células • Alta produção de cetoácidos; • Lipólise (membros superiores e inferiores); • Efeito lipogênico central; • Alteração na distribuição lipídica; • Obesidade centrípeta • Obesidade centrípeta e abdômen em avental: aumento do apetite; efeito lipogenico central; estrias violáceas; giba com acúmulo de gordura (giba de búfalo) • Hipercorticolismo: abdômen em avental e estrias violáceas; pletora – pessoa fica mias corada pois cortisol aumenta a produção de hemácias; face de lua cheia – acúmulo de gordura facial; • Resistência ao estresse: • Estresse físico ou neurogênico estimula secreção de ACTH, que causa grande aumento na secreção adrenocortical de cortisol • Estímulos dolorosos causados por estresse físico ou lesões teciduais são transmitidos pelo tronco cerebral para a eminência mediana do hipotálamo, onde o CRH é secretado para o sistema porta-hipofisário • Trauma; infecção; calor ou frio intensos; injeção de norepinefrina e outros fármacos simpaticomiméticos; cirurgia; injeção de substancias necrosantes sob a pele; restrição dos movimentos; doença debilitante = aumentam liberação de cortisol • Metabolismo do cálcio: • Cortisol diminui absorção intestinal de cálcio e aumenta eliminação renal • Paratireoides produzem PTH; quando o cálcio sérico da pessoa cai, as paratireoides atuam produzindo PTH, aumentando a atividade osteoclástica, provocando a desmineralização óssea, normalizando a calcemia • O catabolismo proteico diminui síntese do colágeno (componente fundamental da matriz óssea) • Raquitismo (crianças): redução da mineralização óssea; pode causar deformidades pois o osso que foi afetado estava em crescimento • Osteomalácia (adultos): fraturas espontâneas; fratura de repetição; fratura de estresse; fraturas com baixo impacto • Efeitos nos SNC: cortisol tem efeito euforizante; efeito antidepressivo; dependência; psicose; insônia • Sistema cardiovascular: aumento da atividade adrenérgica; efeito mineralocorticoide – cortisol pode se ligar aos receptores de mineralocorticoide – aumentando a pressão; efeito aterogênico e trombogênico (aumenta a produção de hemácias e plaquetas); aumento do risco de aterosclerose/ risco cardiovascular • Sistema digestivo: redução do muco gástrico; aumento da secreção de HCl; efeito ulcerogênico; ulceras de stress; ulceras silenciosas • Lipídios da MP, sob ação da fosfolipase a2 pode provocar degradação do ácido araquidônico, que pela via da enzima lipoxigenase leva a produção de leucotrienos; • E na via da ciclooxigenase leva a produção de prostaglandinas (protetoras na mucosa gástrica); • Cortisol e corticoides exógenos bloqueiam a degradação de ácido araquidônico, bloqueando a formação de prostaglandinas = efeito ulcerativo e anti-inflamatório (pois leucotrienos e prostaglandinas estão envolvidos diretamente na inflamação, fazendo vasodilatação dos tecidos (prostaglandinas); • Leucotrienos se relacionam com asma, broncoconstrição • Efeito anti-inflamatório: • A administração de grande quantidade de cortisol pode bloquear a inflamação • A inflamação tem 5 estágios: • 1 - liberação pelas células de tecidos lesados de substancias que ativam a inflamação - histamina, prostaglandinas, leucotrienos, enzimas proteolíticas, bradicinina; • 2 - aumento do fluxo sanguíneo na área inflamada = eritema; • 3 - extravasamento de plasma do capilar para áreas lesadas, por conta do aumento da permeabilidade capilar, seguido por coagulação do liquido tecidual, formando edema não deprimível; • 4 - infiltração da área por leucócitos; • 5 - após dias/semanas crescimento de tecido fibroso que contribui para processo regenerativo • Quando o cortisol é injetado, ele atua bloqueando inicio da inflamação, ou se a inflamação já começou, ele aumenta a velocidade de regeneração • Efeitos do cortisol na prevenção da inflamação: • 1 - Estabiliza a membrana dos lisossomos – a maior parte das enzimas proteolíticas liberadas por células lesadas que provocam inflamação são liberadas em quantidades reduzidas, pois ficam armazenadas principalmente nos lisossomos • 2 - Reduz a permeabilidade dos capilares – diminuir chegada de substancias pro inflamatórias para tecido; impede perda de plasma para tecidos • 3 - Reduz a migração de leucócitos para a área inflamada e a fagocitose das células lesadas – resultam do efeito do cortisol de diminuir formação de leucotrienos e prostaglandinas, que aumentam vasodilatação, permeabilidade capilar e mobilidade dos leucócitos • 4 – Suprime sistema imune, reduzindo acentuadamente a reprodução de linfócitos – menor quantidade de linfócitos T e anticorpos na área inflamada reduz reações teciduais que promovem inflamação • 5 - Atenua a febre por reduzir a liberaçãode interleucina 1 a partir dos leucócitos – um dos principais estimuladores do sistema de controle hipotalâmico de TE (IL-1); a diminuição da TE reduz a vasodilatação • O cortisol previne o choque ou morte na anafilaxia • Efeitos sobre células sanguíneas e imunidade em doenças infecciosas: • Cortisol diminui eosinófilos e linfócitos no sangue; logo, produção de anticorpos dessa pessoa está reduzida (linfócito B estimula produção de anticorpos e linfócito T atua diretamente na defesa); • Depleção de linfócitos atrapalha sistema imunológico; neutrófilos aumentam sob ação de cortisol; logo, o cortisol pode causar um aumento total do número de leucócitos, principalmente sob a custa de neutrófilos, mas eosinófilos e linfócitos ficarão reduzidos; • E mesmo as células aumentadas não funcionam bem pois o cortisol inibe a fagocitose e inibe a migração dos leucócitos para o sítio inflamado – impede que organismo fique continuamente inflamado mas reduz um pouco a capacidade de defesa; OU SEJA = linfopenia, neutrofilia com perda de função, redução da anticorpogênese, redução da imunidade • Linfocitopenia ou eosinopenia = critério diagnóstico importante para superprodução de cortisol pelas adrenais • Efeitos nas células vermelhas: • Elevação das hemácias (pletora); aumento das plaquetas – aumento da agregação plaquetária – efeito trombogênico • A interrupção de secreção de cortisol resulta em anemia • Imunodepressão: • Resulta de pacientes com excesso de cortisol ou que tomem corticoide exógeno em excesso • Deficiência na capacidade de lutar contra microorganismos • Infecção oportunista (candidíase de orofaringe) – infecção que não aconteceria em uma pessoa hígida, mas quando a imunidade esta prejudicada, este germe que normalmente não causaria uma infecção está causando; pano branco; tratamento – anti-fúngico • Diabetes e HIV interferem no sistema imunológico; pacientes reumatológicos – inflamação dos tecidos exacerbada – doenças autoimunes – produção de anticorpos levando a lesão tecidual – deve-se usar corticoides imunossupressores, pois diminuem a ação do sistema imunológico = podem apresentar infecções oportunistas • Infecção atípica (pneumonia por clamídia) • Efeitos oftalmológicos: • Mais comum no uso exógeno • Mais comuns no Cushing iatrogênico – uso excessivo de corticoide – excesso de cortisol – catarata precoce e glaucoma precoce • Elevação da pressão intra-ocular • Glaucoma • Catarata ❖ Doenças relacionadas ao cortisol: • Hipercortisolismo crônico – síndrome de Cushing, adenomas da hipófise anterior (secretam grande quantidade de ACTH = hiperplasia adrenal = secreção excessiva de cortisol), função anormal do hipotálamo (causa aumento de CRH), secreção ectópica de ACTH por tumor em alguma outra parte do corpo, adenomas do córtex adrenal – excesso da produção de cortisol • Hipocortisolismo crônico – doença de Addison ➢ Síndrome de Cushing (hiperadrenalismo): • Cushing clássico – ACTH alto (68%) – cortisol elevado • Quando a causa está na hipófise com alta produção de ACTH • Tumor hipofisário hipersecretante de ACTH (43%) • Produção ectópica de ACTH • Câncer de pulmão (10%) • Não localizamos o local de produção de ACTH (15%) • ACTH baixo (32%) – cortisol elevado • Geralmente quando a causa da produção de cortisol está na própria suprarrenal • Iatrogênico (corticoterapia) • Adenoma de supra-renal • Carcinoma de supra-renal • Caracterísitica especial da síndrome de Cushing: giba de búfalo; face edemaciada; potencia de alguns hormônios pode causar acne e hirsutismo; face de lua cheia • Efeitos dos glicocorticoides são intensos na síndrome = catabolismo proteico intenso = redução de ptns teciduais com exceção do fígado = fraqueza intensa + supressão do sistema imune (bloqueio da síntese de ptns nos tecidos linfoides), que pode levar a morte por infecção em muitos dos pacientes • Ptns das fibras de colágeno dos tecidos subcutâneos ficam reduzidas = tecidos subcutâneos se tornam frágeis = estrias arroxeadas nos locais lesados ➢ Doença de addison – insuficiência adrenal: • Resulta da incapacidade do córtex adrenal de produzir hormônios adrenocorticais suficientes • Primária: lesão das adrenais (auto-imune em 80% dos casos) • Lesão de todas as camadas do córtex • Redução dos 3 hormônios (mineralocorticoides, glicocorticoides e andrógenos) • Níveis elevados de ACTH e MSH (estimula melanócitos – aumentam deposição de melanina na pele) • Pigmentação da pele (aumento de MSH) e mucosas - manchas • Adrenais hiperplasiadas • Sintomas decorrem do hipocorticosolismo e hipoaldosteronismo • Secundária: lesão na hipófise: • Redução dos níveis de ACTH • Só compromete o cortisol e androgênios • Compromete pouco a produção de aldosterona • Adrenais atrofiadas • Responde ao ACTH exógeno –
Compartilhar